Em busca de um Citroën GS

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Sobretudo, se tivesse espaço, gostava de me abifar a um GSA: tenho um fetiche por aqueles satélites dos comandos. No caso dos GS, eu optaria pelos primeiros - têm um design mais purista e a particularidade desse estilo de quadrante com a luneta que fez furor depois nos CX - por isso, talvez venham a ser mais valorizados, também.

A substituição dos tubos depende sempre do estado de circulação. Parado, ficam ressequidos e isso é um circuito sob pressão... No CX, depois de apenas 2 anos parado, fiquei duas vezes no caminho - e rebentando um tubo há muito pouco a fazer: fica-se sem suspensão e a seguir sem direção e travões.

Quanto aos sites, às vezes é naquele menos conhecido e que demora a ser descoberto que se encontra a informação mais completa, por isso convém sempre continuar a procurar (aprendi isso com um site mais dedicado aos 1º 2CV)

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Esta foto podia perfeitamente ser a GS Pallas dos meus pais. O primeiro carro em que me lembro de andar. Exactamente igual a esta, em tudo.
;)

Também tenho uma loucura pelos satélites e pela lupa do quadrante do GSA. Era esse o meu argumento para comprar aquele GSA em Setembro.
Mas acho que me arrependeria sempre que visse um GS, sem o plástico proliferante e com a pinta da inexistência da quinta porta.
 

Anexos

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Para tornar a decisão mais dificil:p
http://www.custojusto.pt/lisboa/ligeiros-passageiros/citroen-gsa-special-18013491

Com uns carinhos a maneira fica bem porreiro este GSA
É justamente esse a causa do meu dilema. Tenho o preço bem negociado. Tem histórico completo; IPO; funciona regularmente. Tem aquele quadrante lunático do GSA que eu adoro (igual ao dos primeiros CX) e não tem nenhuma manete (igual aos primeiros VISA). É a versão base (Spécial), mas é já a última (com o motor 1299cm3, caixa de 5, isqueiro e relógio).
Só é pena aquele plástico todo nos pára-choques, espelhos e puxadores. :(
 
É justamente esse a causa do meu dilema. Tenho o preço bem negociado. Tem histórico completo; IPO; funciona regularmente. Tem aquele quadrante lunático do GSA que eu adoro (igual ao dos primeiros CX) e não tem nenhuma manete (igual aos primeiros VISA). É a versão base (Spécial), mas é já a última (com o motor 1299cm3, caixa de 5, isqueiro e relógio).
Só é pena aquele plástico todo nos pára-choques, espelhos e puxadores. :(

Acho que vais viver com esse dilema para sempre independentemente do modelo que escolhas, a não ser que compres um GS e um GSA... Assim, ficarias com a colecção completa e com todos os detalhes de que gostas distribuídos pelos dois carros... :D

Um dos factores positivos de acompanharmos tópicos de Portalistas apaixonados por determinados modelos é que nos faz olhar para alguns carros com um nível de atenção que de outra forma não lhes daríamos. E, de facto, o interior deste GSA é qualquer coisa de único...

É o rádio que está entre os bancos frontais junto à alavanca da caixa de velocidades? E o travão de mão é a alavanca que está no local onde habitualmente está o rádio? Tudo no interior deste carro é diferente do expectável, mas sempre com bom gosto... :thumbs up:
 
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Amanhã vou ver um GS Club de 1974. Trabalha, mas está parado há 2 anos. Segundo ele me explicou, a suspensão sobe mas na posição mais baixa os travões não funcionam. Pode ser o circuito mal sangrado, não sei se não será mais grave que isso (esfera acumuladora central, por exemplo).
Estou entusiasmado, mas com medo da situação de documentos (o vendedor foi evasivo) e da ferrugem (ele disse "tem alguma, mas é normal"... Pode estar todo podre.

A parte boa é que é a primeira série (com quadrante de lupa/olho de ciclope), na versão melhor (Club, pois a Pallas só saiu em 1976, o que significa revestimentos melhores, conta-rotações, relógio, isqueiro e cinzeiros), com o motor 1220cm3.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
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É que nem as tabelas de cotações ajudam...
Código:
                Produção     Concurso        A Circular        Restauro  
GS Berline      1970-72        5.200          2.280              950
GS 1220 Club    1972-76        4.400          1.800              750
GS Pallas       1972-79        4.800          1.980              825
GS X 2/ X 3     1975-79        5.300          2.220              925
GSA Pallas      1980-86        4.000          1.680              700
GSA X 3         1980-86        4.600          1.680              700
GSA Break       1979-85        3.500          1.680              700

:rolleyes:
 
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Ponto de situação:

GS Club de 1974 (visita agendada para hoje): antes de me meter à estrada para 130kms, o vendedor cancelou. Talvez amanhã de manhã.

