Fiat Diário De Bordo - Fiat 128 Berlina

[HUGO NORTON]

Eduardo, podias explicar melhor essa ignição MSD? Isso não é americano? Pelo tamanho parece...

Já anda a desvirtuar o carro...poça!

 

[Eduardo Relvas]

(...)
O único problema que vi relatarem da cambota é a sua lubrificação. E de todo prudente quando se retira ser bem limpa e levar relas novas. Dizem...
Tinha a ideia que a caixa de velocidades batia nas longarinas e tinha que ser ligeiramente alterada!
(...)

João, é isso mesmo, mas essa parte pode-se aplicar a qualquer cambota pressurizada... as galerias têm óleo no interior que está a ser centrifugado a alta rotação permanentemente, é natural que se depositem sedimentos, especialmente quando temos donos idiotas a usar óleos da treta e sempre a mudar de marca, ainda se criam mais sedimentos.

Já os 124 têm exactamente a mesma questão, e é de facto importante... as galerias internas têm cerca de 1 cm de diâmetro, e já abri um motor onde havia tanta pasta lá dentro que o diâmetro livre era cerca de 2 mm... flui uma miséria comparado com a cambota limpa.

Quanto às alterações para meter no 127, penso que são mesmo detalhes muito pequenos, o grosso do layout é perfeitamente idêntico, e os apoios das extremidades são os mesmos numa carroçaria e noutra.

Eduardo, podias explicar melhor essa ignição MSD? Isso não é americano? Pelo tamanho parece...

É americana, sim senhor... e eu tenho-as comprado sempre nos EUA. São as melhores, sem comparação possível... tenho experiência de várias diferentes, e nenhuma se compara, quer em performance, quer em fiabilidade. E mesmo a simplicidade de instalação é dramática... eu ontem adaptei esta ao 128 em menos de uma hora, a trabalhar nas calmas... metade do tempo foi só a decidir onde metia o módulo!

No caso deste modelo que eu uso, a MSD 6A, é o modelo mais básico da série 6, que são os melhores para daily drivers. O circuito usa, no meu caso, os platinados de origem, mas o desgaste é quase nulo porque a corrente é mínima (0,3V, salvo erro). A bobine é alimentada a 475 V, o que dá uma faísca muito mais potente que com os 12 V de origem... dá para abrir o eléctrodo das velas a mais de 1 mm. Eu costumo pôr as minhas por volta desse valor. Só isso dá uma frente de chama quase o dobro da original...

Além disso, a série 6 tem a particularidade que a regimes baixos cria 3 faíscas seguidas, em vez de apenas uma, o que reduz as emissões, suaviza o motor (dramaticamente, nalguns casos) e reduz o consumo.

Outra vantagem é que, num sistema tradicional, a qualidade da faísca começa a degenerar com a rotação... uma descarga de vela às 6,000 rpm nada tem a ver com a faísca ao ralenti... mas com estes módulos é perfeitamente consistente.

Em termos de custos, ficam em cerca de 200€ (às vezes apanham-se mais baratas em segunda mão), o que não é barato, mas a qualidade é insuperável. São também altamente versáteis, funcionam com platinados, ruptores ópticos, indutores magnéticos... tanto dá.

Mais alguma questão, é só dizer...

Um abraço a todos!

 

[David Silva]

...
Os espelhos são algo a pensar, tenho de ver de um par jeitoso para lhe pôr. Fico é na dúvida se hei-de optar por uns pretos ou inox / cromado, não sei qual assentará melhor... quais são as vossas opiniões?

Um abraço a todos!

Eduardo, quando fiz o pilling ao 124 comprei uns retrovisores no Berto Ricambi baratitos. A qualidade da cromagem não era grande pistola mas serviram perfeitamente durante 2 anos. Apenas se degradaram quando o carro esteve ao relento em Viana durante semanas seguidas. O ar do mar tratou de picar a cromagem. Curiosamente pintei-os de preto mate nessa altura... Pena não ter ficado com umas fotos deles pintados de preto... Fica uma de quando os coloquei:

Eu sei que não é um Rally...apenas disse rally racer..que é o que parece.
Tal como o 124 do David me parece um rally racer.. E até já ganhou rallies curiosamente! Lol

Ganhou uma brincadeira de regularidade... Infelizmente tive que optar por vende-lo pra n se degradar mais, a um entusiasta lisboeta que veio de comboio e foi de Fiat para baixo...

