Bem, regressando ao tópico, a Familiare continua os seus serviços diários quase sempre de modo exemplar. Isto não soa bem, mas o facto é que há ainda alguns trabalhos a fazer para tornar esta 124 completamente à prova de bala.
Nos últimos dias de aulas o tempo esteve pouco simpático, mas nem isso intimidou, leva-se tudo na desportiva...
Entretanto voltou o tempo normal, e um fim-de-semana com actividades escutistas em Alter do Chão. Desta vez não foi preciso a ajuda da 124, mas fui assistir ao final. Para se chegar a Alter de Portalegre, a gente moderna segue pelo IC13, guiados pelos seus GPS. Eu decidi tomar uma abordagem mais à época, e fui pela estrada antiga...
A estrada entre Portalegre e o Crato é um dos meus trajectos favoritos. É um traçado soberbo, cheio de curvas e contracurvas, desníveis e "esses", mas geralmente abertos o suficiente para serem feitos em ataque. Além disso, desde que a era moderna trouxe o IC, raramente se vê outro veículo na estrada. Perfeito!
Esta seria outra ocasião perfeita para dar corda ao Matt Munro, mas neste dia a banda sonora foi mais à base de Led Zeppelin...
Chegando ao Crato, atravessa-se a vila direito à saída para Alter...
Não é propriamente demorada a travessia...
... e temos estrada aberta novamente. O piso até ao Crato é excelente, mas daqui em diante é mauzito. Ainda assim, o cenário compensa...
E em breve estamos em Alter...
Depois de encontrar um local solarengo onde deixar a 124, lá fui às actividades. O regresso fez-se con brio e já não tirei mais fotos.
O tempo tem estado espectacular, seco e durante o dia o sol tem sido quase constante e muito agradável. Mas uns dias no final das aulas andou uma massa de ar extremamente fria e húmida por aqui, e a oportunidade de bater umas chapas com nevoeiro não podia ser deixada passar...
Infelizmente isto exacerbou o problema que eu já tinha desconfiado que ia ter nestas ocasiões... o dínamo simplesmente não dá conta do serviço quando os faróis estão ligados. Vi-me aflito para a pôr a trabalhar a certo ponto, e tive de recolher a casa quanto antes. A bateria estava bastante descarregada, ficou a noite toda à carga.
Durante as férias de Natal, pouco consegui mexer com ela, e o que circulou foi maioritariamente de dia, tirando duas saídas à noite com amigos, em que me certifiquei de ter a bateria a 100% antes de saír para não ter chatices, e a coisa safou-se, mas já está em estudo a substituição do dínamo.
Hoje o dia começou cedo, e a school run fez-se debaixo de uma geada como há muito não via... estava tudo gelado. A 124 pegou à primeira, e depois de uns minutos a trabalhar, estava completamente desembaciada. Resolvi pegar na máquina fotográfica e ir dar uma volta a disfrutar o ar fresco da manhã. Infelizmente o sol tratou da geada bem rápido, e já não consegui muitas oportunidades de fotos com o cenário branco que nos saudou pela manhã...
O sol já estava a dar despacho ao gelo...
... e depois do café matinal, o cenário já era completamente solarengo e seco.
Hoje finalmente consegui tirar um pedaço para começar a estudar o caso do alternador, mas além deste ainda estive de volta de outra questão que também envolve muita análise destes meninos...
... mas como esta outra questão revelou ser bastante simples de implementar, ainda montei o circuito, embora de forma temporária para testes, mas foram um sucesso completo, só falta arrumar tudo no sítio.
Alguém quer arriscar do que se trata? Aceitam-se apostas... Eu dou uma pista: a chave disto tudo é aquele cubinho tipo relé esquisito ali pendurado do lado direito.
Alguém quer arriscar do que se trata? Aceitam-se apostas... Eu dou uma pista: a chave disto tudo é aquele cubinho tipo relé esquisito ali pendurado do lado direito.
Eu sei: trata-se do sistema eléctrico!
Será o sistema de emergência (4 piscas)?
Uauu... fez-me recordar os tempos de Évora! A amplitude térmica que permite essas geadas no interior é fascinante, algo que não temos junto à costa.
