Porsche

Vou apaziguar os animos e dizer umas verdades (minhas)

De facto na época dos 60-70 os Alfas série 105, os 2002 da Bmw e os Porsche 911 eram (e são) extraordinários. Considero os 3 magníficos da época, os GT/Sport de eleição destas épocas.

Adoro a beleza de um scalino, de um Giulia GT veloce.. De um GT Júnior, de um fantástico 1750 GTV ( um dos meus preferidos e aqueles bancos zagato..) de um potente Gran-turismo como 2000GTV, enfim, até as Berlinas são lindas, sobretudo as Giulias da primeira série.
Acho que eram super evoluídos para a época e tinham uma proporção perfeita de linhas. São mesmo maravilhosos!

Quanto ao 2002, apenas considero um Tii um concorrente à altura dos Alfas e com o Turbo, a coisa ficou mais fina. Apesar de que nessa época um 911 turbo era o assombro! Não o considero lindo..mas tem a sua piada, sobretudo gosto das primeiras séries e da forma do capot original. A linha do tejadilho é que nunca me convenceu pois tinha um pára-brisas demasiado vertical e deveria ter menos mala..

A partir de 80 o Porsche 911 evoluiu de tal forma nas pistas e fora delas que tornou-se distante..das outras marcas. Portanto, aqui não encontro concorrentes, a não ser os..Ferrari!

Digo mesmo, fora de brincadeiras, que adoro a série 105 da Alfa-Romeo e que gostava imenso de poder ter um, um dia!
É daqueles italianos que me preenchem, tem carisma, é nervoso, tem beleza por todos os poros.. É um dos últimos Alfas que considero bello..
É um carro cheio de charme, puramente italiano, uma macchina glamorosa.
Toda tralha dos anos 80 com as devidas excepções (75..e pouco mais) não me diz rigorosamente nada. Prefiro um simples BMW E30! ;)

Em termos de 02, nunca me fascinaram, pelo menos tanto quanto os Alfas e muito menos em relação ao 911.
Mas reconheço que é um carrão apesar de me ter desiludido quando guiei um 2002. não era nem o Ti, nem o Tii. pois esses já têm outro pulmão!
Achava que precisava de mais nervo..e o comportamento não me entusiasmou. Achei que era muito barco.. Mas pode ter sido impressão minha e daquele veiculo em particular. Os travões e a posição de condução também não me fascinou apesar de me sentir bem cómodo e ter um visão all-around perfeita!
Mas também é certo que cada vez fico mais curioso com alguns, sobretudo vejo-os restaurados e aprecio-os cada vez mais. E há uns anos não os apreciava. Gosto de ver alguns preparados e gosto de ver alguns.. Sobretudo um " laranja inka" que anda por cá! Acho que é a cor deles!

Os 911 são todos magníficos sem excepção e gosto igualmente de um charmoso 912. Não trocaria facilmente o meu "seventies SC" por muitos desportivos da época. Acho-o que surpreende em cada volta, e tem um sentido de recompensa que não assisto em nenhum carro que tenha tido até hoje. Aquilo recompensa-nos..e isso é difícil de descrever. O power e o feeling é de outro mundo!

Abraços
 
Hugo,

Gostei imenso de ler este tópico. Independentemente de concordar com imensas opiniões acerca de outros modelos da época, quer-me parecer que a Porsche cimentou a posição de "marca mítica" nos anos 80 com os afamados 911 "de corrida". As características linhas do modelo perduraram nas duas décadas seguintes e criaram seguidores da marca em todo o mundo. Olha para a Porsche como marca de quem não tem budget para alcançar os touros ou os cavalinhos rampantes, é de uma injustiça tremenda. Tive a felicidade de experimentar um 911 e de facto a relação criada entre máquina e homem é de outro nível, transporta-nos para outras épocas e dá vontade de "rachar" o nosso tupperware a meio. Adoro as linhas da Alfa mas, nos anos 80 com os 75 e os GTV, não os podemos aproximar sequer dos nine eleven são de mundos diferentes e, na minha opinião, um carro é muito mais que a sua velocidade de ponta e hp´s. A aura que envolve este modelo da Porsche é um bocadinho como a do Integrale, gosta-se muito ou pouco, toda a gente conhece e admira, pelas suas façanhas e conquistas.

