IUC - Imposto Único de Circulação

Eu sei que nenhum país é perfeito aliás só critica-mos o que conhecemos , mas as certificações pelo que li tem que ser anualmente e assim sendo a que preço ? Justifica ter 5/6 pre-clássicos como temos apenas por hobby/gosto , por exemplo o meu 33 está com o motor partido , não sei quanto tempo assim ficará mas é impossível certificá-lo assim e mais difícil se pagar 200/300 euros de iuc…

A minha opinião continua a ser que a lei proposta não faz qualquer sentido , não quero com isto que fique a pensar mal dos amantes de clássicos até porque a entreajuda que existe neste meio ( e nesta casa então ) é fantástica, infelizmente isto é política e só estamos a exprimir o nosso desagrado num país que nunca se preocupou com os carros antigos e outras coisas..
 
Ruben, vamos clarificar isso. A certificação tem um custo de 75€, um veículo certificado só volta a refazer de 4 em 4 anos. Eu concordo consigo, não faz sentido um carro parado pagar tanto imposto. Voltando ao proposto, se o 33 está com o motor partido (e aproveito para oferecer ajuda neste tema caso seja necessária), iria pagar um valor simbólico pois a componente dos km realizados anualmente seria 0.
Imagino a formula como algo deste género - e atenção que não investi muito tempo no cálculo efectivo, podem existir problemas- Imposto fixo + Emissões * coeficiente de km anual + coeficiente de peso.

Imposto fixo seria uma componente simbólica atribuída a ICE e EVs- Entre 10 a 60€.
Emissões * coeficiente de km anual - Algo pensado para penalizar quem coloca muitos km no odómetro.
Coeficiente de peso - Algo pensado para favorecer os veículos leves e por sua vez menos sedentos de combustível.

Segundo este pensamento o 33, pagaria entre 10 a 60€ pois não meteu nenhum km no odómetro. O meu 33 1.5 passa de 30€ para cerca de 120. Vou pagar um imposto ambiental igual a qualquer outra pessoa quer ele esteja parado ou em andamento. Parado polui zero.
 
Só critiquei atrás a justificação ambiental e talvez haja um número que reforça isto, dos tais 3milhões espera-se que sejam substituídos 45 mil. Assino por baixo que a componente ambiental (não é o IUC e é ambiental do IUC e dos combustíveis) devia estar indexada ao impacto ambiental produzido, como? Não faço ideia, percebo só que é complexo, porque mesmo um litro de combustível polui de forma diferente num carro de 50 anos comparado com um novo, embora o Miguel Almeida já tenha avançado com uma aproximação. Já agora, a electricidade com origem não renovável também devia ser taxada em sede de impacto ambiental, até para estimular o salto para as energias limpas.

Mas re-centrando porque o "local" onde estamos chama-se "Portal dos Clássicos". Que impacto tem esta medida nos carros com 30 anos ou mais e menos de 44 anos cuja finalidade é o hobby dos clássicos? A pergunta é genuína e estou perdido.
Podem estar certificados e não pagar IUC, desde que não percorram mais de 500km anuais. Mas por exemplo as 500 milhas do ACP são 800km. Tenho um em casa que tem feito 300-400km anuais (2026 128€?), mas outro mil e pouco (2026 - 226€?).
Estará o problema centrado nos carros desta idade (e mais novos futuros clássicos) com um valor de mercado acessível (1), mas que pelo futuro IUC de 600 a 800 €, afastam uma grande massa de pessoas que não tem muita disponibilidade financeira para este hobby. (1) - os que têm valor de mercado muito elevado, acabam por estar acessíveis a quem já tem uma base financeira grande (e muitos deles ficam parados :) ).
 
A mim sinceramente dava-me jeito que a lei fosse em diante. Simplificava tanto a minha vida. Passava a ter tempo e uma conta no Netflix. Mas acho que chorava para me despedir de alguns carros, especialmente o Renault 19 1.2 que foi do meu avô.

Vou pagar IUC de 2 Fiat Multipla este mês e 2 Renault. No total não fizeram 2000km este ano. Tem seguro, IPO e estão numa garagem. Em Agosto paguei 130€ de IUC da mota, fiz 0 (zero) km, não me apeteceu andar de mota este ano. Emissões não é desculpa para os penalizar.

Quem tem só dois carros (agregado familiar) e uma casa, por mim até devia ter benefícios no IUC/IMI.

Quem tira o café ao rapaz do Tesla foi trabalhar de Corsa (não bebem de capsula), o que esta na caixa de Supermercado foi num Clio. E o que vendeu o Iphone tem um BMW serie 1 velho pago em 120 meses. Pessoal que não sabe o que é passar fins-de-semana longe de casa, ir almoçar a 200km de distância regularmente, várias viagens de avião por ano...


Ontem fui comprar embalagens para azeite. A senhora na caixa atrás de mim disse que estava a comprar sacos leves devido ás medidas que vão implementar. Levavam para 200 anos. Sou a favor da redução de lixo, tenho noção e faço para que a minha pegada seja muitoooo abaixo da média.

Um Opel Corsa B na garagem para carro de reserva ou dar umas voltinhas (1000km por ano). Ou dois cães de grande porte. O que tem mais impacto?

Não me importava de pagar 10/20 € por carros anteriores a 1981 (tenho mais de 10). Não aceito é que os elétricos não paguem e ainda me ultrapassem nos contínuos.

Não sou contra os elétricos. Para um professor colocado a 150km de casa é solução ideal para ir e voltar todos dias, jantar com a família.
 
Última edição:
A polarização dos extremos e os ataques desmedidos, com os quais não concordo, a quem tem opiniões diferentes não faz de nós muito diferentes desses tais "salvadores do mundo, os ativistas com cabelos pintados, sapatilhas de borracha e com iPhones 17". Esses ataques apenas abrem a porta ao troco do outro lado para connosco e o aumento da caricaturização como terraplanistas, negacionistas e maluquinhos antiquados. Entre o meu post e este, não vi proposta de nenhuma solução a não ser: Não pagar impostos/Criar um partido. Ora, eu adorava não pagar impostos sobre os meus bens, o meu rendimento e os meus hobbies. Vai acontecer? Não. Viver em sociedade significa contribuir para essa mesma sociedade. Se aquilo com que cada um de nós contribui é justo e equitativo? Não.

