Fiat Fiat 600D 1966

Diários de Bordo

Fiat Fiat 600D 1966

João Luís Soares disse:
Rui, mesmo sendo para testar, a junta de cartão não é totalmente segura. Além disso não se assemelha assim tanto ao metal porque é muito mais flexível e cede muito mais.

Volto a dizer, se tem TUDO original, há coisas a precisar de substituição ou que eventualmente não foram bem substituídas. Não estou a desdenhar do trabalho feito, mas pode acontecer. Por exemplo, uma junta de bomba de água demasiado comprimida é o suficiente para dar problemas no circuito; uma tampa do radiador inadequada, um tubo que seja demasiado flexível...
Na Fiat 1100 do meu pai também é tudo de origem, tudo no sítio e começou a sair anticongelante junto da bomba de água. Bastou um mau aperto num dos parafusos da bomba...

Quando falas em subir Valongo falas em alguma subida específica?
Como te disse, conheço muitos 600 D. Alguns do Fiat Clássicos Clube de Portugal que conheço já foram a passeios com subidas muito piores que as de Valongo e não me lembro de nenhum sobreaquecimento.
E todos com peças originais.. A blindagem é a resposta, quem desenhou a mecânica não era uma pessoa qualquer, mas sim um engenheiro com estudos. Todas as peças fazem falta ao carro.
Não quer dizer que pondo a blindagem resolvas a 100% o problema, mas um deles garanto que provem daí. Como é que achas que funciona o sistema de arrefecimento? Basicamente a "ventoinha" suga o ar frio pelas fissuras do capot e passa no radiador o ar frio, expulsando o ar quente pela tampa inferior do radiador (tem que estar aberta).
Se o carro não tem a blindagem o que vai acontecer é que o ar frio entra por baixo do carro em andamento e a "ventoinha" não consegue cumprir a sua função de expulsar o calor e este fica concentrado no vão do motor.
No entanto poderá vir a ser detectado outro problema, alguma coisa que eventualmente não esteja a trabalhar bem, ou a desempenhar a sua função devidamente.

PS: Estamos aqui a ajudar não a fazer uma lavagem cerebral. Muitas pessoas desconhecem a verdadeira função de um bocado de chapa quinada aparentemente inútil.
 
Mas eu compreendo o que estão a dizer, simplesmente quis testar o efeito e verdade seja dita, o carro não sobreaqueceu e foi bem abusado. Por isso acho que a solução passa mesmo por comprar a blindagem. O que não quer dizer que descarte a hipótese da polie mais pequena. A ver vamos. Compreendo que estes carros tenham sido bem projectados mas os problemas de aquecimento dos 600 são bem conhecidos.
 
RuiMiguel disse:
Mas eu compreendo o que estão a dizer, simplesmente quis testar o efeito e verdade seja dita, o carro não sobreaqueceu e foi bem abusado. Por isso acho que a solução passa mesmo por comprar a blindagem. O que não quer dizer que descarte a hipótese da polie mais pequena. A ver vamos. Compreendo que estes carros tenham sido bem projectados mas os problemas de aquecimento dos 600 são bem conhecidos.
Quais problemas de aquecimento? Os dos carros mal mantidos, muito provavelmente. Dá-me um exemplo de um 600 D bem mantido que tenha problemas de aquecimento e eu calo-me.

Pergunta ao João se teve algum problema com o dele, estando bem mantido.
Pergunta ao Ricardo Carreiras o mesmo.

Os 600 D têm problemas conhecidos de aquecimento porque eram (e muitas vezes ainda são) mal cuidados. Não tinham o anticongelante apropriado, os tubos estavam gastos, não tinham as blindagens, etc.
 
João Luís Soares disse:
Os 600 D têm problemas conhecidos de aquecimento porque eram (e muitas vezes ainda são) mal cuidados. Não tinham o anticongelante apropriado, os tubos estavam gastos, não tinham as blindagens, etc.
Isso é uma verdade.
 