 

[Paulo Sergio Carvalho]

Eu sei que não é um Rally...apenas disse rally racer..que é o que parece.
Tal como o 124 do David me parece um rally racer.. E até já ganhou rallies curiosamente! Lol

É um Berlina no entanto por de baixo do capô não tem um 1100cc ( talvez o 1290 do Rally) no entanto acho que o lá está anda ás cambalhotas fiquei com a impressão que um 1100cc original bem afinadinho deixava-o a léguas sinceramente não acho piada ao carro só lhe falta o logotipo do Exercito Português mas gostos são gostos e não se discutem

 

[HUGO NORTON]

É um Berlina no entanto por de baixo do capô não tem um 1100cc ( talvez o 1290 do Rally) no entanto acho que o lá está anda ás cambalhotas fiquei com a impressão que um 1100cc original bem afinadinho deixava-o a léguas sinceramente não acho piada ao carro só lhe falta o logotipo do Exercito Português mas gostos são gostos e não se discutem

. Então conheces esse carro..? Já o foste ver?
Acredito que não esteja grande coisa mas gosto muito dos 128 ligeiramente alterados esteticamente, nao necessariamente com essas cores mas qualquer coisa que relembre os rallyracers dos anos 70.

Abraço

 

[Eduardo Relvas]

É um Berlina no entanto por de baixo do capô não tem um 1100cc ( talvez o 1290 do Rally) no entanto acho que o lá está anda ás cambalhotas fiquei com a impressão que um 1100cc original bem afinadinho deixava-o a léguas sinceramente não acho piada ao carro só lhe falta o logotipo do Exercito Português mas gostos são gostos e não se discutem

A questão que por vezes se põe é exactamente essa... como dizem os americanos, big hat, but no cattle... anuncia-se muita coisa, mas depois a montanha pare um rato.

Eu sou da escola inversa.. prefiro algo discreto, mas que esconde um potencial que ninguém sonha. Costuma-se chamar a isto, na gíria automobilística, um sleeper...

Um abraço!

 

[Paulo Sergio Carvalho]

. Então conheces esse carro..? Já o foste ver?
Acredito que não esteja grande coisa mas gosto muito dos 128 ligeiramente alterados esteticamente, nao necessariamente com essas cores mas qualquer coisa que relembre os rallyracers dos anos 70.

Abraço

Conheço sim esse 128 já esteve em Matosinhos passou para Gaia e parece que foi parar a Setubal eu entendo o teu ponto de vista tambem dosto dos 128 com um toque de desportivismo mas nada muito berrante

A questão que por vezes se põe é exactamente essa... como dizem os americanos, big hat, but no cattle... anuncia-se muita coisa, mas depois a montanha pare um rato.

Eu sou da escola inversa.. prefiro algo discreto, mas que esconde um potencial que ninguém sonha. Costuma-se chamar a isto, na gíria automobilística, um sleeper...

Um abraço!

Fizeste-me lembrar um amigo meu que tinha um G40 sem simbolos ,plasticos e as jantes eram as normais porque seria eu tambem sou adepto do elemento surpresa

Abraço

 

[João Luís Soares]

Se for para voar, metes-lhe um Lampredi 1290 ou 1498... E depois vais humilhar fumarentos a diseasel.

 

[Paulo Sergio Carvalho]

Se for para voar, metes-lhe um Lampredi 1290 ou 1498... E depois vais humilhar fumarentos a diseasel.

Isso é para estragar o carro

 

[João Pereira Bento]

Esta imagem é da própria Fiat!




Eu também gosto de carros discretos e simples como eles nasceram. Não gosto de ser confundido com o "zé do boné"!