Vamos então aplicar o exemplo do tio com o Audi A6 a uma fórmula de IUC justa. Se esse tio usa o seu Audi para ir à farmácia e fazer as suas tarefas diárias, presumo que sejam poucos quilómetros realizados. Se realiza poucos quilómetros por ano, pagaria menos que uma pessoa que faz 100 mil quilómetros anuais. Na minha singela opinião, um carro parado não polui. Um carro que faça 5k km anuais polui menos que o mesmo veículo a fazer 100k km anuais. Aproveitando a onda, afirmar que um carro antigo não polui ou não polui mais que um moderno não traz qualquer valor à causa e sinceramente, não sei qual a diferença entre uma pessoa que afirma isso e uma que pinta o cabelo de azul e se senta na auto-estrada. Ambos são extremistas e a razão não está do lado de nenhum. Não é preto e branco.

Adoro o mundo dos clássicos, adoro os eventos, adoro o espírito mas, por vezes, algumas das coisas que leio só me dão uma certa vontade de me afastar de tudo e deixar arder. O caminho é encontrar terreno comum e ideias extremistas de ambos os lados só criam mais polarização e mais ataques. Se a solução proposta é propor o fim do IUC e dos restantes impostos, força! Criem um movimento, cá estarei para ver os resultados de algo utópico. Creio que dará menos trabalho e mais saúde mudar a morada fiscal para os Emirados.

Finalizando o meu pensamento, pessoalmente acredito em:
- Todos devem pagar segundo a mesma formula (mais uma vez, isto é equidade, não é justo);
- A formula deve reflectir o verdadeiro uso do veículo e o seu impacto ambiental e na manutenção das estradas, seja ele ICE ou EV(isto é justo e equitativo);
- A formula deve ser baseada no uso do veículo e não nas suas características intrínsecas. Um 4 cilindros em andamento polui mais que um v12 parado;


Edit: Afectar a carteira de cada um com base naquilo que gasta é uma melhor forma de não incentivar o uso do veiculo pessoal além de garantir uma escolha e forçar ao pensamento crítico e sustentável. Aliado a isto o aumento e a melhoria dos transportes públicos a nível nacional.
Isto até parece a máquina de propaganda do partido socialista .... :mad::mad::mad:
Confesso que fui ver o teu perfil aqui no portal, e uma coisa engraçada que descobri foi a falta de apresentação ...

Mas voltemos ao tópico ...
1º - Onde viste alguém propor não pagar impostos???
- Não terá sido questionar a existência de impostos...
2º - O partido do PdC,
- Já foi visto ...
3º - Quem começou com ideias extremistas, não foi o (des)governo ???
- Qualquer acção provoca uma reação em sentido contrário com a mesma intensidade.
4º - "Algo utópico", se não lutarmos por utopias não há mudança; ou melhor a mudança fica limitada a "carneirada". Eu vivi (lá dentro) o 16 de Março nas Caldas da Rainha, quando acabou no domingo à tarde ficamos todos com a ideia que iria haver um golpe de estado dentro de trinta dias. Não foi um mês mas foram quarenta dias depois ... também era uma utopia ...

5º - "Ora, eu adorava não pagar impostos sobre os meus bens, o meu rendimento e os meus hobbies. Vai acontecer? Não. Viver em sociedade significa contribuir para essa mesma sociedade. Se aquilo com que cada um de nós contribui é justo e equitativo? Não."
- "chiça" ... agora até sobre os meus hobbies querem lançar impostos :mad::mad::mad: e já não podemos sonhar em não pagar impostos. Deterministicamente, qual dogma, está decidido "tens" de pagar impostos.
- "contribuir para a sociedade" é melhor repensares essa ideia de sociedade, porque os meus impostos vão para o governo gastar a seu belo prazer. Sim porque se formos falar no SNS, e para onde caminha, na educação, na justiça. Falando de justiça e do equitativo da contribuição de cada um ... é verdade que não é. Não, já não é justo (agora), mas por excesso, aquilo que pagamos. É melhor não aumentar mais essa injustiça ... sobre o equitativo nem vale a pena falar.

6º - Sobre a tua "ida" para os emirados ... "bon voyage" só demonstra o teu interesse por uma sociedade mais justa ... tanto aqui como lá

Para terminar e não sendo directamente orientado para o IUC mas para a busca de dinheiro pelo governo. Ficámos sem a EDP, sem os CTT/TLP, a Marconi foi-se com a PT, e tanto outro património nacional ... os anéis já foram, agora há que começar pelos dedos.
Como já não há mais nada para vender, nem ordens religiosas para acabar; vão ser os "privados" a ficar sem os bens.
 
@Guilherme Bugalho concordo daí a minha opinião ser que devemos lutar para pelo menos ficar como está ( em relação ao IUC ) e não apresentar soluções que em pouco ou nada irão melhorar , continuo achar que os eléctricos devem ser taxados tal como os a combustão , nada contra eléctricos só não é justo quem tem um corsa B e ganha 760 euros vá pagar 100/200 de iuc e quem tem um tesla de 100 mil não pague nada….

Também concordo que qualquer dia iremos ver os monumentos nacionais com placas de imobiliárias , o importante é encher bolsos …

Voltando ao tema dos clássicos se analisarmos, este pequeno hobby acabou por fazer com que algumas micro-empresas fossem criadas , que também elas poderão ficar pendentes do que o Iuc irá fazer nos amantes de clássicos
 
@Guilherme Bugalho concordo daí a minha opinião ser que devemos lutar para pelo menos ficar como está ( em relação ao IUC ) e não apresentar soluções que em pouco ou nada irão melhorar , continuo achar que os eléctricos devem ser taxados tal como os a combustão , nada contra eléctricos só não é justo quem tem um corsa B e ganha 760 euros vá pagar 100/200 de iuc e quem tem um tesla de 100 mil não pague nada….

Também concordo que qualquer dia iremos ver os monumentos nacionais com placas de imobiliárias , o importante é encher bolsos …

Voltando ao tema dos clássicos se analisarmos, este pequeno hobby acabou por fazer com que algumas micro-empresas fossem criadas , que também elas poderão ficar pendentes do que o Iuc irá fazer nos amantes de clássicos
Há uns anos ... aquando da alteração da lei dos 25 anos para os clássicos, penso que foi em 2007, fui pagar o IUC do Renault 12. Em conversa com o funcionário, que foi meu colega de liceu, eu indaguei quando iria ser mudada a lei, ele diz-me "É para manter para sempre". Até hoje ainda não mudou, só tem tendência a agravar, e depois disso passaram outros partidos pelo governo , e/ou ajudaram... e ninguém mudou nada. Tem sido uma característica comportamental, está mal mas dá dinheiro .. é para manter.

