Carlos Alberto Macedo
Gang dos Rojões
Ver anexo 178274
No inicio da carreira do 131 não parecia que um dia se tornaria um alvo a abater. Quando foi lançada a versão de estrada nem um motor de dupla arvore de cames tinha como opção. Contudo o 131 estava para se tornar um dos melhores carros de rally dos anos 70 (com o Stratos como o principal carro). Tudo começou numa discussão interna da Fiat.
Tirando a crise do petróleo dos anos 70, a Fiat tinha duas vertentes de pensamento. Eles ainda tinham uma nova equipa de rally e recentemente adquiria estrutura mundial da Abarth.
Ver anexo 178285
Enquanto no mundo real os potenciais compradores ainda estavam a recuperar dos impactos da crise e do alto preço do petróleo devido à guerra do médio oriente. O pensamento conservador da Fiat pode ser visto na gama 131 Mirafiori (anunciada em Setembro de 1974 como um sucessor do 124) os motores twin cam do 124 sport tinham desaparecido, o 131 era um tradicional saloon com um motor de 1297cc de 65cv ou o 1585cc de 75cv com uma caixa de 4 velocidades. Por outro lado a Abarth ficou com o orçamento para competição e com o apoio da Fiat para explorar o crescimento do desporto motor, o rally em particular. Alguns gestores de marketing da Fiat repararam no impacto do Lancia Stratos e queriam usar a Abarth para promover para a Fiat a mesma atenção a nível global. Por isso a historia do dos Fiat de rally e Abarth e da Lancia com a máquina de guerra desenhada por Bertone que se tornaria interligada.
Ver anexo 178286
E é so nos capítulos finais que o 131 aparece. Para começar a linha da Abarth era preciso encontrar um carro para substituir o 124 Abarth e tinha que ser tão rápido como o Stratos.
Alguns protótipos foram desenvolvidos, incluindo o protótipo X1/9, o 128 assim como o 131, por algum tempo parecia que o X1/9 seria o próximo carro a cabo de competir no rally, mas no final o 131 foi o escolhido.
Ver anexo 178276
A escolha do 131 era ainda mais gloriosa face à capacidade do Stratos castigar a concorrência no rally da altura. Em 1976 o Stratos tinha ganho o seu 3º consecutivo campeonato de WRC. Construído de propósito para o rally, com 2 lugares, forma esguia e motor central V6 Ferrari, e o seu sucessor era um…..131. o contraste podia dificilmente ser melhor, contudo a Fiat estava prestes a lutar dente por dente pela coroa do rally com a Ford, na Europa estavam a tentar esquecer a crise do petróleo e a gastar alguns hidrocarbonetos na procura de mais potência, precisavam de um carro com “rodas” para o fazer. Por isso a Fiat queria um carro com a qual o consumidor comum se identificaria. Por esta lógica ter um carro de sonho no Stratos e uma versão de “estrada” e credível no 131 fazia muito sentido. Entra a Abarth.
Muitas das lições apreendidas pela Abarth durante os anos de desenvolvimento do 124 a Abarth aplicou muitas lições apreendidas no 131, em particular a suspensão traseira era muito parecida e a cabeça do motor pouco fiável de 16 valvulas de 1972 evoluiu para o um motor muito mais fiável de 1995cc com injecção mecânica de Kugelfischer.
Abarth tinha usado o 131 (e um pouco mais tarde o Ritmo 1500s) para testes de desenvolvimento para os seus vários programas. Existia uma vasta gama de 131 protótipos todos numerados até ao numero 035 mas sabe-se que existiu muitos mais protótipos. Em finais de 1973 é que a Abarth teria as primeiras carroçarias protótipos. O 131 era uma escolha natural para os testes de competição, tinha um grande compartimento do motor, tracção traseira e espaço suficiente para se trabalhar facilmente sem ser muito largo ou pesado. Foi o ultimo carro de tracção traseira de 4 portas produzido pela Fiat em Itália.
