Fiat Fiat 850 Sport Coupé

Diários de Bordo

Fiat Fiat 850 Sport Coupé

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Pedro Seixas Palma

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Sem garantia! A minha última transação com a Alemanha foi um barrete, mas pelo menos devolveram-me o dinheiro...
Informação de trânsito: se alguém quiser comprar estes faróis, escolha a versão H4. A R2 é 3mm funda demais para caber dentro do coco...
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

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Depois de montar o farol jurei que não iria sequer tocar no par. Afnal, qual é o problema de ter faróis desirmanados?
Infelizmente apareceu alguém à procura de um SIEM 4476, que por acaso era um dos meus faróis principais. E por acaso estava novinho em folha, com etiqueta de controlo de qualidade da SIEM ainda colada e uma lâmpada H4 com base R2 (elas existem...).
E vai daí e vendi o meu farol e comprei dois novos. O Carello que fazia par está com o espelho nas lonas, não serve para nada, penso eu...
E o inevitável aconteceu: não podia ficar com três faróis novos e um velho, portanto lá desmontei o farol restante e comecei a laboriosa tarefa de o colocar em condições.
Olhando para as fotografias do primeiro não fiquei satisfeito. Certamente que é possível, com tempo e perseverança, fazer melhor.
Comecei por remover as peças de plástico, que lavei com água quente e escova de dentes. 20200113_114742.jpg
Não me esforcei por aí além porque ainda podem ir clandestinamente à máquina de lavar loiça.
Como podem ver pela numeração, trata-se de componentes da Carello.
A seguir na lista de tarefas estava a limpeza do coco. Que estava com uma grossa camada de primário, betume e tinta vermelha em cima, o que é inaceitável. E aqui começam as dores. Decapante em cma. Se não fosse o cheiro, o decapante seria o meu produto de eleição. Claro que não há fotos, porque o decapante provavelmente decapa um telemóvel só com os vapores. Mas fica aqui a minha dica: espalhar o decapante com uma espátula, enfiar tudo dentro de um saco do lixo, fechar bem e esquecer que aquilo existe durante uns dias. Depois remover o decapante com a espátula, atirar para dentro do saco, fechar bem e deitar fora. Fechar bem é a chave para não empestar tudo com o cheiro.
Claro que tirar a tinta é apenas um pequeno passo para o homem. A seguir vem a ingrata tarefa de remover todos os restos e a ferrugem que ao fim de 50 anos se instalou nas partes baixas do coco. A ferramenta de eleição é a escova de arame rotativa e qualquer coisa que sirva para esgravatar. Deixo aqui uma dica que toda a gente sabe, mas ninguém diz: com as escovas, mais depressa não é melhor. Elas removem mais se rodarem mais devagar e se periodicamente invertermos o sentido de rotação. Dito isto, já passei algum tempo a pesquisar máquinas de limpeza por ultra-sons e jato de areia.
A fase intermédia é remover ferrugem. Aqui utilizei conversor de ferrugem, também chamado ácido fosfórico. O ácido fosfórico converte "ferrugem", ou óxido de ferro(III) em fosfato de ferro, que é uma coisa preta e difícil de remover. Felizmente que o fosfato de ferro é solúvel em água, e portanto ajuda muito lavar a peça entre aplicações. Infelizmente, por baixo da camada preta que se forma, fica ferrugem. O que significa que é preciso continuar a esfregar, lavar, converter ciclicamente até se obter um resultado ao gosto do dono, o que no meu caso é uma camada cinzenta uniforme sem manchas pretas. Quanto tempo é preciso para fazer isto? Quando acabar logo dou uma estimativa...
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Portalista
Deixo aqui uma dica que toda a gente sabe, mas ninguém diz: com as escovas, mais depressa não é melhor. Elas removem mais se rodarem mais devagar e se periodicamente invertermos o sentido de rotação.


Confirmo. Também cheguei a essa conclusão.

