Utilização intensiva de carro antigo, as minhas impressões

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
(...) 4º, uma coisa é gostar, outra é ser melhor. Na verdade e sob qualquer parâmetro objectivo de análise os carros novos (leia-se recentes) são incomensuravelmente superiores aos antigos/clássicos (pronto, vou ser banido;):D) sendo que se usa aqui (e bem) um parâmetro de analise absolutamente subjectivo que dá pelo nome de "prazer de condução"! (...)

Quantos parâmetros objectivos de análise queres que te arranje nos quais os clássicos conseguem superar os modernos?
 

José de Sá

"Life's too short to drive boring cars"
Portalista
Começo por citar esta frase do @Eduardo Relvas que é um "must":

"e faz-me olhar para trás quando o deixo em qualquer lado não por ter de comprovar se ele tranca sozinho mas por orgulho."

Eu digo que ter um carro antigo é para quem têm dinheiro ou para quem têm tomates.

Se tens dinheiro compras um SL, um Porsche ou um JAG, e tal como o @Pedro Pereira Marques diz, passeias-te com ele ao Domingo pela marginal, sacas umas fotos, postas no Face e na segunda chegas de peito inchado ao trabalho a mostrar como tiveste mais de 500 likes.

Se tens tomates, com os os poucos €€€´s que te sobram depois de seres constantemente depenado pelo governo, lá compras um carro antigo e jogas mãos á obra.

Aqui pelo portal são "inúmeros" os casos de quem teve tomates para comprar um clássico sem a mínima noção de mecânica e ao fim de uns dias já estava a fazer uma mudança de oleo, a trocar uma bomba de gasolina ou a mudar pastilhas de travão.

É claro que quem se dá a este trabalho unicamente por gosto e paixão, gosta de circular com o seu velho classico muito mais frequentemente do que o dono do clássico que se passeia só ao Domingo.

Assim, na segunda de manha, chegados ambos ao trabalho, enquanto um estaciona o plástico da semana e corre para mostrar os likes ao colegas, o outro pára, olha para trás e contempla o seu clássico todo orgulhoso.

Por outro lado, a debate passa tambem pela opção carro moderno Vs carro antigo / usado.

Aí não á duvida que optar por um carro novo é uma perfeita estupidez!

Desde á uma semana que conduzo um Range Rover P38 2.5 DT de 1996 o qual troque pelo Daihtsu Feroza.
Um ícone da industria automóvel que está tão bem visto como os Alfas Romeo´s da mesma época :D

É um Jipe que me ficou em cerca de 4 mil e poucos €´s e até agora deixou-me do mais encantado. Requinte, espaço, conforto tudo isto em abundância! Será o Daily Drive para este Inverno e não é á falta de ter 2 MB´s recentes na garagem.

Ora para comprar algo novo minimamente parecido, o mais barato do mercado penso eu que seja o Dacia Duster por uns 20 mil €´s.

Sou sincero, olhando só ao carro pelo carro e deixando de lado a questão monetária ficava com o RR todos os dias! E só um perfeito parvo pode preferir um Dacia a um Range Rover :eek:
 
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Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
Começo por citar esta frase do @Eduardo Relvas que é um "must":

"e faz-me olhar para trás quando o deixo em qualquer lado não por ter de comprovar se ele tranca sozinho mas por orgulho."

Eu digo que ter um carro antigo é para quem têm dinheiro ou para quem têm tomates.

Se tens dinheiro compras um SL, um Porsche ou um JAG, e tal como o @Pedro Pereira Marques diz, passeias-te com ele ao Domingo pela marginal, sacas umas fotos, postas no Face e na segunda chegas de peito inchado ao trabalho a mostrar como tiveste mais de 500 likes.

Se tens tomates, com os os poucos €€€´s que te sobram depois de seres constantemente depenado pelo governo, lá compras um carro antigo e jogas mãos á obra.

Aqui pelo portal são "inúmeros" os casos de quem teve tomates para comprar um clássico sem a mínima noção de mecânica e ao fim de uns dias já estava a fazer uma mudança de oleo, a trocar uma bomba de gasolina ou a mudar pastilhas de travão.

É claro que quem se dá a este trabalho unicamente por gosto e paixão, gosta de circular com o seu velho classico muito mais frequentemente do que o dono do clássico que se passeia só ao Domingo.