Cumprimentos
 
São da mesma categoria Hugo. O porsche 718 participou na F1 em 1961 quando as regras mudaram para 1500 cm3. Em relação a este mesmo carro, ele foi construído apenas para correr e não houve versões civis... igual à Alfetta 159, só que 20 anos depois.

Carros de 1973? Alfas temos o 1600 Gt Junior... aliás temos o 1300 gt junior (chega perfeitamente) e temos o porsche 912 1600 com a mesma potência mas com mais 300 cm3. Eram carros semelhantes em termos de preço e de perfomance.

Carrera RS 2700 cm3 210 cvs? Tens razão era (é) uma máquina diabólica. A esse nível Alfa Romeo na época só mesmo de competição. Tenho que admitir. Quase do mesmo nível era o Montreal com 2600 Cm3 e com 200 cvs, mas o peso estraga tudo.

Temos também o 911 normal que, salvo erro e corrige-me se estiver enganado tinha um motor 2200 com 110 cvs e 130 cvs?? na sua segunda versão. Nessa época o Alfa Romeo 1750 Gtv chegava e bem. A Alfa Romeo desde o início dos anos 60 tinha motores de alumínio, caixa de 5 velocidades, discos às 4 rodas, autoblocante, dois carburadores duplos... mas continuas a ter razão, isto foi há muitos anos atrás. A Alfa Romeo hoje é ZERO e não faz jus ao que era, o problema é não nos deixarmos vencer pela memória curta. A porsche é hoje em dia um carro fenomenal, nos anos 60 não era assim tão fenomenal mas caminhava para lá. Temos tendência a generalizar de hoje para ontem.

Um abraço Hugo e obrigado pela resposta! ;)

Hugo, se reparares bem citei a minha última mensagem. Se reparares ainda melhor estás a responder a coisas que nunca disse e que nunca comparei. Até lá está a frase "tenho que admitir". Nunca disse que o Montreal era superior ao RS, o que disse é que o peso estraga tudo. Repito: estraga tudo e "tenho que admitir" o Rs não dá hipótese Hugo.

Este é um fórum de clássicos e eu falo de clássicos. Não posso comparar a porsche com a Alfa dos anos 80 ou até mesmo 70, claro que não, tens toda a razão. Mas isso também o disse na última mensagem. O que disse é que temos memória curta e que antigamente as coisas eram diferentes. Quando falamos de "porsche" essa palavra representa um conceito hoje em dia que era diferente há 50 anos atrás. Assim como quando falamos de "Alfa Romeo" o conceito é o inverso de há 50 anos atrás!

Tudo o que escrevei foi baseado em sites especializados em porsches e fui lá beber a informação assim como a wikipedia. Todos os valores que vi de potências transferi para aqui sem conhecimento de causa. Não estou a inventar valores até posso fazer copy/paste da wikipedia:

"The 110 PS (81 kW; 108 hp) 911T was also launched in 1967 and effectively replaced the 912. The staple 130 PS (96 kW; 128 hp) model was renamed the 911L."

Segundo esta informação digo e repito: o 1750 gtv chegava para o primeiro e para o segundo que venha o 2000... mesmo com 4 cilindros vai ser renhido!

Estou apenas a dizer que antigamente a porsche e a Alfa Romeo eram marcas diferentes do que são hoje em dia e, nos anos 60 a porsche conseguiu chegar ao mesmo patamar. Nos anos 70 a porsche ainda cresceu mais e nos 80 a Alfa Romeo era já uma sombra do que tinha sido e a porsche continuou a evoluir. Depois disso já é recente de mais.