Ver anexo 178279
Para os próximos 2 anos e meio com a Abarth a fazer os testes de facto até ao desenvolvimento do Fiat X1/9 Prototipos, de facto este seria o primeiro carro de rally aparecer para substituir o Fiat 124 Abarth. Só no final de 1975 é que a Fiat se decidiria pelo 131 como a sua arma nos rally’s. A Bertone ficou encarregue de construir os 400 carros necessários para a homologação do 131 nos rallys. 40 destes carros foram para as mãos da Abarth para preparação para competição, mais tarde no programa de rally apenas 10 carros seriam usados, a intenção seria ter o 131 Abarth pronto para a temporada de 1976.
A sua ultima temporada seria em 1981 mesmo antes da chegada do Lancia 037 Abarth em 1982.
Os Protótipos.
O Abarth 030 era baseado no Pininfarina X1/20 (que mais tarde seria o Lancia Beta Montecarlos/scorpion) e que recebeu uma versão modificada do motor V6 do Fiat 130 coupé. Seria nesta altura que se pensava que a Fiat ia continuar com a produção do seu motor V6, e o montecarlo talvez tivesse montado esse motor nos seus carros de produção, mas a crise do petróleo em 1973 veio estragar os planos. No 030, o V6 estava esgotado na cilindrada possível e que não servia para dar os 3.5 que a equipa queria e foi usado durante 2 anos como uma banca de desenvolvimento da Abarth.
Em 1974 a Abarth tinha completado o primeiro Fiat X1/9 usando um motor esgotado e acariciado para dar 1839cc ao X1/9. Inicialmente com uma cabeça de 8 válvulas, Abarth tinha planos para testar uma cabeça de 16 válvulas o mais rápido possível, problemas contudo de extraírem rotações baixas e fiáveis, alto binário de saída da cabeça do motor significava que a câmara das válvulas teria que ser redesenhada o que causava atrasos. Mas uma solução satisfatória seria encontrada um ano mais tarde. A decisão da Fiat seria de usar um carro mais comercial e a escolha seria o 131 como o seu carro para o próximo rally do mundo a participar, o que significava que a cabeça de 16 válvulas seria usada no motor de 2 litros de 2 arvores de cames do 131 Abarth.
Ver anexo 178275
O Fiat 131 SE031 Abarth, em baixo em acção no Giro d’ Italia de 1975, tinha um motor V6 derivado do Fiat 130 coupé. O corpo do 131 seria uma boa escolha, com espaço suficiente para o motor e tracção traseira, os maciços pneus eram necessários, anteriormente em 1975 Pianta tinha testado o carro e reparado na falta de estabilidade a alta velocidade. O Fiat V6 derivado das suas explorações com a Ferrari e com o Dino, era catalogado como um estradista em vez de um motor de competição e contudo proporcionava o binário máximo nas rotações intermédias e que seria mais tarde comentada por pilotos no final como uma falha. O 131 tinha montado carburadores IDF Weber triplo.
A combinação de Pianta, e o 031 e os esforços da Fiat garantiram uma confortável vitória na classe apesar dos problemas de suspensão, consumo de óleo e de gasolina e de problemas da caixa de velocidades.
Ver anexo 178278 - 131 SE031 Abarth
O SE031 foi construído quando a Fiat aumentou o seu orçamento para as equipas de rally de 1974 e 1975, o seu motor baseado no tipo 130 B.000 do Fiat 130 coupé (produzido entre 1971 e 1977), na configuração normal era um V6 a 90 graus de 3235cc produzindo 165cv às 6500rpm. Seu consumo de combustível era de um pouco mais de 14 litros aos 100, o que deixaria o condenado após a crise do petróleo de 1973/74. Com os seus escapes que expressavam a alma de um V6 era muito barulhento.
