A Verdadeira História Do Morris Marina

Jorge Viegas

Veterano
Rafael S Marques disse:
Mas não há ninguém para falar bem do carro? laugh.png
O meu avô paterno tinha um da firma dele e quem andava era o vendedor, era a gasóleo e de cor castanho cocó, com alguém disse laugh.png

E tenho uma história que me recordo como se fosse hoje, tinha eu uns 12 ou 14 anos e a minha tia era recém encartada, certo dia pegou no Marina e numa avenida atrapalhou-se não sei com o que, e em vez de travar acelerou blink.png resultado foi embater de frente num hidrante que antigamente se encontravam junto das bermas, resultado, a avenida ficou inundada ph34r.png (havia um repuxo de água enorme) e a frente do carro toda torcida. Eu não tive nada e penso que nem cinto levava laugh.png
 

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Rafael S Marques disse:
Aqui em Seia os marina eram uma praga daquelas bem grandes mesmo, foi dificil de acabar com ela, então marinas diesel nem se fala, mas esses tão depressa pegou moda, como desapareceram, penso que ainda estarão 2 aqui perto e já tive por duas vezes para ir vê-los, só não fui porque tive medo de não resistir... laugh.png
Compra la essa maquina intemporal e deixa te de historias ....... tuc tuc tuc tuc tuc tuc tuc tuc tuc tuc biggrin.png laugh.png laugh.png
 

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Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Rafael S Marques disse:
Ando a restaurar um sunbean avenger dum amigo que é quase a mesma coisa, problemas atrás de problemas, mas a pouco e pouco vai... laugh.png
Não é quase, é mesmo a mesmíssima coisa (passe a redundância), outra das prácticas comuns da BL era o badge engineering, ou seja, vender a mesma treta com 4 marcas diferentes se fosse preciso... como se uma não fosse já má que chegue! tongue.png
 

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Rafael S Marques

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Jorge Viegas disse:
Pois, não sei qual era a lógica blink.png
Simples, porque em certos países certas marcas não eram comercializadas, então esses modelos eram comercializados por outras marcas, neste caso foram a Sunbean, Talbot, Hilman, Crysler e a Dodge.
 

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OP
OP
António Barbosa

António Barbosa

Red Line
Portalista
A verdadeira razão da amalgama de peças a que a BLMC chamou Morris Marina tem a haver com a respectiva amalgama de letras do acrónimo da iniciais BLMC, British Leyland Motor Corporation, não é mais do que a fusão de BMC, British Motor Corporation com a Leyland. De notar que a BMC, já era em si uma fusão do grupo Austin com o grupo Morris, cada qual com várias marcas agregadas (por ex. MG quer dizer Morris Garages), e que durante a década de 60, a Jaguar e a Rover juntaram-se, e que sendo a Leyland acima de tudo uma construtora de autocarros, tinha adquirido a Triumph em Dezembro de 1960.
O automóvel desta verdadeira história foi concebido quando tudo se juntou, em 69.

“ Assim que a fusão aconteceu, a nova administração apercebeu-se que depois do lançamento do Mini Clubman e do Austin Maxi, nada estava planeado na calha. E essa mesma nova administração não estava muito convencida do sucesso de vendas do Maxi, portanto propôs algo que sem perturbar as vendas do ADO16 (Austin/Morris 1100/1300) desse para atacar a fatia de mercado do Cortina, onde? No mercado das frotas empresariais onde o ADO16 nunca tinha entrado!
Numa entrevista um executivo da BLMC afirmou na altura que era essencial para a BLMC ter um modelo que ao mesmo tempo vendesse para as referidas frotas empresariais e que desse um bom lucro, seria a única forma de combater as fábricas de automóveis de origem americana.”

Estas linhas traduzidas do ‘AROnline’ reflectem bem a falta de orientação das novas chefias. O lucro era imperioso, e o aproveitamento de tudo o que existia ‘em casa’ para evitar grandes investimentos levou a que o Morris Marina tivesse peças do Minor, do MGB (apenas os 1,8l) e de alguns Triumph. A suspensão da frente era, em minha opinião, a mais retrógrada das soluções adoptadas, os amortecedores de braço hidráulico ou alavanca, que estavam completamente obsoletos no final da década de 60 foram responsáveis pelo péssimo curvar do modelo. A maior parte das outras soluções do Marina, não sendo de todo inovadoras, eram perfeitamente actuais pelos parâmetros de 1969.
 
