Caros amigos,
Antes de mais peço desculpa pela demora, mas ultimamente não tem sido fácil ter tempo para estar sentado ao computador. Já deixei acumular algum trabalho, por isso este report não vai ser completo, pelo que deixo já as minhas desculpas, mas ainda assim vão ver que é bem grande. Mas vamos ao que interessa:
Comecei pelo trabalho que tinha ficado pendente da última vez, e que não é pequeno... retirar a porca da frente da cambota. No caso destes primeiros twin-cam, é uma porca de 34 mm que fica no interior do centrifugador de óleo, nos modelos seguintes é geralmente de 38 mm, mas segundo me consta alguns modelos mais modernos voltaram a ter de 34.
Como a porca tem um aperto monumental (cerca de 160 lb.ft, se não estou em erro), leva um bocado a persuadir... no meu caso, "um bocado" foi a maior das barras de 3/4" que tenho, um pré-aquecimento com o maçarico e sentar-me em cima do bloco para ele não levantar com a força...(!!!). Mas lá saíu, e retirei o suporte do retentor dianteiro, que aparafusa ao bloco e ao carter:
Atenção que os parafusos do carter têm anilhas especiais cortadas, não convém perdê-las senão depois é uma dor de cabeça para as reproduzir...
Assim lá foi retirado o arsenal da frente da cambota, e mais uma vez devidamente catalogado. Atenção que entre a polie dianteira e a da correia de distribuição (pelo menos neste modelo) há um o-ring de vedação, que tem de ser substituído.
Passando para a outra extremidade da cambota, já se pode desaparafusar o volante:
Mais uma chamada de atenção, pois estes parafusos que seguram o volante são de aço de alta graduação, não convém trocá-los por outros quaisquer. A placa que fica por baixo também é essencial à sobrevivência do volante, ao distribuir a carga de aperto em vez de concentrar na zona da cabeça do parafuso, o que poderia ser catastrófico... estes componentes estão sujeitos a esforços torsionais muito elevados:
Aqui vemos o volante já separado. Em breve será aligeirado para depois ser equilibrado em conjunto com a cambota, além de outra operação importante para a maior resistência da sua união com a cambota...
Se repararem na parte de trás da cambota, há dois furos adicionais além dos 6 dos parafusos (note-se ainda o rolamento de apoio do veio primário da caixa, nos motores transversais este rolamento não existe, foi substituído por um casquilho plástico):
Estes dois furos são uma medida que já mostra a intenção da Fiat logo desde o início de aplicar o motor em desporto. Destinam-se a poder aplicar dois pernos de alinhamento (dowels, em inglês) entre a cambota e o volante, de modo a reduzir a carga torsional nos parafusos, uma medida de segurança essencial em motores de alto desempenho. Na traseira do volante não há furos, mas em breve estarão lá... pode ver-se a marca dos furos da cambota lá marcados:
Bem, regressando ao motor em si, lá se retirou o carter, para ver o que guardava lá dentro:
Removendo a bomba de óleo e o tubo do respiro, tem-se acesso total à cambota:
Entretanto, com o bloco já mais levezinho graças à remoção do volante, lá teve direito a ir prá bancada...
Começa-se então pacientemente a retirar os fundos das bielas e os apoios da cambota, arrumando tudo direitinho (aqui é mais obsessão minha, pois estão todos numerados para não haver trocas):
Pouco depois, lá temos a menina toda livre:
Neste caso, o estado da cambota é razoável, vê-se que o motor foi trabalhado pouco antes de o carro ser parado, mas infelizmente foi vítima de contaminação do óleo pela humidade e muito tempo parado, o que deixou o óleo numa lástima e marcou ligeiramente a cambota. Vamos ver se o despolimento chega, ou se terá de ser rectificada.
Na frente da cambota deste modelo com centrifugador há que ter cuidado e retirar por ordem todos estes componentes dedicados à separação do óleo:
Na traseira, temos também os rolamentos de flutuação axial (thrust bearings), que regulam a folga da cambota ao longo do seu eixo. Leva um de cada lado do bloco, só na parte de cima. Podem-se ver as suas extremidades encostadas à parte da cambota que ficaria debaixo do apoio:
Depois de retiradas as partes do fundo das bielas, podem-se empurrar as bielas com os pistões pelo cilindro abaixo para as retirar pelo topo do bloco. Se pensarem reaproveitar as camisas, convém fazer isto com muito cuidado para não riscar. Aqui estão eles já em cima da mesa:
Entretanto ao retirá-las descobri que os apoios das bielas na cambota já foram rectificados, e sinceramente não fiquei impressionado com a qualidade do trabalho, vou ter de medir com calma e observar os estragos pois a face lateral ficou muito mal acabada. Em princípio talvez se salve, mas só o tempo dirá... Agora preciso também é de medir com o micrómetro para saber qual a medida de rectificação que foi utilizada:
Voltando-me novamente para o bloco, veio a empreitada de retirar as relas das galerias de arrefecimento... por fora têm sempre bom aspecto, mas nunca se deve confiar nisso:
Estas ainda não deviam lá estar há muitos km, mas com o motor parado o anticongelante degenera e sempre corrói... algumas já estavam um bocadito atacadas:
Atenção que só devem retirar as 4 da lateral, há uma mais pequena na face do bloco que é de uma galeria de óleo e não vale a pena mexer-lhe, não está sujeita a corrosão e seria um pesadelo garantir a sua estanquecidade se fosse mexida!