E confirmo que o berbequim não dura muito tempo se o usarmos muitas vezes para essa função. Os esforços laterais deixam-no cheio de folga :oops:
 

Edgar.Guerra

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Depois de montar o farol jurei que não iria sequer tocar no par. Afnal, qual é o problema de ter faróis desirmanados?
Infelizmente apareceu alguém à procura de um SIEM 4476, que por acaso era um dos meus faróis principais. E por acaso estava novinho em folha, com etiqueta de controlo de qualidade da SIEM ainda colada e uma lâmpada H4 com base R2 (elas existem...).
E vai daí e vendi o meu farol e comprei dois novos. O Carello que fazia par está com o espelho nas lonas, não serve para nada, penso eu...
E o inevitável aconteceu: não podia ficar com três faróis novos e um velho, portanto lá desmontei o farol restante e comecei a laboriosa tarefa de o colocar em condições.
Olhando para as fotografias do primeiro não fiquei satisfeito. Certamente que é possível, com tempo e perseverança, fazer melhor.
Comecei por remover as peças de plástico, que lavei com água quente e escova de dentes. Ver anexo 1158474
Não me esforcei por aí além porque ainda podem ir clandestinamente à máquina de lavar loiça.
Como podem ver pela numeração, trata-se de componentes da Carello.
A seguir na lista de tarefas estava a limpeza do coco. Que estava com uma grossa camada de primário, betume e tinta vermelha em cima, o que é inaceitável. E aqui começam as dores. Decapante em cma. Se não fosse o cheiro, o decapante seria o meu produto de eleição. Claro que não há fotos, porque o decapante provavelmente decapa um telemóvel só com os vapores. Mas fica aqui a minha dica: espalhar o decapante com uma espátula, enfiar tudo dentro de um saco do lixo, fechar bem e esquecer que aquilo existe durante uns dias. Depois remover o decapante com a espátula, atirar para dentro do saco, fechar bem e deitar fora. Fechar bem é a chave para não empestar tudo com o cheiro.
Claro que tirar a tinta é apenas um pequeno passo para o homem. A seguir vem a ingrata tarefa de remover todos os restos e a ferrugem que ao fim de 50 anos se instalou nas partes baixas do coco. A ferramenta de eleição é a escova de arame rotativa e qualquer coisa que sirva para esgravatar. Deixo aqui uma dica que toda a gente sabe, mas ninguém diz: com as escovas, mais depressa não é melhor. Elas removem mais se rodarem mais devagar e se periodicamente invertermos o sentido de rotação. Dito isto, já passei algum tempo a pesquisar máquinas de limpeza por ultra-sons e jato de areia.
A fase intermédia é remover ferrugem. Aqui utilizei conversor de ferrugem, também chamado ácido fosfórico. O ácido fosfórico converte "ferrugem", ou óxido de ferro(III) em fosfato de ferro, que é uma coisa preta e difícil de remover. Felizmente que o fosfato de ferro é solúvel em água, e portanto ajuda muito lavar a peça entre aplicações. Infelizmente, por baixo da camada preta que se forma, fica ferrugem. O que significa que é preciso continuar a esfregar, lavar, converter ciclicamente até se obter um resultado ao gosto do dono, o que no meu caso é uma camada cinzenta uniforme sem manchas pretas. Quanto tempo é preciso para fazer isto? Quando acabar logo dou uma estimativa...

O decapante não dissolve o saco do lixo? Boa dica...

Sobre o conversor, fiquei algo confuso. Existe conversor de ferrugem e removedor de ferrugem (o tal ácido fosfórico). O primeiro converte a ferrugem na tal substância preta, e o segundo elimina mesmo a ferrugem, deixando uma camada de um pó branco, embora em peças com muita ferrugem acabe por não conseguir remover. Qual destes está a usar?
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

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Sinto esse sentimento acerca do conversor....
Os espelhos das oticas estão bons? Pintar ou mandar cromar?
Talvez não tenha ficado claro, mas as óticas são todas novas! Tenho à venda o SIEM 6674 (farol 5 3/4", Fiat/Ferrari 308 (?)), que fará par com outro farol usado, o Carello principal está com o espelho nas lonas, e o Lucas está ferrugento e é para moto...

E confirmo que o berbequim não dura muito tempo se o usarmos muitas vezes para essa função. Os esforços laterais deixam-no cheio de folga :oops:
O meu vetusto berbequim já se está a queixar... mas se tivermos em conta que tem uns 30 anos, viveu uma longa e feliz vida!

