"Dobradinha" belga no Rali Portugal Histórico
Raymond Horgnies (Porsche 911) confirmou a vitória e não poupou elogios à organização portuguesa
A dupla belga Raymond Horgnies/Christopher Hayez (Porsche 911) venceu a quarta edição do Rali Portugal Histórico, com as duplas José Lareppe/Joseph Lambert (Opel Kadett GTE) e João Mexia Leitão/Nuno Sales Machado (Porsche 911 Carrera 2.7) a completarem o pódio. A prova terminou entre elogios dos participantes, com o vencedor a apontar mesmo Rali Portugal Histórico como “o melhor em que participei em 40 anos”.
O final da festa aconteceu na Marina de Cascais, onde os concorrentes cumpriram uma Prova de Regularidade por Sectores, presenciada por muitos espectadores que quiseram ver de perto carros que fazem parte da história do desporto automóvel mundial. Paulo Grosso/Susana Cordeiro (Ford Escort MK I) foram os mais rápidos (32,7 pontos) à frente de Adalberto Melim/Rui Alves (Alfa Romeo 2000 GTV) que penalizaram mais dois décimos de ponto – mas nada se alterou em relação aos primeiros lugares.
Raymond Horgnies estava satisfeito com a vitória e com os dias passados em Portugal: “Este foi o melhor rali em que participei, e faço provas há 40 anos. Gostava que esta organização fosse à Bélgica montar provas deste tipo, que desapareceram das nossas estradas há 20 anos. O facto de dois belgas terem terminado nas duas primeiras posições é consequência deste tipo de provas ser muito frequente no nosso país. Este é um rali em que se conduz de improviso, o que me agrada, mas em que é preciso ter muita cabeça, dispôr de um bom carro e contar com uma grande ajuda do navegador. No ano passado parti o motor na terceira etapa, este ano ganhei e para o ano cá estarei.”
João Mexia Leitão foi o terceiro classificado e melhor português: “Se a prova já era dura, a chuva tornou-a ainda mais dura e confesso que fiquei surpreendido com os pilotos belgas, que mereceram a vitória. No primeiro dia, uma má escolha de pneus fez-me perder tempo e depois vim sempre a recuperar até conseguir chegar ao pódio, pelo que só posso estar satisfeito.”
O director da Prova, Pedro Barbosa da Gama, também não escondia a sua satisfação: “O clube só pode estar satisfeito por ter colocado na estrada uma prova que é já uma referência, a nível europeu, para este tipo de competições. Penso que foi mais uma manifestação da qualidade das organizações de provas nacionais, factor que contribuiu para o sucesso do antigo Rali TAP. Numa prova desta dimensão há sempre pequenos detalhes que falham, mas que não colocam em causa o sucesso da competição, confirmado pelos elogios de todos quantos nela participaram, com muitos deles a prometerem voltar para o ano, com carros mais competitivos.”
Classificação final:
1. Raymond Horgnies/Christophe Hayez (Porsche 911), 775,9 pontos
2. José Lareppe/Joseph Lambert (Opel Kadett GTE), 934,3
3. João Mexia Leitão/Nuno Sales Machado (Porsche 911 Carrera 2.7), 1.077,4
4. Ricardo Alonso/Moisés Alvarez (Ford Escort Mk I RS 2000), 1.085,2
5. Reuter/Vandevoret (Porsche 914-6), 1.104,9
6. Delhez/Gully (Ford Escort), 1.116,2
7. Gustavo Martel/Nicolas Sanchez (Porsche 911 SC), 1.146,6
8. Philippe Fucher/Frederic Cancel (Porsche 911 SC), 1.231,5
9. Javier Cedron/Secundino Suarez (Lancia Fulvia Coupé Rallye), a 1.247,7
10. Paulo Grosso/Susana Cordeiro (Ford Escort Mk I), 1.320,6