À PROCURA DO PONTO (parte 2)
Antes de mais um agradecimento especial à malta que tem paciência para me aturar com o Speedy!
A três de agosto e conforme havia sido combinado, levei novamente e após o jantar o Speedy à Garagem dos Chaços, aproximadamente uns 35 Km, a viagem até começou bem, facilmente pegou a trabalhar e sem falhas, mas por pouco tempo, após algumas centenas de metros percorridas os falhanços e soluços apareceram com força até às 3500 Rpm que quando ultrapassadas os mesmos praticamente desaparecem; será falta de uma afinação mais fina dos carburadores e ponto do motor, quis eu crer e como estava a caminho dela... siga... que prá frente é que é caminho. Na N14 para manter o motor acima das 3500 Rpm a 4ª velocidade não pode ser utilizada:
Teoricamente é isto:
Têm de ser as 2ª e 3ª velocidades se eu não quiser sofrer dentro do carro safanões... como estes?!:
E todo o caminho foi:
Ai bailha-me Deus...! Porque foi muito dificil mantê-lo acima das 3500 Rpm.
Lá chegados e enquanto o resto do pessoal não chegava ganhei uma visita guiada à Garagem dos Chaços pelo
Armando, para além dos muitos carros tem muita coisa bem interessante, um verdadeiro e multifacetado museu particular.
Chegado o
Luís, de imediato lançamos mãos à obra, grelha e capot fora, motor a trabalhar e a segunda parte da procura do ponto iniciou-se, mais uma vez a pistola estroboscópica foi posta de lado e o ponto encontrado de ouvido, motor desligado. Filtros de ar fora e atacamos os carburadores... liga motor, desliga motor, liga motor... e a certa altura o motor de arranque ficou colado a trabalhar só parava desligando o corta-corrente geral voltando a trabalhar mal o corta-corrente (situado no tablier) fosse ligado mesmo sem ligar a ignição.
O resto da malta já tinha chegado e o
António disse logo: é o corta-corrente,
António, desmonta lá o tablier para vermos o que se passa!
Torci o nariz, não me agradou a ideia, o
António julga que eu ainda tenho a mesma agilidade que ele, é que o tablier é preso por seis porcas de orelhas em sítios pouco acessíveis, duas delas só as consigo alcançar praticamente fazendo o pino, mas pronto, com gosto fiz-lhe a vontade até porque o interesse era meu. Nada de errado encontrado! O que será? O que não será? Era mesmo a velha bobine de chamada do motor de arranque que tinha ficado presa na posição de contacto. Será que vou ter de ir a pé para Famalicão? Nope! De maneira nenhuma, o
António tem em casa uma bobine de chamada recondicionada tendo no momento e uma vez mais, baixado o Espírito do Portal dos Clássicos. O
Nuno com o seu 106 XSI ofereceu-se de imediato para levar o
António a casa para apanhar a tal bobine. Antes de arrancarem diz o
António:
António, enquanto vamos buscar a bobine podes voltar a pôr no sítio o tablier, já não há lá nada a fazer.
Ai Ai Sâre!
Mais uma sessão de contorcionismo e tablier no sítio.
Chegada a bobine recondicionada e posta no lugar:
Funcionou correctamente e o motor começou a trabalhar tendo o
Luís iniciado o acerto dos carburadores com as ajudas disto:
E disto:
O ralenti ficou mesmo bom mas de vez em quando ainda se notavam algumas pequenas falhas. Decidimos trocar o rotor e tampa do distribuidor por material novo tendo eu e o
Luís ficado contentes com o resultado.
Speedy a descansar um pouco e o pessoal a
cumbiber!
Estava na hora de regressar a casa, motor a trabalhar, luzes ligadas e... velocímetro às escuras, quando coloquei o tablier no lugar inadvertidamente terei soltado a lâmpada do velocímetro que ficou a iluminar os pedais, menos mal, o ponta-taco fica bem visível.
Mais uma vez as primeiras centenas de metros foram percorridas sem falhas, eu já a esboçar um sorriso pensando que o regresso seria rapidinho... mas... tem mesmo mau feitio o raio do Speedy, logo regressaram os falhanços e soluços até às 3500 Rpm, o regresso até foi mais difícil porque tive o azar de encontrar dois camiões TIR que não ultrapassavam os 50 Km/h obrigando-me a usar por mais tempo a segunda velocidade para evitar incomodos abanões, não havendo possibilidade de ultrapassar tive de os aguentar até saírem da frente o que aconteceu praticamente a chegar a casa. UFA!!!
No dia seguinte tirei-lhe as velas e encontrei-as assim:
Mesmo muito bom aspecto, o
Luís fez um óptimo trabalho!
Quanto à bobine avariada o
António levou-a para autopsiar e recondicionar:
(Créditos António Barbosa)
Concluiu que em tempos terá sido aberta por já ter 4 parafusos bem fatelas em vez de cravos e terá ficado presa por dois dos parafusos terem perdido as respectivas porcas, razão tem o
Luís em dizer que há porcas que fazem muita falta:
(Créditos António Barbosa)
Já funciona muito bem e como não podia deixar de ser, sendo o
António a recondicionar só poderia ser fechada por parafusos umbrako inox:
(Créditos António Barbosa)
Resumindo:
Quando tiver pachorra vou ter de procurar algum fio eléctrico que poderá estar traçado e a causar estes falhanços no funcionamento do motor e como não se encontra pachorra à venda... o Speedy tão cedo não voltará a sair à rua.
P.S.- O acordo ortográfico que vá para o tal cesto!