Assim, na segunda de manha, chegados ambos ao trabalho, enquanto um estaciona o plástico da semana e corre para mostrar os likes ao colegas, o outro pára, olha para trás e contempla o seu clássico todo orgulhoso.

Por outro lado, a debate passa tambem pela opção carro moderno Vs carro antigo / usado.

Aí não á duvida que optar por um carro novo é uma perfeita estupidez!

Desde á uma semana que conduzo um Range Rover P38 2.5 DT de 1996 o qual troque pelo Daihtsu Feroza.
Um ícone da industria automóvel que está tão bem visto como os Alfas Romeo´s da mesma época :D

É um Jipe que me ficou em cerca de 4 mil e poucos €´s e até agora deixou-me do mais encantado. Requinte, espaço, conforto tudo isto em abundância!

Ora para comprar algo novo minimamente parecido, o mais barato do mercado penso eu que seja o Dacia Duster por uns 20 mil €´s.

Sou sincero, olhando só ao carro pelo carro e deixando de lado a questão monetária ficava com o RR todos os dias! E só um perfeito parvo pode preferir um Dacia a um Range Rover :eek:

Perdoe-me Sr. José mas esta sua mensagem não faz grande sentido. Mais uma vez o fundamentalismo a vir ao de cima?

É preciso o carro ser antigo para olhar para trás e gostar dele? Eu olho para trás com todos os meus carros.

Lá por ir dar um passeio ao Domingo ou ao Sábado ou outro dia qualquer é automaticamente para se armar e postar no Facebook? A sério?

É claro que quem se dá a este trabalho unicamente por gosto e paixão, gosta de circular com o seu velho classico muito mais frequentemente do que o dono do clássico que se passeia só ao Domingo.

A sério? Olhe, eu meto as mãos na massa e não gosto de o usar no dia a dia. Que generalizações mais estranhas que você faz, ainda mete ricos vs pobres na conversa e o diabo a 4. Com que então ou se é "rico cagão" ou "pobre e destemido". Não há mais nada no mundo realmente. Acho o seu post lamentável.
 
OP
OP
Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
Caramba!!!!!!!!!!

Este tópico é mesmo dos meus!

Vamos lá a dar aqui umas achegas...

1º, quanto ao carro em questão efectivamente não é particularmente entusiasmante, como aliás a grande maioria (para não dizer todos) dos utilitários do seu segmento, independentemente da época em que foram lançados, mas... como disse o @Rui Meireles, isso efectivamente é perfeitamente irrelevante para a "discussão"!
BTW até acho o Fiesta dele bem mais interessante de conduzir do que o modelo que lhe sucedeu e... como antigo vendedor da marca fiz muitos klm em ambos os carros.

2º, efectivamente em algumas ocasiões percebo perfeitamente as "acusações" (está entre aspas precisamente porque sei que não o são) do @Rui Meireles pois também me parece existir algum fundamentalismo.

3º, tenho dificuldade em entender a admiração do Rui pois de facto este espaço não é dedicado a "petrolheads" (embora hajam bastantes por aqui) e sim aos amantes de classicos.
É um pouco como ir á casa do Benfica (serve com todos os outros clubes) dizer que o mesmo joga mal... ainda que isso até possa ser verdade.

4º, uma coisa é gostar, outra é ser melhor. Na verdade e sob qualquer parâmetro objectivo de análise os carros novos (leia-se recentes) são incomensuravelmente superiores aos antigos/clássicos (pronto, vou ser banido;):D) sendo que se usa aqui (e bem) um parâmetro de analise absolutamente subjectivo que dá pelo nome de "prazer de condução"!

5º, há no uso de um clássico ( e isto serve também para outras coisas que não os carros ) um "anti fashion statement" que eu aprecio, respeito e até um certo ponto me revejo nele e de que de certa forma o @nuno granja, o @Eduardo Relvas e o @Pedro Pereira Marques são dignos representantes.
É por posts como este que o Carlos Vaz é um Sr!

Por acaso tinha esperança em encontrar aqui um espírito mais petrolhead. Parece que onde quer que uma pessoa vá nunca está enquadrada....
 

Carlos Vaz

Pre-War
Por outro lado, a debate passa tambem pela opção carro moderno Vs carro antigo / usado.

Aí não á duvida que optar por um carro novo é uma perfeita estupidez!

