Depois de montar o farol jurei que não iria sequer tocar no par. Afnal, qual é o problema de ter faróis desirmanados?
Infelizmente apareceu alguém à procura de um SIEM 4476, que por acaso era um dos meus faróis principais. E por acaso estava novinho em folha, com etiqueta de controlo de qualidade da SIEM ainda colada e uma lâmpada H4 com base R2 (elas existem...).
E vai daí e vendi o meu farol e comprei dois novos. O Carello que fazia par está com o espelho nas lonas, não serve para nada, penso eu...
E o inevitável aconteceu: não podia ficar com três faróis novos e um velho, portanto lá desmontei o farol restante e comecei a laboriosa tarefa de o colocar em condições.
Olhando para as fotografias do primeiro não fiquei satisfeito. Certamente que é possível, com tempo e perseverança, fazer melhor.
Comecei por remover as peças de plástico, que lavei com água quente e escova de dentes.
Ver anexo 1158474
Não me esforcei por aí além porque ainda podem ir clandestinamente à máquina de lavar loiça.
Como podem ver pela numeração, trata-se de componentes da Carello.
A seguir na lista de tarefas estava a limpeza do coco. Que estava com uma grossa camada de primário, betume e tinta vermelha em cima, o que é inaceitável. E aqui começam as dores. Decapante em cma. Se não fosse o cheiro, o decapante seria o meu produto de eleição. Claro que não há fotos, porque o decapante provavelmente decapa um telemóvel só com os vapores. Mas fica aqui a minha dica: espalhar o decapante com uma espátula, enfiar tudo dentro de um saco do lixo, fechar bem e esquecer que aquilo existe durante uns dias. Depois remover o decapante com a espátula, atirar para dentro do saco, fechar bem e deitar fora. Fechar bem é a chave para não empestar tudo com o cheiro.
Claro que tirar a tinta é apenas um pequeno passo para o homem. A seguir vem a ingrata tarefa de remover todos os restos e a ferrugem que ao fim de 50 anos se instalou nas partes baixas do coco. A ferramenta de eleição é a escova de arame rotativa e qualquer coisa que sirva para esgravatar. Deixo aqui uma dica que toda a gente sabe, mas ninguém diz: com as escovas, mais depressa não é melhor. Elas removem mais se rodarem mais devagar e se periodicamente invertermos o sentido de rotação. Dito isto, já passei algum tempo a pesquisar máquinas de limpeza por ultra-sons e jato de areia.
A fase intermédia é remover ferrugem. Aqui utilizei conversor de ferrugem, também chamado ácido fosfórico. O ácido fosfórico converte "ferrugem", ou óxido de ferro(III) em fosfato de ferro, que é uma coisa preta e difícil de remover. Felizmente que o fosfato de ferro é solúvel em água, e portanto ajuda muito lavar a peça entre aplicações. Infelizmente, por baixo da camada preta que se forma, fica ferrugem. O que significa que é preciso continuar a esfregar, lavar, converter ciclicamente até se obter um resultado ao gosto do dono, o que no meu caso é uma camada cinzenta uniforme sem manchas pretas. Quanto tempo é preciso para fazer isto? Quando acabar logo dou uma estimativa...