Paulo,
Desculpa o comentário de há bocado, se quiseres eu edito-o para o moderar um bocadito, mas é que este é um tópico que me incensa um bocado, como podes imaginar...
As mecânicas Fiat antigas têm poucos pontos débeis, desde que a sua manutenção seja a correcta. O mal é mesmo que muita gente não percebe rigorosamente nada deles, e o mesmo se pode dizer dos mecânicos a quem os entregam.
O único ponto fraco dos twin-cam é o referido carreto da bomba de óleo, mas esse foi um problema que se resolveu logo nos primeiros anos de vida, com peças reforçadas.
Tirando isso, é um motor extraordinariamente robusto, e de uma longevidade invejável. Poderia talvez referir os casquilhos e bronzes da cambota e bielas, que se devem substituir por rotina a cada 140-160,000 km desde que o motor tenha sempre tido manutenção correcta. Podem falhar antes disso, mas só se houver descuidos com o óleo. Falando nisso, também há outro ponto fraco que é a possibilidade de ficar sem pressão de óleo se se circular com o nível muito baixo (novamente algo que só acontece a quem não for cuidadoso o suficiente para verificar pelo menos de mês a mês) e se fizer uma curva muito apertada para a direita, deixando o chupador da bomba de óleo a descoberto.
Normalmente o mal deles é mesmo apenas a questão do circuito do arrefecimento, por falta do inibidor de corrosão presente no anticongelante, que assim permite a corrosão do alumínio que leva ao entupimento do radiador e acumulação de sedimentos nas galerias do motor, tendo como inevitável consequência o sobreaquecimento do motor. Esta é a marca de um motor maltratado.
Recordo ter lido algures que era sempre uma das preocupações da Fiat testar a fundo os circuitos de arrefecimento, e com esse propósito desde o aparecimento das primeiras autostrade em Itália que os protótipos eram postos a fazê-las horas e horas a fio a alta velocidade, atingindo repetidamente o máximo, para garantir que não havia problemas.
Aliás, pela minha experiência, posso dizer mesmo que habitualmente os circuitos são mesmo sobredimensionados em relação à mecânica em si, pois um carro bem cuidado nunca aquece, e mesmo em circuito urbano e com tempo quente poucas vezes necessitam da ventoinha.
O meu 124 Spider, que eu tenha dado por isso, ainda nunca ligou a ventoinha desde que ando com ele, mesmo nos engarrafamentos e no meio do verão. Tanto que até já testei o circuito todo algumas vezes porque achava estranho, mas está tudo bem... é mesmo porque simplesmente está tudo em ordem.
O circuito está aliás tão limpo que, no inverno, basta ter a chauffage aberta para manter o motor arrefecido... a temperatura mal sobe, e é preciso andar muito (ou muito no trânsito) para que o termostato abra...
Um abraço!
Desculpa o comentário de há bocado, se quiseres eu edito-o para o moderar um bocadito, mas é que este é um tópico que me incensa um bocado, como podes imaginar...
As mecânicas Fiat antigas têm poucos pontos débeis, desde que a sua manutenção seja a correcta. O mal é mesmo que muita gente não percebe rigorosamente nada deles, e o mesmo se pode dizer dos mecânicos a quem os entregam.
O único ponto fraco dos twin-cam é o referido carreto da bomba de óleo, mas esse foi um problema que se resolveu logo nos primeiros anos de vida, com peças reforçadas.
Tirando isso, é um motor extraordinariamente robusto, e de uma longevidade invejável. Poderia talvez referir os casquilhos e bronzes da cambota e bielas, que se devem substituir por rotina a cada 140-160,000 km desde que o motor tenha sempre tido manutenção correcta. Podem falhar antes disso, mas só se houver descuidos com o óleo. Falando nisso, também há outro ponto fraco que é a possibilidade de ficar sem pressão de óleo se se circular com o nível muito baixo (novamente algo que só acontece a quem não for cuidadoso o suficiente para verificar pelo menos de mês a mês) e se fizer uma curva muito apertada para a direita, deixando o chupador da bomba de óleo a descoberto.
Normalmente o mal deles é mesmo apenas a questão do circuito do arrefecimento, por falta do inibidor de corrosão presente no anticongelante, que assim permite a corrosão do alumínio que leva ao entupimento do radiador e acumulação de sedimentos nas galerias do motor, tendo como inevitável consequência o sobreaquecimento do motor. Esta é a marca de um motor maltratado.
Recordo ter lido algures que era sempre uma das preocupações da Fiat testar a fundo os circuitos de arrefecimento, e com esse propósito desde o aparecimento das primeiras autostrade em Itália que os protótipos eram postos a fazê-las horas e horas a fio a alta velocidade, atingindo repetidamente o máximo, para garantir que não havia problemas.
Aliás, pela minha experiência, posso dizer mesmo que habitualmente os circuitos são mesmo sobredimensionados em relação à mecânica em si, pois um carro bem cuidado nunca aquece, e mesmo em circuito urbano e com tempo quente poucas vezes necessitam da ventoinha.
O meu 124 Spider, que eu tenha dado por isso, ainda nunca ligou a ventoinha desde que ando com ele, mesmo nos engarrafamentos e no meio do verão. Tanto que até já testei o circuito todo algumas vezes porque achava estranho, mas está tudo bem... é mesmo porque simplesmente está tudo em ordem.
O circuito está aliás tão limpo que, no inverno, basta ter a chauffage aberta para manter o motor arrefecido... a temperatura mal sobe, e é preciso andar muito (ou muito no trânsito) para que o termostato abra...
Um abraço!