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João Paulo C. Ribeiro

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Este tipo de tópico já deu o que tinha a dar. Mas mais uma para os petrolhead não vai fazer mal nenhum.

No decurso dos últimos 107 anos apenas dois carros de tracção à frente de venda ao publico ostentaram o emblema da Maserati. Quais foram?

P.S. Não. O Citroën SM não é deste campeonato.
 

João Luís Soares

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Este tipo de tópico já deu o que tinha a dar. Mas mais uma para os petrolhead não vai fazer mal nenhum.

No decurso dos últimos 107 anos apenas dois carros de tracção à frente de venda ao publico ostentaram o emblema da Maserati. Quais foram?

P.S. Não. O Citroën SM não é deste campeonato.

O Quattroporte II de 1974 e o Chrysler TC by Maserati.
 

João Paulo C. Ribeiro

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Certíssimo

O Maserati Quattroporte II (AM 123), foi apresentado no Paris Motor Show realizado em Outubro de 1974. O carro, um dos frutos da compra da empresa italiana pela Citroën, era construído numa plataforma Citroën SM alongada, e como tal possuía tracção dianteira, a famosa suspensão hidropneumática e faróis direccionais bem como uma carroçaria fabricada pela Bertone, da autoria de Marcello Gandini. A crise do petróleo de 1973 e o colapso da Citroën, provocaram o desaparecimento do financiamento, impossibilitando a Maserati de obter a homologação CEE, o que obrigou a que a maioria dos carros fabricados fosse vendida no Médio Oriente e em Espanha, onde essa homologação não era necessária.​

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A tracção dianteira e o modestíssimo motor V6 não interessaram aos potenciais clientes. Os 210cv disponíveis mal chegavam para atingir os 200 km/h num carro que pesava 1.600 kg. Um motor V8 que estava em desenvolvimento nunca passou dos primeiros protótipos funcionais. A produção total foi de 13 carros. Enquanto o protótipo foi construído em 1974, os doze carros seguintes foram construídos sob encomenda entre 1976 e 1978.​

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Se o Maserati Quattroporte II foi um desastre financeiro então o Chrysler TC by Maserati foi uma catástrofe de proporções bíblicas. Posicionado como um grand tourer, o Chrysler TC by Maserati foi apresentado no Salão do Automóvel de Los Angeles em 1986 e um total de 7.300 unidades foram fabricados em Milão entre 1988 e 1990. Todos os carros vendidos como modelos de 1991 foram fabricados em 1990.​

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Lee Iacocca conheceu Alejandro de Tomaso na Ford no inicio dos anos setenta quando o DeTomaso Pantera era vendido nos USA pela Mercury, uma subsidiaria Ford. Durante a década de 1980, Iacocca estava à frente da Chrysler enquanto De Tomaso era dono da histórica marca Maserati., que tinha comprado por dez réis de mel coado na sequência da falência da Citroën. Quando em 1983, Iacocca teve a ridícula ideia de construir um concorrente do Mercedes-Benz SL lembrou-se que o amigo De Tomaso podia ser útil. Assim em 1984, as duas empresas assinaram um memorando de entendimento para criar um coupé desportivo que acabou por se transformar no TC. O carro esteve cinco anos em desenvolvimento devido à má gestão e às disputas infinitas entre os engenheiros da Chrysler e da Maserati que resultaram em atraso após atraso.​

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O TC de 1989 utilizava um ridículo quatro cilindros em linha de 2200cc com turbo que desenvolvia 160cv, retirado do Dodge Daytona, acoplado a uma caixa de velocidades automática de três relações. Perante a chuva de criticas foi o mesmo complementado por um motor V6 3000cc de 141cv fornecido pela Mitsubishi nos anos de 1990 e 1991, acoplado a uma transmissão automática de quatro velocidades. Passou-se de cavalo para burro. Numa reacção de pânico foram ainda construídos 500 carros equipados com uma transmissão manual Getrag e uma versão de 16 válvulas do 2200cc. Este motor é frequentemente chamado de motor "Maserati" porque foi construído em Itália e tem na tampa das válvulas a sigla da Maserati. De referir que esta cabeça de 16v foi projectada pela Cosworth, o motor tinha pistões Mahle, as árvores de cames eram da Crane Cams, o turbo da IHI e desenvolvia cerca de 200cv.​