Estamos a originar uma discussão sem fundamento num espaço que tinha como bastante agradável. Não quero ser de forma alguma arrogante mas a verdade é que o carro é nosso e fazemos dele o que bem entendemos, queremos mantê-lo o mais original possível, mas também queremos usufruir dele! E neste momento não o podemos fazer a 100% devido a este problema do aquecimento. A verdade é que os carro nos primeiros quilómetros não deu estes problemas, mas não foi usado de forma tão intensiva! Logo, temos que descobrir a origem do problema e resolvê-lo para não estragar o trabalho (que foi bem feito) no motor. O carro ainda tem algumas situações a corrigir mas volto a repetir, não foi um restauro completo e a intenção também não foi essa. Tanto eu, como o meu pai participamos e para mim isso tem muito valor, em primeiro lugar porque estou a aprender e em segundo por saber que determinada parte do processo foi realizada por mim!
Por outro lado há que ter em consideração que apesar de cá em casa existirem outros carros e este clássico, o orçamento não é ilimitado, tem de ser muito bem controlado para chegar para todos. Como tal, não vamos estar a comprar peças e a desmontar tudo só porque sim, o mecânico que reconstruiu o motor esteve cá, viu o carro a trabalhar, confirmou que todo o sistema estava a funcionar de forma correcta e quando lhe expliquei o que o João P Silva me transmitiu, ele concordou comigo. Mas também referiu que a colocação da pólie mais pequena ajudaria ainda mais. Para além disso, referiu também que a porta por baixo do radiador poderia estar um pouco mais aberta, permitindo uma maior saída de ar quente.
Não troquei nenhuma pólie, mas improvisei a blindagem em cartão e fixei a porta numa posição mais aberta e fomos testar o carro, acreditem ou não, ele não sobreaqueceu e foi bem abusado (dentro do aceitável). Posto isto volto a dizer, o problema do sistema de refrigeração é derivado principalmente da falta da blindagem, seguido da pouca abertura da tampa do radiador. Esses problemas vão ser resolvidos em breve e espero que o carro fique a 100%. As tubagens foram todas novas e apesar das enormes pressões que sofreram devido ao aquecimento não cederam, prova de que o trabalho foi bem feito. O carro tem uma fuga de óleo algures entre o motor e a caixa e é algo a ver, mas precisa de coisas mais básicas (que posso eu mesmo fazer), como as 4 mangueiras dos travões e que o seu bom estado é essencial à segurança do carro e dos seus ocupantes. Também troquei as borrachas dos amortecedores, tenho de trocar as das molas, etc.
Acredito que a Fiat tenha feito um bom trabalho com os 600 e não nego isso, mas volto a repetir, queremos um carro que dê para fazer 20, 30kms por dia, mas também que dê para fazer 150 ou mais.
Posto tudo isto, volto a dizer, o carro está muito bem estimado e em boas mãos, tem pormenores para corrigir, mas de certeza que a maior parte dos clássicos tem, vamos tentar mantê-lo o mais original possível mas de forma a ser possível utiliza-lo sem limitações.
 
Hélio Domingos disse:
Isso é uma verdade.
Às vezes não era uma. Eram todas as que eu disse ao mesmo tempo.

O problema é que todas essas verdades juntas começaram a gerar a mentira de que os 600 aqueciam...

Tal como acontecia com os Fiat 850, o principal problema dos 600 era a má manutenção. Muitas vezes iam para a oficina e, para facilitar o acesso ao motor, retiravam-lhes as blindagens. O problema é que depois não as repunham no sítio...
 
Rui, ninguém está a por em causa o vosso trabalho. Apenas estamos a tentar ajudar.

Um Fiat 600 D de origem e com tudo no sítio tem de aguentar 20, 30, 150 ou até 300 km sem sobreaquecer. Se não aguentar é porque precisa de rever alguma coisa.

Não leves a mal estas perguntas:

A tampa do radiador (a de cima, de rosca, que tem uma mola) foi mudada? É o modelo certo para o 600 D?

Que anticongelante estás a usar?
 
João Luís Soares disse:
Rui, ninguém está a por em causa o vosso trabalho. Apenas estamos a tentar ajudar.

Um Fiat 600 D de origem e com tudo no sítio tem de aguentar 20, 30, 150 ou até 300 km sem sobreaquecer. Se não aguentar é porque precisa de rever alguma coisa.

Não leves a mal estas perguntas:

A tampa do radiador (a de cima, de rosca, que tem uma mola) foi mudada? É o modelo certo para o 600 D?
Que anticongelante estás a usar?
Eu compreendo João,

A tampa é a que o carro sempre teve, mas não me parece ser original pois tem dizeres franceses. É algo que está na lista para comprar, assim como uma vareta do óleo nova. Mas esta tampa tem as medidas certas, entra na perfeição, veda e alivia a pressão. O Anticongelante é do roady, não é nenhuma especialidade. A bomba de água é nova e o radiador também foi reparado.
Só tenho uma questão, é verdade que os 600 têm termostato? Se sim gostava de confirmar se é por baixo do radiador.
 
RuiMiguel disse:
Eu compreendo João,

A tampa é a que o carro sempre teve, mas não me parece ser original pois tem dizeres franceses. É algo que está na lista para comprar, assim como uma vareta do óleo nova. Mas esta tampa tem as medidas certas, entra na perfeição, veda e alivia a pressão. O Anticongelante é do roady, não é nenhuma especialidade. A bomba de água é nova e o radiador também foi reparado.
Só tenho uma questão, é verdade que os 600 têm termostato? Se sim gostava de confirmar se é por baixo do radiador.
Supostamente deve ter termostato. Não sei onde. Não conheço os 600 a esse ponto. (Dúvida esclarecida pelo Eduardo Relvas.)

Se calhar era boa ideia arranjares a tampa do radiador original. Basta que a mola seja diferente para a capacidade de libertar pressão variar...

