É sempre ingrato porque teve muitos nomes dados pelo grupo Rootes, mas pelas grelhas deverá ser um Singer Chamois.
É um carro interessante pelas soluções técnicas, desde a arrumação da mecânica até ao facto de ter o bloco do motor em alumínio.
O Hillman Imp, hoje um carro quase esquecido, foi criado com os mesmos objectivos do BMC Mini, providenciar transporte barato mas seguro às massas, mas ao contrario do seu rival de mercado nunca teve o êxito esperado pela marca que o desenvolveu e na verdade causou a derrocada final do 'império' Rootes.
Desenvolvido pelos engenheiros Mike Parkes e Tim Fry o Hillman Imp tinha muitas soluções revolucionárias para a altura (motor em alumínio, acelerador pneumático, janela traseira estilo hatchback) mas talvez por isso tinha uma fiabilidade risível que inviabilizou qualquer hipótese de êxito que o carro tivesse.
Muito haveria para escrever sobre o Imp mas basta dizer que a sua história é um verdadeiro manual em como não fazer um automóvel. No império Rootes a marca Singer era conotada como o fabricante das versões luxuosas dos veículos da casa mãe. No que respeita ao Imp a Singer decidiu chamar à sua versão Chamois palavra francesa para camurça, a pequena cabra montesa conhecida pelo seu tamanho compacto, rapidez de reflexos, segurança na deslocação e pele macia.
O interior era muito mais refinado que o do Imp com um tablier folheado a nogueira polida e com bancos maiores e mais confortáveis. A instrumentação possuía um termómetro de temperatura, um manómetro de pressão de óleo e uma sofagem com ventilador. Exteriormente, a versão demarcava-se por ter uma grande grelha (falsa), escudetes de pára-choques, tampões das rodas em alumínio anodizado e uma gama exclusiva de cores com uma faixa contrastante nos flancos. O Chamois vinha ainda equipado com pneus radiais (Dunlop SP41) instalados em jantes mais largas. As outras diferenças notáveis eram uma embraiagem reforçada e um muito melhor isolamento sonoro.
Apresentado pela primeira vez em Outubro de 1964, o Chamois teve um sucesso imediato embora limitado. O carro vendeu melhor que a concorrência (Riley Elf, Wolseley Hornet, Ford Anglia Super, Triumph Herald 12/50), apesar de ser mais caro. A versão Mk II surgiu em Setembro de 1965 mas sem alterações discerníveis. Em 1966 surgiu a versão Sport ligeiramente mais potente. Em 1968 começaram as alterações destinadas a diminuir os custos de produção. No lado positivo passou a ser equipado com quatro faróis dianteiros. Infelizmente perdeu o interior especifico e até o tablier passou a ser revestido com uma imitação plástica da madeira. O modelo foi descontinuado em 1970.
Mesmo sabendo da existência desta versão, quando olho para este modelo vejo-o não como Singer mas sim como Hillman. E automaticamente faço a ligação ao carro pilotado pelo Veloso Amaral no Campeonato Nacional de Velocidade Clássicos que não passava despercebido ora pela raridade ora pela vistosa decoração da Liqui Moly.
A minha distração foi tanta que nem reparei na grelha frontal que indicava logo que o modelo não era um Fiat mas sim um Innocenti.
O facto de não ter chamado Station-Wagon ao Elba deve-se ao facto da Fiat quando lançava para o mercado uma nova carrinha, batizava-a com uma nomenclatura que "obrigava" os futuros clientes a associarem o novo modelo ao conceito de família e de lazer e não somente ao papel redutor de uma carrinha de trabalho. Foi assim com a 131 Panorama que ficou conhecida como Familiare, com a Regata Weekend, Tempra Weekend, Palio Weekend e Marea Weekend. Penso que só mais tarde, já com o Stilo e agora recentemente com o Tipo, a designação Station Wagon voltou ao dicionário da marca italiana.
De qualquer forma, pelo seu formato de carroçaria, esta Innocenti é uma Station Wagon. Sem dúvida!
Julgo que existe pelo menos um exemplar Innocenti Elba Statio Wagon no nosso país. E, se não me engano, já passou pelo tópico dos clássicos que se encontram no dia-a-dia.
Esse é o grande problema do 'badge engineering'. Os responsáveis das marcas financeiramente depauperadas julgam que poupam dinheiro utilizando um modelo sob várias marcas, com nível de equipamento diferente, para ocupar os vários nichos de mercado. O que o cliente vê é sempre o mesmo carro e recusa-se a pagar mais por uns bric-a-braques suplementares ou uma suposta historia de marca há muito esquecida. Esta brincadeira matou a industria automóvel americana, depois a britânica, agora a italiana e já se adivinham os primeiros tiques do método na alemã. Triste.
