Eu estava a referir-me a áudio doméstico, não automóvel, porque no habitáculo de um carro dificilmente há espaço, argumental e físico, para se falar em alta-fidelidade. Isto recorda-me da história do Sr. Bob Carver, para muitos uma referência em áudio, que desafiou a Stereophile a lhe entregar para as mãos um amplificador dito high-end para que ele reproduzisse aquela qualidade de som a uma fração do custo. Foi então entregue a Carver um Conrad-Johnson de $6.000 e sem analisar as entranhas do bicho Carver produziu um amplificador que os críticos da revista não foram capazes de distinguir em testes cegos A/B. Esse amplificador foi inclusivamente lançado no mercado, o Carver M1.0t, custava menos de $500.@HugoSilva boa bola.
Pioneer foi de facto hi-end em áudio automóvel (o que quer que isso seja partindo do princípio de negação disso mesmo dado o anacronismo de um bim áudio confinado ao habitáculo de um automóvel. Mais ainda se falamos de um período até final do século que passou). A mesma pioneer estava longe, muito longe do hi end em áudio doméstico, conservando justamente até final de 70's uma característica porventura mais interessante do que isso. Tinha uma boa oferta hi fi, pragmaticamente democratizada e com uma qualidade de construção e apuro estético industrial muitíssimo interessantes.
Naturalmente que não falamos de Dartzeel, krell, audio analogue, devialet ou prima luna. Mas falamos talvez num rácio custo benefício para o audiófilo comum francamente mais vantajoso.
Confesso que quanto aos automóveis (no resto também mas isso juntando outras e mais polivalências) acabo por me prender mais à estética e ao enquadramento do que propriamente às especificações e qualidades de som, aplicando justamente o princípio por onde comecei, um carro não é um bom espaço para se ouvir música. É apenas o espaço possível.
Dito isto, e a custo, porque a electrónica de consumo foi dominada por eles (japoneses) no final do século passado, e porque hi end audio e automóveis não combinam propriamente, nakamichi e pioneer são provavelmente das coisas que melhor enquadram num carro dos 70s aos 90s.
Se calhar sou eu que não tenho ouvidos "audiófilos" mas adoro ouvir FM em casa através de aparelhos mais velhos que eu, muitos deles nunca intervencionados e que me conseguem encher a sala de uma forma que, na rádio certa, é difícil distinguir de uma fonte SACD ou Vinilo.
Voltando à Pioneer e aos carros, do que conheço, pelo menos na década de 70, ninguém fazia "frentes" como a Pioneer, como toda a subjetividade inerente, lindos de morrer ao contrário dos muito conceituados Blaupunkt por exemplo, a quem as marcas alemãs davam prioridade.
Não conhecia este KEH-9300 e, mais uma vez, é muito bonito, o painel LCD assusta-me, após quatro décadas quanto mais vai durar? A verdade é que confere o toque especial que nos induz para a transição do puramente analógico para a excentricismo visual do digital.