A cambota já em cima da bancada para ser limpa e inspeccionada. Depois de limpa, será levada à inspecção de fissuras, bem como o volante, o bloco, a cabeça, as bielas... Depois, medição das cotas de rectificação, roscar as extremidades das galerias de óleo para aceitar tampões roscados em vez de meras relas, e vai para equilibragem dinâmica com o volante.
Entretanto, com o bloco vazio, aproveitei para ensaiar a montagem no suporte de motores. A adaptação foi fácil e de facto dá um jeitão poder manobrar o bloco à vontade, já devia ter comprado uma coisa destas há séculos, mas antigamente cá ninguém sequer sabia o que isto era ou queriam uma fortuna. Mas enfim, lá foi ele prás cavalitas do suporte:
Outro pormenor que nos diz muito sobre o motor é apreciar o resíduo dentro do separador de vapores do carter. Neste caso o resíduo é mínimo, o que mostra que este motor trabalhou sempre em condições correctas, pelo menos desde a última intervenção:
Um dos últimos pormenores que tenho documentados é este da placa do fundo da galeria de arrefecimento (que podem ver ao cimo ainda montada na traseira do bloco por cima do volante). Como teve contacto com os resíduos da galeria acabou por sofrer uma boa dose de corrosão, o que me leva a pôr em dúvida a sua eficácia futura. Um dia destes vou utilizá-la como padrão para fazer uma cópia, em vez de me fiar... apesar da sua espessura, a corrosão já avançou demasiado para o interior para me deixar descansado.
Depois disto, os componentes já levaram um desengorduramento rigoroso e lavagem, e os componentes fundamentais foram todos à inspecção com líquido penetrante para detectar eventuais fissuras que possam comprometer a sua eficácia. Da próxima vez já documento essa parte, pois esqueci-me da máquina no meu gabinete.
Um abraço a todos!
Antes de mais peço desculpa pela demora, mas ultimamente não tem sido fácil ter tempo para estar sentado ao computador. Já deixei acumular algum trabalho, por isso este report não vai ser completo, pelo que deixo já as minhas desculpas, mas ainda assim vão ver que é bem grande. Mas vamos ao que interessa:
Comecei pelo trabalho que tinha ficado pendente da última vez, e que não é pequeno... retirar a porca da frente da cambota. No caso destes primeiros twin-cam, é uma porca de 34 mm que fica no interior do centrifugador de óleo, nos modelos seguintes é geralmente de 38 mm, mas segundo me consta alguns modelos mais modernos voltaram a ter de 34.
Como a porca tem um aperto monumental (cerca de 160 lb.ft, se não estou em erro), leva um bocado a persuadir... no meu caso, "um bocado" foi a maior das barras de 3/4" que tenho, um pré-aquecimento com o maçarico e sentar-me em cima do bloco para ele não levantar com a força...(!!!). Mas lá saíu, e retirei o suporte do retentor dianteiro, que aparafusa ao bloco e ao carter:
Atenção que os parafusos do carter têm anilhas especiais cortadas, não convém perdê-las senão depois é uma dor de cabeça para as reproduzir...
Assim lá foi retirado o arsenal da frente da cambota, e mais uma vez devidamente catalogado. Atenção que entre a polie dianteira e a da correia de distribuição (pelo menos neste modelo) há um o-ring de vedação, que tem de ser substituído.
Passando para a outra extremidade da cambota, já se pode desaparafusar o volante:
Mais uma chamada de atenção, pois estes parafusos que seguram o volante são de aço de alta graduação, não convém trocá-los por outros quaisquer. A placa que fica por baixo também é essencial à sobrevivência do volante, ao distribuir a carga de aperto em vez de concentrar na zona da cabeça do parafuso, o que poderia ser catastrófico... estes componentes estão sujeitos a esforços torsionais muito elevados:
Aqui vemos o volante já separado. Em breve será aligeirado para depois ser equilibrado em conjunto com a cambota, além de outra operação importante para a maior resistência da sua união com a cambota...