Suposto GS Pallas de 1980 (quando em 1980 já não havia GS Pallas, mas já o GSA. O único GS que havia era o base [Spécial], com o motor de 1129cm3): não consegui ainda arranjar compatibilidade de agenda com a vendedora para percorrer os 200kms necessários para o ir ver.

O excelente GSA Spécial de 1981: continua a assombrar-me e a tentar desviar-me do caminho que eu tinha delineado (um GS).
 
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Nelson Santos

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É que nem as tabelas de cotações ajudam...
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                Produção     Concurso        A Circular        Restauro 
GS Berline      1970-72        5.200          2.280              950
GS 1220 Club    1972-76        4.400          1.800              750
GS Pallas       1972-79        4.800          1.980              825
GS X 2/ X 3     1975-79        5.300          2.220              925
GSA Pallas      1980-86        4.000          1.680              700
GSA X 3         1980-86        4.600          1.680              700
GSA Break       1979-85        3.500          1.680              700

:rolleyes:
Hugo, onde é que conseguiste esta tabela?
 
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Acabei de chegar da minha viagem para ver um GS Club de 1974, com o motor de 1220cm3. No geral, gostei!
Apesar de parado há 2 anos, o motor arrancou imediatamente; a suspensão subiu rapidamente para o nível de circulação. A sonoridade é saudável. O preço parece justo. Tem umas mazelas, claro. Alguns pontos de ferrugem, tecido da chapeleira morto.
O tubo de escape apodreceu (como é habitual nos GSs). O vendedor comprou um novo e aplicou a panela e a ultima secção. O resto vem com o negócio, para eu aplicar se o resto entretanto já tiver morrido. As esferas são recentes, não devem precisar de ser recarregadas ou substituídas.

Bom, e porque é que entao não o trouxe já comigo?
Porque preciso da vossa ajuda.
1. Ferrugem: não perdendo de vista que eu não quero um carro para restaurar (apenas quero recuperar e usar), segui à risca o guia de compra do site GSAventure, que explica os pontos críticos. Fundos debaixo dos pés do condutor e do passageiro; parte inferior das portas; base da bateria; base da bagageira.
Curiosamente, estes não estavam nada maus! Fiquei muito entusiasmado com isso.
Mas encontrei outros. E como não sei distinguir a ferrugem superficial da que é profunda, trouxe fotos das partes piores, para pedir a vossa opinião.
Assim está o portão da bagageira:
image.jpeg

E há alguns picos no topo das portas:
image.jpeg

Fora isso, há ferrugem no avental da grelha (problema insolúvel mas não preocupante, segundo o GSAventure) e há nalgumas junções, nas ombreiras das portas.
A mim, isto parece superficial. Estou enganado?

2. Sistema hidráulico: tem um problema. Segundo o vendedor explicou, a alavanca que regula a altura do carro ao solo partiu do tirante que dá essa informação às esferas. Logo, não permite mexer na altura e, por isso, só o pude ver subir para a posição que está colocada.
Assim, isto pode ser simples de resolver (uma nova alavanca faz o sistema funcionar em pleno) ou estar a ocultar algum problema hidráulico. Pode acontecer que se troque a alavanca e o carro não suba mais, escondendo problemas no acumulador central ou nas válvulas do sistema.
Este é motivo para fugir? Ou não?
Se não for: trocar essa alavanca será coisa possível de fazer em casa, sem elevador? É que o seu funcionamento é essencial, desde logo porque o nível de LHM só se verifica na posição mais alta.

3- A cor. Não sei se gosto dela. É o Rouge de Rio (AC434), que veio no GS, no ID/DS e no Ami8. É um vermelho cereja, a passar para o cor de rosa. Tenho de pensar se gosto ou não.
image.jpg
(Os frisos de plástico que alguém ali colou são do GSA. Ficam terrivelmente no GS)
 

Anexos

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Rafael Isento

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Afonso, quanto estarias disposto a gastar na recuperação total da carroçaria do GS? Entregando o carro, eles desmontam, tratam chapa, pintam e montam. Atenção, é pessoal ligado há marca.
 
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Afonso, quanto estarias disposto a gastar na recuperação total da carroçaria do GS? Entregando o carro, eles desmontam, tratam chapa, pintam e montam. Atenção, é pessoal ligado há marca.
Nem é (só) uma questão de gasto. É mesmo o gozo que me tem dado fazer eu próprio o máximo que puder. Por isso, queria encontrar uma base que me permitisse só reparar um ou dois painéis que disso precisassem, sem necessidade de restauro.
Das tuas palavras deduzo que aches que há aqui podres profundos. É isso?
 

