Caro amigos Mário e restantes
Sinceramente acho um pouco exagerado este tipo de "preparação" para este género de motor e com a cilindrada que é referida.
Não pretendo começar com nenhuma demanda ortodoxa, e decerto que não é nada pessoal, mas creio que deveremos mudar um pouco a nossa mentalidade de quanto é "fácil" o aumento de potência em motores (ainda por de cima não muito actuais... não me refiro à vantagem dos sistemas electrónicos de ignição e injecção mas apenas ao desenho dos motores e respectiva resistência estrutural).
Se um filtro de ar KN (ou qualquer outro do género) pudesse aumentar em 5/7 cv a potência deste motor, isso equivalia a um aumento de quase 10% o que me parece de todo impossível. Alias de todos os sistemas que tive oportunidade de experimentar (actuais e "menos actuais") a conclusão a que cheguei (e que é aceite pela comunidade) é que este tipo de alteração não traz nenhuma mais-valia (excepto se o sistema de filtragem anterior estava em más condições e nesse caso a simples renovação resolveria o problema).
Tão pouco a mudança do sistema de escape, nestes casos, têm tal mais-valia... era bom se o tivesse :feliz: Alias muitas vezes acontece o inverso (devido a factos relacionados com a dimensão dos vários ramos que o constituem, mas que não pretendo neste momento abordar).
Pior que isso é que mesmo que tais ganhos fossem possíveis nunca poderíamos somar os supostos valores de aumento de potência derivados de cada um dos componentes e extrapolar um total.
A única forma de aumentar a potência de um motor é aumentando a sua "eficiência volumétrica" (que não é mais que a relação entre o volume do cilindro e a quantidade de mistura ar/combustivel que o preenche em cada ciclo) e desta forma poder aumentar a quantidade de combustível, aumentando assim a força da explosão e desta forma aumentando a "eficiência térmica" (que nos carros de estrada ronda os valores de 0.25 e nos motores de corrida os 0.35)...
Passando à frente desta conversa toda e passando ao importante
a colocação de uma árvore de cames e pior ainda caso esteja associada a uma cabeça "ported" só traz diminuição de performance.
Quando se coloca uma árvore de cames com maior abertura efectiva ou maior "lift", diminui-se a amplitude de rotação em que o motor consegue maior "eficiência volumétrica" pois embora possa parecer que o facto do período de abertura ser superior significar mais tempo para entrar e sair o ar e desta forma encher com mais mistura os cilindros, aumenta também de forma progressiva a inercia e turbulência dentro dos mesmos (não vou entrar em pormenores
) o que diminui a capacidade de enchimento em toda a gama de rotações que não a ideal. Daí que embora a potência sofra um aumento numa determinada gama (digamos entre as 4500 e as 5500 rpms) nas restantes sobre uma grande quebra (o mesmo se passa com a curva de binário).
Se tivermos em consideração as vezes que conduzimos no regime entre as 1000rpms e as 4500 rpms em relação a entre as 4500 rpms e as 5500 rpms poderemos concluir que "é pior a emenda que o soneto".
Neste caso particular, acho que o sistema do méxico já vai estar para além da fasquia mas mesmo assim poderá ser utilizado caso se tenha em atenção a carburação utilizada.
Se colocarmos um sistema de carburação duplo como foi referido vamos apenas aumentar o consumo, o sobreaquecimento e a dificuldade de afinação.
Isto é apenas uma opinião pessoal...
Abraços