OP
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António Barbosa

António Barbosa

Red Line
Portalista
[SIZE=10pt]Em Julho de 68, Roy Haynes o designer que a BLMC ‘roubou’ à Ford, olhou para os esboços que já existiam do Marina e notou que as dimensões que esses esboços apontavam deveriam ser maiores para vencer a concorrência, estas dimensões maiores levariam o consumidor a ver ‘grande’ por pouco dinheiro, talvez muita parra para pouca uva…[/SIZE]

[SIZE=10pt]O objectivo também passaria por fugir da linha do Austin 1800/2200 e do Maxi de utilização máxima do espaço interior vs exterior e ter em consideração o estilo do exterior seguindo o caminho dos restantes modelos em moda.[/SIZE]
[SIZE=10pt]O Marina ainda deveria ter uma imagem que agradasse aos compradores leais à marca pelo menos até 76-77.[/SIZE]

[SIZE=10pt]Numa referencia ao Coupé a rondar o hilariante, os comunicados da época referem que:[/SIZE]

[SIZE=10pt]“ o modelo de duas portas tem de ser um líder de mercado no que diz respeito ao estilo. O consumidor alvo, é masculino com menos de 35 anos de idade e em vez da tradicional semelhança entre os perfis de 4 e 2 portas, a BLMC deveria fazer algo subtil para distinguir os modelos de 2 e 4 portas”… “assim, Haynes desenhou a versão de 2 portas de forma desportiva com uma carroçaria tipo coupé. Garantiu também um interior apelativo ao já referido público alvo.”[/SIZE]

[SIZE=10pt]As primeiras versões de 2 e 4 portas ficaram prontas em apenas algumas semanas! Os modelos foram apresentados à administração da BLMC em 5 de agosto de 1968. Nessa reunião de apresentação estavam também representantes da Pininfarina e da Michelotti que apresentaram as suas propostas para concorrer com as da ‘casa’ feitas por Haynes.[/SIZE]
[SIZE=10pt]Haynes venceu em ambas as propostas (2 e 4 portas) no que foi considerado como um enorme cumprimento a Haynes pois as casas italianas eram do melhor que havia na altura em termos de design automóvel.[/SIZE]
[SIZE=10pt]Provavelmente a verdadeira razão pela qual Haynes venceu, terá tido a haver com os valores pretendidos pelos gabinetes de design italianos. Não nos podemos esquecer que Roy Haynes era da casa e estava já a fazer aquilo para o qual a BLMC lhe pagava…[/SIZE]
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Portanto, temos um carro que nasceu de uma pilha de peças obsoletas escolhidas ao calhas de vários carros diferentes, construído sob princípios de contenção máxima de custos, com desprezo pelo estilo (o Roy Haynes que me perdoe, mas duvido que a proposta fosse assim tão melhor que as de duas das melhores casas de "alta costura" automóvel) para poupar mais umas tecas... o que é que há aqui que se possa gostar? Está errado desde o primeiro momento...

Posto isto, e vendo desta perspectiva, até podia ter sido ainda pior... o que não quer dizer que seja algo que se cheire.
 
OP
OP
António Barbosa

António Barbosa

Red Line
Portalista
Meio Frankenstein, mas vendeu quase 1 milhão. Como já disse no final do post #52, tirando os 'suspensórios' da frente, o resto das soluções não sendo inovadoras estavam perfeitamente actualizadas para a época.
 

diasdacosta

Clássico
Morris Marina? Grande máquina!!!
Se calhar poucos dos que aqui opinaram tiveram o privilégio de conduzir um Marina. Eu tive, fiz milhares de Km com um 1500 Diesel, era o FN de 1978, e de manhã pegava à primeira (tinha o motor reparado de novo), o trec,trec, trec, era caracteristico daqueles motores, todos faziam.
A nivel de suspensão não era muito confortável, mas na altura dos 20 anos quem se importava com isso, queriamos era carro para ir às festas e às gajas....
Esteticamente, e como os gostos não se discutem, só digo que vejo actualmente modelos bem mais feios que o Morris Marina...
E para finalizar, era uma candeia a gastar gasóleo....
 
Boas,
Este tópico está excelente!
Entretanto lembrei-me que do MARINA existia também uma carrinha de 2 lugares, essa sim, para alem do matraquer do motor tinha também todo um conjunto de vibrações de chapa e um bater das duas meias portas traseiras, que parece que ainda me estão no ouvido.
Visto que este tópico já deu para me lembrar um pouco da minha infância e acabaram por me vir à memória outros carros que me lembro de ver nas ruas durante a década o final da década de 70, e quase toda a de 80 e cujas marcas ou desapareceram ou enveredaram por outros caminhos e que gostaria de ver lembrados (e que provavelmente até dariam para abrir outro tópico), como por exemplo:
  • VAUXHALL VIVA HA, HB (do qual sou proprietário de 1 exemplar) e HC.
  • SIMCA 1000 (se a memória não me falha de motor a trás), o enorme 1300 e o revolucionário 1100
  • HILLMAN IMP (motor a trás)
  • NSU (motor a trás)
  • SUNBEAM
  • BEDFORD
  • EBRO
  • SHERPA
  • TALBOT
  • DODGE
  • ETC...
Aposto que há por aí muitas memórias destas máquinas e também devem de existir mais uma quantas marcas das quais não me devo lembrar agora (falha grave), mas já agora gostava das ver recordadas.
Um abraço.
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Só agora li este topico e ri-me bastante com o humor presente em alguns comentários.

Creio que foram escritos com humor por ser a única forma de abordar o tema, já que lançar um "modelo novo" com amortecedores de braço no fim dos anos 60 só pode ser uma piada.

Quanto ao carro em si o Eduardo Relvas diz tudo.

Agora a parte humilhante; Tirei a carta num Marina "Tec Tec".

(já deve haver gente a posicionar pianos no telhado)


nuno granja
 
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