Utilização intensiva de carro antigo, as minhas impressões

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Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
Não querendo entrar em textos longos, discordo de bastantes pontos apresentados pelo Eduardo Relvas e concordo com o Carlos Vaz. A nível tecnológico a superioridade dos carros modernos parece-me evidente a todos os níveis. As vantagens que vejo nos antigos são sobretudo sensoriais, e o campo da visibilidade também já focado pelo Afonso Patrão.
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Eu acho que o @Rui Meireles começou um excelente tópico e pediu-nos a todos que déssemos a nossa opinião e é o que estamos a fazer... eu já dei a minha, quero apenas acrescentar mais um pouco para ficar completa:

Na minha opinião os carros novos apenas têm um argumento a favor dos antigos - SEGURANÇA

Os carros antigos que eu conheço e costumo andar são excelentes para uso quotidiano e até têm ar condicionado, direcção assistida e mais uma data de coisas "semi-modernas" que nos podem proporcionar um pouco mais de conforto.

Tudo o que aqui se fala de fiabilidades e outros aspectos está relacionado exactamente com o que disse no meu primeiro post: existem os "carros antigos" e depois existem os "carros baratos". Não é por ter comprado um Gt Junior de 1972 por 10.000 euros (imagine-se o estado) que vou dizer que os Alfas não prestam e têm imensos problemas. Se calhar se tivesse comprado um de 25.000 ou tivesse gasto 15.000 no primeiro em arranjos para ficar impecável (impecável como um carro novo para fazer uma comparação HONESTA) aí muito provavelmente até podia andar no dia-a-dia com conforto, com perfomance, com baixos consumos, com fiabilidade, etc... mas sempre sem segurança.

Se é para comparar com carros novos então porque não comparar com os carros antigos em estado novo?

Colocamos o post ao mesmo tempo e falamos da grande diferença ao mesmo tempo: Segurança!
 
OP
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Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
Gostei do tópico, acho que se resvalou um pouco!

Os meus 2 cêntimos à conversa, ou escrita.

  • Não uso carro clássico, ou um chaço velho como carinhosamente apelido os meus numa base diária, sou um comodista e não consigo largar o A/C, por acaso também faço mais de 50000Km ano o que é um numero jeitoso de km.
  • Os meus chaços velhos são usados essencialmente para descomprimir, o Flecha claramente numa toada calma e para destressar do dia a dia, de uma sociedade louca que anda a 1000 a hora e onde me incluo, quando ando com o Flecha, faço-o também para me esquecer e libertar durante uns momentos de tudo isso. O Endiabrado serve para descomprimir de uma maneira mais parva, mas enfim são gostos;).
  • Se é possível utilizar veículos com mais de 25/30 anos numa base diária? Eu diria claramente que sim, mas, é preciso situar-nos, onde moramos, que percurso fazemos, que tipo de transito temos. Pretendemos abdicar de um pouco de conforto e segurança, todos os dias? Um carro seja ele qual for desde que bem mantido efectua todos os percursos diários sem problemas, (não incluo problemas electrónicos nem de emissões poluentes), nós podemos querer viver com as suas limitações ou não. Na realidade somos na grande maioria comodistas.
  • Se eu preferia utilizar um carro clássico todos os dias? Sim, mas teria obviamente que colocar várias premissas. Se sairia mais barato do que um novo ou semi-novo é provável, mas a segurança é bem diferente e jogamos ou pelo menos eu às vezes penso nas probabilidades.
  • Por talhe de foice, numa revisão da carrinha da família a Maria andou com o Endiabrado (veículo com mais de 20 anos, chaço velho, não clássico) uma semana sem qualquer problema, só se queixou da falta de DA, lá está o conforto, se fosse de verão provavelmente queixava-se do A/C outra vez conforto.
  • Outro ponto, fiabilidade. O Rui acredita mesmo nesses estudos, no inicio do século XXI os fabricantes de motores começaram claramente a dizer que os motores estavam a ser estudados para durarem X mil Km, a Fiat foi a 1ª a ser clara o 1.3Multijet foi desenvolvido para durar 250.000Km, os outros calaram-se mas são iguais e revisões de 30 em 30 mil, ou 50 a 50 mil servem para Marketing, os Eng.º infelizmente calam-se pois os accionistas que lhes pagam o ordenado querem é que se vendam mais automóveis!
Resumindo, eu também uso os meus clássicos ao fim de semana, mas gostava que o mundo fosse mais "calmo" e os pode-se utilizar todos os dias. Talvez daqui a 30 anos!