Na questão dos impostos acho vergonhoso que os vários governos "carreguem" com 23% de IVA (há bens em que levam mais) em grande parte dos bens ... é uma questão complexa até pelas implicações da/na UE.
Mas dói que uns "monos" que não fazem nada levam quase 1/4 do preço dos ditos bens ...

Sobre os "monumentos nacionais" ... temos muito pior... Por legislação do Doutor Marcelo Caetano sobre o domínio público (neste caso terrestre) as ruas das nossas cidades deviam estar "disponíveis" para todos.
Como não podiam vender, uns espertos, resolveram passar uns alvarás a empresas, cirurgicamente licenciadas, para estacionamento, esfolando os ditos cidadãos do direito de estacionar livremente. Pior ainda... o Tribunal constitucional deixou passar.
 
Há uns anos ... aquando da alteração da lei dos 25 anos para os clássicos, penso que foi em 2007, fui pagar o IUC do Renault 12. Em conversa com o funcionário, que foi meu colega de liceu, eu indaguei quando iria ser mudada a lei, ele diz-me "É para manter para sempre". Até hoje ainda não mudou, só tem tendência a agravar, e depois disso passaram outros partidos pelo governo , e/ou ajudaram... e ninguém mudou nada. Tem sido uma característica comportamental, está mal mas dá dinheiro .. é para manter.

Na questão dos impostos acho vergonhoso que os vários governos "carreguem" com 23% de IVA (há bens em que levam mais) em grande parte dos bens ... é uma questão complexa até pelas implicações da/na UE.
Mas dói que uns "monos" que não fazem nada levam quase 1/4 do preço dos ditos bens ...

Sobre os "monumentos nacionais" ... temos muito pior... Por legislação do Doutor Marcelo Caetano sobre o domínio público (neste caso terrestre) as ruas das nossas cidades deviam estar "disponíveis" para todos.
Como não podiam vender, uns espertos, resolveram passar uns alvarás a empresas, cirurgicamente licenciadas, para estacionamento, esfolando os ditos cidadãos do direito de estacionar livremente. Pior ainda... o Tribunal constitucional deixou passar.

Desde 2007 que tens praticamente sempre os mesmos no governo, o psd só fez governo de 2005 a 2011, o fantástico José Sócrates(PS), o coelho de 2011 a 2015 e temos o número 2 do José Sócrates que é o Antônio Costa de 2015 até á atualidade, ou seja, estamos a ser governados praticamente pelos mesmos quase á 20 anos, o coelho nem vou contabilizar pois veio basicamente executar as ordens de outros e limpar a borrada do Sócrates.
 
Última edição:
Desde 2007 que tens praticamente sempre os mesmos no governo, o psd só fez governo, de 2005 a 2011 o fantástico José Sócrates(PS), o coelho de 2011 a 2015 e temos o número 2 do José Sócrates que é o Antônio Costa de 2015 até á atualidade, ou seja, estamos a ser governados praticamente pelos mesmos quase á 20 anos, o coelho nem vou contabilizar pois veio basicamente executar as ordens de outros e limpar a borrada do Sócrates.
Correcto .... e a "geringonça"???
Alguém apoiou ...

Esse era um gajo às direitas, :ph34r::ph34r::ph34r: ele nem sabia que tinha de pagar impostos ... :xD::xD::xD::xD::xD:

E ainda há "artistas" (neste país) que criticam que nós não queiramos pagar ... :rolleyes::rolleyes::rolleyes:
 
Bom dia, dia 5 vou à Manif, quanto ao tópico já vai longo e qualquer pessoa percebe que esta medida do aumento do IUC é uma anormalidade, desfasada da nossa realidade social e que só vai trazer mais prejuízo do que vantagens, não só para o cidadão como para o próprio governo.


Para quem não tem "Livro das Fuças":
Ver anexo 1288623Ver anexo 1288624Ver anexo 1288625Ver anexo 1288626

Oh José ... muito obrigado ... pelas dicas.
Eu por opção não tenho livro das fuças ...

:xD::xD::xD:




Post scriptum - vender o chaço para o mercado internacional??? Nem em Marrocos os querem. Mais, quando a grande parte já veio do estrangeiro há pouco tempo. Nem os turcos se deslocam para cá para comprar ...
 
Última edição:
Há anos que eu venho dizendo isto:
1697402322461.png

Há dois fatores que são primordiais na aquisição da liberdade individual:

- O 1º é o dinheiro físico (Notas e Moedas) que nos permite adquirir bens e serviços quando e onde quisermos.

- O 2º, adquirido mais recentemente, é o automóvel que permite a deslocação sem deixar rasto.

Ambos estão em risco.

Enganam-nos fazendo-nos crer que o fazem para nossa segurança mas de facto o que pretendem é controlar-nos permanentemente....... para segurança deles.
 
Retirei isto do Facebook. Uma vez mais, parece-me claro e lógico, mas (como já tinha dito num post anterior), não me parece que racionalidade tenha algo a ver com esta (e muitas outras) medida. Em todo o caso, aqui fica mais uma achega, para quem pense que é possível o diálogo com o (este) governo.