Desde á uma semana que conduzo um Range Rover P38 2.5 DT de 1996 o qual troque pelo Daihtsu Feroza.
Um ícone da industria automóvel que está tão bem visto como os Alfas Romeo´s da mesma época :D

É um Jipe que me ficou em cerca de 4 mil e poucos €´s e até agora deixou-me do mais encantado. Requinte, espaço, conforto tudo isto em abundância!

Ora para comprar algo novo minimamente parecido, o mais barato do mercado penso eu que seja o Dacia Duster por uns 20 mil €´s.

Sou sincero, olhando só ao carro pelo carro e deixando de lado a questão monetária ficava com o RR todos os dias! E só um perfeito parvo pode preferir um Dacia a um Range Rover :eek:


Já eu, e como era para deixar a questão monetária de lado também preferia o RR mas novinho em folha e já agora um "supercharged"! É que só um perfeito parvo pode preferir um RR P38 a um novinho em folha!


E que tal se começassemos a comparar o que é verdadeiramente comparavel?
 

Carlos Vaz

Pre-War
Na verdade sei que tenho uma visão um pouco ao lado da vigente e "oficial" (de resto perfeitamente aceitavel, pois quem entra aqui sabe á partida ao que vem) pois eu gosto mesmo de carros e... de preferencia daqueles em que se possa dar um calorzinho.
Fosse eu rico e garanto que na minha garagem haveria um conjunto de classicos de respeito, mesmo ao lado de uns quantos novinhos em folha!

Aliás era gajo para em certos carros, comprar 2... assim quando um acabasse, tinha outro completamente novo, igualzinho para o substituír.

Sempre me fizeram "impressão" mitos e tabus que classificam as coisas (e as pessoas), do género de é RWD é bom, se é FWD não é.
Se é antigo/classico é bom, se é novo/plastico não é.

Eu não divido os carros assim. Divido-os entre os bons e os maus (e mesmo assim é altamente subjectivo pois faço-o segundo os meus critérios e por isso já não vai "bater certo" com alguém que tem critérios diferentes) e nessa divisão cabem em ambos os lados classicos e modernos.

Tanto fico com as pernas "bambas" perto de um 911 S de 72 como perto de um 911 R acabadinho de saír... e se tivesse dinheiro para isso, adivinhem lá... pois, acertaram tinha os 2.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
@Eduardo Relvas, chuta.
Ando aqui para aprender.

Soluções técnicas em termos de chassis - se formos fazer um apanhado dos carros modernos e confrontarmos com carros do mesmo segmento nos anos 80, os antigos ganham. Hoje o comportamento de um carro é programado através de manipulação individual dos travões e dos amortecedores. Antigamente havia eixos multilink, suspensões independentes, molas helicoidais. Hoje reinam os eixos rígidos (que mesmo os utilitários dos anos 70 raramente tinham), que mais parecem um eixo de uma roulotte das rascas, as molas de lâminas voltaram a ser usadas em força (mas agora são de fibra em vez de aço) e não há geometrias sofisticadas. Há um cromo que na semana passada estava a escrever um jogo da PS4 e esta semana está a ensinar uma carroça motorizada a manter-se na estrada.

Outras soluções técnicas - Como já tu próprio enumeraste, nos anos 80 havia uma autêntica orgia de soluções fabulosas, a começar pelos motores com dupla árvore de cames, as suspensões xpto que referi antes, travões de disco às 4 rodas, ventilados nos modelos mais apimentados de todos, caixas transaxle para beneficiar a distribuição de pesos...

Restrições legais (ou a falta delas) - As mil e uma tretas que se legislam por ano hoje em dia ajudaram a dar a desculpa para os mil e um cortes palpáveis na construção dos automóveis. Passo a enumerar duas que são simples de entender:

Design - Enquanto nos anos 60 se podia desenhar um pára-choques como bem lhes dava na real gana, nos anos 70 começaram as exigências. É certo que há alguns motivos válidos para as mudanças, não o podemos negar. Mas há outros que são puro pedantismo, e arruinaram para sempre o visual do automóvel. Desafio-vos a encontrarem um exemplar qualquer de um automóvel actual que tenha um antecessor marcadamente mais feio há 30 anos atrás.

Materiais - Não discuto que hoje se façam coisas admiráveis com esponja reciclada de sofás velhos, que os copos da noitada da semana passada não se possam tornar no recheio de um banco, e que isso não seja sustentável e ecológico. Mas já compararam as napas que temos hoje com as dos anos 60? A napa de "alta qualidade" que escolhi para os bancos do meu Spider tem menos de metade da espessura da original, como ainda usa e muito bem a minha Familiare... e não termina por aqui, comparem qualquer material ainda produzido hoje com o seu equivalente dos anos 60 e é inferior.

