Qual é o problema? velhos do restelo? um youngtimer com interesse e basta acompanhar o que se passa lá foram para perceber que não é descabido e chama novas gesrações para o culto! Além de que é preciso ter noção do esforço para fazer uma revista temática mensal, a única que sobrevive.
Opel Kadett B, C, D, Datsun 100A, 120Y, Peugeot 204, 304, 504, Austin/Morris 1100 e poderia continuar por aí fora que a lista é extensa. Ainda não vi nenhum deles na capa da T&C, nesta sua segunda vida. Inclusive já escrevi ao Hugo Reis a sugerir um ensaio fora-da-caixa com veículos comerciais que povoaram as nossas estradas durante largos anos do século passado. Simplesmente foi-me respondido que não é fácil encontrar um clássico com estas caraterísticas em bom estado. Procure-se, então! Lance-se um repto nas redes socias a questionar quem gostaria de ter o seu clássico na revista e, acredito eu, propostas não deviam faltar. Aliás, já houve quem tivesse um artigo sobre o Carspotting em Portugal, na Topos & Clássicos, e alternativas a possíveis ensaios surgiam em catadupa. Restava, claro, contactar os proprietários lançando-lhes uma operação de charme para conseguir o que o seu automóvel pudesse ser protagonista do mês. Quem está no meio deve-se mexer muito bem para conseguir o que quer. Ou será pura e simplesmente mais fácil falar com o amigo do museu, do stand ou com o fotografo da esquina para arranjar algo de útil para uma capa de uma revista? Têm sido vários os exemplos de favores que se cobram para ter um clássico nessa circunstância.
Já compro esta publicação de 2003 de forma esporádica consoante o conteúdo que traz. Já passou por várias fazes e neste momento é a única que sai de forma regular no nosso mercado que aborda o veiculo clássico. Mas não era preferível respeitar o titulo da publicação ao invés de colocar qualquer coisa com quatro rodas na capa? Não é que o Audi TT seja desprezível mas está difícil de catalogar como Topo ou como Clássico. Mesmo quando atingir a idade de o ser, julgo que dificilmente se vai olhar como um clássico na sua plenitude. E então se é importado como o cinzento é que não vai com nada. Há modelos como este, nacionais, com histórico comprovado que facilmente colocaria no lugar do descapotável. Assim, seria mais fácil justificar o preço pedido de 5.20€. Já deixei passar alguns números por não terem o número suficiente de artigos do meu interesse que justificassem os quase seis euros. Esta será só mais uma.
Agora, chamar-me Velho do Restelo? Diria que Camões ao ver tanta atrocidade junta ficaria cego do outro olho. Sou, isso sim, exigente com aquilo que me é proposto. E se tiver de pagar por isso, então não perdoo. E não, não concordo, por muito bom que seja o Audi TT, que seja ainda o tempo de ser estrela de capa de revista. Apesar de apontar o dedo, não deixo de apoiar esta revista quanto mais não seja com sugestões e criticas construtivas para o projeto falando com o editor sempre que necessário. Só assim se evolui.