"Francisco Saraiva

1 d ·
Considerações sobre a proposta de aumento do IUC em 2024.
Na data de escrita deste artigo há já 65 mil assinaturas contra a aplicação desta medida, como existem 3 milhões de veículos abrangidos acredito que serão ainda muito mais as manifestações contra esta medida.
Na verdade, tenho um conflito interno sobre esta medida, se por um lado acredito que vivemos num processo sem paralelo de alterações climáticas e é necessário atuar já, por outro lado é preciso pesar a eficácia da medida em obter os objetivos. Para isso vou tentar ser o mais factual possível.
Sobre a fiscalidade
O IUC foi aumentado nos veículos a partir de 7/2007, porque se reduziu o valor do ISV, o objetivo era diluir o ISV ao longo do tempo. Como o ISV foi pago na totalidade nos veículos anteriores a 7/2007, estamos perante um caso de dupla tributação. Nesse aspeto a medida é até imoral uma vez que altera condições previamente adquiridas.
Sobre as emissões de CO2
Os veículos mais recentes emitem menos Co2, e reduzem também a emissão outros poluentes. Em muitos casos a redução é pouco expressiva. Em todo o caso, as emissões estão intimamente ligadas com o número de km percorridos, pelo que emite menos poluentes um veículo muito poluente mas que faça poucos quilómetros do que um pouco poluente que faça milhares de quilómetros por mês. Assim o problema não me parece estar no tipo de veículo, mas sim no estilo de vida dos seus condutores e das suas opções pessoais. A taxa de carbono que já é aplicada a cada litro de combustível penaliza de forma mais direta quem tem veículos mais gastadores (mais poluentes) ou quem faz muitos km por mês. Parece-me que neste aspeto a medida não faz sentido uma vez que penaliza de forma desigual os proprietários de veículos, já que quem faz mais km tem opção de trocar para um veículo mais económico de uma forma racional, assim como alguém que tem o carro para sair ao fim de semana, não precisa de estar a investir num veículo novo.
Sobre os veículos elétricos
A substituição de um veículo de combustão por um veículo elétrico, não é uma opção inteligente para todos. Proprietários que façam poucos km por ano, não tem vantagem económica em ter um veículo elétrico. Muito menos sob o ponto de vista ambiental, uma vez que a energia incorporada na construção de um veículo novo (elétrico ou térmico) é imensa. Assim um veículo antigo em bom estado é para muita gente uma opção muito mais ecológica do que um veículo novo cujas baterias se vão degradar por pouco uso, tendo de vir a ser substituídas sem terem completado o ciclo de vida previsto, aumentando a pressão sobre minerais raros e enormes logísticas de mineração, transformação e transporte. Já noutros casos de pessoas que utilizam intensivamente os veículos, como os taxistas e Ubers, esses deveriam ter condições especiais para fazerem a troca pois completam milhares de km por mês e circulam muitas vezes em circuitos urbanos, pelo que faz todo o sentido utilizarem veículos elétricos que não poluem o interior das cidades, não consomem quando parados, e os benefícios são efetivamente aproveitados até ao limite.
Sobre a racionalidade económica
Os portugueses são muitas vezes acusados de serem irracionais quanto aos carros adquirindo veículos grandes e potentes por uma questão de ostentação. No entanto esta medida intensifica isso mesmo, obriga ao consumo, à troca de veículos mesmo que estejam em bom estado, uma vez que penaliza os proprietários de forma generalizada. Sabemos que os veículos é um dos itens que mais desvaloriza, será racional estar a incentivar o abate de veículos perfeitamente funcionais para comprar outros que vão desvalorizar brutalmente? Não seria melhor esse dinheiro ser empregue no investimento em educação pessoal, dos filhos ou noutra forma de investimento que não se “evapore” em pouco tempo?
Sobre a economia nacional
Portugal não é um país produtor de veículos elétricos, pelo que todo o dinheiro investido neles é dinheiro passado para outros países como a Alemanha ou a Franca, ou mesmo a china. Fará sentido estar a estimular a economia de outros países ricos com a pobreza dos portugueses? Com que objetivo? Certo que os combustíveis também são importados, mas num momento em que ainda se importa energia elétrica, e gás para fazer eletricidade, será esta a prioridade?
Sobre o estado do parque automóvel
Se os veículos forem inspecionados e mantidos em bom funcionamento (como é obrigatório, e bem) prestam um bom serviço aos seus proprietários, e ao país. Sob o ponto de vista ecológico, já abateram o seu impacto ambiental da sua construção (energia incorporada), embora ainda consumam energia fóssil (dependendo da intensidade do uso). Sob o ponto de vista económico, já estão pagos, mas ainda consomem combustível importado, embora só consumam o combustível que lhe colocam o que pode ser limitado ou gerido. Aqui também se podem inserir questões sentimentais, uma vez que os veículos fazem parte da nossa vida e muitas pessoas mantem-nos apenas porque tem algo mais que os liga a essas maquinas.
Sobre os combustíveis fosseis
São algo que deve deixar de ser usado, ponto. Por razões ambientais, de saúde, questões geopolíticas, etc. No entanto exigem-se políticas de adaptação gradual, e não penalizadoras das camadas mais frágeis da sociedade. Deve ser feita a transição, sem dúvida, subsidiem-se veículos elétricos a quem os usa intensivamente, taxistas, vendedores, empresas, autarquias. Instalem-se painéis solares, eólicas, ou outras renováveis para que não se esteja a queimar gás para produzir eletricidade para alimentar carros elétricos. É também possível transformar veículos antigos a GPL ou gás natural cujas emissões são também reduzidas utilizando um combustível que é um resíduo das refinarias. Nesse aspeto deveria também ser corrigido o IUC aos veículos transformados a GPL que continuam a pagar como sendo veículos a gasolina, por uma razão infantil e puramente burocrática.
Sobre a pobreza
As pessoas não trocam de carro não porque não queiram, mas porque não podem. Grande parte dos portugueses estão asfixiados com rendas, créditos habitação, etc. A melhor ideia que o governo tem é incentivá-los a pagar aos Alemães para terem um carro novo? Qual é o racional por detrás desta medida? Não será mais importante que esse dinheiro seja aplicado em Portugal na criação de empresas ou na compra de habitação própria ou outra coisa que beneficie a economia nacional?
Baixar portagens
Sempre que surge uma nova taxa, cria-se a desculpa do abaixamento de outra. Ou seja, as más políticas anteriores e os ruinosos negócios SCUT, vão agora ser pagas por pessoas que se calhar nunca vão usar essas estradas. As portagens sendo iguais para todos não permitem diferenciar de forma positiva os mais pobres pelo que essa opção é mais uma vez a diminuição do Estado e do seu papel de redistribuição de riqueza.
Em resumo
Esqueçam lá essa ideia, foi uma má ideia. Vamos, mas é fazer uma coisa com lógica, subsidiem-se veículos elétricos aos taxistas, e utilizadores intensivos. Reduzam-se os custos de abastecimento elétrico a essas situações, aumente-se a disponibilidade de postos. Promova-se a instalação de energia renovável nos edifícios da função publica e empresas que consomem energia durante o dia quando há sol. Promova-se subsídios ao abate de veículos para substituição por elétricos, com preferência a pessoas que obrigatoriamente tem de fazer muitos kms. Promova-se a conversão de veículos a outras energias, como o GPL GNC, crie-se a infraestrutura de hidrogénio, taxem-se as petrolíferas por volume de co2 potencial produzido, fugas e ineficiências nos sistemas de refinação.
Há tanto para fazer, não façam o mais fácil que é bater nos mais fracos."
 
Retirei isto do Facebook. Uma vez mais, parece-me claro e lógico, mas (como já tinha dito num post anterior), não me parece que racionalidade tenha algo a ver com esta (e muitas outras) medida. Em todo o caso, aqui fica mais uma achega, para quem pense que é possível o diálogo com o (este) governo.