Sobre o conversor, fiquei algo confuso. Existe conversor de ferrugem e removedor de ferrugem (o tal ácido fosfórico).
Pois... o ácido fosfórico reage com a ferrugem e transforma-a em fosfato, que é tendencialmente preto. E inerte e com uma certa aderência.
A maoria dos ácidos remove a ferrugem, mas deixam o aço exposto e este enferruja quase instantâneamente. Por exemplo, o vinagre de limpeza é razoávelmente eficaz a remover a ferrugem.
Pelo que tenho visto existem conversores que são à base de ácido tânico (a maioria), mas na loja de tintas o "conversor" que tinham era um garrafão de ácido fosfórico. O ácido tânico deixa uma camada mais espessa do que o ácido fosfórico, mas ambos fazem a mesma coisa.
 
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Pedro Seixas Palma

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Continuando a chaga, pedão, a saga da limpeza. Fica aqui o estado actual das peças em questão:
20200115_101423.jpg
Este é o lado "bom" do coco, o lado que fica para cima e onde não se acumula pó e humidade...
20200115_101446.jpg
Aqui o lado mau. A chapa está picada e por muito que esfregue não consigo eliminar as manchas de ferrugem convertida. De reparar qe algures na sua vida este coco terá sido utilizado como bola de futebol ou algo semelhante, pois está bastante amassado.
O interior:
20200115_101503.jpg
E um pormenor: 20200115_101321.jpg
 
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Pedro Seixas Palma

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Vejo luz ao fundo do túnel!
20200213_173835_2.jpg
O lado do condutor é simétrico e também tem dois faróis novos e da mesma marca!
Os aros dos faróis grandes não estão montados porque (ainda!) falta alinhar os faróis.
Qual é a especialidade, perguntam? "Só" troquei quatro faróis, não é exactamente um grande acontecimento...
Resumindo, tive de decapar, lixar, desenferrujar e pintar os cocos dos faróis pequenos. No processo destruí duas peças de plástico de um dos faróis, que tive de replicar com a impressora 3D.
Quando tentei montar os faróis pela primeira vez descobri que não cabiam dentro do coco, o que é no mínimo estranho. Depois de muito coçar a cabeça, apercebi-me que nem todas as lâmpadas nascem iguais, e que algumas têm o rabo mais comprido do que outras. As R2 que comprei estavam no limite máximo, e não cabiam. Em contrapartida as H4 que estavam nos faróis velhos cabiam perfeitamente, pelo que imprimi uns adaptadores e montei um farol.
Entretanto e em paralelo vendi um dos faróis grandes a um portalista e comprei dois da Wesem. Não são perfeitos, têm uma lampadinha de presença que não tem função neste carro, mas encaixam perfeitamente. Ou pelo menos um deles encaixou. O segundo requereu alguma cirurgia no pinchavelho que segura o farol. Quando desmanchei os faróis descobri que tinham lâmpadas R2 com base H4. Lâmpadas essas pefeitas para os faróis pequenos. Desmonta tudo!
Entretanto aconteceu o quase inevitável. O que é que se encontra por trás de cocos de farol grudados com betume? Mais betume e ferrugem e coisas feias. O maior problema foi que, ao arrancar os cocos, arranquei uns nacos de betume da frente do carro.
Armado do meu conhecimento profundo sobre coisas, desloquei-me à Tintauto e pedi uma lata do melhor Rosso Fiat 159. Para dar uns retoques. Achava eu.
Claro que o inevitável nestas coisas aconteceu. Assim que experimentei a cor saltou-me à vista que era a cor errada. É que não se parecia nem de perto, nem de longe. Volto à Tintauto, onde muito gentilmente me explicaram que as probabilidades de o meu carro ter a cor original e/ou de eles acertarem numa cor com 50 anos era infinitésimal.
Uma terceira viagem, desta vez com a tampa da mala/ vão do motor debaixo do braço, e depois de vasculhar 42 amostras de vermelho, escolhi aquela que mais próxima me pareceu, e que por acaso é uma cor da Toyota...
Muita lixa, pó, primário e afins depois, acabei a pintar toda a frente do carro, entre os faróis grandes. A má qualidade da cor na fotografia é testemunha de que acertei no tom de vermelho, e de que o trabalho até nem ficou mal feito. Depois de lixar e polir para remover a horrível casca de laranja.
Concluindo, ainda tenho de acertar os faróis e voltar a montar a tampa da mala/ vão do motor. E certamente que me estou a esquecer de qualquer coisa, mas já começo a ver luz ao fundo do túnel.
 