Este foi um dos três Matra [#2], neste caso em azul, escalonados para o Rallye Méditerranée em 1969. Neste caso para a dupla Jean-Pierre Beltoise / Stéphane Collaro. Os outros dois seguem em anexo.
[#5] Matra MS530 - Henri Pescarolo / Johnny Rives - Rallye Méditerranée 1969 -» Resultado: Desistência
Esse é o grande problema do 'badge engineering'. Os responsáveis das marcas financeiramente depauperadas julgam que poupam dinheiro utilizando um modelo sob várias marcas, com nível de equipamento diferente, para ocupar os vários nichos de mercado. O que o cliente vê é sempre o mesmo carro e recusa-se a pagar mais por uns bric-a-braques suplementares ou uma suposta historia de marca há muito esquecida. Esta brincadeira matou a industria automóvel americana, depois a britânica, agora a italiana e já se adivinham os primeiros tiques do método na alemã. Triste.
Ora aqui está uma bela ilustração do que é, de facto, na realidade, o "badge engineering", ou por outras palavras - e como a história assim o demonstrou - um mero ato de desperdício de recursos.
É de espantar que a simplicidade da ideia aqui apresentada não tenha chegado com a mesma lucidez às mentes dos fabricantes.
Só não concordo totalmente com a ordem cronológica enunciada, pois tenho algumas reservas em considerar que foram os americanos a sucumbir, em primeiro lugar, a essa fatalidade.
É claro que existiram alguns casos em que isso aconteceu há já algumas décadas atrás (vejam-se os casos da Continenal com a Ford, da Imperial e da Valiant no caso da Chrysler), mas as evidências mais notórias - a meu ver - ocorreram nos últimos 20 anos (Eagle em 1998 e Plymouth 2001 no caso da Chrysler, Oldsmobile em 2004 e Pontiac em 2009 no caso da GM, e Mercury em 2001 no caso da Ford).
Em qualquer caso, diria que o "badge engineering" era muito mais flagrante - pelo menos esteticamente - no caso das marcas europeias, particularmente inglesas.
Julgo que existe pelo menos um exemplar Innocenti Elba Statio Wagon no nosso país. E, se não me engano, já passou pelo tópico dos clássicos que se encontram no dia-a-dia.
É claro que existiram alguns casos em que isso aconteceu há já algumas décadas atrás (vejam-se os casos da Continenal com a Ford, da Imperial e da Valiant no caso da Chrysler), mas as evidências mais notórias - a meu ver - ocorreram nos últimos 20 anos (Eagle em 1998 e Plymouth 2001 no caso da Chrysler, Oldsmobile em 2004 e Pontiac em 2009 no caso da GM, e Mercury em 2001 no caso da Ford).
Em qualquer caso, diria que o "badge engineering" era muito mais flagrante - pelo menos esteticamente - no caso das marcas europeias, particularmente inglesas.
A forma inicial de 'badge engineering' inventada por Alfred Sloan na General Motors era válida. Mas aí os carros eram fundamentalmente diferentes (motores diferentes, caixas de velocidades diferentes, suspensões com filosofias por vezes diametralmente opostas, modelos exclusivos). Na verdade o que os carros 'partilhavam' eram as carroçarias da Fisher Brothers. Mas tinham o genial Harley Earl e assim todos os carros eram diferentes. As 'economias de escala' no economiquês agora tão em voga neste mundo de yes man não existiam na verdade.
É claro que o facto de o mercado não estar ainda saturado ajudava. E os europeus andavam a reconstruir o que a guerra partira. Os japoneses idem. Quando estas potencias acordaram (anos setenta) é que o badge engineering entrou na 'fase McNamara'. E foi o fim anunciado. Só relembro o ridículo Cadillac Cimarron. Os absurdos Ford Granada. A utilização do V8 small block Chevy em todos os carros da gama independentemente da marca. Os risiveis K-car da Chrysler. E tantos outros.
A única discordância que temos é no fim da Pontiac. A Pontiac não morre pelas mesmas razões das outras marcas. Julgo que a matam por serem a única voz discordante na estratégia maldita que destruiria a GM. Uma ilustração única do que é a mediocridade das chefias dos Sec XXI.
Este site utiliza cookies para ajudar a personalizar os conteúdos, melhorar a sua experiência e manter a sua sessão activa.
Ao continuar a utilizar este site estará a concordar com a nossa utilização dos cookies.