"Francisco Saraiva

1 d ·
Considerações sobre a proposta de aumento do IUC em 2024.
Na data de escrita deste artigo há já 65 mil assinaturas contra a aplicação desta medida, como existem 3 milhões de veículos abrangidos acredito que serão ainda muito mais as manifestações contra esta medida.
Na verdade, tenho um conflito interno sobre esta medida, se por um lado acredito que vivemos num processo sem paralelo de alterações climáticas e é necessário atuar já, por outro lado é preciso pesar a eficácia da medida em obter os objetivos. Para isso vou tentar ser o mais factual possível.
Sobre a fiscalidade
O IUC foi aumentado nos veículos a partir de 7/2007, porque se reduziu o valor do ISV, o objetivo era diluir o ISV ao longo do tempo. Como o ISV foi pago na totalidade nos veículos anteriores a 7/2007, estamos perante um caso de dupla tributação. Nesse aspeto a medida é até imoral uma vez que altera condições previamente adquiridas.
Sobre as emissões de CO2
Os veículos mais recentes emitem menos Co2, e reduzem também a emissão outros poluentes. Em muitos casos a redução é pouco expressiva. Em todo o caso, as emissões estão intimamente ligadas com o número de km percorridos, pelo que emite menos poluentes um veículo muito poluente mas que faça poucos quilómetros do que um pouco poluente que faça milhares de quilómetros por mês. Assim o problema não me parece estar no tipo de veículo, mas sim no estilo de vida dos seus condutores e das suas opções pessoais. A taxa de carbono que já é aplicada a cada litro de combustível penaliza de forma mais direta quem tem veículos mais gastadores (mais poluentes) ou quem faz muitos km por mês. Parece-me que neste aspeto a medida não faz sentido uma vez que penaliza de forma desigual os proprietários de veículos, já que quem faz mais km tem opção de trocar para um veículo mais económico de uma forma racional, assim como alguém que tem o carro para sair ao fim de semana, não precisa de estar a investir num veículo novo.
Sobre os veículos elétricos
A substituição de um veículo de combustão por um veículo elétrico, não é uma opção inteligente para todos. Proprietários que façam poucos km por ano, não tem vantagem económica em ter um veículo elétrico. Muito menos sob o ponto de vista ambiental, uma vez que a energia incorporada na construção de um veículo novo (elétrico ou térmico) é imensa. Assim um veículo antigo em bom estado é para muita gente uma opção muito mais ecológica do que um veículo novo cujas baterias se vão degradar por pouco uso, tendo de vir a ser substituídas sem terem completado o ciclo de vida previsto, aumentando a pressão sobre minerais raros e enormes logísticas de mineração, transformação e transporte. Já noutros casos de pessoas que utilizam intensivamente os veículos, como os taxistas e Ubers, esses deveriam ter condições especiais para fazerem a troca pois completam milhares de km por mês e circulam muitas vezes em circuitos urbanos, pelo que faz todo o sentido utilizarem veículos elétricos que não poluem o interior das cidades, não consomem quando parados, e os benefícios são efetivamente aproveitados até ao limite.
Sobre a racionalidade económica
Os portugueses são muitas vezes acusados de serem irracionais quanto aos carros adquirindo veículos grandes e potentes por uma questão de ostentação. No entanto esta medida intensifica isso mesmo, obriga ao consumo, à troca de veículos mesmo que estejam em bom estado, uma vez que penaliza os proprietários de forma generalizada. Sabemos que os veículos é um dos itens que mais desvaloriza, será racional estar a incentivar o abate de veículos perfeitamente funcionais para comprar outros que vão desvalorizar brutalmente? Não seria melhor esse dinheiro ser empregue no investimento em educação pessoal, dos filhos ou noutra forma de investimento que não se “evapore” em pouco tempo?
Sobre a economia nacional
Portugal não é um país produtor de veículos elétricos, pelo que todo o dinheiro investido neles é dinheiro passado para outros países como a Alemanha ou a Franca, ou mesmo a china. Fará sentido estar a estimular a economia de outros países ricos com a pobreza dos portugueses? Com que objetivo? Certo que os combustíveis também são importados, mas num momento em que ainda se importa energia elétrica, e gás para fazer eletricidade, será esta a prioridade?
Sobre o estado do parque automóvel
Se os veículos forem inspecionados e mantidos em bom funcionamento (como é obrigatório, e bem) prestam um bom serviço aos seus proprietários, e ao país. Sob o ponto de vista ecológico, já abateram o seu impacto ambiental da sua construção (energia incorporada), embora ainda consumam energia fóssil (dependendo da intensidade do uso). Sob o ponto de vista económico, já estão pagos, mas ainda consomem combustível importado, embora só consumam o combustível que lhe colocam o que pode ser limitado ou gerido. Aqui também se podem inserir questões sentimentais, uma vez que os veículos fazem parte da nossa vida e muitas pessoas mantem-nos apenas porque tem algo mais que os liga a essas maquinas.
Sobre os combustíveis fosseis
São algo que deve deixar de ser usado, ponto. Por razões ambientais, de saúde, questões geopolíticas, etc. No entanto exigem-se políticas de adaptação gradual, e não penalizadoras das camadas mais frágeis da sociedade. Deve ser feita a transição, sem dúvida, subsidiem-se veículos elétricos a quem os usa intensivamente, taxistas, vendedores, empresas, autarquias. Instalem-se painéis solares, eólicas, ou outras renováveis para que não se esteja a queimar gás para produzir eletricidade para alimentar carros elétricos. É também possível transformar veículos antigos a GPL ou gás natural cujas emissões são também reduzidas utilizando um combustível que é um resíduo das refinarias. Nesse aspeto deveria também ser corrigido o IUC aos veículos transformados a GPL que continuam a pagar como sendo veículos a gasolina, por uma razão infantil e puramente burocrática.
Sobre a pobreza
As pessoas não trocam de carro não porque não queiram, mas porque não podem. Grande parte dos portugueses estão asfixiados com rendas, créditos habitação, etc. A melhor ideia que o governo tem é incentivá-los a pagar aos Alemães para terem um carro novo? Qual é o racional por detrás desta medida? Não será mais importante que esse dinheiro seja aplicado em Portugal na criação de empresas ou na compra de habitação própria ou outra coisa que beneficie a economia nacional?
Baixar portagens
Sempre que surge uma nova taxa, cria-se a desculpa do abaixamento de outra. Ou seja, as más políticas anteriores e os ruinosos negócios SCUT, vão agora ser pagas por pessoas que se calhar nunca vão usar essas estradas. As portagens sendo iguais para todos não permitem diferenciar de forma positiva os mais pobres pelo que essa opção é mais uma vez a diminuição do Estado e do seu papel de redistribuição de riqueza.
Em resumo
Esqueçam lá essa ideia, foi uma má ideia. Vamos, mas é fazer uma coisa com lógica, subsidiem-se veículos elétricos aos taxistas, e utilizadores intensivos. Reduzam-se os custos de abastecimento elétrico a essas situações, aumente-se a disponibilidade de postos. Promova-se a instalação de energia renovável nos edifícios da função publica e empresas que consomem energia durante o dia quando há sol. Promova-se subsídios ao abate de veículos para substituição por elétricos, com preferência a pessoas que obrigatoriamente tem de fazer muitos kms. Promova-se a conversão de veículos a outras energias, como o GPL GNC, crie-se a infraestrutura de hidrogénio, taxem-se as petrolíferas por volume de co2 potencial produzido, fugas e ineficiências nos sistemas de refinação.
Há tanto para fazer, não façam o mais fácil que é bater nos mais fracos."
Esqueçam os problemas ambientais e possíveis problemas de consciência e também não vale a pena pensar neste assunto, ... vejam a poluição que está a ser feita na Ucrânia.
Dos acordos de Paris o que foi feito pelos países campeões da poluição??
Grande parte desta súbita consciência ambientalista é promovida pela Suécia. Vou lembrar que a partir dos anos 70 assistui-se a uma "eucaliptização" de Portugal, promovida por uma empresa desse país (suécia); quando lá já estavam a fechar as fábricas de celulose.
Em Portugal a coisa começou a ficar mal vista e optaram por ir para o Brasil plantar eucaliptos ...

