Panteão

Tiago Baptista

Portalista
Portalista
Deixo aqui uma singela homenagem a um dos pilotos que melhor encarnou o espirito dos finlandeses voadores ao longo da sua carreira no Mundial de Ralis e que tantos e tão diversos modelos teve a oportunidade de conduzir.




[#7] Audi 200 Quattro - Hannu Mikkola / Arne Hertz -Marlboro Safari Rally 1987

Safari Rally 1987 - Hannu Mikkola.jpg

Resultado: 1º - Última vitória no Mundial de Ralis


[#9] Mazda 323 GTX - Hannu Mikkola / Johnny Johansson - Rallye de Portugal/Vinho do Porto 1991

Rally de Portugal 1991 - Hannu Mikkola.jpg

Resultado: Desistência (Alternador - PEC23 Cabeceiras de Basto) - Última participação na prova portuguesa


[#8] Toyota Celica Turbo 4WD (ST185) - Hannu Mikkola / Arne Hertz - 1000 Lakes Rally 1993

1000 Lakes Rally 1993 - Hannu Mikkola.jpg

Resultado: 7º - Última presença no Mundial de Ralis

Até sempre Campeão!
 

Ismael Rodrigo

Veterano
WRC: Uma história com Hannu Mikkola em 1981

Com a morte de Hannu Mikkola há pouco mais de uma semana, desapareceu um dos maiores nomes da história do Mundial de Ralis.

Não foi apenas o piloto que ganhou 18 ralis e conquistou um título mundial, foi o um dos homens mais respeitados do mundial de ralis, uma verdadeira lenda. Já depois dos 70 anos continuou a marcar presença em eventos esporádicos, tive oportunidade de o conhecer no Motorshow em 2017, e tal como Ari Vatanen, era o oposto do protótipo dos finlandeses: era amistoso, sociável, conversador e muito bem disposto.

São imensas as histórias que se contam envolvendo Hannu Mikkola, e vamos partilhar uma delas. Um leitor nosso conhecido, que quis manter-se anónimo, decidiu enviar-nos uma passagem de Hannu Mikkola e do seu navegador Arne Hertz.

"O ano de 1981 foi a primeira participação dos Audi Quattro no Rali de Portugal Vinho do Porto, e dos diversos locais onde vi a prova, o gancho de Fridão foi um deles.

Este gancho ficou famoso por estes mesmos Audi Quattro atalharem. Os carros não tinham 'brecagem' suficiente para fazer o gancho de uma vez, e na altura o travão de mão só se usava para estacionar (depois de parado). Neste cenário alguém deve ter sugerido que o melhor seria os Audi curvar uns 20 metros antes do gancho onde havia mais espaço, no fundo atalhar.

Em 81 quando o carro de Mikolla curvou (ou atalhou) ouviu-se um som que pareceu de uma pancada, na altura não liguei nada mas bateu por baixo, eventualmente numa raiz das árvores que tinham sido previamente cortadas para permitir a manobra.

Acabou o troço e peguei no carro para ir embora no sentido do mesmo. A dada altura encontro duas pessoas troço acima com um capacete e um saco cada um, achei estranho mas continuei. Passado um bocado vejo o Audi nº 2 parado com Mikkola e Hertz fora do carro. Tinham abandonado com o carter partido, mas o que os estava a chatear nesse momento era o facto de lhes terem roubado os sacos e os capacetes.

Eu disse-lhes que tinha visto duas pessoas troço acima com dois sacos de capacetes. Pediram-me de imediato para os levar pela estrada acima e lá fomos. Chegamos ao local onde tinha visto as duas pessoas e nem sinal delas, mas viram um dos sacos no meio do mato.

Era o saco do Mikkola, e a uns metros estava o capacete. O saco tinha lá tudo, não faltava nada, roupa e dinheiro! Muito dinheiro, maços de notas de escudos! Num rali tão longo como o Vinho do Porto e num país tão atrasado como era Portugal, eles muniam-se de muito dinheiro para o que desse e viesse. Mas não estavam contentes, sem que eu percebesse porquê não ficaram contente e pediram para continuar estrada acima.

