O pagamento tem um nome. Chama-se jornalismo colaborativo.
Mesmo sem necessidade de adquirir a publicação, é possível ler on-line a página inicial do artigo. A semelhança de conteúdo com a
historieta encomendada em setembro de 2018 (
https://clt-live.s3-eu-west-1.amazo..._ad_file_ed6c9126bc5d752a740d79d8957a0fa0.pdf), não se trata de mera coincidência. Ambas as narrativas têm um propósito comum.
O autor desta
estória, Richard Heseltine, personagem com uma estreita ligação ao nosso país, ao qual tem sido permitido ensaiar as melhores pérolas do património automobilístico nacional, optou por em ¾ da sua narrativa, dar ênfase ao registo temporal da documentação pertencente ao FG-35-68, transcrevendo quase na íntegra o trabalho feito pelo “jornaleiro” cá do burgo.
Para elevar e credibilizar o actual proprietário do Alfa, informa os leitores, que na sua colecção privada podem ser encontrados, um ex-carro de fábrica, Lancia 037 (Jolly Club, ex-Massimo Biasion, posteriormente adquirido pela Duriforte para o Carlos Mário Bica correr), e também um raro Ferrari 275 GTB/4.
Complementa a reportagem algumas fotos de Heseltine na condução do Alfa na zona de Sintra e, uma breve apreciação ao comportamento dinâmico da viatura.
Deixo a imagem da última foto, para a qual chamo a atenção da legenda na parte inferior direita.
Ver anexo 1167434
Porque o colega de profissão alvo da sua gratidão, omitiu/fantasiou/enganou, e /ou, não sabe/quer/consegue, responder a questões que só contribuiriam para clarificar o historial da viatura, para quem estiver disposto a gastar o seu tempo, seria de questionar o Sr. Richard Heseltine (
[email protected]), dando conhecimento ao editor da revista, o Sr. Chris Rees (
[email protected]), se estará disponível para investigar e esclarecer alguns pontos cinzentos do historial deste GTA, nomeadamente:
- Qual o seu paradeiro entre 1976 e 1984? Circulou? Foi esquecido num canto de uma garagem? O motor gripou? Gastava muito e fazia barulho? Teve um acidente e foi passar uma temporada à sucata? Acabou os seus dias na Siderurgia Nacional? Foi transformado em latas de sardinha?
- E entre 1984 e 1994, enquanto foi propriedade de um entusiasta português da marca, como este desfrutou do seu veículo durante estes 10 anos? Alguém se recorda de ter visto o Sr. Xavier Moreira ao volante do seu GTA?
- Pelo testemunho (1) do nosso “perito”, devem ter sido 10 anos de puro prazer. Em 1994, quando foi vendido ao Sr. Manuel Ferrão, foi alvo de um restauro que voltou a lhe devolver a glória perdida. (1) “At the time, even though de car was very complete, and clearly had been the recipient of esteemed care, it was in need of a comprehensive restoration.” - SIC
- Onde está a documentação deste restauro? Perdeu-se por acidente? Não houve interesse em documentar o processo realizado no único Giulia Sprint GTA Stradale vendido em Portugal?
- Não sendo caso único, porque é que o Sr. José Carlos Barros, entusiasta e conhecedor da marca, após ter adquirido a viatura em 2008, voltou a negociá-la 5 anos depois, em 2013, com o Sr. Manuel Ferrão? Terá o Sr. Barros detectado alguns “problemas” no restauro realizado em 1994? Daqueles que só verdadeiros amantes e entusiastas da marca poderão lá chegar, tais como painéis de carroçaria, respectivas soldaduras e afins? Ou o Sr. Barros tratou tão tal a viatura no período de 5 anos em que foi seu proprietário, obrigando o Sr. Ferrão a fazer um restauro meticuloso (palavras do nosso “perito”) quando, em 2013, a viatura retornou à sua posse?
- Por fim umas questões adicionais, cujas respostas poderão, ou não, contribuir para fechar um círculo. Onde estava guardado o FG-35-68, o Lancia 037 e o Ferrari 275 GTB/4, não viu por lá o MO-44-88? A sua veia jornalística não lhe pede para fazer um artigo semelhante ao agora “parido”? Não é relevante, que na mesma coleção exista não um, mas sim, dois GTA´s? Fora os documentos, será que o MO é mesmo um verdadeiro GTA? Será aplicável o provérbio português, “cesteiro que faz um cesto faz um cento”, à viatura ensaiada?
Como se já não nos bastasse o “perito” que temos por cá, aparece mais uma “eminência parda”, disposta a dar continuidade e visibilidade ao trabalho obscuro, para que outros possam tirar disso proveito, colocando os leitores desta publicação inglesa, também eles, a comer gelados com a testa.
Ou será que todas as duvidas e respostas às questões poderão ser justificadas com mais uma rábula, desta feita com a bengala do Winston Churchill, que da inicial só conserva a ponteira e a cor, mas que segundo doutos critérios, mesmo assim preserva a sua autenticidade e originalidade. Assim, ficaríamos a saber de onde veio a brilhante teoria da faca de Salazar…