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A plataforma do TC era baseada na do Dodge Daytona, a carroçaria foi produzida pela Innocenti, subsidiária da DeTomaso. Os amortecedores e molas foram especialmente projectados para o carro pela Fichtel & Sachs, e o TC possuía um inovador sistema de travagem ABS da Teves e jantes especiais da Fondmetal. O equipamento era luxuoso q.b. com o interior completamente revestido em pele cosida à mão, sistema de som de 10 altifalantes, hardtop removível em aço, apontamentos em nogueira, etc.​

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A criação deste carro foi uma catástrofe financeira. A ideia original de combinar um motor Chrysler com uma carroçaria Maserati foi vista por muitos com a junção do pior das duas marcas. A imprensa rejeitou o Chrysler TC, citando a sua semelhança com o Chrysler LeBaron GTC descapotável que era muito mais barato. De acordo com Bob Lutz, então executivo da Chrysler, a parceria com Alejandro de Tomaso, que resultou no TC, foi um "infortúnio" que acabou por custar à Chrysler "cerca de $600 milhões de dólares". Ou seja, o custo de produção de cada um dos 7.300 TCs construídos ficou por cerca de $80.000 em dólares de 1990 quando o carro era vendido por $37.000 dólares, preço já então julgado excessivo.​

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João Paulo C. Ribeiro

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Innocenti Mini. Creio que será um 90 ou um 120.

Está certo.

Em meados dos anos sessenta quando Luigi Innocenti, filho do fundador Ferdinando, era o presidente da Innocenti, foi discutida no conselho de administração a substituição do Mini, veículo então produzido pela Innocenti sob licença da BMC. Rapidamente se verificou que a ideia que colhia mais simpatias era a de um carro inteiramente projectado e construído na Itália. Assim, Nuccio Bertone e Giovanni Michelotti foram encarregues de preparar propostas para a criação de um pequeno utilitário para o segmento de mercado dos 750 cc, em substituição do velho Mini.​

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No entanto devido ao caos organizacional interno, a ideia foi provisoriamente abandonada, sendo retomada em 1972, quando a empresa passou para as mãos da British Leyland. A principal razão para tal foi o lançamento do Autobianchi A112, especialmente projectado como adversário do Mini, que desferiu um duro golpe nas vendas da empresa milanesa, pelo que a Innocenti teve que reagir rapidamente.​

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Assim a maqueta definitiva do carro, obra de Marcello Gandini da Carrozeria Bertone, foi rapidamente desenvolvida e chegou à fase de produção em 1974. O carro foi apresentado no Salão Automóvel de Turim do mesmo ano, possuindo linhas modernas e atraentes, ligeiramente em cunha, sendo mecanicamente idêntico ao Mini clássico, disponível nas versões 90 (998cc) e 120 (1275cc).​

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O Innocenti Mini by Bertone teve um êxito relativo, apesar do preço bastante elevado, mas a falência da British Leyland e o caos industrial resultante desse acontecimento prejudicaram a imagem do modelo. A agitação dos trabalhadores da Innocenti durante as múltiplas crises que a empresa atravessou levou a que os carros, nos primeiros tempos de comercialização, tivessem grandes atrasos na entrega, apresentassem em alguns casos grandes deficiências e para cumulo se terem detectado muitos exemplares sabotados por operários descontentes.​

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Em 1976 - 1977, com a transferência da Innocenti para o grupo De Tomaso - GEPI, foi também proposta uma versão 120 com caracterização desportiva sob a designação comercial Inoccenti Mini DeTomaso. No mercado externo o carro foi identificado com a designação Leyland Innocenti 90 / 120 / DeTomaso, obtendo grande sucesso especialmente na França e, em menor escala, nos mercados espanhol, alemão e Benelux. Em Portugal foram importadas umas poucas centenas de carros nos três anos em que foi comercializado cá pelo burgo, mas o êxito foi reduzido, sendo um carro que rapidamente desapareceu do mercado de usados. Em 1982 este carro foi substituído pela segunda série, agora motorizada com mecânicas Daihatsu, mas isso já é outra história...​

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