Longevidade pré-configurada - Quê? Basicamente é o horizonte temporal que é definido como a vida útil do veículo. Hoje um automóvel não é preparado para passar muito dos 200,000 km. Alguns motores até ao princípio deste século provavelmente são capazes de muito mais que isso se não forem atraiçoados por uma qualquer falha previamente planeada, mas hoje em dia com a redução de cilindrada e aumento sistémico da potência através de sobrealimentação escreve-se logo o destino dos motores desde o primeiro dia... muitos vão morrer antes dos 10 anos e da fronteira dos 200,000. E quem fala dos motores fala do resto... hoje faz-se análise estatística da durabilidade de tudo, e reduz-se o material e a qualidade ao mínimo indispensável para atingir um marco pré-destinado por um marketeer qualquer como o tempo razoável para que o cliente se dê por satisfeito e decida comprar outro carro da mesma marca. Antigamente construía-se para durar, e os planos de manutenção reflectiam isso mesmo. Quantos carros não foram para a sucata ou stand de usados perfeitamente funcionais por mera vaidade do dono?

Acessibilidade - Nos anos 60, o dono podia mexer no carro, e ninguém lhe escondia nada (pelo contrário, ensinava-se a cuidar do seu veículo em pouco mais de 60 páginas). Hoje escreve-se um volume que concorre com o "Guerra e Paz" só para ensinar ao dono como meter o carro a ir ao "feicebuque" e aquelas luzinhas no quadrante são apenas uma maneira colorida de dizer "tás lixado, leva-me já ao concessionário mais próximo e larga umas milenas para trocar o sincrofasculatrónico do embulicador e é se não queres ficar a pé".

Já te chega? :p
 

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Perdoe-me Sr. José mas esta sua mensagem não faz grande sentido. Mais uma vez o fundamentalismo a vir ao de cima?

É preciso o carro ser antigo para olhar para trás e gostar dele? Eu olho para trás com todos os meus carros.

Lá por ir dar um passeio ao Domingo ou ao Sábado ou outro dia qualquer é automaticamente para se armar e postar no Facebook? A sério?



A sério? Olhe, eu meto as mãos na massa e não gosto de o usar no dia a dia. Que generalizações mais estranhas que você faz, ainda mete ricos vs pobres na conversa e o diabo a 4. Com que então ou se é "rico cagão" ou "pobre e destemido". Não há mais nada no mundo realmente. Acho o seu post lamentável.

Até agora estive calado a ler. Agora não consigo.

Ninguém te atacou pessoalmente. Tiveram opiniões diferentes das tuas.
Peço-te que as aceites e as respeites e te abstenhas de classificar de lamentável ou sem sentido o que os outros escrevem.
Já agora, fundamentalismo não é gostar apenas de carros antigos e detestar modernos. Fundamentalismo é acreditar em verdades absolutas sem abrir portas ao diálogo.

Continue-se o tópico, com abertura de espírito, de preferência.
 

Carlos Vaz

Pre-War
Vou só ali ao fórum dos super dragões falar mal do FCP

@Luis Cristovao, como disse anteriormente, vamos lá comparar o comparável.

Não foi isso que aconteceu aqui. O que aconteceu aqui foi alguém que gosta suficientemente do seu carro "velho/clássico" para o manter e usar mas que partilhou (de forma aliás bem justificada) uma visão diferente da forma como se sentia a usar o seu carro numa base diaria.
 

José de Sá

"Life's too short to drive boring cars"
Portalista
A sério? Olhe, eu meto as mãos na massa e não gosto de o usar no dia a dia. Que generalizações mais estranhas que você faz, ainda mete ricos vs pobres na conversa e o diabo a 4. Com que então ou se é "rico cagão" ou "pobre e destemido". Não há mais nada no mundo realmente. Acho o seu post lamentável.

Rui, eu não fiz distinção entre ricos e pobres, a minha obeservação ia para alem disso, mas pronto se voçê considera o que escrevi fundamentalista é a sua opinião e por mim na boa, não tenho de me justificar para consigo.

Gostei do tema do tópico e da analise que fez no inicio mas parece que está contra todas as opiniões que aqui são colocadas as quais acabam por estar todas em consonância.