035 Abarth Volumetrico Competizione
O próximo protótipo do 131 – o 131 035 Abarth foi montado com um turbo volumex antigo e motor de 16 vávulas e 1995cc de dupla arvore de cames. A cilindrada do motor também variava consoante a competição onde participaria. O primeiro carro foi testado com a cilindrada de 1995cc. Para manter a cilindrada abaixo dos 2 litros na competição, os motores com indução forçada sofriam uma penalização consoante a capacidade, e para não sofreram penalizações o 131 035 era muitas vezes cotado com a cilindrada de 1452cc. O carro também tinha panelas simplificadas de baixo peso e o carro produzia 290cv com uma velocidade máxima de 281 km/h. construído em 1979 participou na prática nas 24 Horas de Le Mans em 1980. Conduzido por Pianta, mas não chegou a participar na competição por assim dizer, isto não era estranho como pode parecer, era relativamente fácil para a Abarth levar os carros, juntamente com os transportes da Lancia e do Beta Montecarlo que tinham entrado no evento para teste juntamente com a equipa à mão.
Ver anexo 178283
O 035 está montado em duas eras da história da Abarth. Era obvio para os projectistas que os próximos carros de WRC iriam precisar de 50% da potência extraída da mesma cilindrada, o que por exemplo sugeria que a enorme lacuna de prestações da velha categoria de Grupo 4/Sport Protótipos iria continuar de alguma maneira. Isto significava inevitavelmente o uso de motores de indução forçada. Dentro da Fiat começaram a discutir que meios iriam utilizar para atingir isto. Mas como sempre no grupo havia politica e sendo como tudo a engenharia a dimensão de tudo isso.
Ver anexo 178280
Os anos a seguir ao Stratos, a Lancia tinha sido banida de competir no WRC enquanto que o Fiat 131 Abarth continuava no jogo. Como alternativa a Lancia decidiu construir a sua marca ao participar na Sports and Endurance World Race Series. Para correr de taco para taco com os Porsche, alguns destes Lancias usavam motores atmosféricos, enquanto que alguns adoptaram motores de baixa cilindrada com Turbo. Mais para a frente a Lancia encontrou um patrocinador a Martini que com as suas decorações distintas e empenho duraria pelo menos uma década.
Ver anexo 178283
Por isso a discussão acerca do próximo campeão de WRC era entre Abarth com os seus turbo Volumex e da Lancia com o seu turbo KKK com uma configuração muito parecida ao que era usado na sua equipa. Alguns duvidas acerca da durabilidade do turbo e da gestão do motor juntamente com um grande projecto do turbo Volumex, isto significa que a Abarth ganhou a discussão pelo projeto. Contudo seria instalado no Lancia 037 onde a Abarth colocou todo o seu conhecimento adquirido no X1/9 Protótipos, com um desenho de motor central semelhante a um carro de rally, para assegurar que o 037 estaria pronto em tempo record. Os 2 carros o Fiat 131 Abarth e o Lancia 037 representam a ligação entre os motores atmosféricos Fiat de dupla arvore de cames e os Lancias turbo de Grupo B e tracção integral, estes seriam também os últimos carros de rally de tracção traseira.
O 035 tinha um peso de 1020kg e montava na frente uns pneus 255(10-50)/50 R16 e na traseira 295(13-60)/50 R16.
131 Abarth - Os Carros
Quando o carro veio da Fiat para ser preparado para o WRC já a Abarth sabia tudo acerca do chassis, o carro e seus componentes. Estavam bem cientes da estrada para construírem um ganhador. A carroçaria para o 131 Abarth foi desenhada pela Bertone, usando as mesmas técnicas para redução de peso praticadas no X1/9 Protótipo. Panelas de escape GRP de fibra de vidro eram usadas extensivamente, vidros laterais e traseiros em acrílico. O habitáculo foi mantido o mais simples possível para poupar peso. Estas primeira tentativas para reduzir o peso do conjunto em 973 kg, isto era 65kg mais leve que o 131 Sport, mas com guarda lamas extra e suspensão especifica para rallies em terra este peso subiria para 1028kg, a relação peso potência em comparação com o Stratos, numa área muito importante, a do 131 era de facto inferior ao seu carro irmão de 1973.