Desfrute do seu Fiesta sempre que puder e principalmente lhe apetecer!

Abraço,
Excelente post!

Relativamente à projecção de vida para o motor devo relembrar que é uma metodologia muito comum. Todos os componentes são desenhados para garantirem uma vida mínima de x. As portas têm de abrir e fechar x vezes sem falhar, os bancos têm de reclinar x vezes sem falhar, etc. Isto dita os padrões de qualidade e os testes feitos durante o desenvolvimento. Como deverá compreender, mesmo ignorando custos e dificuldades técnicas, é impossível projectar um motor que dure um número infinito de Km, pois isso duraria um número infinito de horas a testar...

Os carros são projectados dentro de determinados parâmetros, e olhe que eles são em geral mais apertados hoje do que nunca... Há que fazer o melhor possível dentro do orçamento disponível. Um motor que hoje é projectado para 250.000 Km nos anos 80 seria projectado por exemplo para 150.000... E não quer dizer que um motor desenhado para durar pelo menos 250.000 Km não dure 500.000 se bem tratado...
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Só mais uma "achega" quanto à fiabilidade.
Do meu ponto de vista, em termos de motorização, o período em que se atingiu a melhor relação entre performance-fiabilidade foi no final da década de 80 até princípios do novo milénio, depois as leis relativas as emissões poluentes lixaram tudo!
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Todos sabem que pertenço ao grupo dos "maluquinhos" do Portal que andam de carro antigo no dia-a-dia já há uns bons 20 anos. Nestes anos todos tive:

- Tubo de água roto no Citroen Cx (que reparei na hora)
- Cabo de embraiagem partido no Giulia Sprint Gt Veloce (reboque)
- Válvula de escape queimada no Zagato a vir de Milão (continuou até Portugal em 3 cilindros)
- Veio de transmissão solto no 1750 Gtv (Culpa minha tinha acabado de o montar e coloquei mal a cruzeta)
- Giulietta Sprint embirrou e tive que a pegar com cabos de bateria (a bateria tinha 7 anos)
- Bomba de gasolina avariada no Giulia Sprint Gt (tive que vir mais devagar)
- Fumo branco no Alfa 90 a sair do escape (tive que pôr segmentos)
- 1300 Gt Junior parou na auto-estrada e nunca mais trabalhou (motor gripado, reboque)
- Alfa 75 Twin Spark parou (fusível reparado na hora)
- Citroen Ds não quis pegar (bomba de gasolina com mau contacto, foi só apertar)

Não me lembro de mais nada.

Em 20 anos (22 para ser mais exacto) tive apenas isto.

Sei o que tive, sei o que tive... apenas não sei o que poderia ter tido com carros novos, mas imagino, pois os meus amigos têm com cada problema que na maioria dos casos a marca diz que "é por mau uso", ou "a garantia não cobre" ou então "o arranjo até foi barato, foram apenas 3500 euros" ou outra qualquer parvoíce.

Eu pertenço ao grupo dos "maluquinhos", mas não quero pertencer ao outro grupo... ;)
 

Carlos Vaz

Pre-War
Eu pertenço ao grupo dos "maluquinhos", mas não quero pertencer ao outro grupo... ;)

LOL já eu queria pertencer aos 2!

Limito-me a pertencer ao grupo dos "tesos"... nem carro novo nem clássico!

Vou andando nuns carros velhos! ;)
E... como tal tento ajustar o melhor possivel dentro desses constrangimentos (financeiros) os carros que tenho aos meus gostos!
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Excelente post!

Relativamente à projecção de vida para o motor devo relembrar que é uma metodologia muito comum. Todos os componentes são desenhados para garantirem uma vida mínima de x. As portas têm de abrir e fechar x vezes sem falhar, os bancos têm de reclinar x vezes sem falhar, etc. Isto dita os padrões de qualidade e os testes feitos durante o desenvolvimento. Como deverá compreender, mesmo ignorando custos e dificuldades técnicas, é impossível projectar um motor que dure um número infinito de Km, pois isso duraria um número infinito de horas a testar...

Os carros são projectados dentro de determinados parâmetros, e olhe que eles são em geral mais apertados hoje do que nunca... Há que fazer o melhor possível dentro do orçamento disponível. Um motor que hoje é projectado para 250.000 Km nos anos 80 seria projectado por exemplo para 150.000...