Bons Km´s como seu Fiesta ;)
 

Carlos Vaz

Pre-War
@Eduardo Relvas... eheheheheheheh é disto que eu gosto... e assim se escreve por aqui.

Bom, e antes que isto avance vamos ver se conseguimos todos fazer um exercício de "tolerância" para que se entenda de uma vez por todas que por se gostar de um carro novo isso não implica que não se goste do seu ancestral e vice versa.

Posto isto, tenho a dizer-te que a tua visão sobre as soluções técnicas usadas nos chassis de hoje não estão certas. O que há é uma maior especialização do uso para o qual os carros são concebidos.
É comum, o mesmo modelo ter soluções cinemáticas diferentes consoante o uso.
Um Ford Focus RS não é a mesma coisa que qualquer outro Focus...
Depois hoje como ontem, para o comprador pouco importa qual a solução adoptada, o que importa é o resultado. A grande maioria dos clientes Alfa por exemplo não sabiam quais as verdadeiras diferenças tecnicas do carro que acabaram de comprar, sabiam que era mais rápido que a generalidade dos outros e... era isso que pretendiam. Valorizar as soluções "nobres" acontece mais tarde e porque não eram comuns.

Mesmo a electrónica que teve uma época castradora já não o é... ou pelo menos não o é se usarmos o carro para o que foi concebido. Dou o exemplo dos Ferrari mais modernos em que nunca li ou ouvi uma unica queixa de que a electrónica se intrometesse na condução e... se eles têm electronica com fartura. Claro que no Clio (é apenas um exemplo) com a motorização base é capaz de não se conseguir conduzir de forma "desportiva"... uso errado para o carro em questão.

Na verdade qualquer carro de hoje quando comparado com o seu equivalente com 30 anos, curva mais depressa, é mais confortável, anda mais e trava muito melhor... se usa molas de folhas ou uma suspensão multilink não interessa (nem nunca interessou) á grande massa compradora. Isso é assunto para os "petrolheads" e... é essa a razão para eu não gostar de todos os classicos (olha que se fizeram cá uns cronhos) nem de todos os modernos.
 

afonsopatrao

Portalista
Portalista
Desafio-vos a encontrarem um exemplar qualquer de um automóvel actual que tenha um antecessor marcadamente mais feio há 30 anos atrás.

Eduardo, como sabes concordo inteiramente contigo. E aprendi imenso com a explicação!
Mas não resisto a um desafio. ;)

Ora compara lá o Alfa Romeo Arna... IMG_5291.JPG

... com o actual Giulietta:
IMG_5292.JPG

(Aceito que o Arna seja um caso sem cura. Se adicionares "Com excepção do Arna...", a tua frase torna-se verdadeira. ;) )
 

Anexos

  • IMG_5291.JPG
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Carlos Vaz

Pre-War
@Eduardo Relvas, continuando, embora não vá rebater ponto por ponto tudo o que escreveste, diria que para além da obsolescência programada (e aqui concedo que as coisas pioraram) tenho ainda duvidas se os carros hoje são menos fiaveis do que eram.
Há 40 anos usava-se um carro durante 20 anos e era perfeitamente razoavel que ao fim desse tempo pudesse ter menos kms do que hoje em 5 ou 6.
Os carros eram usados muito ocasionalmente, por vezes apenas para a voltinha de fim de semana e uma vez por ano nas férias. Fazer 100kms era uma viagem, Hoje 100kms são um "comute diario". E muitas vezes fazem-se tiradas de 200 ou 300 a velocidades absolutamente impensáveis para a época.

Quanto á questão da acessibilidade, afinal quantos dos compradores quer de hoje quer de ontem se preocupam verdadeiramente com isso?
 

Carlos Vaz

Pre-War
Já agora acrescentar que a 2ª década do novo milénio está a trazer de novo carros excitantes, exibindo uma tendência para curar a maior "pecha" dos anos anteriores que era o peso... é comum verificar reduções de peso de 100 a 200 kg em carros do segmento C na ultima geração para a que antecedeu.

Ao contrário da ideia vigente, acredito que continuem a existir classicos e há carros novos que se tornarão classicos e serão guardados e acarinhados assim como os actuais clássicos já foram todos novos.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
@Eduardo Relvas... eheheheheheheh é disto que eu gosto... e assim se escreve por aqui.