Ver anexo 178284
No inicio as molas da suspensão eram as mesmas para terra ou asfalto, era apenas a distância percorrida que era diferente de prova para prova. Rodas de 177mm eram usadas em rallies de cascalho/ terra com excepção das de 152mm que eram usadas no gelo/neve, e um basto tamanho de pneus usados em asfalto, explorando a distancia da jante para uma largura máxima de 279mm. Tipicamente para etapas de asfalto os carros tinham uma jante de 254mm à frente e de 279mm atrás, dependendo das preferências dos pilotos.
os travões eram de disco nos 2 eixos e com duas pinças de travãona traseira, o carro tinha um travão de mão hidráulico. A caixa de velocidades era do tipo Crash (reduzia as perdas de potência) com duas configurações de rácio homologadas, ambas eram de rácio curto. Existia também 8 opções para o rácio da ultima mudança, entre 6.6:1 e 3.9:1 e com um diferencial ZF com deslize limitado.
Injecção mecânica Kugelfischer injectada no motor de 1995cc produzia entre 205cv e 210cv às 8000rpm, dependendo do colector de escape e da arvore de cames, com uma taxa de compressão de 8:1 a Abarth recomendava um limite de rotações de 8500rpm.
Para homologação de Grupo 4 era necessário a construção de 400 unidades de estrada do 131 rally. Os paines leves da carroçaria foram desenhados pela Bertone a quem era dado a tarefa da montagem dos carros. No carro de rally a carroçaria era mais leve cerca de 50kg a 70kg do carro de homologação, dependendo da configuração do carro, para rally a Abarth usava um de 2 portas, em Março de 1976 todos os carros estavam concluídos.
No inicio da carreira do 131 não parecia que um dia se tornaria um alvo a abater. Quando foi lançada a versão de estrada nem um motor de dupla arvore de cames tinha como opção. Contudo o 131 estava para se tornar um dos melhores carros de rally dos anos 70 (com o Stratos como o principal carro). Tudo começou numa discussão interna da Fiat.
Tirando a crise do petróleo dos anos 70, a Fiat tinha duas vertentes de pensamento. Eles ainda tinham uma nova equipa de rally e recentemente adquiria estrutura mundial da Abarth.
Ver anexo 178285
Enquanto no mundo real os potenciais compradores ainda estavam a recuperar dos impactos da crise e do alto preço do petróleo devido à guerra do médio oriente. O pensamento conservador da Fiat pode ser visto na gama 131 Mirafiori (anunciada em Setembro de 1974 como um sucessor do 124) os motores twin cam do 124 sport tinham desaparecido, o 131 era um tradicional saloon com um motor de 1297cc de 65cv ou o 1585cc de 75cv com uma caixa de 4 velocidades. Por outro lado a Abarth ficou com o orçamento para competição e com o apoio da Fiat para explorar o crescimento do desporto motor, o rally em particular. Alguns gestores de marketing da Fiat repararam no impacto do Lancia Stratos e queriam usar a Abarth para promover para a Fiat a mesma atenção a nível global. Por isso a historia do dos Fiat de rally e Abarth e da Lancia com a máquina de guerra desenhada por Bertone que se tornaria interligada.
Ver anexo 178286
E é so nos capítulos finais que o 131 aparece. Para começar a linha da Abarth era preciso encontrar um carro para substituir o 124 Abarth e tinha que ser tão rápido como o Stratos.
Alguns protótipos foram desenvolvidos, incluindo o protótipo X1/9, o 128 assim como o 131, por algum tempo parecia que o X1/9 seria o próximo carro a cabo de competir no rally, mas no final o 131 foi o escolhido.
Ver anexo 178276
A escolha do 131 era ainda mais gloriosa face à capacidade do Stratos castigar a concorrência no rally da altura. Em 1976 o Stratos tinha ganho o seu 3º consecutivo campeonato de WRC. Construído de propósito para o rally, com 2 lugares, forma esguia e motor central V6 Ferrari, e o seu sucessor era um…..131. o contraste podia dificilmente ser melhor, contudo a Fiat estava prestes a lutar dente por dente pela coroa do rally com a Ford, na Europa estavam a tentar esquecer a crise do petróleo e a gastar alguns hidrocarbonetos na procura de mais potência, precisavam de um carro com “rodas” para o fazer. Por isso a Fiat queria um carro com a qual o consumidor comum se identificaria. Por esta lógica ter um carro de sonho no Stratos e uma versão de “estrada” e credível no 131 fazia muito sentido. Entra a Abarth.