Rui, vai-me desculpar mas isso não é a realidade!
As tolerâncias hoje são muito menores, a qualidade maior, mas para cumprir as leis sobre emissões poluentes, o motor está depente de tantos periféricos que, ou não funciona por causa dos periféricos ou por vezes "rebenta" por causa dos mesmos, exemplo, injectores!
As marcas decidiram abrir o jogo porque sabem que os carros após o tempo de vida máximo definido, normalmente 10 anos os veículos são para reciclar. Na maioria dos paises de Norte da Europa os veículos efectuam muitos km mas são deitados fora muito cedo. (só para ter uma ideia a proteção do consumidor obriga a que as marcas produzam peças para que mesmo após 10 anos depois da venda do veículo elas existam, caso contrário as marcas fariam o contrário).
Até ao final do século passado as marcas faziam os motores a pensarem nas rectificações que efectuavam aos mesmos para continuarem a andar. Hoje não existem mecânicos, existem mecatrônicos, ou "substituidores" de peças. Os motores quando agarram ou gripam, normalmente também se trocam não se reparam! Antigamente eram reparados e muitas vezes a tolerância era tal que eram reparados muitas vezes.
Mas acho que o tópico não é sobre isso;).
 

Carlos Vaz

Pre-War
Só gostava de saber quantos quilómetros têm muitos dos carros antigos que por aí andam...

Ficarias surpreendido!
A grande maioria é bem capaz de andar abaixo dos valores que se falaram por aí.
Lembra-te do que disse anteriormente, são carros de uma época em que não havia assim tanta mobilidade e em que se faziam poucos kms. Quando a situação mudou e se começou a andar mais, já eram "velhos" e ninguém os queria.
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Ficarias surpreendido!
A grande maioria é bem capaz de andar abaixo dos valores que se falaram por aí.
Lembra-te do que disse anteriormente, são carros de uma época em que não havia assim tanta mobilidade e em que se faziam poucos kms. Quando a situação mudou e se começou a andar mais, já eram "velhos" e ninguém os queria.

Dr. Vaz, é na grande maioria verdade, mas eu fico surpreendido quando vejo um Cleon fonte de 1108cc, a fazerem 600 ou 700 mil km em 4L e R5;).
São uns charutos:lol::lol::lol:.
 
OP
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Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
Rui, vai-me desculpar mas isso não é a realidade!
As tolerâncias hoje são muito menores, a qualidade maior, mas para cumprir as leis sobre emissões poluentes, o motor está depente de tantos periféricos que, ou não funciona por causa dos periféricos ou por vezes "rebenta" por causa dos mesmos, exemplo, injectores!
As marcas decidiram abrir o jogo porque sabem que os carros após o tempo de vida máximo definido, normalmente 10 anos os veículos são para reciclar. Na maioria dos paises de Norte da Europa os veículos efectuam muitos km mas são deitados fora muito cedo. (só para ter uma ideia a proteção do consumidor obriga a que as marcas produzam peças para que mesmo após 10 anos depois da venda do veículo elas existam, caso contrário as marcas fariam o contrário).
Até ao final do século passado as marcas faziam os motores a pensarem nas rectificações que efectuavam aos mesmos para continuarem a andar. Hoje não existem mecânicos, existem mecatrônicos, ou "substituidores" de peças. Os motores quando agarram ou gripam, normalmente também se trocam não se reparam! Antigamente eram reparados e muitas vezes a tolerância era tal que eram reparados muitas vezes.
Mas acho que o tópico não é sobre isso;).
António, antigamente havia maior necessidade de prever a reparação porque a durabilidade dos componentes como o motor era inferior. Actualmente tipicamente um motor dura a vida prevista para o carro, pelo que não há necessidade de prever esses mecanismos. Iam aumentar o custo do carro sem grande benefício para o consumidor pelo que não seria um bom investimento por parte das marcas.

É engraçado como nos fóruns de carros novos encontro-me a defender as virtudes dos antigos e aqui encontro-me a defender as virtudes dos novos... Porque não podemos usufruir dos 2? ;)
 

Carlos Vaz

Pre-War
Quando comecei a trabalhar no ramo automóvel em 1990 lembro-me perfeitamente que quando um carro ultrapassava os 100mil era brutalmente desvalorizado porque já ninguém o queria comprar. Isto só não era válido para Mercedes, e carros japoneses desde que a gasóleo.
O que só vem corroborar o que venho dizendo, faziam-se muito menos kms. Concedo no entanto que (tal como disse o @Eduardo Relvas) as estradas eram piores... bom, há dias percorri o troço entre Grandola e Alcácer do Sal e... afinal se calhar as estradas na altura até eram boas! ;)

O ultimo carro que comprei cá para casa (bom... não era bem um carro... era uma especie de trator) veio com 435mil... e alguém pagou por ele para o levar com a traseira desfeita e... 450mil acabados de fazer.
 

Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
Na primeira página até vemos um membro a dizer "arranje um 205 e esqueça os plásticos", como se um 205 não estivesse cheio de plástico (e bem fraquinho que aqueles tabliers racham todos)...
Alto e pára tudo!
Antes de mais há dois erros a destacar, um meu que não transmiti a mensagem que queria passar, outro seu que não entendeu onde eu queria chegar (mea culpa pois é consequência do primeiro erro).
O que eu acho é que o seu Fiesta não lhe dá gozo suficiente. As razões só o Rui as conhecerá, mas se tivesse uma versão que apela realmente aos sentidos, creio que iria desculpar todos os defeitos pois cada momento ao volante deixaria-lhe um sorriso na cara.
Falei no 205 GTi pois não conheço ninguém que já o tenha experimentado e tenha ficado indiferente, é verdadeiramente viciante.
Acho que o que lhe faz falta é isso mesmo, um carro viciante, seja ele clássico ou moderno.
Quando encontrar esse veículo viciante vai ver que não pensa em mais nenhum!
Eu também gosto muito de conforto, porque o que tenho acesso numa base diária é demasiado banal. No entanto tenho um que é barulhento, pequeno, duro e desconfortável mas, quando ando nele, só quero é andar sem destino, qualquer trajecto é uma emoção, a vontade de parar nunca aparece...
 
OP
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Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
Quando comecei a trabalhar no ramo automóvel em 1990 lembro-me perfeitamente que quando um carro ultrapassava os 100mil era brutalmente desvalorizado porque já ninguém o queria comprar. Isto só não era válido para Mercedes, e carros japoneses desde que a gasóleo.
O que só vem corroborar o que venho dizendo, faziam-se muito menos kms. Concedo no entanto que (tal como disse o @Eduardo Relvas) as estradas eram piores... bom, há dias percorri o troço entre Grandola e Alcácer do Sal e... afinal se calhar as estradas na altura até eram boas! ;)

O ultimo carro que comprei cá para casa (bom... não era bem um carro... era uma especie de trator) veio com 435mil... e alguém pagou por ele para o levar com a traseira desfeita e... 450mil acabados de fazer.
Nem mais, agora já se encara os 200.000 Km como a barreira psicológica...
Para além disso, antes da massificação da galvanização, em poucos anos a carroçaria ficava em mau estado.
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
LOL já eu queria pertencer aos 2!

Limito-me a pertencer ao grupo dos "tesos"... nem carro novo nem clássico!

Vou andando nuns carros velhos! ;)
E... como tal tento ajustar o melhor possivel dentro desses constrangimentos (financeiros) os carros que tenho aos meus gostos!

@Carlos Vaz, acabaste de dar um exemplo do que disse.

Uma coisa é sermos "tesos", outra é enganarmo-nos a nós próprios.

Tal como tu disseste: "vou andando nuns carros velhos", é preciso ter a noção, essa noção de que o carro que comprámos é apenas um carro velho (e barato) e não um clássico.

Eu também já referi muitas vezes que o meu carro do dia-a-dia é apenas um carro velho. É velho porque foi barato, está num estado razoável e é dos anos 80. Por sorte, mesmo assim, vai andando, é confortável, fiável, leva-me a todo o lado e gosto muito dele! ;)
 

Carlos Vaz

Pre-War
mas eu fico surpreendido quando vejo um Cleon fonte de 1108cc, a fazerem 600 ou 700 mil km em 4L e R5;).

Sim... eu também fico surpreendido com isso. Mas não é por aguentarem, é por haver alguém (não será o @Rui Meireles de certeza) suficientemente masoquista para aguentar isso durante tanto tempo. É que ainda por cima são lentos, levam mesmo muito tempo para os fazer! ahahahahahah pronto "mode humoristico off"

É engraçado como nos fóruns de carros novos encontro-me a defender as virtudes dos antigos e aqui encontro-me a defender as virtudes dos novos... Porque não podemos usufruir dos 2? ;)

LOL... estás a falar de ti? É que julguei reconhecer-me nisso!
 
