Portal Crónicas Uso quotidiano: Alfa Romeo 75 (ou 90) e o Citroen Cx Pallas

Uso quotidiano: Alfa Romeo 75 (ou 90) e o Citroen Cx Pallas

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Gosto dos dois, cada um á sua maneira. O Cx é impressionante. Todos os dias que ando naquele carro, é agora o carro do meu dia-a-dia, pergunto-me como é possível tanto idiota (desculpem o termo, mas é mesmo o que acho) andar com carros novos de 15, 20, 40, ou 70 mil euros! O Cx é melhor do que todos eles, custa o mesmo que um extra de caracacá de um carro moderno, dá um prazer imenso, conforto de topo, extras com fartura incluindo ar condicionado, não desvalorizará NUNCA… enfim, filosofias de vida.

ALFA90O Alfa Romeo da mesma época que o Cx, tem tudo o que o Cx tem, menos conforto, mas caramba… quem precisa de conforto com aquele andamento? O raio do carro até eriça os pêlos! A sonoridade, a força, a autêntica loucura que é pilotar um, fazem do Alfa Romeo um carro completamente á parte de tudo o resto. Acaba por ser um rebelde, o qual podemos sempre ir a um restaurante fino que nunca fica mal e ainda arriscamos a que o garageiro ainda nos dê ele a gorjeta, pela satisfação de ter sido autorizado a estacionar um Alfa Romeo!

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Citroen CX

Ás vezes ponho-me a pensar que antigamente, até aos anos 80, as pessoas deveriam ser bastante diferentes umas das outras. Uns pensavam assim e outros pensavam assado e as marcas satisfaziam os primeiros e outras os segundos. Hoje dá a impressão que todos gostamos do mesmo e que as marcas sabem disso, por isso é que fazem carros sem diferenciação. Antigamente estávamos sentados na sala a ver desenhos.animados e sabíamos perfeitamente que tinha passado um Mini, um Carocha, um 2Cv, um Alfa… até o som dos carros era diferente de marca para marca. Hoje em dia se nos derem a hipótese de tentar adivinhar qual é o carro em que nos encontramos sentados de olhos vendados, nem pelo toque, nem pelo cheiro, nem pelo som do motor lá vamos. Um Citroen novo ou um Alfa Romeo novo são carros iguais, para pessoas iguais que têm facebook, gostam de sushi, foram ver as 50 sombras de Grey, são experts em Gin e adoram Kuduru, selfies e mais outras coisas assim. Antigamente, é um facto, não havia liberdade, mas as pessoas sabiam! Hoje todos pensamos que somos livres, mas será que o somos realmente? Fica a questão para podermos reflectir connosco próprios em consciência.

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Alfa Romeo 90

E, como se diz agora: prontos… aqui ficou um apontamento filosófico do nosso dia-a-dia só por teres falado nas minhas duas escolhas para o uso quotidiano, Alfa Romeo 75 (ou 90) e o Citroen Cx Pallas. Só com carros assim ficamos um pouco mais iluminados e esclarecidos ao ponto de nos apetecer filosofar. Se andasse de carro novo a conversa seria outra certamente! 😉

Desculpem ocupar o “bons negócios na net” com isto, mas… posso ser livre de o fazer? Hein? Quem sabe se não será uma boa achega a quem ande um pouco indeciso na sua futura compra ou no seu futuro estilo de vida!

Postado originalmente aqui:
Bons Negócios na Net

O Alfa Romeo 90 do Autor:
Alfa Romeo 90

O Citroen CX do Autor:
Citroen CX

4 COMENTÁRIOS

  1. Olá Pedro Pereira Marques, eu concordo contigo excepto numa coisa, os meus carros do dia a dia todos eles têm mais de 20 anos, e dá muito jeito ter mais que um porque vão com mais frequência ao sr mecânico, não quer dizer que avariem mas precisam de cuidados mais frequentes, e assim não ficamos apeados. De referir que tanto eu como a minha mulher os usamos, uma Volvo 850 T5 a GPL utilizada maioritariamente por ela, um Range Rover 200tdi que uso quando chove ou quando tenho de andar engravatado, e uma BMW r100gs que usos nos outros dias . Ambos os carros são de 94 e a mota é de 88 e estão todos o mais originais possível.

  2. A minha opinião,

    O Pedro Marques tem razão quanto ao método, isto é, manutenção e prevenção com qualidade e rigor são a única solução para um uso "trouble free" de carros velhos no dia-a-dia.
    Mas sem ilusões na maioria dos carros o custo de uma revisão completa e intervenções preventivas será muitas vezes superior ao valor do carro.

    A escolha do carro certo para o tipo utilização também é primordial, por exemplo eu não podia utilizar um Fiat 500 nas minhas deslocações, mas ai a escolha é grande e não faltam carros interessantes para todos os preços e gostos.