Ligeiramente mais baixo e com as jantes Campagnolo! E pronto, é só o mais bonito 128 em Portugal e o melhor também.

 

[Paulo Sergio Carvalho]

Esta imagem é da própria Fiat!




Eu também gosto de carros discretos e simples como eles nasceram. Não gosto de ser confundido com o "zé do boné"!




Ligeiramente mais baixo e com as jantes Campagnolo! E pronto, é só o mais bonito 128 em Portugal e o melhor também.

A primeira foto está engraçada mas a segunda acho que já recebi umas fotos dele ,mas não foi o proprietario que me enviou

Abraço

 

[Eduardo Relvas]

João, já tinha reparado nesse Rally no teu blog... é lindíssimo, sem dúvida... mas eu sou suspeito, porque sou totalmente parcial a essas jantes! Adoro!

Fica descansado que com um carro destes ninguém te confunde com um "xuningueiro"... é bom gosto a mais!

Um abraço!

 

[Jorge Viegas]

Já me actualizei

Gostei de ler o tópico todo e saber que o 128 ficou em boas mãos, quando for a Portalegre quero conduzir

 

[Carlos Vaz]

Tanto quanto julgo saber, esse 128 tem um 1372 de um Tipo/Tempra.

 

[António Barbosa]

(...mas o desgaste é quase nulo porque a corrente é mínima (0,3V, salvo erro).)

Eeeeuuhh, é capaz de haver mesmo um pequeno erro, serão 0,3A (300mA), e não 0,3V, é que a corrente mede-se em ampéres.

Curiosamente a ignição eletrónica do meu Mini feita por mim (home brew) também consome por aí (0,3A).

 

[nuno granja]

João, é isso mesmo, mas essa parte pode-se aplicar a qualquer cambota pressurizada... as galerias têm óleo no interior que está a ser centrifugado a alta rotação permanentemente, é natural que se depositem sedimentos, especialmente quando temos donos idiotas a usar óleos da treta e sempre a mudar de marca, ainda se criam mais sedimentos.

Já os 124 têm exactamente a mesma questão, e é de facto importante... as galerias internas têm cerca de 1 cm de diâmetro, e já abri um motor onde havia tanta pasta lá dentro que o diâmetro livre era cerca de 2 mm... flui uma miséria comparado com a cambota limpa.

Quanto às alterações para meter no 127, penso que são mesmo detalhes muito pequenos, o grosso do layout é perfeitamente idêntico, e os apoios das extremidades são os mesmos numa carroçaria e noutra.



É americana, sim senhor... e eu tenho-as comprado sempre nos EUA. São as melhores, sem comparação possível... tenho experiência de várias diferentes, e nenhuma se compara, quer em performance, quer em fiabilidade. E mesmo a simplicidade de instalação é dramática... eu ontem adaptei esta ao 128 em menos de uma hora, a trabalhar nas calmas... metade do tempo foi só a decidir onde metia o módulo!

No caso deste modelo que eu uso, a MSD 6A, é o modelo mais básico da série 6, que são os melhores para daily drivers. O circuito usa, no meu caso, os platinados de origem, mas o desgaste é quase nulo porque a corrente é mínima (0,3V, salvo erro). A bobine é alimentada a 475 V, o que dá uma faísca muito mais potente que com os 12 V de origem... dá para abrir o eléctrodo das velas a mais de 1 mm. Eu costumo pôr as minhas por volta desse valor. Só isso dá uma frente de chama quase o dobro da original...

Além disso, a série 6 tem a particularidade que a regimes baixos cria 3 faíscas seguidas, em vez de apenas uma, o que reduz as emissões, suaviza o motor (dramaticamente, nalguns casos) e reduz o consumo.

Outra vantagem é que, num sistema tradicional, a qualidade da faísca começa a degenerar com a rotação... uma descarga de vela às 6,000 rpm nada tem a ver com a faísca ao ralenti... mas com estes módulos é perfeitamente consistente.