Muitas das lições apreendidas pela Abarth durante os anos de desenvolvimento do 124 a Abarth aplicou muitas lições apreendidas no 131, em particular a suspensão traseira era muito parecida e a cabeça do motor pouco fiável de 16 valvulas de 1972 evoluiu para o um motor muito mais fiável de 1995cc com injecção mecânica de Kugelfischer.
Abarth tinha usado o 131 (e um pouco mais tarde o Ritmo 1500s) para testes de desenvolvimento para os seus vários programas. Existia uma vasta gama de 131 protótipos todos numerados até ao numero 035 mas sabe-se que existiu muitos mais protótipos. Em finais de 1973 é que a Abarth teria as primeiras carroçarias protótipos. O 131 era uma escolha natural para os testes de competição, tinha um grande compartimento do motor, tracção traseira e espaço suficiente para se trabalhar facilmente sem ser muito largo ou pesado. Foi o ultimo carro de tracção traseira de 4 portas produzido pela Fiat em Itália.
Ver anexo 178279
Para os próximos 2 anos e meio com a Abarth a fazer os testes de facto até ao desenvolvimento do Fiat X1/9 Prototipos, de facto este seria o primeiro carro de rally aparecer para substituir o Fiat 124 Abarth. Só no final de 1975 é que a Fiat se decidiria pelo 131 como a sua arma nos rally’s. A Bertone ficou encarregue de construir os 400 carros necessários para a homologação do 131 nos rallys. 40 destes carros foram para as mãos da Abarth para preparação para competição, mais tarde no programa de rally apenas 10 carros seriam usados, a intenção seria ter o 131 Abarth pronto para a temporada de 1976.
A sua ultima temporada seria em 1981 mesmo antes da chegada do Lancia 037 Abarth em 1982.
Os Protótipos.
O Abarth 030 era baseado no Pininfarina X1/20 (que mais tarde seria o Lancia Beta Montecarlos/scorpion) e que recebeu uma versão modificada do motor V6 do Fiat 130 coupé. Seria nesta altura que se pensava que a Fiat ia continuar com a produção do seu motor V6, e o montecarlo talvez tivesse montado esse motor nos seus carros de produção, mas a crise do petróleo em 1973 veio estragar os planos. No 030, o V6 estava esgotado na cilindrada possível e que não servia para dar os 3.5 que a equipa queria e foi usado durante 2 anos como uma banca de desenvolvimento da Abarth.
Em 1974 a Abarth tinha completado o primeiro Fiat X1/9 usando um motor esgotado e acariciado para dar 1839cc ao X1/9. Inicialmente com uma cabeça de 8 válvulas, Abarth tinha planos para testar uma cabeça de 16 válvulas o mais rápido possível, problemas contudo de extraírem rotações baixas e fiáveis, alto binário de saída da cabeça do motor significava que a câmara das válvulas teria que ser redesenhada o que causava atrasos. Mas uma solução satisfatória seria encontrada um ano mais tarde. A decisão da Fiat seria de usar um carro mais comercial e a escolha seria o 131 como o seu carro para o próximo rally do mundo a participar, o que significava que a cabeça de 16 válvulas seria usada no motor de 2 litros de 2 arvores de cames do 131 Abarth.
Ver anexo 178275
O Fiat 131 SE031 Abarth, em baixo em acção no Giro d’ Italia de 1975, tinha um motor V6 derivado do Fiat 130 coupé. O corpo do 131 seria uma boa escolha, com espaço suficiente para o motor e tracção traseira, os maciços pneus eram necessários, anteriormente em 1975 Pianta tinha testado o carro e reparado na falta de estabilidade a alta velocidade. O Fiat V6 derivado das suas explorações com a Ferrari e com o Dino, era catalogado como um estradista em vez de um motor de competição e contudo proporcionava o binário máximo nas rotações intermédias e que seria mais tarde comentada por pilotos no final como uma falha. O 131 tinha montado carburadores IDF Weber triplo.
