Nuno Andrade disse:
Não concordo... Respeito que seja um carro antigo, e que tenha custado muito a obter e manter em perfeitas condiçoes, mas se és tão meticuloso com tudo, como podes afirmar sobre a fiabilidade e durabilidade de todos os componentes do carro? Se as coisas não se usam, não se gastam, logo estão novas, ou em bom estado...
Atençao que não estou a por em causa a qualidade dos materiais, e da construção, não tenho duvidas que assim seja, estou a falar do uso dos mesmos em condiçoes "normais"...
Não sei se me fiz entender... :feliz:
Mais uma vez em Famalicão tive a apreciar a maquina, parabéns, esta num estado irrepreensível...
Nuno, percebi bem o que quiseste dizer. Entendo-te na perfeição com a tua resposta.
A minha frase é mesmo essa e tem mesmo essa interpretação, salientar a fiabilidade e robustez do carro aliado ao que sentimos quando olhamos, tocamos, e até cheiramos...(até o couro é verdadeiramente verdadeiro...)
O que não sabes e que não referi é o seguinte mas aviso que não vou ser sucinto
gear_grin
Posso afirmar sobre fiabilidade porque já lhe "espetei" alguns KM desde que o tenho (2003) portanto já são uns anitos na companhia dele. Revi toda a mecânica e conheço-o de fio a pavio...e passo horas a ver carros...
A fiablidade traduz-se na experiência, no seu passado, na panorâmica da sua época, na consideração principal que estamos a falar de super carros e não carros de trabalho...e sobretudo na comparação com outro (s) da sua época ou não...podemos até comparar com alguns bem mais actuais.
Depois, tenho andado parte da minha vida a "respirar" estes carros e sei de gente que anda bem mais do que eu e os utiliza mais amiúde (e entende mais até)...com conduções quiçá mais empenhadas que fazem com que a durabilidade e fiablidade saiam ressentidas e/ou postas à prova. Ou porque têm para estoirar e não se preocupam ou porque não sabem o que têm, ou porque não sabem o que é estimar (fazem daquilo um toyota dyna que nunca avaria) Em qualquer carro isso acontece quando os tratamos mal ou pouca estima temos.
Sou meticuloso nestes aspectos, tens toda a razão mas, não sou meticuloso em tudo e, principalmente em todos os carros e situações....apenas sou fundamentalmente e comletamente com os clássicos...pois nos carros recentes que conduzo verifico que o meu comportamento e consequentes sensações sobre os carros já não são bem assim - tenho 16 anos de carta, milhares de km e dezenas de carros que conduzo e conduzi...devido essencialmente à minha actividade profissional e ao gosto pelos próprios veículos. É uma experiência como outra qualquer mas não deixa de ser uma experiência e vale o que vale.
Os carros de serviço é como....a ver se me explico.... sinto-os como se fossem escritórios ambulantes que se resumem ao principal objectivo de se ter um automóvel, a deslocação do ponto A para o ponto B, de preferência com a maior rapidez e segurança activa e passiva, com conforto...ar condicionado...travões ABS, EBD, ASC e com tudo o que é tecnologia variada de preferência pois tudo tem uma função e vai ter uso.
O carro, ou seja, o Porsche é daqueles carros que fechas uma porta e sentes o que é a construção...ligas um botão dos faróis ou dos vidros ou da ventilação e sentes que aquele botão de plástico vai estar ali toda a sua vida sem sequer ficar endurecido e encrispado com os raios UV que apanha ou as milhares de vezes que os dedos passam por eles e sabes que não o vais arrancar e partir com 2 tretas..só de alicate e mesmo assim...