Quanto ao anticongelante da Roady, isso é quase água corada. :p
Compra Paraflu, da Fiat. Não há melhor. Ou compras puro e diluis a 50% em água ou compras já diluído.
 
Rui,

Tudo aquilo que já foi dito é sensato, a primeira coisa a fazer é pôr tudo como deveria estar. Não faz sentido estar a aprimorar o visual do carro e não fazer o mesmo a nível mecânico. Eu sei que já foi feito imenso (acabei agora de ler o tópico todo), mas não foi feito tudo, e um carro é um sistema complexo, com vários órgãos interdependentes. Se um falha ou está manco, todo o carro sofre as consequências.

Segundo recordo, os termostatos dos 600 são estes, e que pelos vistos também são indicados para os 600D:

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Não sei se tens algo deste género no teu, mas isto comanda a abertura da conduta no fundo do carro que regula a entrada de ar para o radiador. Sinceramente é algo que já não recordo ao pormenor porque só tive um 600 e já foi há 20 anos. Também te posso dizer que nas minhas mãos chegou a algo perto dos 80 cv, e não aquecia.

O conselho da tampa do radiador é fundamental, porque se não tiveres o modelo certo, a pressão do circuito não será regulada devidamente e isso sim causa sobreaquecimentos sem razão aparente. A pressão sustém o líquido nesta forma até uma temperatura maior que aquela em que ferveria se estivesse à pressão atmosférica.

O João (e não só) tem toda a razão quando diz que essa conversa dos 600 aquecerem é treta de conversa de rua sem fundamento. Todos sabemos como eram tratados estes carros, muitas vezes nas mãos de quem não tinha a mínima simpatia ou respeito pelas manutenções. Antigamente enchiam-se os radiadores de água, e em menos de nada a corrosão electrolítica entupia o circuito todo com óxido de alumínio (aquela pasta castanha que se vê nos carros sem anticongelante decente ao fim de uns tempos).

Não necessitas de trocar a polie da bomba de água, isso ainda te pode é criar mais problemas em vez de resolver. Mantém tudo como deveria ser, mas em boa forma. Essa sim é a solução. O sistema de arrefecimento é bastante bem dimensionado para o carro e o seu desempenho, e foi feito para ser conduzido por italianos, logo não vais ser tu a dar cabo dele, pelo menos se ele estiver na devida forma. Tem mais fé naquilo que foi feito de fábrica, porque estava certo. Todos os desvios geralmente causam mais mal do que bem.

Um abraço e boas continuações!
 

Anexos

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Rui,

Espero que a máquina já esteja au point, é realmente um belissimo 600, que espero continuar a embelezar o Portal com os seus passeios.

abraço,
 
Caros,

depois de muito procurar uma blindagem...acabei por encontrar, mas pediram um valor estúpido por ela (mais de 100€ para terem ideia...). Por isso decidimos mandar cortar uma, fizemos o molde. Encaixou bem, apertou bem e não tem folgas nem ruídos. Fomos dar uma volta com o carro à noite e puxamos bem por ele, ainda foram uns 6 ou 7 kms quase sempre a 70/80 e quando paramos era até possível colocar a mão em certas partes do motor! Parece que o problema ficou resolvido, mas ainda falta testar num dia quente.

Obrigado desde já a todos que contribuíram para a resolução deste problema, em especial ao João P Silva.

Cumprimentos
 
Acho piada a este tópico...O pessoal a querer ajudar e depois a resposta é um mar de justificações e quem ajuda ainda passa por parvo.

As blindagens são fundamentais nos Fiat de motor atrás. O valor que pediram não sei se é estúpido, mas entre dar dinheiro por uma peça e ter o carro funcional ou não poder andar porque aquece secalhar vale a pena considerar.

Eu também tenho limitações de orçamento e sei o que custa, tenho que demorar mais tempo a fazer as coisas.
 
Ainda bem que acha piada João. Só cá vem quem quer. Assim como só participa quem quer e confesso que a minha vontade já foi maior! :)
Em relação ao assunto da blindagem, fui muito claro, apesar de aceitar as opiniões, tinha as minhas dúvidas e que só ficaram esclarecidas quando andei num a todo o gás durante alguns quilómetros e não sobreaqueceu. O meu carro já tem blindagem e muito bem feita, melhor até que a original, que é mais fina e abrange menos área. E 150 ou 200€ por uma blindagem...gastei 12€ e tenho uma cortada em condições, a 2mm, pintada e colocada no lugar. O agradecimento "especial" ao João P Silva foi pelo facto de já ter conversado com ele mais vezes fora do fórum e por ter sido ele o primeiro a explicar-me a situação da blindagem nos 600.
O carro hoje participou num passeio com outros clássicos, não sei ao certo, mas foram mais de 60 quilómetros, sem paragens e não aqueceu! Está a 100% :)

Cumprimentos
 
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