Caro Miguel,
Atenção, aqui a questão já escapa do ser clássico e passa para uma questão de gosto. Mas duvido que haja muita gente que goste daquele 850 como está... é uma aberração.
Eu não sou contra as modificações, de maneira alguma. Mas devem respeitar a identidade do carro, e especialmente o contexto histórico. O que foi feito neste 850 só respeita uma procura obsessiva pela foleirice, a meu ver. Sim, a maior parte dos acessórios se calhar até são da época (as jantes são levemente mais recentes que o carro mas são aceitáveis, por exemplo). Mas isto só mostra que mesmo na altura já havia gente com mais dinheiro que bom gosto. O que põe um problema quando uns anos mais tardes queremos ser aceites pela generalidade da população como uma peça de relevo para o património automobilístico.
Agora também há gente que faz o mesmo, basta ver aquele tipo do médio oriente que mandou revestir um Mercedes SL novinho em folha em diamantes...
Mau gosto é mau gosto, e é intemporal (na volta, até pode ser considerado de clássico!
). Se calhar para o dono é lindo, eh pá, tudo bem... mas depois não se queixe quando quiser ser reconhecido pelos outros. Corre-se sempre esse risco quando se é demasiado individual... onde é que ele agora vai arranjar alguém com estômago para digerir aquilo? É um achado arqueológico dos primórdios do Xuning!
Ainda por cima a 15,000 euros? Um 850 Sport Coupé imaculado não vale mais de 6,000! Agora façam as contas ao que era preciso para tirar aquela fardamenta de palhaço móvel e pôr o carro direitinho, e se calhar 1,500 euros ainda é caro. Por mim, de modificações só ficavam as jantes. Só de pensar no trabalho de arranjar um interior original...
Um abraço!