Se releres a minha citação com atenção não podes dizer que estou a inventar. Acho que fui coerente e completamente indiferente à paixão, até disse bem da porsche... tenho que o dizer Hugo, senão não fazia sentido! Apenas quero realçar a qualidade de, por exemplo da Alfa Romeo, na mesma época e que a porsche ainda não era assim tão super-carro. Apenas isso.

Se reparares tamb´em, a minha citação é diferente da tua porque incluí todo o texto original onde está o primeiro parágrafo, o qual tu não colocaste.
 
Qual a marca mais vitoriosa até hoje?
A Alfa nascida em 1910 ou a Porsche nascida em 1931?

Então, para ser coerente, honesto e justo vamos fazer o seguinte:

As vitórias da Alfa Romeo até 31 de Dezembro de 1930 não contam, porque a Porsche nasceu em 1931.
As vitórias da Porsche depois de 1 de Janeiro de 1970 também não contam porque nunca foi objecto da minha conversa.

Resultados segundo fonte da wikipédia: Porsche 17; Alfa Romeo 20
 
Eu já admiti Hugo, o porsche claro que é um carro desportivo fantástico!

Só quero realçar que, antigamente, outros havia, como é o caso da Alfa Romeo, que também o eram. Estou apenas a tentar reavivar memórias e atribuir uma certa justiça a marcas esquecidas.

Este é um fórum de clássicos e é bom que se vejam as várias indústrias automóveis à época e não podemos atribuir atributos modernos das marcas ao seu passado, muitas vezes recente. Se assim for eu estou tramado!! ;)

A Porsche foi uma evolução que culminou nos dias de hoje. A Alfa Romeo foi uma evolução que culminou... em final dos anos 60, por tristeza minha e de muitos "petrol heads".
 
Então, para ser coerente, honesto e justo vamos fazer o seguinte:

As vitórias da Alfa Romeo até 31 de Dezembro de 1930 não contam, porque a Porsche nasceu em 1931.
As vitórias da Porsche depois de 1 de Janeiro de 1970 também não contam porque nunca foi objecto da minha conversa.

Resultados segundo fonte da wikipédia: Porsche 17; Alfa Romeo 20

És fino..és! ;)

Sem comparação mas não somente em relação à Alfa mas, a qualquer marca.
Acho que foram + de 30.000 vitórias em provas..impressionante historial.

Mas a Alfa também não se saiu nada mal e os seus carros de corrida, eram e são fantásticos...33..8c, 2500, etc, etc..muitos!
 
Uma outra curiosidade interessante Hugo. Sabias que esse Porsche foi desenhado pela casa italiana Bertone?

Sabia por isso o coloquei aí! ;)
E não foi o único pois em design os italianos sempre foram (globalmente) superiores. As linhas e os designers eram e são do melhor da industria automóvel.
Há um ou outro caso de design feliz noutros países mas não são assim tantos. Realmente o Bertone, Pininfarina, Giugiaro, frua, italdesign, Gandini, Zagato, muitos, são imbatíveis!

O 911 tem um excelente design..e tornou-se intemporal. Mas foi um caso feliz que já vinha do brilhante 356.. Outro símbolo.

A frente de duplos farois e do conhecido RIM, agressiva dos bimmers, as linhas de um Toyota 2000GT magnificas, talvez com dedo italiano, etc, etc..e um ou outro apontamento noutras marcas fora das grandes (Ferrari, Maserati, Mercedes, etc)

Enfim, haverá sempre muito por dizer.
 
Digam lá se não é uma beleza "picar-me "em 200km com Italianos em jeito de road-trip..
Mas levaram todos na pá..quando a coisa aquecia e nem um 205 GTi 1.9 ou um Golf 2 GTI a andar nas horas consegue acompanhar 200cv de força bruta! Será do piloto? Modéstia..

Em estradas serpenteantes também se vê o que é um super desportivo a bufar. Mas globalmente o que mais me impressionou a andar a sério foi o X1/9 Bertone. Muito leve e rápido! Além do piloto, claro!