Mais à frente outro saco no meio do mato e outro capacete perto, dos dois homens que os transportavam, nem rasto deles. O Arne Hertz saiu de imediato do carro e foi ao saco, e pela primeira vez vi o homem a sorrir. Os cadernos de notas do rali estavam lá todos. Era essa a preocupação, os dias de trabalho que aqueles cadernos devem ter dado a criar.

No fim acabei por lhes dar boleia para se encontrarem com as estrutura da Audi Sport que já os esperava."

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Notícia de: José António Marques
 

Pedro Seixas Palma

Pre-War
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Hoje temos a lamentar a morte de Sabine Schmitz, rainha da Nordschleife.
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Samuel

Veterano
Obrigado Monsieur Robert Opron
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Considerado um dos maiores designers automóveis franceses, nascido em Amiens, faleceu a 29 de Março com 89 anos de idade. Para mim é um espécie de sogro. :ph34r:

Começou a carreira na Sinca em 58
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Em 62 mudou-se para a Citroën para trabalhar com Flaminio Bertoni, mas a morte prematura deste deixo-o com a responsabilidade de toda a linha da marca francesa desde o restyling do DS ou o Ami até aos novos GS, SM e CX :wub:
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Depois do lançamento do CX foi para a Renault para dar uso do lápis no redesenho do Alpine colaborando com outros designers e centros de estilo em vários outros modelos, como Fuego, o 18, o 9/11, o 25, Espace, Rodéo...
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Teve ainda uma contribuição importante na Alfa Romeo, no desenho do exótico SZ e RZ.
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Os últimos trabalhos foram dedicados à Ligier entre 92 e 2001.
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nuno granja

petrolhead
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Autor
Obrigado Monsieur Robert Opron
Ver anexo 1208334
Ver anexo 1208333
Considerado um dos maiores designers automóveis franceses, nascido em Amiens, faleceu a 29 de Março com 89 anos de idade. Para mim é um espécie de sogro. :ph34r:

Começou a carreira na Sinca em 58
Ver anexo 1208335
Em 62 mudou-se para a Citroën para trabalhar com Flaminio Bertoni, mas a morte prematura deste deixo-o com a responsabilidade de toda a linha da marca francesa desde o restyling do DS ou o Ami até aos novos GS, SM e CX :wub:
Ver anexo 1208336
Ver anexo 1208337
Ver anexo 1208341
Ver anexo 1208338
Ver anexo 1208339
Ver anexo 1208340

Depois do lançamento do CX foi para a Renault para dar uso do lápis no redesenho do Alpine colaborando com outros designers e centros de estilo em vários outros modelos, como Fuego, o 18, o 9/11, o 25, Espace, Rodéo...
Ver anexo 1208342

Teve ainda uma contribuição importante na Alfa Romeo, no desenho do exótico SZ e RZ.
Ver anexo 1208343
Ver anexo 1208344

Os últimos trabalhos foram dedicados à Ligier entre 92 e 2001.
Ver anexo 1208345



Um dos grandes. Merci

nuno granja
 
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João "Pegadas"

Portalista
Portalista
Uma grande perda, sem dúvidas!
Da sua mão saíram alguns dos modelos mais emblemáticos dos anos 70 e 80 que actualmente ainda são considerados como sendo dos mais fantásticos exercícios de design automóvel.
Obrigado Ms. Opron
 

Tiago Baptista

Portalista
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Bem sei que já vai com um atraso considerável, mas o mais importante será sempre relembrar um dos nomes maiores dos ralis prestando-lhe a devida homenagem.




Piloto:



Navegador:



Preparador:

[#17] Ford Escort Twin Cam - Timo Mäkinen / Paul Easter - RAC Rally of Great Britain 1968 -» Resultado: Desistência (Junta da colaça)

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[#4] Ford Escort RS 1800 MKII - Hannu Mikkola / Arne Hertz - Lombard RAC Rally 1978 -» Resultado: 1º

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Campeonato Britânico de Ralis 1980 - Vencedor

[#2] Ford Escort RS 1800 MKII - Ari Vatanen / David Richards - Rothmans Manx International Trophy Rally 1980

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-» Resultado: 2º Geral / 1º Classe 7 / 2º ERC / 2º Grã-Bretanha


Nesta temporada somou uma única vitória, no Atcost West Park International Welsh Rally, mas a regularidade demonstrada ao longo da temporada com a conquista de vários segundos lugares, permitiram ao finlandês sagrar-se campeão britânico.