Pois, é eléctrico sim senhor! Os 4 piscas ainda não arranjei, em Portalegre é raro precisar disso, há estacionamentos em toda a parte (embora no centro da cidade sejam quase todos a pagar, mas não é caro).
Sim, a amplitude térmica aqui é bem notória... ainda hoje de manhã estavam 6 graus negativos à porta de casa. Vocês nas cidades grandes vivem numa bolha, aqui sente-se muito mais o tempo. De manhã e até às quatro da tarde esteve um sol magnífico, depois veio uma névoa gélida parecida com a das fotos nocturnas, agora está que não se pode... fui logo acender a lareira!
O dínamo do Spider é mais potente, sim. Este tem 230w, e o do Spider tem 400. Mas como eventualmente vamos ter um twin-cam e relações mais longas aqui dentro, não me vale a pena manter algo que só carrega algo de jeito em altas, por isso o alternador é uma hipótese muito mais viável. A instalação é que é algo complexa por causa do regulador externo, mas nada que não se faça. Ainda estou é a pensar se não lhe meto antes um alternador moderno como o do Spider, regulado internamente, porque simplifica imenso a fiarada.
Acertaste, é mesmo o circuito de intermitência. A segunda série já trazia o comando na coluna de direcção com as duas posições, mas esta ainda só traz um interruptor de ligado e desligado, sem meio termo. Além disso, como é no painel e não na coluna, tens sempre de te chegar à frente para as ligar e desligar. Nos dias húmidos dá jeito ter um intermitente, e quando vi que não era complicado de implementar, decidi fazê-lo.
essa tua nova adaptação terá alguma coisa a ver com farois de nevoeiro a ligarem automaticamente quando ligas os máximos?
nao sei é se a carrinha tem farois de nevoeiro à frente
Mais potência para as escovas? Nah, isso não preciso, até trabalham muito bem mesmo. Mas para dias de pouca chuva, dá jeito o intermitente.
A minha ideia original era simplesmente pôr um interruptor de pé para dar um toque de vez em quando e dar apenas uma passagem a limpar, mas como percebi que era bastante simples, apostei em fazer o circuito extra. Por enquanto liguei-o no interruptor do meio (que acendia as luzes do painel de instrumentos), e até estou a pensar se não o deixo assim e ligo as luzes ao circuito principal. Mas não custa nada esconder um interruptor pequeno num cantinho qualquer, se for caso disso.
Esconder um interruptor pequeno para esse intermitente é o ideal.
Depois pode ser que venha cá ler isso e chatear-te para implementar isso no 1500. Os esquemas eléctricos devem diferir pouco...
Um dia destes eu faço um vídeo com a 124 como estrela, mas tem de ser com tempo, porque o plano é ambicioso... e por mais que eu goste do ronco do 1197, o bialbero soa mil vezes melhor, por isso é provável que isto se dê depois das modificações.
Esconder um interruptor pequeno para esse intermitente é o ideal.
Depois pode ser que venha cá ler isso e chatear-te para implementar isso no 1500. Os esquemas eléctricos devem diferir pouco...
A questão é simplesmente a acessibilidade, porque se já me estico para chegar àqueles, se o escondo nalgum lado ainda pior é. Mas já pensei tornar o cinzeiro num painel de botões oculto... como não fumo, aquilo é um pedaço de tablier sem propósito.
O circuito é muito simples de fazer, e de implementar. Se o motor do 1500 for do mesmo género do que tem a 124 (e deve ser) com 4 fios para a função de parqueamento, implementa-se bem.
Hoje foi dia de trabalho intensivo, e daqueles feitos com tempo contado, por isso as fotos não abundam. Quando tiver um bocadinho eu ilustro e explico o trabalho ao pormenor, mas o importante é dizer que já demiti o dínamo.
Como o trabalho envolvido é algo complexo, quer pela complexidade da instalação e das modificações que implica (o circuito de carga está bastante interligado com toda a instalação eléctrica), quer pela dificuldade de acessos, levou toda a manhã. Comecei às nove e meia, e terminei à uma. Mesmo a tempo de ir fazer o almoço, até fui para a cozinha com o fato-macaco ainda vestido...