Curiosidade saudável da guerra Alfa vs Porsche:
Um dos putos ( 9 anitos) que ia no GT Júnior 1600 ficou tolo com as ultrapassagens que fiz...só me chamava de maluquinho! E o Porsche ...muito potente, "tens que fazer uns piões para eu ver"..dizia ele! "Empresta o carro ao meu Pai que ele põe os pneus quadrados"...dizia ele. Ri-me à brava! Eu respondia..se o teu Pai me emprestar o dele.. E ele dizia.."na, na! Nem pensar! O Alfa não!" :)

Algumas fotos de sábado da road-trip pelo Gerês entre amigos com fantásticos carros e com andamento à altura deles:
 

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Tens que aparecer...é só pessoal que gosta de dar uso real aos clássicos...e parar só e apenas para comer e beber..e umas fotos ocasionais quando a paisagem é realmente bela..

Abraço. Aparece no dia 16 de Março, vens dar uma voltinha de 911 comigo!

Eu nem me atrevo a comentar este tópico porque estou a anos de luz do que aqui se fala. :huh:

Quanto ao convite, se conseguir aparecer, vais ter mesmo que me levar a dar um passeio na pista :D
 
Vamos lá Francisco! :)

Animem-se com algumas "belas" fotos dos meninos e das meninas..
 

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Não sei se já aqui foi postada, mas aqui está uma boa notícia...

http://www.jornaldosclassicos.com/2013/02/18/porsche-906-de-regresso-a-portugal/

A propósito deste post do António, deixo umas citações ( alguém já fez o trabalho..) deste fantástico 906, um dos mais emblemáticos da Porsche.


O artigo a que se refere a notícia da compra do 906, foi publicada também no Jornal dos Clássicos a 30 de Janeiro e que passo a transcrever:


Carrera 6 ex-Nogueira Pinto e Posser de Andrade em leilão

A Bonhams vai uma vez mais realizar o seu leilão anual por ocasião da Retromobile, já no próximo dia 7 de Fevereiro. Se o catálogo é uma vez mais bastante extenso, com diversos veículos com interesse histórico, quanto a nós portugueses, os olhares estarão certamente mais virados para a possível venda do lote 570, referente ao Porsche 906, também conhecido como Carrera 6.
Conhecido como sendo a “arma” da marca alemã para ingressar no Campeonato do Mundo de Marcas na época de 1966, no Grupo 4, a verdade é que com poucas alterações a nível de carroçaria e motor, este mesmo modelo podia ingressar também no Grupo 6, reservado exclusivamente a Sport-Protótipos. Curiosamente, o 906 foi o último veículo de competição feito pela Porsche com que se podia andar na estrada, o que lhe permitiu alinhar em provas como as Mille Miglia. Era o substituto do modelo 904 e foi um produto oriundo da mente d o director técnico Ferdinand Piech na fábrica de Zuffenhausen. Claro, que do 904 para o 906 se registaram melhorias diversas, conforme seria de esperar de um veículo concebido para competição. Se no 904 a rigidez do conjunto chassis- carroçaria derivava essencialmente da combinação entre o chassis, com uma carroçaria feita em fibra de vidro, já no 906, as camadas de fibra utilizadas eram o mais fino possível de modo a reduzir o peso final. Outra melhoria registada no 906 passava pelo fabrico de painéis individuais, assente sob um chassis tubular. Isso permitia um peso inferior no 906, nomeadamente de 580Kg, face aos 510 que pesava o 904/6. Quanto ao motor utilizado no 906 este recebeu a designação interna de 901/20 e não era mais do que um bloco de seis cilindros com especificações adaptadas à competição com um resultado final da ordem dos 220 bhp na versão alimentada através de carburadores. A verdade é que houve também viaturas oficiais que recorreram a sistemas de alimentação por injecção no motor de seis cilindros, ou adoptaram mesmo um bloco de oito cilindros arrefecidos a ar.
No que respeita à forma do Carrera 6, esta apresentava um silhueta bem característica das viaturas de sport da altura, tendo a marca germânica sido responsável pela forma final, ditada essencialmente após aturadas sessões no túnel de vento do construtor germânico. Tudos estes fatores conjugados permitiam que ao Cerrar 6 atingir velocidades da ordem dos 280 Km/h em Le Mans, o que para uma viatura que utilizava um motor de dois litros era de facto impressionante. Foi aliás a partir do 906 com carroçaria fechada que a Porsche partiu para novos projetos no campo dos sport-protótipos.