A combinação de Pianta, e o 031 e os esforços da Fiat garantiram uma confortável vitória na classe apesar dos problemas de suspensão, consumo de óleo e de gasolina e de problemas da caixa de velocidades.
Ver anexo 178278 - 131 SE031 Abarth
O SE031 foi construído quando a Fiat aumentou o seu orçamento para as equipas de rally de 1974 e 1975, o seu motor baseado no tipo 130 B.000 do Fiat 130 coupé (produzido entre 1971 e 1977), na configuração normal era um V6 a 90 graus de 3235cc produzindo 165cv às 6500rpm. Seu consumo de combustível era de um pouco mais de 14 litros aos 100, o que deixaria o condenado após a crise do petróleo de 1973/74. Com os seus escapes que expressavam a alma de um V6 era muito barulhento.
035 Abarth Volumetrico Competizione
O próximo protótipo do 131 – o 131 035 Abarth foi montado com um turbo volumex antigo e motor de 16 vávulas e 1995cc de dupla arvore de cames. A cilindrada do motor também variava consoante a competição onde participaria. O primeiro carro foi testado com a cilindrada de 1995cc. Para manter a cilindrada abaixo dos 2 litros na competição, os motores com indução forçada sofriam uma penalização consoante a capacidade, e para não sofreram penalizações o 131 035 era muitas vezes cotado com a cilindrada de 1452cc. O carro também tinha panelas simplificadas de baixo peso e o carro produzia 290cv com uma velocidade máxima de 281 km/h. construído em 1979 participou na prática nas 24 Horas de Le Mans em 1980. Conduzido por Pianta, mas não chegou a participar na competição por assim dizer, isto não era estranho como pode parecer, era relativamente fácil para a Abarth levar os carros, juntamente com os transportes da Lancia e do Beta Montecarlo que tinham entrado no evento para teste juntamente com a equipa à mão.
Ver anexo 178283
O 035 está montado em duas eras da história da Abarth. Era obvio para os projectistas que os próximos carros de WRC iriam precisar de 50% da potência extraída da mesma cilindrada, o que por exemplo sugeria que a enorme lacuna de prestações da velha categoria de Grupo 4/Sport Protótipos iria continuar de alguma maneira. Isto significava inevitavelmente o uso de motores de indução forçada. Dentro da Fiat começaram a discutir que meios iriam utilizar para atingir isto. Mas como sempre no grupo havia politica e sendo como tudo a engenharia a dimensão de tudo isso.
Ver anexo 178280
Os anos a seguir ao Stratos, a Lancia tinha sido banida de competir no WRC enquanto que o Fiat 131 Abarth continuava no jogo. Como alternativa a Lancia decidiu construir a sua marca ao participar na Sports and Endurance World Race Series. Para correr de taco para taco com os Porsche, alguns destes Lancias usavam motores atmosféricos, enquanto que alguns adoptaram motores de baixa cilindrada com Turbo. Mais para a frente a Lancia encontrou um patrocinador a Martini que com as suas decorações distintas e empenho duraria pelo menos uma década.
Ver anexo 178283
Por isso a discussão acerca do próximo campeão de WRC era entre Abarth com os seus turbo Volumex e da Lancia com o seu turbo KKK com uma configuração muito parecida ao que era usado na sua equipa. Alguns duvidas acerca da durabilidade do turbo e da gestão do motor juntamente com um grande projecto do turbo Volumex, isto significa que a Abarth ganhou a discussão pelo projeto. Contudo seria instalado no Lancia 037 onde a Abarth colocou todo o seu conhecimento adquirido no X1/9 Protótipos, com um desenho de motor central semelhante a um carro de rally, para assegurar que o 037 estaria pronto em tempo record. Os 2 carros o Fiat 131 Abarth e o Lancia 037 representam a ligação entre os motores atmosféricos Fiat de dupla arvore de cames e os Lancias turbo de Grupo B e tracção integral, estes seriam também os últimos carros de rally de tracção traseira.