Conduzes na estrada e sentes a robustez do conjunto tal e qual sentes quando passas com um Land Rover por uma vala ou rego impossível e ele a supera com total rigor, sentes a travagem que não te deixa ficar mal porque já naquele tempo controlavam a fadiga e tinham travões fantásticos (quase todos os rivais travam bem pior e sofriam de imensa fadiga e sobre aquecimento), sentes que a relação consumo/prestação é das melhores coisas que ainda circulam e nem sabes bem explicar...talvez seja do peso, talvez seja da aerodinâmica, talvez seja pela relação de caixa que aproveita bem o binário a potência e a disponibilidade de entrega, talvez seja pelo equilíbrio da massa suspensa e aproveitamento e distribuição dos pesos móveis como a suspensão rodas...etc, sentes que os bancos duram a vida, a carroçaria já é galvanizada e dificilmente tem pontos críticos conhecidos de ferrugem a curto ou médio prazo...pois...basta ver e ter na mão os pára-choques para ver o que é a qualidade que eu falo. Cada um pesa que nem deus...e a chapa tem uma espessura que dificilmente algum carro actual irá ter...é ver e conhecer as peças que todo o carro foi construído, naquele tempo e com o propósito máximo e principal (apanágio da marca) de obter as melhores performances, porque é um desportivo em toda a sua forma e feitio. Claro que é caro...era CARÍSSIMO!!!!
Se é desportivo de máximas prestações não é suposto ter imensa fiabilidade e durabilidade...mas sim prestação, eficácia e que faça o dono aparecer muitas vezes para deixar mais umas massas ao longo da sua manutenção...mas tem que ser assim? Com esta marca pouco acontece essa situação, pois provou com a experiência que os seus produtos tinham e têm algo que está no topo que é a robustez com a máxima eficácia. Esse era o princípio do Ferdinand e continua a ser seguido.
Os carros caros e exclusivos são normalmente mais bem construídos e evoluídos do que os carros mais simples e baratos mas será que não é de interesse actual dos fabricantes obrigarem um tipo a deslocar-se mais constantemente à marca para fazer isto ou aquilo ao módulo, à centralina, ao chip disto e daquilo....não é assim que as marcas cada vez mais se defendem das "aftermarket" concorrentes...para garantirem aquele cliente eternamente para lhe sugarem tudo o que conseguirem?
Será que já ninguém pensa qual a causa ou o porquê de algumas das marcas que mais fidelizaram o primeiro cliente? TOYOTA, MERCEDES, VOLVO, HONDA,...PORSCHE...como outras..
Nestes anos (antes de meados de 80), o que interessava às marcas...e mais concretamente a uma Porsche era ter veículos que fossem excepcionais, superiores e com qualidade suficiente para que os clientes ficassem sem o mínimo de queixa possível...seja do que for. O prestígio era obtido dando qualidade caso contrário o cliente fugia mais depressa na próxima aquisição e concerteza passava uma publicidade ao vizinho que não era favorável...
A filosofia actual é diferente...mais encoberta, tudo muito igual, tudo sem grande personalidade e por mais diferenciação que eles nos tentem vender(monovolumes XPTO, SUV, berlinas coupes, Cabrios coupes, hibridos.. parece sempre que estamos a comprar carros todos iguais, mesmo entre várias marcas! E lá vão eles mudar a cara do carro de 4 em 4 anos...que PORRA! e o que eles custam e o que valem a seguir...???
Antigamente compravam-se carochas usados por 100contos e vendiam-se 5 anos depois por 300 contos antes do carocha ser clássico no seu estatuto..
Comprava-se um carro e, se ele estivesse bom, a desvalorização do bem não sofria de CRISE DE MERCADO...e campanha de abatimento.
É o Marketing que nos come a cabecinha...
Comparo um pouco e faço uma analogia sobre os fabricantes actuais com a Política...antigamente eram os IDEAIS...agora são os OPORTUNISTAS...
Mas que existem carros que valem bem o dinheiro e o esforço...este é um deles. A minha opinião é uma porque eu sou apenas um proprietário (tendencioso claro!) e um meticuloso proprietário...mas podem contar com ela para a estatística da satisfação máxima, mesmo que seja um objecto caro com peças caras.
Desculpem o texto mas com o entusiasmo deixo-me levar...
Abraço!