906 contra Dino 206
O 906 estreou-se em competições nas 24 Horas de Daytona de 1966, terminado a prova na 6ª posição geral, batendo mesmo assim o Ferrari Dino 206 na categoria até dois-litros. Na ocasião, a marca recorreu aos pilotos Hans Herrmann e Herbie Linge, sendo que nas 12 Horas de Sebring Herrmann venceu a sua categoria, desta vez ajudado por Gerhard Mitter e Joe Buzzetta, tendo esta equipa terminado a prova na 4ª posição da geral.
Nos 1000 Kms de Monza, o 906 dominou a classe de dois-litros, desta feita com o Porsche oficial pilotado por Herrmann/Mitter. Ainda nesta prova, destaque para a entrada da equipa privada Charles Vogele/Jo Siffert, que terminou a prova no 5º posto, atrás do Ferrari 330 P3 e dos Ford GT40.
Seguiu-se o Targa Florio no calendário, com a prova disputada nas montanhas da Sicília a ser uma vez mais bastante exigente para a mecânica e também para os pilotos. O Carrera 6 venceu com Willy Mairesse/Herbert Muller, graças à entrada da equipa suíça Ecurie Filipinetti. Os irmãos holandeses Gijs e David van Lennep, venceram depois a classe nos 1000 kms de Spa, com o 906 da equipa Racing Team Holland que levou a melhor sob a dupla Sten Axelsson e Bo Johansson em carro idêntico nos 1000 kms ADAC.
Para as 24 Horas de Le Mans, a marca estreou o Porsche 906LE Coupe que acabaram nas 4ª, 5ª, 6ª e 7ª posições, atrás dos Ford GT Mark II que utilizavam motores de sete-litros. Contudo, a classe de dois-litros foi ganha pela equipa privada composta por Gunther Klass/Rolf Stommelen num 906.
A supremacia dos 906 foi bem evidente nos 500 kms de Hockenheim, onde seis pilotos que utilizaram o 906 terminaram as seis primeiras posições. Mitter, Klass e Herrmann ocuparam as três primeiras posições com os 906LE, enquanto que os privados Udo Schutz, Gerhard Koch e Andre Wickycortaram a meta na 4ª, 5ª e 6ª posições.
O Campeonato de Sport prosseguiu depois com a realização dos 500 Kms de Áustria em Zeltweg, onde a Porsche System Engineering terminou nos dois lugares maisa altos do pódio com Gerhard Mitter/Hans Herrmann e Jo Siffert (que pilotou a solo toda a prova. Na terceira posição final um carro idêntico pilotado por Udo Schutz/ Herbet Linge da Scuderia Lufhansa.
Na temporada de 1967, o 906 apenas surgiu nas pistas pelas mãos de equipas privadas, uma vez que Ferdinand Piech estava concentrado na concepção do 907 e no posterior desenvolvimento do 908 de oito cilindros que viria a surgir nas épocas de 1968-69. Todas estas evoluções levaram à posterior concepção e surgimento do 917.