OP
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Rui Meireles

Rui Meireles

Veterano
Alto e pára tudo!
Antes de mais há dois erros a destacar, um meu que não transmiti a mensagem que queria passar, outro seu que não entendeu onde eu queria chegar (mea culpa pois é consequência do primeiro erro).
O que eu acho é que o seu Fiesta não lhe dá gozo suficiente. As razões só o Rui as conhecerá, mas se tivesse uma versão que apela realmente aos sentidos, creio que iria desculpar todos os defeitos pois cada momento ao volante deixaria-lhe um sorriso na cara.
Falei no 205 GTi pois não conheço ninguém que já o tenha experimentado e tenha ficado indiferente, é verdadeiramente viciante.
Acho que o que lhe faz falta é isso mesmo, um carro viciante, seja ele clássico ou moderno.
Quando encontrar esse veículo viciante vai ver que não pensa em mais nenhum!
Eu também gosto muito de conforto, porque o que tenho acesso numa base diária é demasiado banal. No entanto tenho um que é barulhento, pequeno, duro e desconfortável mas, quando ando nele, só quero é andar sem destino, qualquer trajecto é uma emoção, a vontade de parar nunca aparece...
Rafael, então afinal estamos mais alinhados do que pensava!
Feliz ou infelizmente estou bem servido de carros. Tenho outros mais potentes e rápidos. Pode parecer estranho, mas olhe que numa estrada nacional bem enrolada, ainda é o Fiesta o que me dá mais gozo de guiar. Em pista já gosto mais dos outros. ;)
 

Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
@Carlos Vaz, acabaste de dar um exemplo do que disse.

Uma coisa é sermos "tesos", outra é enganarmo-nos a nós próprios.

Tal como tu disseste: "vou andando nuns carros velhos", é preciso ter a noção, essa noção de que o carro que comprámos é apenas um carro velho (e barato) e não um clássico.

Eu também já referi muitas vezes que o meu carro do dia-a-dia é apenas um carro velho. É velho porque foi barato, está num estado razoável e é dos anos 80. Por sorte, mesmo assim, vai andando, é confortável, fiável, leva-me a todo o lado e gosto muito dele! ;)
Excelente resumo!
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Quando comecei a trabalhar no ramo automóvel em 1990 lembro-me perfeitamente que quando um carro ultrapassava os 100mil era brutalmente desvalorizado porque já ninguém o queria comprar. Isto só não era válido para Mercedes, e carros japoneses desde que a gasóleo.
O que só vem corroborar o que venho dizendo, faziam-se muito menos kms. Concedo no entanto que (tal como disse o @Eduardo Relvas) as estradas eram piores... bom, há dias percorri o troço entre Grandola e Alcácer do Sal e... afinal se calhar as estradas na altura até eram boas! ;)

O ultimo carro que comprei cá para casa (bom... não era bem um carro... era uma especie de trator) veio com 435mil... e alguém pagou por ele para o levar com a traseira desfeita e... 450mil acabados de fazer.

Faziam menos quilómetros? Até podes ter razão, então vamos fazer o seguinte raciocínio:

Se hoje faz-se em média cerca de 15 ou 20 mil kms por ano... vamos pegar nos 15 e dizer que antigamente só se fazia metade... ah que se lixe: fazia-se apenas um terço, ou seja 5 mil kms. Se pegarmos num carro de 1966, que até acaba por ser um clássico recente, o carro tem 50 anos e já fez 250.000 quilómetros. Ainda continua a andar e... agora vem a parte divertida: daqui a 50 anos já tem mais 250 mil em cima, sabemos todos que continuará a andar e estes carros novos estão todos no lixo porque já ninguém tem pachorra para restaurar centralinas, nem lcd's, nem o resto das parafernálias electrónicas "drive by wire and so on"... acho eu de que ;)
 

Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
Pode parecer estranho, mas olhe que numa estrada nacional bem enrolada, ainda é o Fiesta o que me dá mais gozo de guiar.
Ora lá está, este é o problema, é que as estradas não são sempre nacionais bem enroladas, há outras variantes. E ao que parece o Rui não consegue retirar prazer do Fiesta nas outras variantes. Pergunto-lhe, será que escolheu o modelo que melhor se adapta a si? Porque razão só gosta do Fiesta em nacionais enroladas?
 
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