Um dos melhores utilitários da história. Ágil, barato, fiável, pequeno por fora e enorme por dentro.
Foi a minha cobaia para apreender mecânica básica. E tornou-se uma paixão.
Ora bem, acabei por não ir hoje tratar dos travões. Fiquei com receio de colocar massa consistente (não tenho cá massa de cobre) e depois ela derretesse com o valor, indo parar aos discos.
Já me aconselhei com o @Eduardo Relvas e parece que o meu receio é infundado. Assim, amanhã já ponho as mãos à obra.
Hoje Fui só ao Uno lubrificar os botões das fechaduras (que estavam todos a precisar, dada a chiadeira que faziam quando se lhes carregava) e começar os trabalhos de limpeza do novo distribuidor.
O tal que, na sucata, eu consegui encontrar com a referência certa (SE101G), retirado de um Uno 60SX.
Pois bem. Acabei de ver que o que me deram não é esse mas o SE101A (do FIRE 1000). Ou seja, depois de o terem desmontado, devem ter misturado o distribuidor que eu queria com outros e, quando o fui buscar ao fim da tarde, não verifiquei.
Bom. Amanhã vou lá trocá-lo, esperando que não tenham vendido o outro entretanto...
Olá amigos! Venho dar novidades da minha saga "roda direita presa + chiadeira intermitente em andamento".
Assim, hoje à noite, depois das miúdas a dormir, desci à garagem e deitei mãos à obra, com o objectivo de aplicar os ensinamentos do @Eduardo Relvas em matéria de limpeza e lubrificação dos travões de discos.
Carro em preguiças:
Depois tirei a roda do passageiro (aquela que prendia o travão):
Aproveitei para ver o lindo estado em que está a porca do tubo rígido... Da próxima ver que for preciso trocar o flexível, nem tento esta... Tiro logo o rígido e o flexível como se de uma única peça se tratasse:
Depois desmontei a pinça, retirando as chapinhas que a prendem (e que servem de guia). As tais que constituem sistema de travagem patenteado pela FIAT e usado entre as décadas de 60 e 90 (pelo menos o Tipo ainda o trazia):
Também tirei as pastilhas do sítio, para poder limpar a superfície onde elas andam, de modo a retirar qualquer lixo que pudesse obstaculizar o seu movimento.
Depois, com uma escovinha de metal e spray limpa travões, foi limpar as chapinhas:
E a zona onde elas encaixam, onde desliza a pinça:
Coloquei um pouco de massa consistente nas chapinhas e depois montei tudo. Ainda sangrei os travões (já que o parafuso de purga estava ali à mão...)
Na verdade, não precisava. Isso ao menos o mecânico fez bem, não tinha ar nenhum no circuito.
Depois fui testar: SUCESSO!!!! Chiadeira acabou! Nem a frio nem a quente!! Ficou espectacular.
Em marcha atrás, julgo que ainda raspa ligeiramente na roda direita. Mas isso com uma lubrificação da coisa deve passar.
Amanhã já ando de Uno sem anunciar a minha passagem onde quer que vá (graças à barulheira que os travões estavam a fazer em constante).
Muito obrigado a todos, especialmente ao @Eduardo Relvas, que foi incansável a ajudar-me!
Esqueci-me de te falar noutra zona que, embora menos, também pode influenciar o movimento irregular das pastilhas, que é aquela zona no suporte fixo onde encaixam as "orelhas" do cimo e do fundo das pastilhas. Geralmente o roçar vem de pinças que não centram, ou de pastilhas que só se movem numa das pontas, enquanto a outra fica presa (daí o desgaste irregular).
Experimenta limpar bem essa zona também, e podes aplicar uma dose mínima de massa também nas pontas das pastilhas (longe do material de travagem). De certeza que termina com isso tudo.
Obrigado, Eduardo! Na verdade, já tinha suspeitado. Nessas zonas só limpei com a escova que aconselhaste (não pus massa porque tive medo que ela fosse parar aos discos), mas julgo que não lhe fará mal nenhum um bocadinho de massa nessa zona. Hei-de pôr num futuro próximo!
Resta dizer que os procedimentos que fiz na roda direita, fiz também na esquerda. Tudo igual.
O que fiquei a notar foi que o pedal do travão ficou mais mole. Primeiro ainda tive medo de ter deixado um parafuso de purga mal fechado; mas não! Ele não está esponjoso, está é mais mole do que antes. Julgo que seja pela menor resistência que as pinças agora oferecem a deslizar. A que se juntam tubos flexíveis novos, a deixar circular o óleo mais livremente.
E mais: a travagem ficou completamente equilibrada. Não foge para a direita, como por vezes acontecia.
Enfim: a limpeza das chapinhas era de facto aquilo de que ele precisava.
Muito obrigado a todos! É bom receber feedback!
Ora, continuando as novidades...
