Então vamos lá desde o inicio! A decisão de restauro foi tomada ao descobrir o piso podre, quanto mais limpava mais luz passava pela chapa cheia de alcatrão e outros silicones. Por fora notavam-se mossas, cor desgastada, riscos e tinta a borbulhar, nada que não se conseguisse viver mas não estava com bom aspeto este 5. Os 45 anos não devem ter sido fáceis, vários donos, vários arranjos, peças não originais, ligações manhosas e até perigosas povoavam este pequeno azul escuro. Os assentos estavam maus por fora mas péssimos por dentro, com a estrutura partida no banco condutor sentiam-se os ferro e o desconforto era considerável ao fim de uns metros!
Ok vamos para restauro mas não à maluca! Não vou decapar a jato de areia até ao osso, não vou proteger com a mais alta tecnologia e quero ser eu a fazer o máximo que conseguir, isto porque: não há fundo de maneio, o carro não vale o que se for gastar e quero aprender e divertir-me ao fazer isto nos intervalos do trabalho e da vida em família (que agora aumentou logo o tempo diminuiu!)
Mas já que vou restaurar… Vou gastar uma pipa de massa para o carro ficar mais ou menos na mesma?! Não me parece…
Não sou de fazer modificações ou alterações nos carros ao meu gosto, não é a minha praia, gosto do original, como foi desenhado e pensado pelos designers e engenheiros, mas que posso eu fazer para o tornar especial? Comecei a comprar revistas da época, brochuras da marca, catálogos franceses (sim porque este R5 veio de França) e reparei na lista de opcionais deste TL em 1975! Ora cá está - Bancos em napa (tenho) alavanca de mudança de velocidades no chão (tenho) vidros verdes (quero muito) luz de marcha-atrás (quero), limpa vidros traseiro (não quero) cintos atrás (quero por causa da criança) cintos à frente com enrolador (quero por causa da criança que vai à frente(eu)) e teto de abrir (quero mesmo muito)! Nesta lista de coisas que quero há umas fáceis, e outras impossíveis mas quem me conhece…
E assim começa esta aventura, que espero que seja rápida porque não gosto de adiar nada, ou é ou não é.
Hoje, no dia que escrevo, o carro já está quase a ir para a pintura, e eu aflito com tantas peças para restaurar, limpar e arranjar.
Nos próximas publicações vou mostrar algumas experiências e desafios dos últimos dias e dos próximos!
O grande objetivo é que este fique a ser o meu R5, como eu um dia imaginei com a minha forma de pensar e espero que resulte, que fique bonitinho para dar umas voltas de sorriso na cara com a família e os amigos, espero que gostem.
Sempre achei que os carros com vidros verdes têm mais pinta, parecem logo mais caros e de uma versão melhorada.
Quando soube que o R5 tinha isso como opção no TL em 75 fiquei cheio de vontade de aplicar no meu.
O meu Twingo tem vidros verdes e tem muito charme...
Assim como o R5 TL que está no museu de clássicos Renault, curiosamente com o mesmo azul 460 do meu 5!
Não foi fácil, em Portugal não encontrei usados, até porque era muito raro no nosso país este opcional, em Espanha encontrei muitos em sucatas mas estavam as fronteiras fechadas e o diálogo nem sempre foi fácil, raramente respondiam. Até que um amigo que no clube dos R5 comprou um TX da 2ª fase muito estragado para retirar o motor e forneceu-me os vidros., foi uma sorte das grandes.
Assim que a pintura estiver pronta este vidros vão ficar top
está com bom andamento na fase de primário na chapa e na limpeza de tudo o que são peças da suspensão e motor. Vou publicando a história em fases assim que me é possivel, mas deixo aqui algo mais recente só para aumentar a curiosidade
Chegou o dia! Tudo preparado, ferramentas, umas cervejolas, e um sol radiante. A desmontagem vai ser com os amigos. Nenhum de nós tem grande experiencia, designers e artista plásticos. Só alguma sensibilidade para saber que está quase a partir.
Um dia e desmontou-se todo o interior, algumas peças do motor e todas as peça amovíveis exteriores, até os vidros conseguimos retirar!
é surpreendentemente fácil de desmontar este carro e o mais incrível é que não partimos nada. Todos os encaixes de plástico, com cuidado, tinham uma forma de sair pensada para manutenção.
o tablier, um vinil a forrar a chapa era das peças mais delicadas. Já estava a desistir quando descobri bastava soltar a parte inferior de uma calha
este arejador foi um quebra cabeças, puxamos com toda a força e nada. Até que, com a ajuda de uma amigo que tem um 5 C da mesma fase se descobriu que são 4 tampas que simplesmente deslizam quando se pressiona num dos lados, parecia magia, quanta simplicidade e funcionalidade!
Os comandos da ventilação (made in germany!) estão bem mas descobri uma consola proveniente do TS que era também vendida com acessório que trás os comando da ventilação integrados. Quando chegar a essa fase mostro a peça.