Em termos de custos, ficam em cerca de 200€ (às vezes apanham-se mais baratas em segunda mão), o que não é barato, mas a qualidade é insuperável. São também altamente versáteis, funcionam com platinados, ruptores ópticos, indutores magnéticos... tanto dá.

Mais alguma questão, é só dizer...

Um abraço a todos!

Apliquei uma destas na minha última VW Type 2 (Pão de forma) e só tenho a dizer bem.


Verifiquei na prática tudo que o Eduardo afirmou.



nuno granja

 

[Eduardo Relvas]

(...mas o desgaste é quase nulo porque a corrente é mínima (0,3V, salvo erro).)
Eeeeuuhh, é capaz de haver mesmo um pequeno erro, serão 0,3A (300mA), e não 0,3V, é que a corrente mede-se em ampéres.
Curiosamente a ignição eletrónica do meu Mini feita por mim (home brew) também consome por aí (0,3A).

António,

Sinceramente já nem sei ao certo, é provável que sim, tenho ideia de ver algo desse género nas características técnicas, e devo ter confundido... obrigado pela rectificação. Isto é o que dá demasiadas horas de trabalho e poucas de sono...

Um abraço!

 

[Eduardo Relvas]

O brinquedo continua a fazer serviço diário, e está cada vez melhor... nota-se a inércia a sair-lhe de cima!

Hoje começou o dia com a voltinha do costume, a largar a malta nas escolas, mas estava um dia tão bonito, que não resisti...



Yep... vim a casa, deixei o 128 a secar (o interior está altamente húmido dos temporais horrendos que temos gramado, parece castigo), tem alguns pontos a precisar de ser vistos para garantir a estanquecidade... detalhes a rever. Entretanto já descobri mais umas quantas pequenas coisas mal montadas ou descuidadas pelo tipo que o pintou, e que tenho de resolver também... há gente que só merecia ser proibida de tocar no que quer que fosse. Pra estragar, mais valia estar quieto.

Aliás, diga-se de passagem que este carro é a prova viva de como muitas vezes um pseudo-restauro é um crime da maior violência contra um clássico... ainda não notei nada que justificasse esta violência toda, é um trabalho intrusivo e que ainda por cima foi javardamente mal feito.

Mais uma, vista de casa...



É engraçado ver as reacções que gera entre as pessoas. Muita gente mete conversa, elogiam, apreciam, partilham histórias dos seus ou de alguém da família que teve... é divertido, e é simpático. Não sei se é por ser um carro mais simples e pouco pretensioso, mas noto mais isto que alguma vez notei com o Spider. Talvez seja também devido à grande difusão que estes modelos tiveram por cá. As pessoas têm uma ligação emocional com eles, e é giro observar tudo isso e escutar. E isso faz tudo parte da experiência de ter um clássico.

Trabalhos a executar em breve:

- Mudança de óleo da caixa;
- Mudança de anticongelante e torneira da chauffage;
- Revisão ao carburador (chegou o jogo de reparação ontem);
- Revisão de todos os isolamentos de janelas para eliminar os repasses;
- Pequenos ajustes de carroçaria a detalhes descuidados.

Um abraço a todos!

 

[Paulo Jorge Coutinho]

Boa sorte com os trabalhos!

 

[Paulo Sergio Carvalho]

É mesmo Eduardo é possivel que se passe o mesmo com outros classicos mas falo por mim o 128 é um carro que as pessoas demonstram muito carinho e partilham aquelas historias de antigamente algumas menos boas mas sempre engraçadas nunca me vou esquecer no primeiro dia que circulei com o meu 128 ainda antes do restauro descia eu a Av.da Boavista e ouço um grande berro do passeio "Olha um 128" ,não me leves a mal quem sou eu para te ensinar algo mas devias de acrescentar a essa listagem uma aplicação de cera para proteger melhor o 128 nomeadamente embaladeiras e naquelas grelhas ao fundo do para-brisas ainda bem que o pequeno Lampredi começa a acordar e a satisfazer o dono

Abraço