Alfa Romeo 75 2.0 T.Spark (1993)

Clássicos Modernos

Alfa Romeo 75 2.0 T.Spark (1993)

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
@HugoSilva boa bola.

Pioneer foi de facto hi-end em áudio automóvel (o que quer que isso seja partindo do princípio de negação disso mesmo dado o anacronismo de um bim áudio confinado ao habitáculo de um automóvel. Mais ainda se falamos de um período até final do século que passou). A mesma pioneer estava longe, muito longe do hi end em áudio doméstico, conservando justamente até final de 70's uma característica porventura mais interessante do que isso. Tinha uma boa oferta hi fi, pragmaticamente democratizada e com uma qualidade de construção e apuro estético industrial muitíssimo interessantes.

Naturalmente que não falamos de Dartzeel, krell, audio analogue, devialet ou prima luna. Mas falamos talvez num rácio custo benefício para o audiófilo comum francamente mais vantajoso.

Confesso que quanto aos automóveis (no resto também mas isso juntando outras e mais polivalências) acabo por me prender mais à estética e ao enquadramento do que propriamente às especificações e qualidades de som, aplicando justamente o princípio por onde comecei, um carro não é um bom espaço para se ouvir música. É apenas o espaço possível.

Dito isto, e a custo, porque a electrónica de consumo foi dominada por eles (japoneses) no final do século passado, e porque hi end audio e automóveis não combinam propriamente, nakamichi e pioneer são provavelmente das coisas que melhor enquadram num carro dos 70s aos 90s.
Eu estava a referir-me a áudio doméstico, não automóvel, porque no habitáculo de um carro dificilmente há espaço, argumental e físico, para se falar em alta-fidelidade. Isto recorda-me da história do Sr. Bob Carver, para muitos uma referência em áudio, que desafiou a Stereophile a lhe entregar para as mãos um amplificador dito high-end para que ele reproduzisse aquela qualidade de som a uma fração do custo. Foi então entregue a Carver um Conrad-Johnson de $6.000 e sem analisar as entranhas do bicho Carver produziu um amplificador que os críticos da revista não foram capazes de distinguir em testes cegos A/B. Esse amplificador foi inclusivamente lançado no mercado, o Carver M1.0t, custava menos de $500.

Se calhar sou eu que não tenho ouvidos "audiófilos" mas adoro ouvir FM em casa através de aparelhos mais velhos que eu, muitos deles nunca intervencionados e que me conseguem encher a sala de uma forma que, na rádio certa, é difícil distinguir de uma fonte SACD ou Vinilo.

Voltando à Pioneer e aos carros, do que conheço, pelo menos na década de 70, ninguém fazia "frentes" como a Pioneer, como toda a subjetividade inerente, lindos de morrer ao contrário dos muito conceituados Blaupunkt por exemplo, a quem as marcas alemãs davam prioridade.

Não conhecia este KEH-9300 e, mais uma vez, é muito bonito, o painel LCD assusta-me, após quatro décadas quanto mais vai durar? A verdade é que confere o toque especial que nos induz para a transição do puramente analógico para a excentricismo visual do digital.
 
Se existe algo que sobressai num automóvel e só de olharmos conseguimos traçar o perfil do dono é o auto rádio. Ter um Alfa Romeo Giulietta Spider e espetar-lhe com um "rádio vintage para clássicos com Bluetooth e USB, apenas 15€" é ter dinheiro e ser bimbo. Ter o mesmo carro, mas com um Pioneer moderno é ser bimbo, com dinheiro mas não forreta. Agora se tiver um rádio da época, uma instalação cuidada e arrumada estaremos a falar de alguém que conhece minimamente o seu automóvel e lhe sabe dar valor acrescentado.

Lembro-me dos 33 do meu pai terem autorádio Pioneer. Assim como me lembro do meu pai instalar um Alpine no 156, sempre tendo em atenção a iluminação dos restantes comandos. Guardo boas memórias das viagens que fiz nele. Foi o meu primeiro carro após ter tirado a carta.
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Se calhar sou eu que não tenho ouvidos "audiófilos" mas adoro ouvir FM em casa através de aparelhos mais velhos que eu, muitos deles nunca intervencionados e que me conseguem encher a sala de uma forma que, na rádio certa, é difícil distinguir de uma fonte SACD ou Vinilo.