Campeonato Mundial de Ralis 1981 - Vencedor

[#1] Ford Escort RS 1800 MKII - Ari Vatanen / David Richards - Acropolis Rally 1981 -» Resultado: 1º

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Para além da vitória grega, Vatanen logrou repetir o feito no Marlboro Rallye do Brasil e no Jyväskylän Suurajot - Rally of the 1000 Lakes que lhe valeram preciosos pontos para a conquista do tão desejado cetro.


Campeonato Britânico de Ralis 1983 - Vencedor

[#1] Audi Quattro A1 - Stig Blomqvist / Björn Cederberg - Rothmans Manx International Rally 1983 -» Resultado: Desistência (Motor)

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+ informação:





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Até sempre!
 
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nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor


Two Lane Black Top to Heaven



Mais "one of the true greats" que nos deixa.



Monte Hellman (1929 - 1921)

Monte Hellman poderá não dizer muito à maioria mas entre outros deixou-nos esta peça fundamental ao imaginário de um petrolhead:




Para quem tiver curiosidade pode começar aqui...


Nota:
Dennis Wilson o "mecânico" e um dos manos Wilson dos Beach Boys.

nuno granja
 
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João Paulo C. Ribeiro

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Nos longínquos e já miticos anos oitenta dois Cavaleiros do Apocalipse sequestraram o desporto conhecido por Fórmula 1, tiraram-no do alcance dos simples mortais e levaram-no a um patamar tão alto que a partir daí era inevitável a sua queda. No ultimo domingo um cancro fez desaparecer metade dessa dupla infernal.​

Max Mosley (13.04.1940-23.05.2021)

Max Rufus Mosley foi um piloto de automóveis britânico, advogado e presidente da Fédération Internationale de l'Automobile (FIA), o organismo que representa os interesses de todas as organizações relativas ao fabrico e uso de veículos automóveis em todo o mundo. A FIA é igualmente o órgão regulador da Fórmula Um e de todos os outros desportos automóveis (WRC, WTCC, WEC, Rallycross, Formula E, etc).​

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Advogado e piloto amador, Mosley foi um dos fundadores e co-proprietário da March Engineering, uma empresa construtora de carros de competição e empresa-mãe de uma equipa de Fórmula Um. Mosley foi o representante legal e comercial da March entre 1969 e 1977 e tornou-se o seu representante na Associação dos Construtores de Fórmula Um (FOCA), órgão que representava os construtores de Fórmula Um.​

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Em conluio com Bernie Ecclestone, Mosley representou a FOCA nas negociações com os organizadores das várias corridas do calendário para lhes extorquir premios de presença e de resultado mais altos. Em 1978, Mosley tornou-se o consultor jurídico oficial da FOCA e nessa função, juntamente com Marco Piccinini, negociou a primeira versão dos Acordos da Concordia, que resolveu a disputa entre a FOCA e a Fédération Internationale du Sport Automobile (FISA), uma comissão da FIA que era então o órgão dirigente da Fórmula Um, e que a prazo resultou na exclusividade de organização do campeonato. Em 1991 Mosley candidata-se e foi eleito presidente da FISA e em 1993 tornou-se presidente da FIA. Estava completo o assalto à Formula 1​

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Nem tudo foi mau. Na vigência dos seus mandatos como presidente da FIA promoveu o Programa Europeu de Avaliação de Novos Carros (Euro NCAP ou Encap). Foi também o principal motor do aumento da segurança e do uso de tecnologias verdes no automobilismo (neste caso já não tenho tanta certeza da bondade das intenções). Em 2008, vários escândalos sobre a sua vida sexual e política desgastaram o seu prestigio. Mosley deixou o cargo no final de seu mandato em 2009 e foi substituído por Jean Todt.​
 
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João Paulo C. Ribeiro

Pre-War
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Quando a Formula 1 tinha interesse até as segundas linhas eram ocupadas por personagens titânicas. Desapareceu agora uma delas

Carlos Alberto Reutemann (12 de Abril de 1942 - 7 de Julho de 2021)