1- Identificada a chiadeira dos travões (mantendo-se todavia alguma coisa, julgo que por falta de lubrificação), resolvi encomendar uma massa (Plastilube) para poder lubrificar as chapinhas e as zonas que o @Eduardo Relvas explicou. No fundo, dizem ser melhor que a massa de cobre porque não reage ao pó dos travões. Não sei, mas resolvi experimentar. Quando chegar, dou nova dose de lubrificação e fico a esperar que desapareça o ruído.
2- No fim de semana, resolvi ter a certeza que os travões estavam bem sangrados, pois ainda não me habituei ao pedal de travão mais mole e tinha receio de ser ar no circuito.
Já tinha visto as rodas da frente, mas resolvi fazer o trabalho todo. Comecei na roda traseira direita, depois esquerda, depois frontal direita e depois frontal esquerda. Nada de ar no circuito.
3- No domingo ainda dei um toque estético: presa ao pára-choques estava a ruína do que, em tempos, terá sido uma pala traseira:
Bom, aquilo só estava a tornar o carro mais feio. Saiu e agora ando à procura de duas palas originais FIAT Lineacessori.
Do outro lado já não estava nada. Mas nunca tive problemas na IPO! Se calhar, eles tomam aquelas orelhas da versão SX como sendo palas e não implicam...
4- Hoje voltei à sucata e troquei o distribuidor que me tinham dado (SE101A, do FIRE 1000) pelo que eu pedi (SE101G).
Bom, comecei a escovar com uma escovinha de metal. Sem adicionar, para já, qualquer produto (nem Mistolin, nem limpa carburadores).
Aproveitei para ir percebendo como se desmonta o distribuidor.
Primeiro escovei a toda a volta e, sem grande dificuldade, consegui desmontar o módulo de avanço a vácuo:
Foi giro perceber como funciona: ao sugar ar com a aspiração do motor, faz funcionar uma alavanca que avança o rotor.
Depois, avancei para o módulo electrónico. Consegui tirar um dos fios (julgo que o da ligação de massa) mas os outros dois estão ligados lá dentro, penso que ao captor.
Assim, cheguei à conclusão que tinha era de entrar no interior da carcaça, para procurar desligar o módulo electrónico.
Retirei os parafusos das molas que prendem a tampa e, de seguida, consegui tirar a protecção superior:
A partir daqui... Não soube mais o que fazer! . Não sei o que se desmonta a seguir para prosseguir os trabalhos de limpeza...
Bom, para não perder peças, resolvi remontar tudo e ficar à espera de instruções. O que faço a seguir?
Outra coisa: além do O-Ring, da tampa, do rotor e do módulo de avanço a vácuo, há mais alguma coisa que tenha de substituir antes de colocar este distribuidor no carro? Só para indo fazendo compras.
Olá! Então enquanto não descubro como desmontar o distribuidor a partir daquele ponto onde empanquei (o Haynes não diz nada e na internet não encontro...), fui tratando de desfazer os disparates que o mecânico lhe fez.
Hoje foi a vez do óleo e filtro, que tinha à minha espera quando cheguei a casa.
Lá fui eu para a garagem. Hoje descobri que e perfeitamente possível chegar ao bujão do Uno sem levantar o carro... Para quem não tem macaco hidráulico e costuma levantá-lo só com o macaco que vinha no Uno, isto foi um avanço enorme!
Primeiro fui dar uma volta para aquecer o óleo (a mistura que mecânico tinha feito com óleo mineral e o semi-sintético que lá estava). Oh para ele, já quentinho, à espera da mudança de óleo:
Depois foi chegar ao bujão e fazer sair o óleo quente. Até deu pena: um óleo com 4 meses e menos de 2000kms. Mas enfim, nunca fiando nas consequências que a misturada de óleos podiam trazer, não era por 20 ou 30€ que ia correr riscos.
Depois tirei o filtro (aqui já quase todo desenroscado):
E preparei o novo óleo e o novo filtro:
Coloquei tudo um pouco menos que a capacidade máxima, depois liguei o motor por 1 minuto. Depois lá atestei a um pouco menos do Max.
(Continuo sem perceber quem teve a brilhante ideia de fazer a vareta do Uno em dourado. Com óleo novo é uma odisseia perceber o nível...).
Acabei por colocar 3,7 litros (a capacidade máxima, com troca de filtro é, segundo o manual 3,8 litros).
Quando arrumei o óleo que tirei do carro, tive mais uma prova da pouca diligência com que as oficinas tratam os carros alheios. Pelo menos os Unos, que todos vêem como carro que não vale nada e ninguém quer: estavam no cárter 4,2 litros. Mais 400ml do que o máximo.
Enfim...
Entretanto fiquei sem bateria no telemóvel, razão por que não há mais fotos dele.
Fica uma mais antiga, para lembrarmos a pinta que tem o Uno.
Novidades!