Nem tu, nem eu nem ninguém honestamente.

Mesmo ouvidos muito treinados e educados têm dificuldade em distinguir fontes, desde que a amplitude entre as mesmas não se coloque entre o bom do mau. Entre o muito bom e o fabuloso a coisa complica-se. Tanto assim é que quando se entra em determinados patamares de audiofilia, a diferença obscena que se paga pelo patamar seguinte não justifica de todo o plus da qualidade sonográfica. Aliás, por vezes, e aqui mais dirigido à fonte de reprodução, não é tanto a qualidade, mas a pureza da gravação e da origem. Se num cd conseguimos isolar digitalmente pistas e construir artificialmente a forma de som mais aproximada à perfeição, perdemos o som das mangas da labita do pianista a roçar no fraque, e isso é encantador.

A percepção que se tem nas fotos, é que a barra que une os farolins foi pintada.

Não, de maneira nenhuma. :) O carro está excelente e não tem chanatices.

Era uma trick question. Na verdade não está nada errado. Mas é interessante o detalhe da designação do modelo na primeira série ser à direita ( e a gráfica da legenda muito mais bonita), e neste caso ser à esquerda.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Nem tu, nem eu nem ninguém honestamente.

Mesmo ouvidos muito treinados e educados têm dificuldade em distinguir fontes, desde que a amplitude entre as mesmas não se coloque entre o bom do mau. Entre o muito bom e o fabuloso a coisa complica-se. Tanto assim é que quando se entra em determinados patamares de audiofilia, a diferença obscena que se paga pelo patamar seguinte não justifica de todo o plus da qualidade sonográfica.
A "lei" dos rendimentos decrescentes, aplicável em quase tudo na vida :)

Como já deves ter "sentido" no meu discurso escrito sobre o tema, sou MUITO cético em relação a muita coisa em áudio, talvez por não ter dinheiro para por muita coisa à prova mas é um facto. Sou muito cético.

Aliás, por vezes, e aqui mais dirigido à fonte de reprodução, não é tanto a qualidade, mas a pureza da gravação e da origem. Se num cd conseguimos isolar digitalmente pistas e construir artificialmente a forma de som mais aproximada à perfeição, perdemos o som das mangas da labita do pianista a roçar no fraque, e isso é encantador.
Eu sou 101% apologista de que entre uma fonte digital e uma fonte analógica o que realmente faz diferença é a fonte mestra, acredito piamente sem nunca ter experimentado, que em condições iguais, uma boa masterização em CD é muito difícil (se é que é possível) de destrinçar de uma fonte vinil, o problema é que a esmagadora maioria das masterizações desde o advento do CD e do digital são preguiçosas e feitas para impressionar pelo músculo, não pela finesse, algo que não acontece nas editoras de Jazz, por exemplo, ainda assim já ouvi álbuns em CD que me impressionaram, por exemplo:



do álbum Desfado da Ana Moura



Do álbum Inédito gravado em 1987 no estúdio pessoal do próprio


E pronto, calei-me com os off-topic. Siga o 75 =)
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
Membro do staff
Premium
Portalista
A única coisa estranha que eu vejo é o escape no sitio errado :xD::xD::xD::xD:. Coisas que só a Alfa Romeo tem coragem de colocar na rua e lhe dá o seu carisma. Assim como fazer grelhas que não deixam espaço para colocar a matricula ao centro.

Acho que já mais nenhuma marca terá a ousadia de tentar coisas dessas. Agora só mudam os símbolos na grelha.
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Acredites ou não o rádio que lá está também é um Grundig.

Por muito que ache marginal e acessório num carro de prazer (e eu até acho que este tem a polivalência necessária para ser mais do que isso) a nobreza estética aliada ao ter forma e função a funcionar são elementos dos quais nao prescindo.
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Caro Miguel, aconselho vivamente que edites a imagem e ocultes os teus dados pessoais ;)

Pois, apercebi-me disso pela intervenção do nosso amigo Hugo. Grazie mille!