O 906 “português”

O 906 que apresentamos nesta páginas possui o chassis nº126 e tem no mínimo uma vida bem preenchida. Segundo o especialista da marca germânica e vencedor das 24 Horas de Le Mans em 1977, Jurgen Barth, o primeiro proprietário do carro foi o suíço Hans Khunis que correu sob a Ecurie Basilisk, com o bem conhecido piloto de montanha Heini Walter. Ambos alinharam em provas como o Targa Florio em finais de 1967, altura onde se acredita que o carro tenha sido vendido a Richard Brostrom que o utilizou na época seguinte. A última prova de Brosttrom terá sido nas 3 Horas de Jamara em Setembro de 1968. Após a prova espanhola o 906 terá recebido o motor de três-litros do Porsche 908 Spyder.
E é aqui que entram os pilotos portugueses Manuel Nogueira Pinto e Joao Posser de Andrade Villar que compraram o 906-126, mas que só o viriam a pilotar por ocasião do Grande Prémio de Angola, disputado em Luanda em Dezembro de 1969. Porém, esta não foi uma estreia feliz, já que Villar despistou-se e foi embater no público presente. Como se essa tragédia não fosse suficiente, João Posser de Andrade Villar sofreu diveras malezas ao nível da cabeço, o que lhe viria a ditar a sua morte a 13 de Março de 1970. Quanto ao 906, este ficou bastante danificado, mas ainda assim num esatdo passível de ser reparado e assim sendo, Carlos Santos adquiriu o 906, recuperou-o e venceu o GP de Angola.
Três anos mais tarde, o carro surgiu na versão Spyder, claramente inspirado nas formas do design do Chevron B19/21. Carlos e Eduardo Santos, juntamente com Robert Giannone alinharam em inúmeras provas nacionais e mesmo em Espanha com o carro durante a década de 70.
O palmarés deste 906 continua, tendo chegado a ser vendido para o Canadá, para Ted Rowbotham de Vancouver, antes de ser restaurado por Bill Currie em Maryland, nos Estados Unidos da América. Em 1982 o carro passa para as mãos de Dick Barbour e após muitos anos nos EUA, tendo chegado mesmo a estar na posse de Leonard Cummings, o 906 retorna à Europa em 1999. O carro esteve nas instalações de David Clark em Londres, numa altura em que era propriedade do conhecido piloto de veículos de coleção Irvine Laidlaw, que o vendeu posteriormente a Oliver Maierhofer de Dusseldorf por volta de 2002. Oliver alinhou no Tpur Auto e no Le Mans Classic. Em 2004, o carro foi vendido a Oliver Mathei com o qual competiu e é o seu atual proprietário que o coloca à venda após ter sido completamente restaurado pela MEC Auto na Bélgica, curiosamente a mesma equipa que dava assistência técnica ao March de F1 com que Rodrigo Gallego quando este militava na F1.
O valor estimado para a venda do Porsche 906 é entre os €500,000 e os €700,000.
Texto: Redacção do "Jornal dos Clássicos"

Isto é que é um carro histórico em toda a plenitude!

Abraços e boa leitura! :)
 

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Hugo,

Gostei imenso de ler este tópico. Independentemente de concordar com imensas opiniões acerca de outros modelos da época, quer-me parecer que a Porsche cimentou a posição de "marca mítica" nos anos 80 com os afamados 911 "de corrida". As características linhas do modelo perduraram nas duas décadas seguintes e criaram seguidores da marca em todo o mundo. Olha para a Porsche como marca de quem não tem budget para alcançar os touros ou os cavalinhos rampantes, é de uma injustiça tremenda. Tive a felicidade de experimentar um 911 e de facto a relação criada entre máquina e homem é de outro nível, transporta-nos para outras épocas e dá vontade de "rachar" o nosso tupperware a meio. Adoro as linhas da Alfa mas, nos anos 80 com os 75 e os GTV, não os podemos aproximar sequer dos nine eleven são de mundos diferentes e, na minha opinião, um carro é muito mais que a sua velocidade de ponta e hp´s. A aura que envolve este modelo da Porsche é um bocadinho como a do Integrale, gosta-se muito ou pouco, toda a gente conhece e admira, pelas suas façanhas e conquistas.

Cumprimentos
Olá caro Vianense, vizinho..