O 035 tinha um peso de 1020kg e montava na frente uns pneus 255(10-50)/50 R16 e na traseira 295(13-60)/50 R16.
131 Abarth - Os Carros
Quando o carro veio da Fiat para ser preparado para o WRC já a Abarth sabia tudo acerca do chassis, o carro e seus componentes. Estavam bem cientes da estrada para construírem um ganhador. A carroçaria para o 131 Abarth foi desenhada pela Bertone, usando as mesmas técnicas para redução de peso praticadas no X1/9 Protótipo. Panelas de escape GRP de fibra de vidro eram usadas extensivamente, vidros laterais e traseiros em acrílico. O habitáculo foi mantido o mais simples possível para poupar peso. Estas primeira tentativas para reduzir o peso do conjunto em 973 kg, isto era 65kg mais leve que o 131 Sport, mas com guarda lamas extra e suspensão especifica para rallies em terra este peso subiria para 1028kg, a relação peso potência em comparação com o Stratos, numa área muito importante, a do 131 era de facto inferior ao seu carro irmão de 1973.
Ver anexo 178284
No inicio as molas da suspensão eram as mesmas para terra ou asfalto, era apenas a distância percorrida que era diferente de prova para prova. Rodas de 177mm eram usadas em rallies de cascalho/ terra com excepção das de 152mm que eram usadas no gelo/neve, e um basto tamanho de pneus usados em asfalto, explorando a distancia da jante para uma largura máxima de 279mm. Tipicamente para etapas de asfalto os carros tinham uma jante de 254mm à frente e de 279mm atrás, dependendo das preferências dos pilotos.
os travões eram de disco nos 2 eixos e com duas pinças de travãona traseira, o carro tinha um travão de mão hidráulico. A caixa de velocidades era do tipo Crash (reduzia as perdas de potência) com duas configurações de rácio homologadas, ambas eram de rácio curto. Existia também 8 opções para o rácio da ultima mudança, entre 6.6:1 e 3.9:1 e com um diferencial ZF com deslize limitado.
Injecção mecânica Kugelfischer injectada no motor de 1995cc produzia entre 205cv e 210cv às 8000rpm, dependendo do colector de escape e da arvore de cames, com uma taxa de compressão de 8:1 a Abarth recomendava um limite de rotações de 8500rpm.
Para homologação de Grupo 4 era necessário a construção de 400 unidades de estrada do 131 rally. Os paines leves da carroçaria foram desenhados pela Bertone a quem era dado a tarefa da montagem dos carros. No carro de rally a carroçaria era mais leve cerca de 50kg a 70kg do carro de homologação, dependendo da configuração do carro, para rally a Abarth usava um de 2 portas, em Março de 1976 todos os carros estavam concluídos.
Anexos
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volumetrico131.png114.5 KB · Vistos: 21
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aak.jpeg12.1 KB · Vistos: 21
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Abarth030half.jpeg20.4 KB · Vistos: 41
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IMG_1119.jpg159.3 KB · Vistos: 50
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P-130-abarth-031.jpeg26.1 KB · Vistos: 38
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SE031small_000.jpg50.3 KB · Vistos: 41
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FHA196_131AbarthRally1976-1978_800.jpeg70.4 KB · Vistos: 55
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131Abarthlinesmall.jpg80.3 KB · Vistos: 56
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131RALLY.jpg41.7 KB · Vistos: 57
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131ABARTHRAC78.jpg27.2 KB · Vistos: 39
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aaq.jpeg66.7 KB · Vistos: 36
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SE035artisitsimpression.jpeg79.7 KB · Vistos: 55
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ShowLetter.jpg61.4 KB · Vistos: 57
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JonSFIAT131.jpg82.8 KB · Vistos: 48
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JonSageBrook02bcrop.png.jpg78.7 KB · Vistos: 48
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fiat131.jpeg24 KB · Vistos: 40