Carlos Reutemann, apelidado de "Lole", era um piloto argentino de Fórmula 1 que esteve entre os principais protagonistas desse Campeonato entre 1972 e 1982, conseguindo nesse período 12 vitórias e seis pole position. Em 1981, enquanto segundo piloto na Williams, terminou em segundo no Campeonato Mundial de Pilotos perdendo o mesmo por um ponto na última corrida da temporada. Reutemann terminou ainda em terceiro lugar do Campeonato de Pilotos por três vezes conduzindo por três equipas diferentes, em 1975 na Brabham, em 1978 na Ferrari e em 1980 na Williams.​

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Em termos de vitórias em Grandes Prémios, a sua última temporada na Ferrari, em 1978, foi a talvez a de maior sucesso com quatro vitórias, mas na verdade nunca demonstrou a consistência da Lotus e não se manteve na disputa do campeonato até à corrida final. No fim da época conseguiu apenas um terceiro lugar no campeonato, atrás de Ronnie Peterson, que tinha morrido num acidente em Monza no Outono. Em 1981 Reutemann, embora tenha demonstrado uma maior consistência, acabou por perder por pouco o campeonato para Nelson Piquet.​

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Carlos Reutemann tornou-se o segundo piloto de Fórmula 1, depois de Leo Kinnunen, a conseguir um lugar no pódio de um evento do Campeonato Mundial de Rally, quando terminou em terceiro no Rally da Argentina nas edições de 1980, ao volante de um FIAT 131 Abarth e de 1985 ao volante de um Peugeot 205 Turbo 16. Só trinta anos depois apareceu outro piloto de Fórmula Um que tenha marcado pontos tanto no campeonato de pilotos de F1 quanto no WRC, quando Kimi Räikkönen se classificou no oitavo lugar no Jordan Rally de 2010.​

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Reutemann morreu num centro médico em Santa Fé, Argentina, em 7 de Julho de 2021, após sofrer uma hemorragia gástrica, agravada por outros problemas de saúde, que incluíam o bicho da moda.​
 
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João Paulo C. Ribeiro

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Nem só de super-estrelas é feito o mundo do automobilismo. Desapareceu mais um dos senhores de Le Mans.

Jean-Pierre Jaussaud, (3 Junho de 1937 - 22 Julho 2021)

Jean-Pierre Jaussaud nasceu em Caen e iniciou-se na competição automóvel em 1962, fazendo cursos na Jim Russell Drivers School e na Winfield Racing School. Em 1963 ganhou o Volante Shell cujo prémio era um monolugar de formula 3, pelo que em 1964 iniciou-se no campeonato francês de Fórmula 3, com o apoio da Shell. O seu talento foi rapidamente reconhecido e em 1966 ingressou na equipe Matra, onde permaneceu por dois anos. Finalmente em 1970 conquistou o título de Campeão Francês de Formula 3, ao volante de um Tecno.​

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Em 1971 mudou-se para o Campeonato Europeu de Fórmula 2, e no ano seguinte ao volante de um Brabham lutou pelo título europeu com Mike Hailwood. Sem nunca ter conseguido dar o salto para a Formula 1, apesar de ter realizado testes para muitas equipas, Jaussaud abandonou em 1975 os monolugares e optou pelas corridas de resistência, tendo sido convidado pela Renault Sport em 1976. Dois anos depois, Jaussaud e seu parceiro Didier Pironi venceram as 24 Horas de Le Mans.​

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Embora tenha durante algum tempo sido piloto de testes da equipa Renault F1, Jaussaud preferiu continuar a disputar os campeonatos de carros de turismo e de resistência, ganhando o título francês de produção em 1979 num Triumph Dolomite Sprint. Juntando-se a Jean Rondeau, voltou a vencer em Le Mans em 1980.

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Piloto multifacetado foi igualmente conhecido pelas suas participações no Rallye Paris-Dakar onde chegou a classificar-se no lugar mais baixo do pódio. Na realidade competiu nessa prova ao longo de vários anos ao volante de marcas e modelos tão dispares como um Renault Rodeo 4x4, Mercedes-Benz 280GE, Lada Niva, Mitsubishi PX33 e até em camiões Hino.

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Jaussaud continuou a competir até 1992, quando se retirou, mantendo-se no entanto ligado ao mundo automóvel como instrutor numa Escola de Competição. Faleceu na noite de 21 para 22 de Julho de 2021 de ataque cardíaco.​
 
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João Paulo C. Ribeiro

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Num céu cada vez mais escuro uma estrela maior extinguiu-se ontem...