    Todos os carros tem os seus ponto fracos, mas alguns modelos serão mesmo só para uma volta de vez em quando e voltar a guardar ou devolver (mais uma vez) à oficina.
    Evitar dar uso regular a carros com falhas graves no DNA, tipo NSU Ro80, Citroen SM ou Maserati Biturbo. Alguns carros com má reputação (justificadissima), como por exemplo o Triumph Stag, tem em Inglaterra quem os fiabilize, por cá será mais dificil.

    Em termos de custos, no computo geral acho que a maioria das pessoas faz mal as contas, o valor de um carro novo, juros (na grande maioria dos casos), IUCs, desvalorização, manutenções regulares mais caras, pneus mais carros e um longo etc, tornam os carros recentes bem mais caros.
    O que o meu vizinho gastou recentemente no turbo da C4 Picasso da última geração, pagava a pintura da C3 e com o troco ainda passava um fim de semana no Alentejo com a família.
    Por vezes a minha cara metade fica espantada com os valores gastos por colegas de trabalho em reparações de carros recentes.

    Quanto à fiabilidade já acho que o método do Pedro, que dentro das minhas possibilidades é idêntico ao meu e considero ser o correcto, não garante a 100% de fiabilidade, mas isto porque nenhum método é infalivél. À partida um carro conforme a origem bem mantido e utilizado dentro dos limites inerentes à sua concepção, terá a fiabilidade que tinha quando era novo.
    O problema são os imponderáveis e tal como sabemos "qui los hai, hai"

    Eu não tenho muitas razões de queixa mas todos carros um dia vão avariar. Nos últimos 20 anos, durante a enésima viagem Lisboa > Porto > Lisboa, fiquei uma vez com o Scirocco Cinza na berma da EN1 já perto de Coimbra, no entanto a luz do alternador tinha acendido já em Vila Franca de Xira. Foi um regulador interno do alternador que queimou e a peça custou 80.00eur.
    Que me recorde chamei o reboque (ao contrário do Bava eu "guardo memória"…) em duas outras ocasiões, em 2004 por motivos rigorosamente idênticos no Audi Coupé e em 1997, no regresso de França, o motor da VW Type 2 Split de 1963 agarrou em Salamanca. Na altura tal "pão de forma" tinha 100.000km de uso nas minhas mãos com diversas viagem a França e muitos "Portugal de lés-a-lés".

    Aqui há no entanto que referir que apesar dos progresso (e foram muitos) em termos de fiabilidade, os carros novos também avariam. A minha cara metade trabalha numa instituição onde existem uma grande percentagem de veículos de gama média alta e há uns dias disse-me que entre esses carros havia 5 BMWs recentes parados com avarias graves. Um deles, série 5 recentissimo já partiu o turbo 2 vezes.

    Quanto a ter mais de um carro, justificasse e aconselho.
    Permite fazer reparações e programar as intervenções preventivas no(s) outro(s) com calma e sem stresses.
    Tive um só carro apenas entre 1998 e 2002, o Scirocco Azul (ao contrário do Bava eu continuo a "guardar memória"…) e sobrevivi, mas recordo-me que para ir a uma reunião a Esposende, fui de comboio até à Póvoa e a partir dai de autocarro até Esposende. Gastei praticamente o dia todo na logística.
    Por outro lado ai está algo que um petrolhead adora, mais de um carro à escolha, hoje levo o Audi Coupé, para a semana logo vejo

    Há outro factor muitissimo importante nesta opção e que vem nos manuais da tal "propaganda", embora raramente seja referido ou assumido.

    Quando alguém compra novo ou semi-novo um BMW (ou Mercedes, Audi, etc..) de gama média alta , raramente assume que a valorização social associada à posse dessa viatura foi motivo determinante (senão o mais importante) na escolha, normalmente é porque é um carro "alemão, seguro, fiável, eficaz" e um longo etc. Ora um carro velho só pode ser conduzido por quem tenha estes aspectos bem resolvidos.

    Para um teso com ares de snob, a C3 tem uma grande vantagem, nenhum tipo foleiro arrisca a ser visto num carro tão velho e sem qualquer valor na escala da valorização social, não vão pensar que ele é mesmo foleiro

    Neste capítulo entram também as caras-metades, que normalmente tem muito mais influência do que aparentam. Ai eu tenho sorte e vou descrever a minha situação citando dois grandes poetas dos VWs ar; "mulheres inteligentes gostam de ver homens felizes" (e vice versa) do grande Jorge R. , e o lema cá de casa, da autoria do grande Miguel B., "não compro coisas que não preciso, com dinheiro que não tenho, para impressionar gente de quem não gosto".

    nuno granja

  3. Pedro, o Biturbo é pela minha experiência infalível. Mal construído, mas fiável.

    Concordo com a tua análise (artigo) e partilho da tua opinião (quase toda). As sensações, as memórias, as experiências e mesmo o custo/desvalorização. é win win.

    Só não acho correcto apelidar de idiotas de quem diferente de ti pensa e opta por comprar carros novos. Discordando ou não, é ofensivo e gratuito.

    Abraço.

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