Lá chegou a massa específica para travões (supostamente igual à massa de cobre mas que não reage com o pó dos travões):
Hoje à noite desci à garagem e fui tratar de lubrificar os pontos que o @Eduardo Relvas tinha indicado.
Não tirei mais fotos... Entusiasmei-me com a coisa e fui-me esquecendo...
Mas: RESULTOU!! Está agora impecável!
Claro que nunca saberei se o que fez soltar a pastilha do disco foi a lubrificação dos pontos por onde as pastilhas deslizam ou se foi outra coisa: reparei que um dos clips que fazem assentar a pastilha junto ao disco, fazendo pressão e mantendo-as no sitio (na parte superior da pastilha) estava mal posto, ligeiramente desencaixado. Como reparei, corrigi isso.
Certo é que ficou impecável! Não há chiadeiras nem os travões estão presos. Está mesmo bom!!
Fui dar então uma volta grande e tenho agora duas dúvidas.
1- Por um lado, não sei se é impressão minha ou se é a sério, estou com uma sensação estranha na travagem. Parece que na primeira travagem que faço, a potência de travagem vai chegando progressivamente, em vez de chegar toda logo. Se travar logo a seguir já não acontece; mas na primeira travagem, parece que só ao fim de alguns milissegundos é que as pinças respondem. No fundo, sinto como se tivesse o circuito mal sangrado. Mas ainda a semana passado verifiquei! Ou o ar esta nalgum lado que não tirei, ou não é disso...
Que poderá ser? Há alguma instrução no sangramento do circuito hidráulico dos travões que eu não tenha seguido?
2- Se eu enriquecer a mistura um 1/4 de volta no parafuso, o carro responde estupidamente melhor. Mas eu afinei o carburador com a técnica que está no Haynes: ir empobrecendo a mistura até o
Ralenti ficar irregular; nesse momento retroceder o parafuso 1/4 de volta. No fundo, a mistura está o mais pobre possível sem o motor falhar.
Questão: devo enriquecer aquele bocadinho? Ou vai prejudicar estupidamente os consumos?
Para despistar se era ou não impressão minha, pedi ao meu irmão para conduzir o Uno. É oficial, o pedal está esponjoso.
Há de certeza ar no circuito desde o dia em que foi à maldita oficina trocar os tubos flexíveis.
Logo vejo se consigo sangrar outra vez. Mas acho estranho, pois não têm saído nenhumas bolhas...
Para despistar se era ou não impressão minha, pedi ao meu irmão para conduzir o Uno. É oficial, o pedal está esponjoso.
Há de certeza ar no circuito desde o dia em que foi à maldita oficina trocar os tubos flexíveis.
Logo vejo se consigo sangrar outra vez. Mas acho estranho, pois não têm saído nenhumas bolhas...
Ole!!! Resolvido (acho!). Circuito hidráulico sangrado novamente, roda por roda.
Como faço sozinho (usando um kit daqueles com válvula antiretorno), desta vez pus-me a ler na net sobre se me estaria a escapar alguma coisa.
Num dia textos que encontrei, vi um tipo a recomendar que o processo de purga fosse feito não carregando o pedal de travão até ao fundo (que era o que eu andava a fazer) mas a carregar só até meio, mais vezes. Segundo o rapaz, isso seria mais eficaz na expulsão do ar.
Resolvi experimentar, roda por roda, a começar pela mais longe da bomba e a aproximar-se.
Nas de trás, não augurei nada de novo: líquido limpinho, sem bolhas.
Cheguei às da frente... E não é que resultou? Saíram imensas bolhas! De ambas!! Incrível.
Bom, depois ficou logo óptimo.
Pedal rijo, responsivo; travagem equilibrada; sem fugir ou chiar.
Só uma curiosidade:
1- Foi a uma oficina para trocar tubos flexíveis e um tubo rígido. Escolhi uma oficina de referência, com boa fama e experiência em clássicos, como bem notou o @António José Costa.
2- Não substituíram tubo rígido; misturaram óleo de viscosidade diferente; deixaram ar no circuito de travagem.
Isto diz bem como tratam dos nossos carros quando não somos nós a meter as mãos na massa.
Passos seguintes:
1- Substituir dobradiça da porta do condutor;
2- Recuperar distribuidor que comprei;
3- Substituir retentor da cambota do lado da distribuição (está a deixar sair óleo);
4- Verificar um ruído junto à roda dianteira esquerda em empedrado (como se fosse uma ligeira folga num triângulo de suspensão);
5- Encontrar ou recuperar símbolo FIAT para a grelha;
Também partilho da opinião que se queres bem feito o melhor é seres tu a fazer. Claro que às vezes corre menos bem e gasta-se um pouco mais de tempo/€ mas pelo menos aprende-se e para a próxima já é melhor.
Quanto ao tubo rígido de óleo é melhor deixares ficar e para a próxima que seja preciso mudar já tens um substituto caso o outro não saia.
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