É claro que neste momento os principais produtores de "pitrol" Arábia Saudita e pois claro a Rússia (principalmente a Rússia por variadas/conhecidas razões) estão a tentar parar/travar a electrificação, mas em frente ...

Mas isto (dos impostos) não me diz tudo ... ainda estou para perceber porque razão Aga Khan se transferiu para Portugal. Seremos uma nova Sardenha???

"Lá vamos cantando e rindo, levados, levados sim" ....




Post scriptum - o chamamento da nossa consciência ecológica, visa toldar-nos o raciocínio para "engolirmos" o(s) imposto(s) ...
 
Não é preciso ir á Ucrânia(não desvalorizando a poluição que uma guerra gera)para ver poluição, basta ver os incêndios aqui de Portugal que além das emissões perde-se também uma das melhores armas contra o co2, a floresta, acreditando que a causa de todos os males são os tais 0,035% ou 0,04% dependendo da fonte, de CO2 que estão na atmosfera.
 
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Não é preciso ir á Ucrânia(não desvalorizando a poluição que uma guerra gera)para ver poluição, basta ver os incêndios aqui de Portugal que além das emissões perde-se também uma das melhores armas contra o co2, a floresta, acreditando que a causa de todos os males são os tais 0,035% ou 0,04% dependendo da fonte, de CO2 que estão na atmosfera.
Tens toda a razão sobre a não necessidade de ir à Ucrânia para ver poluição, mas ....
Isso das árvores é uma treta mal contada... senão vejamos, se é certo que a fotossíntese transforma o CO2 em oxigénio durante o dia, durante a noite não há fotossíntese e como tal a respiração das plantas/arvores processa-se como a nossa usando o oxigénio. Por isso e dependendo da quantidade de luminosidade/dia, no nosso caso no verão, não é assim tão "rentável" na "reconversão" do oxigénio ...
E .. nem é bom falar da poluição de uma guerra. A mais temida por todos é a radiação do urânio; mas se se fala tanto dos gazes libertados pelo gasoil (NOX), em relação à gasolina; então que dizer dos gazes de escape dos misseis ... pela cor provavelmente é nitrogênio em alta escala ...
Mas se queres falar de poluição tens um tema muito mais interessante e que quase ninguém "liga". As micropartículas em suspensão na atmosfera e que neste momento são exageradas até aos 800m de altitude. São responsáveis por grande parte da afecções pulmonares, (asmas, bronquites, enfisemas, e doença pulmonar obstrutiva crónica e a mais conhecida cancro...)

Já a guerra da Ucrânia é um bom exemplo do "trabalho" orientado da ONU. O nosso conterrâneo fala e ataca a "poluição" e as alterações climáticas, mas sobre um dos maiores focos de poluição, neste momento, a nível mundial, nem uma palavra. Aliás parece que deu uma branca aos dirigentes mundiais, não foram capazes de evitar uma guerra (como se isso fosse possível perante loucos... :confused::confused::confused:) que era o objectivo da carta das nações e da existência da ONU, assim como não reagem a ameaças de uso de armas altamente poluentes estou a lembrar misseis que consomem uranio para a fonte de energia.

Poluição é uma arma que dá jeito usar, é barata e fica bem. Com ela transmitimos uma imagem de gajos preocupados com o bem-estar e futuro dos nossos concidadãos e gajo bem informado/formado.

Mas será que a poluição aérea é assim um problema tão grande???
Pessoalmente penso que não ... há outras situações bem piores.
O planeta terra comparo-a a um cão pulguento ... as pulgas somos nós :xD::xD::xD:. Ás vezes ela "abana" um bocado elimina uns milhares de pulgas, mas as outras continuam a reproduzir-se e a consumir o seu sangue. Já não falo da água retirada das profundezas que alteram o eixo de rotação; ou as barragens megalómanas que provocam o mesmo. O problema do planeta terra é a inteligência humana .. que acabará por conduzir à extinção da "humanidade"
"Deus" não nos deu força bruta para fazer os trabalhos, deu-nos inteligência para produzir ferramentas usadas em vez dessa força.

Desculpa(em) o off-topic mas quando ouço falar em poluição fico com "alergias" e urticária ... eu que fiquei alertado/sensibilizado para o problema da poluição há mais de 60 anos ...

Post scriptum - posso substituir "Deus" por "quando fomos criados não nos foi dada" :thumbs up::thumbs up:
 
Retirei isto do Facebook. Uma vez mais, parece-me claro e lógico, mas (como já tinha dito num post anterior), não me parece que racionalidade tenha algo a ver com esta (e muitas outras) medida. Em todo o caso, aqui fica mais uma achega, para quem pense que é possível o diálogo com o (este) governo.