Rafael Isento

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Nem é (só) uma questão de gasto. É mesmo o gozo que me tem dado fazer eu próprio o máximo que puder. Por isso, queria encontrar uma base que me permitisse só reparar um ou dois painéis que disso precisassem, sem necessidade de restauro.
Das tuas palavras deduzo que aches que há aqui podres profundos. É isso?
É impossível saber o real estado, mas essas bolhas indicam muita ferrugem. Se o carro já levou um "banho" ou "fuminho" como costumam dizer, e se foram aplicadas massas, encontrar os verdadeiros podres só mexendo de forma profunda. Num carro dessa idade e qualidade de chapa, convém ir ao osso.
Por vezes até os olhos e mãos experientes ficam surpresos com o que aparece por baixo da tinta.
Um painel podre não me assusta, mas se desconfiasse que um membro estrutural pudesse estar podre, acho que nunca iria ter confiança para conduzir o carro.
O restauro da chapa para mim é, acima de tudo, uma questão de segurança.
 
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É impossível saber o real estado, mas essas bolhas indicam muita ferrugem. Se o carro já levou um "banho" ou "fuminho" como costumam dizer, e se foram aplicadas massas, encontrar os verdadeiros podres só mexendo de forma profunda. Num carro dessa idade e qualidade de chapa, convém ir ao osso.
Por vezes até os olhos e mãos experientes ficam surpresos com o que aparece por baixo da tinta.
Um painel podre não me assusta, mas se desconfiasse que um membro estrutural pudesse estar podre, acho que nunca iria ter confiança para conduzir o carro.
O restauro da chapa para mim é, acima de tudo, uma questão de segurança.
Fuminho não parece ter. Digo isto por duas razões. Por um lado, porque há muitas falhas na pintura (dá ideia que pingou qualquer coisa no carro e que estragou a tinta em vários pontos). Ora, isso não existiria se tivesse sido pintado.
Vê-se aqui, no tejadilho, na porta e no guarda-lamas.

image.jpg

Por outro lado, os pontos de ferrugem nos sítios típicos (avental frontal) indiciam que não houve disfarce, pois isso teria sido tapado.
Além disso, os fundos parecem bem: nenhuma ferrugem à vista nem podridão ao toque.

Além disso, o "fuminho" não teria abrangido a parte interior do capot, que está bom.

image.jpg

Mas claro, nunca posso jurar.
Eu fiquei com bom feeling. Mas vou reflectir, pensar, acalmar a emoção. E marcar uma ida a Viseu para ver o suposto Pallas azul de 1980. ;)
 

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Rafael Isento

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Afonso, o meu ponto de vista é o seguinte:
Este modelo, bem recuperado e bem mantido, resiste bem e é um excelente clássico.
Negligenciado ou recuperado com pouco rigor, dará umas belas dores de cabeça e causará algum estrago na conta bancária.
Se vai dar despesa, que seja apenas uma vez, na sua recuperação. Depois disso é como qualquer outro, manutenção atempada e os "mimos" de que estas "jóias" carecem.
 

HugoSilva

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Hugo, onde é que conseguiste esta tabela?
@Nelson C. Santos, não ligues muito àqueles valores, no final do dia os carros vendere-se-ão e valerão aquilo que os entusiastas decidirem mas de qualquer das formas coloquei na minha assinatura as tabelas da Motorclássico que saíram no ínicio deste ano, só não tenho a alemã mas o ano também está a terminar, para o ano atualiza-se com as mais recentes ;) (se quiseres as de 2014 também as tenho).

@afonsopatrao, em relação à cor que não sabes se gostas (na verdade não gostas senão já sabias e não estavas indeciso), é possível reparar aqueles pontos problemáticos sem dar nova pintura? Em caso de isso não ser possível o carro precisaria de nova pintura logo à partida poderias escolher a cor que mais gostas de entre as que a Citroen disponibilizava nesse ano... ou será que vais ser nazi da originalidade e manter o cereja? hehe (pessoalmente esta cor não me chora por uma simples razão, acho que nunca tinha visto um GS nesta cor...).
 
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Esta cor saiu nos GS só até 1974. Depois todos os vermelhos desapareceram do catálogo é só voltaram em 1977 com o vermelho vivo.
Por isso é que há tão poucos desta cor. Mas Ami havia muitos!
A minha questão com a cor é mesmo não saber se gosto. Por um lado, acho-a muito datada, deliciosamente 70s. Por outro, tenho receio que deixe as linhas do GS desmaiadas, apagando o seu brilhante desenho.
De todo o modo, quando bem tratada, tem mais pinta:
image.jpeg
 

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