Bom, e antes que isto avance vamos ver se conseguimos todos fazer um exercício de "tolerância" para que se entenda de uma vez por todas que por se gostar de um carro novo isso não implica que não se goste do seu ancestral e vice versa.

Posto isto, tenho a dizer-te que a tua visão sobre as soluções técnicas usadas nos chassis de hoje não estão certas. O que há é uma maior especialização do uso para o qual os carros são concebidos.
É comum, o mesmo modelo ter soluções cinemáticas diferentes consoante o uso.
Um Ford Focus RS não é a mesma coisa que qualquer outro Focus... (...)

Carlos, não tenho dúvidas que haja muitos critérios em que os modernos superam os antigos, só te quis mostrar que nada é linear. E tudo depende do que se quer e valoriza.

Eu cada vez mais não quero saber se tiro 0,05 segundos por volta ao Nurburgring, mas se conseguir fazer uma viagem ao Porto na minha 124 e demorar pouco menos que no BMW, fico contente.

Mas um chassis de um carro dos anos 80 era sem dúvida mais bem concebido do que é hoje. Não falo dos Focus RS e companhia, mas dos ordinaríssimos modelos que 99,9% das pessoas compram.

E sim, a maioria do público nem sabe se o seu carro é de tracção ou propulsão (nem o que isso quer dizer!), mas para mim o que conduzo importa-me e interessa-me, sou um eterno viciado nos oily bits. E gosto de saber que o resultado de a 124 curvar bem é a combinação de engenharia de ponta, algum (pouco) talento meu e uma boa manutenção. Nada de digitalices artificiais.

Eduardo, como sabes concordo inteiramente contigo. E aprendi imenso com a explicação!
Mas não resisto a um desafio. ;)

Ora compara lá o Alfa Romeo Arna... Ver anexo 426488

... com o actual Giulietta:
Ver anexo 426489

(Aceito que o Arna seja um caso sem cura. Se adicionares "Com excepção do Arna...", a tua frase torna-se verdadeira. ;) )

Ah porra... esqueci-me do Arna! Podias ter ajudado e ter ficado caladinho... :p também há a ressalva para o 911, porque continua igual, é copiado por cima com papel vegetal desde o gatafunho dos anos 60... :lol:

@Eduardo Relvas, continuando, embora não vá rebater ponto por ponto tudo o que escreveste, diria que para além da obsolescência programada (e aqui concedo que as coisas pioraram) tenho ainda duvidas se os carros hoje são menos fiaveis do que eram.
Há 40 anos usava-se um carro durante 20 anos e era perfeitamente razoavel que ao fim desse tempo pudesse ter menos kms do que hoje em 5 ou 6.
Os carros eram usados muito ocasionalmente, por vezes apenas para a voltinha de fim de semana e uma vez por ano nas férias. Fazer 100kms era uma viagem, Hoje 100kms são um "comute diario". E muitas vezes fazem-se tiradas de 200 ou 300 a velocidades absolutamente impensáveis para a época.

Quanto á questão da acessibilidade, afinal quantos dos compradores quer de hoje quer de ontem se preocupam verdadeiramente com isso?

Carlos, tens toda a razão, e eu sei disso. Mas isso é apenas mais uma daquelas situações em que se vive depressa demais... o "progresso" encarregou-se disso. E não te esqueças também que apesar de tudo os antigos podiam fazer menos km, mas que eram sofridos eram... lembras-te como eram as estradas do antigamente, não lembras? Havia de ser bonito pôr estes modernos a andar naquilo...

A acessibilidade... se calhar nalguns casos até interessaria, porque vivemos num país pobre. Mas o pior mesmo é a pobreza de espírito, porque há quem empobreça voluntariamente para comprar um carro que está acima das suas posses para fazer figura, e depois não tem dinheiro para o manter... e hoje não tem a opção de o fazer por si.
 

Carlos Vaz

Pre-War
Carlos, não tenho dúvidas que haja muitos critérios em que os modernos superam os antigos, só te quis mostrar que nada é linear. E tudo depende do que se quer e valoriza.

Eu cada vez mais não quero saber se tiro 0,05 segundos por volta ao Nurburgring, mas se conseguir fazer uma viagem ao Porto na minha 124 e demorar pouco menos que no BMW, fico contente.