Jean-Paul Belmondo (9 de Abril de 1933 - 6 de Setembro de 2021)

Morreu esta segunda feira Jean-Paul Belmondo, ator francês inicialmente associado à Nouvelle Vague dos anos sessenta e que se tornaria na estrela maior do cinema francês nas décadas seguintes, participando como actor e/ou produtor em mais de 80 filmes e documentários.

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Mas perguntarão os caros portalistas a razão pela qual tal estrela figura aqui no nosso pobre panteão? A verdade é que Jean Paul Belmondo era um apaixonado pelo automóvel. Já para não falar do facto que a seguir à ferrugem terá sido ele a maior causa de hoje os FIAT dos anos sessenta e setenta serem tão escassos.​

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No ‘Le Profissionel’(1981), no ‘Le Magnifique’ (1973,) no L'Alpagueur (1976), no l’Homme de Rio (1964) no ‘Pierrot le fou’ (1965) e em tantos outros filmes protagonizou inesquecíveis acrobacias, perseguições e gags, levadas a cabo muitas vezes pelo próprio ou outras vezes com a colaboração sempre entusiástica e competente de Rémy Julienne que terão destruído várias centenas de automóveis e diminuído consideravelmente as hipóteses de um gigantesco numero de FIAT 124, FIAT 125 e FIAT 131 terem sobrevivido até aos nossos dias. As mais marcantes terão sido o salto de 5 metros num FIAT Uno no inesquecível ‘Joyeuses Pâques’ (1983), as derrapagens espectaculares de um Ford Mustang em Le Marginal ou o mergulho dum pobre Ford Fairlane azul no Mediterrâneo em ‘Pierrot le fou’ de Jean-Luc Godard.​

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Na tela e na estrada, o actor surgia ao volante dos carros mais maravilhosos da sua época. Segundo o próprio confessou os Ferrari eram os seus preferidos. E teve muitos. Um Ferrari 250GT Califórnia que considerava o mais belo de todos, um Ferrari 250GT 'Tour de France' que considerava maravilhoso mas com uma caixa de velocidades demasiado dura, os Aston Martin DB5 que o fascinavam de tal forma que comprou dois exemplares, um cinzento e outro vermelho escuro. Pela sua garagem passaram os mais variados puros-sangue como o Dino 246, o AC Bristol, o Panther Lima, o Ferrari 308 e um malfadado Daimler Double Six que vendeu à actriz Maria Pacôme na véspera de partir o motor. Mas o carro que ele mais apreciava era o Lotus Elan do qual teve vários exemplares.​

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Esta foi uma paixão que Jean Paul passaria para o seu filho que trepou todas as classes do desporto automóvel até chegar à Formula 1. O 'paitrocinio', uma incrível cumplicidade e não pouca pressão por parte de Jean Paul terá tido papel preponderante nessa outra epopeia. Curiosamente numa entrevista a uma revista francesa Paul Belmondo confessou uma historieta deliciosa. Quando em treinos no circuito de Le Castellet, o piloto foi convidado para almoçar no iate de Alain Prost. Sucede que Paul tinha que ir ter com o pai a umas filmagens que decorriam para um filme de acção, e recusa o convite. Quando chegou ao porto Alain Prost descobre que o seu barco não está lá. Os Belmondo ‘alugaram-no’, mas esqueceram-se de avisá-lo, o que deixou o então piloto-manager à beira de um ataque de nervos.​

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No final do dia, Prost recupera o seu iate mas fica intrigado com o que pareciam dezenas pegadas na cobertura da ponte do barco, todas no mesmo lugar. Como se alguém tivesse pulado e pulado dezenas de vezes no mesmo sitio. Poucos meses depois, Alain Prost vai ao cinema para ver o filme "Le Marginal" e fica abismado quando reconhece o seu barco. E de repente, percebe o que eram as pegadas na cobertura da ponte quando vê Jean Paul Belmondo pular espectacularmente de um helicóptero para o iate...​

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Ultimamente o actor apresentava algum cansaço e fragilidades próprias da idade e faleceu tranquilamente em casa na manhã de segunda feira.
 
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nuno granja

petrolhead
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Uma estrela maior extinguiu-se ontem...