Este teto é lindo, parece serapilheira, vai ser uma pena abrir.... saiu muito bem, apenas tina cola no centro. Está um pouco sujo do tabaco mas mesmo assim tem muita pinta
o painel de instrumentos já o tinha desmontado, foi fácil de o retirar
a manete é que nasceu aqui e não consegui tirar toca a isolar!
aos poucos a chapa foi sendo descoberta. foram retirados os forros e mantas acústicas a medo porque não sabia o que estava do outro lado, qual o nível de podridão
A porta do lado drto não é de origem, é de um modelo mais recente, até tem sitio para bolsa! Tem piada que as buchas do apoio de braços da porta antiga são amovíveis, têm uma mola que basta rodar para retirar. Na porta mais recente foram substituídas por buchas plásticas impossíveis de tirar sem partir!
e fiquei bastante contente, o pior eram mesmo os pisos de trás, que já sabia o estado. mais de resto há ferrugem em alguns ponto mas superficial.
que belo dia! sem problemas, sem surpresas, só desafios. O objetivo agora é limpar peça por peça, restaurar e dar uma segunda vida a cada detalhe mas é preciso tempo, coisa que não tenho o que torna este deasfio gigante e desgastante....
Como tinha dito anteriormente sempre quis um R5 com teto de abrir original. Acho que os carros com tetos de abrir em vidro ou tela oferecem uma alegria extra, acrescentam um sorriso e um gozo à condução. O meu twingo e o meu BMW225Xe têm em vidro, são opcionais que não podia deixar de incluir.
O meu Twingo em férias Alentejanas!
Como não consegui comprar um R5 com teto de abrir em lona original, pela raridade principalmente no nosso Portugal, não descansei enquanto não arranjei uma forma de fabricar um igual ou encontrar um teto original perdido na europa ou até nos EUA, onde os R5 LeCar quase todos tinham porque eram carregados de equipamento, até AC tinham!!
A Renault tem um historial significativo em tetos em lona:
Dos catálogos e das imagens que vi o teto em lona dão um toque juventude extra e de incentivo ao passeio, à contemplação e é para isso que este carro vai servir, passear e contemplar o mundo de outra forma!
Com o confinamento e fronteiras fechadas foi tudo muito difícil. Estava em Granada, este R5 de 79, já não tinha motor , interiores, nada, só carcaça com alguns vidros.
Eu falo mal espanhol, o tipo da sucata não percebia lá muito bem o que eu queria e era difícil as transportadoras passarem por lá.
Mas consegui! Ao fim de umas semanas de combinações e descombinações consegui um transitário que fizesse um desvio e pedi ao dono da sucata que cortasse pelos pilares!!
E cá está o teto!! Uma desgraça, mas foi o melhor que consegui
viva! Foi um contacto de uma pessoa que faz transportes pela Europa e fez um “pequeno“ desvio!!
Nem eu falo espanhol nem o espanhol sabia responder a mensagens escritas! Foi um pouco aventura mas está deste lado da fronteira o raio do teto e é o que interessa! A carroçaria está a ser uma boa surpresa, com a excepção dos pisos traseiros que estavam podres, há muita ferrugem superficial e muita massa a tapar amolgadelas, muita massa mesmo! mas nada de grave. Mais episódios se seguem , obrigado
Este não é um teto de cortar um buraco e siga. Tem uma moldura de reforço que funciona como barreira para a água e uma série de ferragens para esticar a lona.
Da tela existe pouco e as ferragens estão uma lástima
Nada que não se resolva...
Agora a questão é cortar pelos pilares, e correr riscos de a estrutura ceder ou fazer como devia ser feito, retirar a folha do teto atual e substituir pela "nova"?!
A resposta é simples, toca a retirar a folha do teto e fazer a coisa à séria, e pimbas!
(A corda de sisal vinha com o carro!!!!!!!)
E está retirado o teto!! e havia surpresa laranja no interior!! Por aqui se vê o que cresce por dento da estrutura de um carro!
Este não é um teto de cortar um buraco e siga. Tem uma moldura de reforço que funciona como barreira para a água e uma série de ferragens para esticar a lona.
Agora a questão é cortar pelos pilares, e correr riscos de a estrutura ceder ou fazer como devia ser feito, retirar a folha do teto atual e substituir pela "nova"?!
Sim, se não fosse retirado nunca iria ver o estado que estava por dentro. Não era suposto este restauro ser tão profundo mas está a ser, e de que maneira.... bem que me avisaram Obrigado
Obrigado caro André, a parte de chapa e uma parte da mecânica não estou eu a fazer, não consegui ter tempo e ia acabar por abandonar ou vender, mas estou a acompanhar ao mm. Os interiores, teto e restauro de peças mecânicas estou a ser eu, aos fins de semana um passinho de cada vez Obrigado e vou dando noticias
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