Preferia mil vezes ter um clássico que tecnicamente o era, mesmo que tenha sido visão comum no seu tempo, do que um Audi TT que não marca coisa alguma na sociedade. Pelo menos dava-se um propósito ao conceito da revista. Podia ter muito defeitos a antiga Motor Clássico mas conseguia ser mais interessante. E o atual diretor da T&C, quando nela colaborava, apresentava artigos de relevo que poderiam ser transportados para a sua revista dando uma lufada ao seu trabalho. Agora usar a revista para colocar qualquer carro para publicitar o que existe no mercado? A revista já tem uma secção para esse efeito e algumas páginas de publicidade. Não precisa de troca de favores para ter o que há para venda na capa. Para isso existe, por exemplo, a Auto Compra e Venda que tem um público muito próprio.
Se a revista fosse como aquelas que foram mencionados certamente traria os clássicos que todos conhecemos. Só que para isso acontecer a sua qualidade teria de aumentar a par do preço para justificar a sua compra. E quem sabe não resultaria. Julgo que não seria nenhum prego no caixão da T&C.
Quanto ao alvo a que se destina o Audi TT, e respondendo também ao
@Eduardo Wilson, os clássicos abrangem um vasto espetro de idades. Basta ver pelo Portal. O número de entusiastas de várias faixas etárias que aprecia e adquire um modelo de duas ou quatro rodas para puder restaurar, preservar, usufruir, conhecer a sua história e guardar boas memórias é expressivo. Agora, a malta que adquire um carro dos anos 90 ou pós-2000 quer o mesmo para o estimar ou admirar como o carrito do seu avô? Há exceções, claro, e ainda bem, mas uma grande percentagem quer esse automóvel para o
stance ou
tunning. Não vai comprar, neste caso, um TT para o estimar e guardar para um dia o chamar de clássico. Vê-o como um plástico rápido, de linhas desportivas que dá cenário e que bem ou mal ainda está a um preço convidativo. Para além disso, pouco se vai interessar por uma revista em papel ou ser atraído para um determinado modelo à custa do que vem numa capa. Duvido que a quota de leitores contemporâneos do modelo alemão justifique esta escolha para estrela do mês. Mas mais uma vez afirmo, há exceções e quem não veja o cenário por esse prisma. Ainda bem que assim é pois dessa forma muitos 'youngtimers' estão a resistir bem ao passar do tempo e a ser preservados para o parque automóvel nacional.