Jean-Paul Belmondo (9 de abril de 1933 - 6 de setembro de 2021)

Morreu esta segunda feira Jean-Paul Belmondo, ator francês inicialmente associado à Nouvelle Vague nos anos 1960 e que se tornaria na estrela maior do cinema francês nas décadas seguintes, participando como actor e/ou produtor em mais de 80 filmes e documentários.

Ver anexo 1221477

Mas perguntarão os caros portalistas a razão pela qual tal estrela figura aqui no nosso pobre panteão? A verdade é que Jean Paul Belmondo era um apaixonado pelo automóvel. Já para não falar do facto que a seguir à ferrugem terá sido ele a maior causa de hoje os FIAT dos anos sessenta e setenta serem tão escassos.​

Ver anexo 1221476

No ‘Le Profissionel’(1981), no ‘Le Magnifique’ (1973,) no L'Alpagueur (1976), no l’Homme de Rio (1964) no ‘Pierrot le fou’ (1965) e em tantos outros filmes protagonizou inesquecíveis acrobacias, perseguições e gags, realizadas em particular com a colaboração sempre entusiástica e competente de Rémy Julienne que terão destruído várias centenas de automóveis e diminuído consideravelmente as hipóteses de muitos FIAT 124, FIAT 125 e FIAT 131 terem sobrevivido até aos nossos dias. As mais marcantes terão sido o salto de 5 metros num FIAT Uno no inesquecível ‘Joyeuses Pâques’ (1983), as derrapagens espectaculares de um Ford Mustang em Le Marginal ou um pobre Ford Fairlane azul mergulhando no Mediterrâneo em ‘Pierrot le fou’ de Jean-Luc Godard.​

Ver anexo 1221473

Na tela e na estrada, o actor surgia ao volante dos carros mais maravilhosos da sua época. Segundo o próprio confessou os Ferrari eram os seus preferidos. E teve muitos. Um Ferrari 250 Califórnia que considerava o mais belo de todos, um Ferrari 250GT Tour de France (maravilhoso mas com uma caixa de velocidades demasiado dura). A paixão pelo Aston Martin DB5 foi tal que teve dois exemplares, um cinzento e outro vermelho escuro. Pela sua garagem passaram puros-sangue como o Dino 246, o AC Bristol, o Panther Lima, o Ferrari 308 e um malfadado Daimler que vendeu à actriz Maria Pacôme na véspera de partir o motor. Mas o carro que ele mais apreciava era o Lotus Elan.​

Ver anexo 1221474

Uma paixão que passaria para o seu filho que trepou todas as classes até chegar à Formula 1. O paitrocinio, uma incrivel cumplicidade e não pouca pressão por parte de Jean Paul não terá tido papel pequeno nessa outra epopeia. Curiosamente numa entrevista a uma revista francesa Paul Belmondo confessou uma historieta deliciosa. Quando em treinos no circuito de Le Castellet, o piloto foi convidado para almoçar no barco de Alain Prost. Paul, que que tinha que ir ter com o pai a umas filmagens que decorriam para um filme de acção, recusa. Quando chegou ao porto Alain Prost descobre que o seu barco não está lá. Os Belmondo ‘alugaram-no’, mas esqueceram-se de avisá-lo, o que deixou o então piloto-manager furioso.​

Ver anexo 1221475

No final do dia, Prost recupera o seu barco mas fica intrigado com o que pareciam dezenas pegadas na ponte do barco, todas no mesmo lugar. Como se alguém tivesse pulado pulado dezenas de vezes no mesmo sitio. Poucos meses depois, Alain Prost vai ao cinema para ver o filme "Le Marginal" e fica abismado quando reconhece o seu barco. E de repente, percebe o que eram as pegadas na cobertura da ponte quando vê Jean Paul Belmondo pular espectacularmente de um helicóptero para o iate...​

Ver anexo 1221472

Ultimamente o actor apresentava algum cansaço e fragilidades próprias da idade e faleceu tranquilamente em casa na manhã de segunda feira.

Merecido.


nuno granja
 

nuno granja

petrolhead
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Deixou-nos hoje Nino Vacarela o professor corredor que marcou sobretudo a mítica Targa Florio ao volante de carros não menos míticos.


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Não sendo conchecido fora dos meios como um Moss ou Jim Clark, era um personagem "bigger than life" que eu muito admirava.

Mais...


nuno granja
 
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