De facto, há muito para explorar e trocar ideias. Enriquece o conhecimento e aprendemos todos uns com os outros. Fico feliz pelas tuas palavras, lisonjeado mesmo. Porque sinceridade e humildade são raras às vezes quando uma ideia, uma paixao ou um gosto nos cega. Temos vários exemplos de fundamentalismos gratuitos sem acrescento de nada em particular. Não é o caso dos intervenientes principais deste tópico, seja a jusante, seja a montante.

Neste momento, com trocas saudáveis de "galhardetes" sobretudo com o Pedro Marques, aprendi imenso sobre a paixão que ele me transmite por palavras e factos da Alfa-Romeo. Já gostava..mas agora passo a gostar mais da Alfa! Mas, desculpem.. nao consigo gostar muito da Fiat, por exemplo. e já tive Fiat.. Mas não vejo magia. Uns Abarths..ok..mas pouco mais. Isto é a minha máxima de sinceridade.
Gosto e adoro os BmW mas não consigo gostar muito de 02 como já referi..não quer dizer que não me venha a enganar ou até possuir algum se conhecer melhor o modelo do que aquilo que conheço. E conheço mal, confesso. Perdoem-me os seguidores ferrenhos mas sou assim..
Há um cavalheirismo inerente porque as pessoas são bem formadas, verdadeiros petrol-heads que acrescentam valor no que transmitem. Mas, mesmo sem grandes bases todos podemos contribuir para algo, alguma sensação, alguma critica, positiva ou negativa! Assim se constrói um diálogo interessante, como estes. Não é preciso ser historiador, engenheiro ou piloto de automóveis mas se tivermos o mínimo de contacto com pessoas e carros, todos temos algo a dizer nestes tópicos.
Só não aprecio comentários jucosos ou completamente desajustados como já vimos algures. Mas isso, não se pode mudar. Atenua-se..talvez com ignorância. Cada macaco no seu galho. E eu tenho o meu!

Claro que quando nascemos com um bichinho de uma máquina como uma Porsche, e depois experimentamos algum... Sentimos algo inexplicável. Nasci com 911 na cabeça desde que me conheço a gostar de carros..convivi com um 911 turbo de 1976 ( ano em que nasci) e desde aí..foi um problema enquanto não conduzi um! Consegui, felizmente realizar um sonho...é bom...e perdura sempre até morrer. Essa sensação só é comparada às crianças quando recebem aquela prenda do Pai que tanto desejavam..aquela sensação de menino. Bom é saber que ninguém me ofereceu o carro..paguei-o com o meu trabalho sem cheta dos papás mas não condeno quem tenha "borlas" nos automóveis . Fico feliz pela sorte dessas pessoas pois, não me considero frustado por isso. Sigo a minha linha e se outros tem o que nao posso, paciência. Pode ser que um dia também consiga!
O meu "problema", concerteza partilhado com muitos dos "Porschistas" ou simpatizantes da marca, é que o raio dos carros surpreendem sempre! É quase inacreditável escrever isto mas, cada voltinha que damos neles é de uma recompensa sem limites.

Foi um desabafo..mas olhem pró raio das FOTOS que vos coloquei...essas é que são boas!

Abraço
 
De facto na época dos 60-70 os Alfas série 105, os 2002 da Bmw e os Porsche 911 eram (e são) extraordinários. Considero os 3 magníficos da época, os GT/Sport de eleição destas épocas.

Mas!!!!??????? Alguém me explica esta misturada?

Alfas série 105 e Bms 02 são uma coisa, 911 são desde sempre outra completamente diferente!

A unica relação que existe entre o cu e as calças é que as ultimas cobrem o primeiro! Rigorosamente mais nada!

Quanto ao Montreal... oh Pedro... um carro lindo, com um motor soberbo... mas uma coisa do mais mal amanhado que há!
A unica forma daquilo ser minimamente conduzivel é com um kit "Harvey Bailey" ou outro semelhante. Até porque o projecto era para usar o Bialbero da marca e acabou por ver a luz do dia com um V8 lá metido!
O carro na estrada até de um qualquer 105 leva coça!
 
Oh Hugo, toma lá uma prendinha:

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