"Francisco Saraiva

1 d ·
Considerações sobre a proposta de aumento do IUC em 2024.
Na data de escrita deste artigo há já 65 mil assinaturas contra a aplicação desta medida, como existem 3 milhões de veículos abrangidos acredito que serão ainda muito mais as manifestações contra esta medida.
Na verdade, tenho um conflito interno sobre esta medida, se por um lado acredito que vivemos num processo sem paralelo de alterações climáticas e é necessário atuar já, por outro lado é preciso pesar a eficácia da medida em obter os objetivos. Para isso vou tentar ser o mais factual possível.
Sobre a fiscalidade
O IUC foi aumentado nos veículos a partir de 7/2007, porque se reduziu o valor do ISV, o objetivo era diluir o ISV ao longo do tempo. Como o ISV foi pago na totalidade nos veículos anteriores a 7/2007, estamos perante um caso de dupla tributação. Nesse aspeto a medida é até imoral uma vez que altera condições previamente adquiridas.
Sobre as emissões de CO2
Os veículos mais recentes emitem menos Co2, e reduzem também a emissão outros poluentes. Em muitos casos a redução é pouco expressiva. Em todo o caso, as emissões estão intimamente ligadas com o número de km percorridos, pelo que emite menos poluentes um veículo muito poluente mas que faça poucos quilómetros do que um pouco poluente que faça milhares de quilómetros por mês. Assim o problema não me parece estar no tipo de veículo, mas sim no estilo de vida dos seus condutores e das suas opções pessoais. A taxa de carbono que já é aplicada a cada litro de combustível penaliza de forma mais direta quem tem veículos mais gastadores (mais poluentes) ou quem faz muitos km por mês. Parece-me que neste aspeto a medida não faz sentido uma vez que penaliza de forma desigual os proprietários de veículos, já que quem faz mais km tem opção de trocar para um veículo mais económico de uma forma racional, assim como alguém que tem o carro para sair ao fim de semana, não precisa de estar a investir num veículo novo.
Sobre os veículos elétricos
A substituição de um veículo de combustão por um veículo elétrico, não é uma opção inteligente para todos. Proprietários que façam poucos km por ano, não tem vantagem económica em ter um veículo elétrico. Muito menos sob o ponto de vista ambiental, uma vez que a energia incorporada na construção de um veículo novo (elétrico ou térmico) é imensa. Assim um veículo antigo em bom estado é para muita gente uma opção muito mais ecológica do que um veículo novo cujas baterias se vão degradar por pouco uso, tendo de vir a ser substituídas sem terem completado o ciclo de vida previsto, aumentando a pressão sobre minerais raros e enormes logísticas de mineração, transformação e transporte. Já noutros casos de pessoas que utilizam intensivamente os veículos, como os taxistas e Ubers, esses deveriam ter condições especiais para fazerem a troca pois completam milhares de km por mês e circulam muitas vezes em circuitos urbanos, pelo que faz todo o sentido utilizarem veículos elétricos que não poluem o interior das cidades, não consomem quando parados, e os benefícios são efetivamente aproveitados até ao limite.
Sobre a racionalidade económica
Os portugueses são muitas vezes acusados de serem irracionais quanto aos carros adquirindo veículos grandes e potentes por uma questão de ostentação. No entanto esta medida intensifica isso mesmo, obriga ao consumo, à troca de veículos mesmo que estejam em bom estado, uma vez que penaliza os proprietários de forma generalizada. Sabemos que os veículos é um dos itens que mais desvaloriza, será racional estar a incentivar o abate de veículos perfeitamente funcionais para comprar outros que vão desvalorizar brutalmente? Não seria melhor esse dinheiro ser empregue no investimento em educação pessoal, dos filhos ou noutra forma de investimento que não se “evapore” em pouco tempo?
Sobre a economia nacional
Portugal não é um país produtor de veículos elétricos, pelo que todo o dinheiro investido neles é dinheiro passado para outros países como a Alemanha ou a Franca, ou mesmo a china. Fará sentido estar a estimular a economia de outros países ricos com a pobreza dos portugueses? Com que objetivo? Certo que os combustíveis também são importados, mas num momento em que ainda se importa energia elétrica, e gás para fazer eletricidade, será esta a prioridade?
Sobre o estado do parque automóvel
Se os veículos forem inspecionados e mantidos em bom funcionamento (como é obrigatório, e bem) prestam um bom serviço aos seus proprietários, e ao país. Sob o ponto de vista ecológico, já abateram o seu impacto ambiental da sua construção (energia incorporada), embora ainda consumam energia fóssil (dependendo da intensidade do uso). Sob o ponto de vista económico, já estão pagos, mas ainda consomem combustível importado, embora só consumam o combustível que lhe colocam o que pode ser limitado ou gerido. Aqui também se podem inserir questões sentimentais, uma vez que os veículos fazem parte da nossa vida e muitas pessoas mantem-nos apenas porque tem algo mais que os liga a essas maquinas.
Sobre os combustíveis fosseis
São algo que deve deixar de ser usado, ponto. Por razões ambientais, de saúde, questões geopolíticas, etc. No entanto exigem-se políticas de adaptação gradual, e não penalizadoras das camadas mais frágeis da sociedade. Deve ser feita a transição, sem dúvida, subsidiem-se veículos elétricos a quem os usa intensivamente, taxistas, vendedores, empresas, autarquias. Instalem-se painéis solares, eólicas, ou outras renováveis para que não se esteja a queimar gás para produzir eletricidade para alimentar carros elétricos. É também possível transformar veículos antigos a GPL ou gás natural cujas emissões são também reduzidas utilizando um combustível que é um resíduo das refinarias. Nesse aspeto deveria também ser corrigido o IUC aos veículos transformados a GPL que continuam a pagar como sendo veículos a gasolina, por uma razão infantil e puramente burocrática.
Sobre a pobreza
As pessoas não trocam de carro não porque não queiram, mas porque não podem. Grande parte dos portugueses estão asfixiados com rendas, créditos habitação, etc. A melhor ideia que o governo tem é incentivá-los a pagar aos Alemães para terem um carro novo? Qual é o racional por detrás desta medida? Não será mais importante que esse dinheiro seja aplicado em Portugal na criação de empresas ou na compra de habitação própria ou outra coisa que beneficie a economia nacional?
Baixar portagens
Sempre que surge uma nova taxa, cria-se a desculpa do abaixamento de outra. Ou seja, as más políticas anteriores e os ruinosos negócios SCUT, vão agora ser pagas por pessoas que se calhar nunca vão usar essas estradas. As portagens sendo iguais para todos não permitem diferenciar de forma positiva os mais pobres pelo que essa opção é mais uma vez a diminuição do Estado e do seu papel de redistribuição de riqueza.
Em resumo
Esqueçam lá essa ideia, foi uma má ideia. Vamos, mas é fazer uma coisa com lógica, subsidiem-se veículos elétricos aos taxistas, e utilizadores intensivos. Reduzam-se os custos de abastecimento elétrico a essas situações, aumente-se a disponibilidade de postos. Promova-se a instalação de energia renovável nos edifícios da função publica e empresas que consomem energia durante o dia quando há sol. Promova-se subsídios ao abate de veículos para substituição por elétricos, com preferência a pessoas que obrigatoriamente tem de fazer muitos kms. Promova-se a conversão de veículos a outras energias, como o GPL GNC, crie-se a infraestrutura de hidrogénio, taxem-se as petrolíferas por volume de co2 potencial produzido, fugas e ineficiências nos sistemas de refinação.
Há tanto para fazer, não façam o mais fácil que é bater nos mais fracos."
Meu caro ... nós não contamos para nada ...