Foi isso que eu quis dizer desde o inicio: com critérios objectivos "new beats old". O que não significa que não haja quem se esteja nas tintas para isso. Lembra-te do critério subjectivo de que falei no 1º post, o prazer de condução. E esse pertence a cada um e é estritamente pessoal.

orque há quem empobreça voluntariamente para comprar um carro que está acima das suas posses para fazer figura, e depois não tem dinheiro para o manter... e hoje não tem a opção de o fazer por si.

Pois... é verdade mas isso já são "outros 500"!
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Eu acho que o @Rui Meireles começou um excelente tópico e pediu-nos a todos que déssemos a nossa opinião e é o que estamos a fazer... eu já dei a minha, quero apenas acrescentar mais um pouco para ficar completa:

Na minha opinião os carros novos apenas têm um argumento a favor dos antigos - SEGURANÇA

Os carros antigos que eu conheço e costumo andar são excelentes para uso quotidiano e até têm ar condicionado, direcção assistida e mais uma data de coisas "semi-modernas" que nos podem proporcionar um pouco mais de conforto.

Tudo o que aqui se fala de fiabilidades e outros aspectos está relacionado exactamente com o que disse no meu primeiro post: existem os "carros antigos" e depois existem os "carros baratos". Não é por ter comprado um Gt Junior de 1972 por 10.000 euros (imagine-se o estado) que vou dizer que os Alfas não prestam e têm imensos problemas. Se calhar se tivesse comprado um de 25.000 ou tivesse gasto 15.000 no primeiro em arranjos para ficar impecável (impecável como um carro novo para fazer uma comparação HONESTA) aí muito provavelmente até podia andar no dia-a-dia com conforto, com perfomance, com baixos consumos, com fiabilidade, etc... mas sempre sem segurança.

Se é para comparar com carros novos então porque não comparar com os carros antigos em estado novo?
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Gostei do tópico, acho que se resvalou um pouco!

Os meus 2 cêntimos à conversa, ou escrita.

  • Não uso carro clássico, ou um chaço velho como carinhosamente apelido os meus numa base diária, sou um comodista e não consigo largar o A/C, por acaso também faço mais de 50000Km ano o que é um numero jeitoso de km.
  • Os meus chaços velhos são usados essencialmente para descomprimir, o Flecha claramente numa toada calma e para destressar do dia a dia, de uma sociedade louca que anda a 1000 a hora e onde me incluo, quando ando com o Flecha, faço-o também para me esquecer e libertar durante uns momentos de tudo isso. O Endiabrado serve para descomprimir de uma maneira mais parva, mas enfim são gostos;).
  • Se é possível utilizar veículos com mais de 25/30 anos numa base diária? Eu diria claramente que sim, mas, é preciso situar-nos, onde moramos, que percurso fazemos, que tipo de transito temos. Pretendemos abdicar de um pouco de conforto e segurança, todos os dias? Um carro seja ele qual for desde que bem mantido efectua todos os percursos diários sem problemas, (não incluo problemas electrónicos nem de emissões poluentes), nós podemos querer viver com as suas limitações ou não. Na realidade somos na grande maioria comodistas.
  • Se eu preferia utilizar um carro clássico todos os dias? Sim, mas teria obviamente que colocar várias premissas. Se sairia mais barato do que um novo ou semi-novo é provável, mas a segurança é bem diferente e jogamos ou pelo menos eu às vezes penso nas probabilidades.
  • Por talhe de foice, numa revisão da carrinha da família a Maria andou com o Endiabrado (veículo com mais de 20 anos, chaço velho, não clássico) uma semana sem qualquer problema, só se queixou da falta de DA, lá está o conforto, se fosse de verão provavelmente queixava-se do A/C outra vez conforto.
  • Outro ponto, fiabilidade. O Rui acredita mesmo nesses estudos, no inicio do século XXI os fabricantes de motores começaram claramente a dizer que os motores estavam a ser estudados para durarem X mil Km, a Fiat foi a 1ª a ser clara o 1.3Multijet foi desenvolvido para durar 250.000Km, os outros calaram-se mas são iguais e revisões de 30 em 30 mil, ou 50 a 50 mil servem para Marketing, os Eng.º infelizmente calam-se pois os accionistas que lhes pagam o ordenado querem é que se vendam mais automóveis!
Resumindo, eu também uso os meus clássicos ao fim de semana, mas gostava que o mundo fosse mais "calmo" e os pode-se utilizar todos os dias. Talvez daqui a 30 anos!

Desfrute do seu Fiesta sempre que puder e principalmente lhe apetecer!

Abraço,
 
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