Andre. Santos
YoungTimer
Fernando Baptista disse:Olá e obrigado pelas suas palavras.
Já experimentou uma replica de Lotus 7?
Nos meus tempos idos, desenhei muitos chassis destes...
Na minha opinião é o que se assemelha mais a uma barchetta.
A minha melhor experiência deste género foi a condução de um Lotus 23B (verdadeiro) com um twincam. Isso sim é um carro que dá prazer
Se a intenção é fazer "brincadeiras" em circuitos fechados, e se estão em fase de começar nova aventura, então sugiro que adquiram uma replica de um Lotus 7, Lotus 23, etc.
Isto porque o fundamental é ter uma relação peso/potência muito favorável e isso consegue-se muito mais facilmente com chassis leves e carrocerias em fibra.
Quanto à motorização, tenho mais experiência pelas da Ford e embora nunca tenha mexido num Duratec, acredito que era o que optava caso me aventurasse. No mínimo optaria por um Zetec 2000cc.
Tive a oportunidade, em tempos, de ajudar a montar uma réplica de um Ginetta g4 com um Zetec, já não me lembro da empresa que fazia a réplica mas que era uma maravilha para o efeito... lá isso era!
O mais importante é ver a solução como um conjunto... de nada vale a pena investir num motor com uma caixa de velocidade desadequada (tentem fazer 8000rpms com uma MT75 e vão ver que a vão despedaçar em 3 tempo).
Mesmo numa rampa de nada serve um regime grande de rotação... o que interessa é a disponibilidade de binário ao longo de toda a faixa de utilização. Caso contrário teremos de aplicar uma relação final muito curta o que vai prejudicar todo o sistema.
A velha regra dos motores de corrida dita que o importante é o binário e isso é muito visível mesmo na formula 1 actual.
O meu conselho é que caso se pretenda um carro para usufruir em ritmo de passeio acelerado opte por uma viatura de cariz histórico com valor comprovado (ou sentimental caso se aplique). Caso se pretenda uma viatura para andar depressa, opte por uma replica sobre-motorizada.
Acho que os ingleses já chegaram a esta conclusão há muito tempo.
Abraços
Fernando,
Li atentamente o seu post. E gostaria de ouvir a sua opinião sobre o conceito binário/potência, até porque referiu a F1.
É certo que o ideal é ter binário disponível e de preferência ao longo de uma grande faixa de rotação. Mas em motores atmosféricos isso é quase uma utopia e parece-me que a única maneira de elevar a potência do motor é mesmo pelas rotações.
No entanto, o Fernando por diversas vezes mostrou-se um pouco reticente quanto a este pensamento, ou é impressão minha? Se sim pedia-lhe que me explicasse o seu ponto de vista pois eu também sempre pensei que não interessa propriamente o binário que um motor produz mas sim a sua potência e a faixa em que é utilizável, quando não há binário pode haver rotações mais elevadas.
Por exemplo, no caso extremo da F1 não é isso que se passa? Afinal aqueles motores e fazendo a comparação com a potência que debitam, devem ter um binário medíocre quando comparados com a maior parte dos carros que andam pelas nossas estradas. Mas as 18000 rpms fazem aquele milagre da engenharia que todos assistimos.
Num caso mais recorrente, as motos. Motores "pequenos" e com pouquíssimo binário mas que impressionam pela sua potência especifica. Para além de serem motores extremamente progressivos, elásticos e muito utilizáveis.
Outro exemplo, e que exemplo. Honda S2000. Até há pouco tempo era o motor atmosférico do mundo automóvel (produção em série) com maior potência especifica. 240hp às 9000 rpms para 2000cc. 120 hp / Litro, uma maravilha japonesa. E se é verdade que aquele motor só acorda verdadeiramente às 6000 rpms (ou pouco mais.. VTEC) não é um motor propriamente fraco em baixas, dizem até ser muito muito utilizavel no dia-a-dia, até porque o S2000 não é propriamente um Superdesportivo ou algo tipo Lotus Elise. Só para finalizar resta dizer que é um motor referência em termos de fiabilidade. Curioso não?
Posto isto e voltando aos clássicos... Esquecendo a parte da manutenção de um motor que faz 8000 rpms e que foi projectado para fazer apenas 6000, consumos, baixas rotações, etc.. Qual é a vantagem de um motor com binário mas que debita pouca potência máxima a um motor com baixas fraquitas mas que graças às 8000 rpms impressiona pela potência?
É que a menos que seja um carro para o dia-a-dia, para arranca, cidade, para andar carregado, etc, eu não vejo vantagem nenhuma.
Mas de certeza que o Fernando terá argumentos muito mais "sólidos" ou sustentados que estes exemplos que dei e eu só queria perceber essa parte pois posso estar a pensar mal.
Desculpem o testamento.
AS