Esqueci-me de confessar aqui que cometi com este o mesmo pecado com que cometi com o GT: levantei a capa e espreitei.

O raio do carro é lindo de tão "feio".

Parole, parole, parole...

O maior pecado que cometes, já te disse e volto a repetir, é não dares à chave a andares.

De resto, se tudo isto que vivemos nos diz alguma coisa, é que devemos ser mais arrojados no uso daquilo que damos como certo.

Se agora me falta (ainda mais) o tempo, e me limito às condicionantes do espaço, devo um pouco mais de ambos a este lugar e àqueles que o ocupam.

Caminharemos...
 

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Parole, parole, parole...

O maior pecado que cometes, já te disse e volto a repetir, é não dares à chave a andares.

Estava com o puto e acho que o 75 não tem cadeirinha no banco de trás, pois não?

(o mais giro disto tudo é que estamos aqui com "cunfias" e ainda nem nos conhecemos pessoalmente...)
 

João Pereira Bento

128coupe
Premium
Portalista
Chegou.

Ver anexo 1162070 Ver anexo 1162071 Ver anexo 1162072 Ver anexo 1162073 Ver anexo 1162074 Ver anexo 1162075 Ver anexo 1162076

Está realmente completamente novo. Nunca foi instalado. Tem inclusivamente os comandos de volume para instalar junto da alavanca da caixa de velocidades.

A única coisa que falta é o manual. Vou contactar a pioneer uma vez que já me safaram com o mesmo noutra ocasião.

Se esse rádio fosse para mim, ficava azul.

Colocar os dados de envio na embalagem original. :(
 
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Estava com o puto e acho que o 75 não tem cadeirinha no banco de trás, pois não?

(o mais giro disto tudo é que estamos aqui com "cunfias" e ainda nem nos conhecemos pessoalmente...)

A cadeirinha é mudar de um chasso para o outro. Não existe grande generation gap entre o teu chasso e o meu.

Quanto ao mais, e às confias está na altura não? É só esperar que o bicho passe. Além de que precisava dos teus doutos esclarecimentos. Apetece-me um Cinquecento Sport amarelo.

Se esse rádio fosse para mim, ficava azul.

Colocar os dados de envio na embalagem original.

Partilho da preocupação nesse tipo de detalhe. É difícil encontrar alguém com o mesmo padrão.

Valeu que o sujeito não fazia a mínima ideia do que estava a vender, sobretudo na condição em que se encontra. Compensou pelo facto de ter sido mais económico do que qualquer rádio de base cheio de MP3, leds, luzes e letras.
 
Última edição:
OP
OP
Miguel Gomes Dinis


Algumas incongruências e uma terrível música de fundo. Ao minuto 2:18 este meu 75 em pose na pista de Braga sem o para choques original e sem faróis de nevoeiro, às mãos do meu amigo Eduardo.



E era desta maneira que o via no final de 80 através dos olhos de uma criança. A exuberância do final da década, num ambiente hi-tech primitivo quase aeroespacial embalado pelo kitsch ao som dos Europe. Um carro que se houver extensão imaterial para lá do corpo será seguramente o meu prolongamento enquanto máquina. O feio mais bonito que conheço.

Aquele traço de identidade que não deve faltar a nenhum alfa romeo em que mesmo parado parece ir muito depressa. Cent'anni Alfa Romeo 75!
 
Última edição:
OP
OP
Miguel Gomes Dinis
Caros amigos, alfistas em geral, connoisseurs do 75 em particular.

Reparem nesta foto do meu carro.

IMG_20200207_125854.jpg

Tenho quase a certeza de que tratando-se de uma última série de 93 os farolins deveriam ter piscas e sinalizadores de marcha atrás com riscas vermelhas e não brancas. Tenho o histórico do carro todo documentado e nas fotos anteriores ao toque que teve na traseira parece-me confirmar esta tese, e que depois do toque talvez por não se arranjar um igual ao que lá estava, entraram estes porque foi o que apareceu, e para que o direito não ficasse desfasado com o esquerdo.

Estou certo não estou?
 
Última edição:
Topo