Se repararem na parte de trás da cambota, há dois furos adicionais além dos 6 dos parafusos (note-se ainda o rolamento de apoio do veio primário da caixa, nos motores transversais este rolamento não existe, foi substituído por um casquilho plástico):
Estes dois furos são uma medida que já mostra a intenção da Fiat logo desde o início de aplicar o motor em desporto. Destinam-se a poder aplicar dois pernos de alinhamento (dowels, em inglês) entre a cambota e o volante, de modo a reduzir a carga torsional nos parafusos, uma medida de segurança essencial em motores de alto desempenho. Na traseira do volante não há furos, mas em breve estarão lá... pode ver-se a marca dos furos da cambota lá marcados:
Bem, regressando ao motor em si, lá se retirou o carter, para ver o que guardava lá dentro:
Removendo a bomba de óleo e o tubo do respiro, tem-se acesso total à cambota:
Entretanto, com o bloco já mais levezinho graças à remoção do volante, lá teve direito a ir prá bancada...
Começa-se então pacientemente a retirar os fundos das bielas e os apoios da cambota, arrumando tudo direitinho (aqui é mais obsessão minha, pois estão todos numerados para não haver trocas):
Pouco depois, lá temos a menina toda livre:
Neste caso, o estado da cambota é razoável, vê-se que o motor foi trabalhado pouco antes de o carro ser parado, mas infelizmente foi vítima de contaminação do óleo pela humidade e muito tempo parado, o que deixou o óleo numa lástima e marcou ligeiramente a cambota. Vamos ver se o despolimento chega, ou se terá de ser rectificada.
Na frente da cambota deste modelo com centrifugador há que ter cuidado e retirar por ordem todos estes componentes dedicados à separação do óleo:
Na traseira, temos também os rolamentos de flutuação axial (thrust bearings), que regulam a folga da cambota ao longo do seu eixo. Leva um de cada lado do bloco, só na parte de cima. Podem-se ver as suas extremidades encostadas à parte da cambota que ficaria debaixo do apoio:
Depois de retiradas as partes do fundo das bielas, podem-se empurrar as bielas com os pistões pelo cilindro abaixo para as retirar pelo topo do bloco. Se pensarem reaproveitar as camisas, convém fazer isto com muito cuidado para não riscar. Aqui estão eles já em cima da mesa:
Entretanto ao retirá-las descobri que os apoios das bielas na cambota já foram rectificados, e sinceramente não fiquei impressionado com a qualidade do trabalho, vou ter de medir com calma e observar os estragos pois a face lateral ficou muito mal acabada. Em princípio talvez se salve, mas só o tempo dirá... Agora preciso também é de medir com o micrómetro para saber qual a medida de rectificação que foi utilizada:
Voltando-me novamente para o bloco, veio a empreitada de retirar as relas das galerias de arrefecimento... por fora têm sempre bom aspecto, mas nunca se deve confiar nisso:
Estas ainda não deviam lá estar há muitos km, mas com o motor parado o anticongelante degenera e sempre corrói... algumas já estavam um bocadito atacadas:
Atenção que só devem retirar as 4 da lateral, há uma mais pequena na face do bloco que é de uma galeria de óleo e não vale a pena mexer-lhe, não está sujeita a corrosão e seria um pesadelo garantir a sua estanquecidade se fosse mexida!
A cambota já em cima da bancada para ser limpa e inspeccionada. Depois de limpa, será levada à inspecção de fissuras, bem como o volante, o bloco, a cabeça, as bielas... Depois, medição das cotas de rectificação, roscar as extremidades das galerias de óleo para aceitar tampões roscados em vez de meras relas, e vai para equilibragem dinâmica com o volante.
Entretanto, com o bloco vazio, aproveitei para ensaiar a montagem no suporte de motores. A adaptação foi fácil e de facto dá um jeitão poder manobrar o bloco à vontade, já devia ter comprado uma coisa destas há séculos, mas antigamente cá ninguém sequer sabia o que isto era ou queriam uma fortuna. Mas enfim, lá foi ele prás cavalitas do suporte:
Outro pormenor que nos diz muito sobre o motor é apreciar o resíduo dentro do separador de vapores do carter. Neste caso o resíduo é mínimo, o que mostra que este motor trabalhou sempre em condições correctas, pelo menos desde a última intervenção:
Um dos últimos pormenores que tenho documentados é este da placa do fundo da galeria de arrefecimento (que podem ver ao cimo ainda montada na traseira do bloco por cima do volante). Como teve contacto com os resíduos da galeria acabou por sofrer uma boa dose de corrosão, o que me leva a pôr em dúvida a sua eficácia futura. Um dia destes vou utilizá-la como padrão para fazer uma cópia, em vez de me fiar... apesar da sua espessura, a corrosão já avançou demasiado para o interior para me deixar descansado.
Depois disto, os componentes já levaram um desengorduramento rigoroso e lavagem, e os componentes fundamentais foram todos à inspecção com líquido penetrante para detectar eventuais fissuras que possam comprometer a sua eficácia. Da próxima vez já documento essa parte, pois esqueci-me da máquina no meu gabinete.
Um abraço a todos!
Anexos
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