Agora pergunto:
- O que têm estes gajos a ver com o IUC??


Andam a meter a foice em seara alheia ... :ph34r::ph34r::ph34r::ph34r:

Acho que o país anda mal por três razões:
1- Classe jornalística que não investiga, não denuncia. Coitados, se quiserem ser inteligentes (upss independentes..) vão para o "olho da rua".
2- A justiça não funciona, nem juízes interessados.
3- (finalmente, a ordem é intencional :xD::xD::xD:) Governantes incompetentes e reféns de assessores também incompetentes e sectários.


Post scriptum - a assessores acrescento conselheiros ...
 
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Meu caro ... nós não contamos para nada ...


Agora pergunto:
- O que têm estes gajos a ver com o IUC??


Andam a meter a foice em seara alheia ... :ph34r::ph34r::ph34r::ph34r:

Acho que o país anda mal por três razões:
1- Classe jornalística que não investiga, não denuncia. Coitados, se quiserem ser inteligentes (upss independentes..) vão para o "olho da rua".
2- A justiça não funciona, nem juízes interessados.
3- (finalmente, a ordem é intencional :xD::xD::xD:) Governantes incompetentes e reféns de assessores também incompetentes e sectários.


Post scriptum - a assessores acrescento conselheiros ...
Pois, isso já se sabia. Acho que o país anda mal por mais razões que essas 3, e infelizmente, deixar nas mãos dos jornalistas as investigações que deviam ser obrigação das polícias, parece-me a maior delas. Contudo, uma vez que as polícias estão subjugadas ao poder político, restam-nos os jornalistas para tentar preencher esse vazio. Claro que depois de se apoderar do poder judicial, os políticos dão o passo seguinte...
Porque é que a APREN acha que pode e deve meter o bedelho neste assunto, é algo sobre o qual não me custa especular, mas o que mais me custa é saber que mais depressa dão ouvidos a esta gente que aos 100000 que assinaram já a petição.
Enfim, o tópico vai longo e acho que já extravasou em muito o seu âmbito inicial, mas estas coisas são como as cerejas: se puxamos por uma, nunca mais paramos, e as razões para toda esta fantochada são tantas que com certeza cada um podia acrescentar a sua.
 
Achei que não tinha mais contributos neste tema mas ao ler hoje uma notícia aqui vai mais uma situação. Não preciso de desabafar, vai ser mais um post chato (mas leiam até ao fim) e técnico como o do da importância da análise do ciclo completo do automóvel para estimar o seu real impacto ambiental. Vou apresentar (mais) alguns factos que possam servir para uma discussão e apresentação de argumentos bem alicerçados e saudáveis. Este comentário está completamente fora do âmbito dos clássicos, mas indirectamente tem alguma ligação, mas no fim eu apresento medidas compensatórias a seguir ao "extra".
Aqui vai e mais uma vez se cometi algum erro factual à vontade para me baterem.
Só uma nota, já fui um inovador, mas hoje sou um retardatário, daí a minha paixão por carros antigos, tendo 14 anos o meu carro mais novo, passei de uma ponta da escala para a outra directamente (já vão perceber).

Inovação e a Curva de adoção de Everett Rogers
Everett Rogers foi um sociólogo que em 1962 publicou um livro “Diffusion of innovations” (Difusão das inovações) onde classificou a população em cinco grupos
Lista crescente da curva de adoção de Rogers
1- Inovadores por excelência - 2,5%
2- Adoptantes precoces - 12,5%
3- A primeira maioria inovadora - 34%
4- A Maioria tardia - 34%
5- Retardatários - 16%

Representados nesta figura (a linha amarela é a percentagem de adoção).
1697565752882.png
Não vou entrar em detalhes, é assunto complexo e que não domino, mas basicamente chegando aos 10% de adoção o crescimento começa a disparar e acima dos 15% é autossutentável e imparável.
Quando um governo de um país quer que se adopte uma nova tecnologia pode criar incentivos vários para que a adoção avance e se implemente. Esses incentivos podem ter alguma justificação até aos 15% de adoção no máximo, depois não faz sentido porque o mercado deixa de ter necessidade de estímulos, até porque acima deste patamar, mesmo sem estímulos a adoção ganha uma dinâmica muito forte e rápida. No caso dos carros eléctricos são exemplos de estímulos a isenção do pagamento do Imposto sobre Veículos (ISV), bem como do Imposto Único de Circulação (IUC), apoio à aquisição, bem como aquisição do carregador e instalação eléctrica (só vi para particulares).

Segundos dados da UVE a quota de mercado dos veículos BEV (100% eléctricos) foi em Setembro de 20,0% e no fim do ano acredito que o valor seja este ou maior. Aqui entra a importância da Curva de adoção de Everett Rogers e vejam como o mercado está a seguir o previsto:
1697565832069.png
Apontamento final “Incentivos à Aquisição de Veículos 100% Elétricos vão manter-se em 2024!” [não confirmei mas estava no site da UVE numa coisa publicada há dois meses]

Extra

Não sou contra carros eléctricos, gosto dos motores eléctricos (mas prefiro o barulho dos motores de combustão) mas não gosto de baterias :) e tenho uma fraquinho pelos motores a vapor que podem ser amigos do ambiente em função do que usamos para aquecer a água. Se calhar o problema dos motores a vapor (tal como as turbinas) é que podem queimar qualquer coisa.
Re-centrando nos clássicos:
O primeiro carro a passar os 100km/h era eléctrico.
Três vídeos de carros clássicos diferentes para o fim de semana (no youtube dá para por legendas em português e não fica muito mal):
1909 Baker Electric (estes eram bons)
1925 Doble E-20 - interessante porque desmistifica algumas ideias sobre o carro a vapor.
1963 Chrysler Turbine - o carro a jato
 
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