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Pedro Seixas Palma

Pedro Seixas Palma

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Entretanto, e antes que me esqueça, no outro dia pus-me a sonhar novamente com ignição eletrónica. Não sei porquê, mas pareceu-me uma boa ideia. E depois pus-me a pensar que talvez desse para montar um "clássico" MM SE100 em vez do MM S118. Mas o problema é sempre o mesmo, o motor roda ao contrário.
E foi então que reparei neste pormenor num video do falecido John Edwards:
Captura de ecrã de 2020-02-13 18-33-19.png
Na realidade vários pormenores. Um é o defletor de óleo em alumínio, da Ducellier, montado no distribuidor da Magneti Marelli. O defletor da MM é em plástico e normalmente encontra-se no fundo do carter, em bocadinhos.
Mas o verdadeiro pormenor é que ele está a mostrar um S118, de um 850, como eu tenho um, mas em vez de ter uma came para atuar os platinados, tem um relutor! É um distribuidor eletrónico! Provavelmente utilizado em conjunto com um Digiplex.
Resumindo, se alguém tiver guardado numa gaveta um distribuidor eletrónico Magneti Marelli, de um Uno ou Panda, Ritmo ou Regata, talvez de um Citroën AX, referência SE 100 (mais qualquer letra e X), eu quero-o!
Para que não haja dúvidas, é assim:
Spinterogeno-Fiat-Uno-Magneti-Marelli-SE100EX-centralina-originale.jpg
 
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Pedro Seixas Palma

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Gostaria de fazer um apelo aos entendidos de Fiat: alguém tem uma tabela com números e descrição de parafusos?
Eu explico: comecei a armar o bloco que comprei há muito, muito tempo, e logo no primeiro passo preciso de cinco parafusos 10902221.
A net diz-me que é um parafuso M6x16, vou ao saco de parafusos e tiro cinco parafusos M6x16. Na realidade tirei mais e deitei uns quantos fora porque não estavam legíveis. E é aí que reparo que tenho parafusos Fiat 80, Fiat 100 e Fiat A50, com anilha imperdível.
Suspeito que o 80 seja o 10902221, mas é um suponhamos...
E claro que também há M6x20, M6x22, M6x25, com anilha imperdível e todas as combinações de classe de resistência...
 
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Pedro Seixas Palma

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10902221 M6x16 FIAT80 DIN 933 8.8 (5x Tampa do bloco; 4x suporte do retentor da cambota)
10902421 M6x20 FIAT80 DIN 933 8.8 (6x Tampa da distribuição, 3x polia da bomba)
10902521 M6x22 FIAT80 DIN 933 8.8 (2x Suporte do retentor da cambota; 16x cárter)
10902621 M6x25 FIAT80 DIN 933 8.8 (1x tampa do termóstato, 1x abraçadeira do fole da ventoinha)
13825011 M6x45 FIAT50 CON ROSETTA (1x Tampa da distribuição)
13823621 M6X22 FIAT80 CON ROSETTA (6x no filtro de óleo da polia)
13824321 M6X16 FIAT100 CON ROSETTA (na embraiagem, na bomba de óleo)
13824611 M6X30 FIAT50 CON ROSETTA (na bomba de óleo)
13824811 M6X35 FIAT50 CON ROSETTA(na bomba de óleo)
13824111 M6X12 FIAT50 CON ROSETTA(na bomba de óleo)
13824121 M6X12 (na blindagem da transmissão)
13825711 M8X18 FIAT50 CON ROSETTA(na bomba de óleo)
13823711 M6X25 FIAT50 CON ROSETTA (na bomba de óleo)
16043921 M8X35 FIAT80 DIN 931 8.8 (na bomba de combustível, apoio do motor, apoio do escape)
16043821 M8X30 FIAT80 DIN 933 8.8 (no apoio do motor, apoio do escape)
 
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