O importante é que ficou operacional, à hora de saída do miúdo já deu para fazer a recolha, e o serviço restante do dia processou-se com total normalidade.
É um descanso ter carga gerada a qualquer rotação (ao ralenti tenho 13,6 v à bateria). Até voltei a usar o rádio, que tinha desactivado com medo de estar a criar drenos à carga. Fui para o serviço descansado, sabendo que à noite iria poder regressar com confiança a casa com luzes, rádio e qualquer coisa mais que fizesse falta.
Amanhã é mais um dia de serviço intensivo, vamos ver como se aguenta... mas até agora os sinais são totalmente positivos.
Um alternador original de 124. Tinha aqui em casa, com todos os acessórios (a foto mostra o regulador e o relé de comando da luz de carga), e apesar de ser chato de instalar por causa da reviravolta dos fios, é um upgrade a custo zero.
Não coloquei foto do bicho propriamente dito porque estas fotos foram sacadas à pressa, isto hoje foi um dia bastante corrido, e quando tentei fotografar o alternador a focagem automática deu-me uma linda foto... do tubo do termostato!
Há mais de 15 anos que me dedico aos 124... vai-se acumulando muita coisa. Nos primeiros anos sempre que via um em bom estado na sucata aproveitava e ia trazendo isto e aquilo. Entretanto também comprei outros para desmanchar... e há sempre coisas que vão ficando. O meu problema às vezes é que o espaço é pouco, e quando tenho algo guardado há muito tempo perco-lhe o rasto e vejo-me aflito para descobrir onde anda.
Bem, hoje estou completamente farto de formulários, vou pôr isto em dia para desanuviar.
Os dias seguintes à conversão para o alternador podem catalogar-se no mínimo como "interessantes"... foram simultaneamente um desafio, uma tormenta e uma agitação sem fim. Mas tudo se resolveu.
Bom, mas começa-se pelo princípio. No dia a seguir à transformação, ao montar o pessoal na 124 de manhã, fomos recebidos com... nada. As luzes nem sequer acendiam. Totalmente a zero de electricidade. Mas que raio...? Fiquei na dúvida se não haveria algum fio mal ligado. Mas para tirar as teimas, fui buscar os cabos, e pu-la a trabalhar com a bateria de outro. Pegou normalmente, e fui levar os miúdos.
Enquanto fazia esta volta, fui remoendo mentalmente todos os passos da conversão para perceber o que tinha falhado, e percebi o que foi. Um fio que existe em ambos os esquemas que eu usei para me orientar (o da minha carrinha e outro do 124 Special para ver o circuito do alternador), tem funções distintas em cada uma das instalações, e eu baralhei-me com os esquemas. O fio devia ser interrompido pelo canhão de ignição, mas liguei a um permanente, pelo que ficou em descarga.
Depois de confirmar a minha suspeita na rua à porta de casa (com a carrinha numa descida para qualquer eventualidade...) e a ligação corrigida, fiz-me ao caminho. Ainda por cima não havia tempo para brincadeiras, porque na tarde anterior tinham-me avisado que a nossa viatura de serviço estava na oficina e iria ter de levar o meu carro para a aula em Elvas. Bem, ou vai ou racha... vamos embora!
O dia estava lindo, e o sol alegrou todo o caminho. Quem não ajudou (mas também não prejudicou) foram os artistas que se vêem no carro ali na berma, que eram os tipos da BT, com o radar plantado à beira da estrada... felizmente topei-os a tempo. Siga...
Livre de vegetações estranhas na berma, dei rédea aos cavalos novamente...
... com as devidas pausas na festa, devido à presença repetida de coisas destas nas povoações ao longo do caminho...
... mas a 124 despacha os quilómetros com eficácia e em breve estamos na cidade património...
... onde apesar dos contratempos matinais, chegámos a horas. Nada como um veículo italiano para torcer o tempo a nosso favor...
Depois da aula, verifiquei que estava a ser produzida carga, o que se comprovou...
... e depois de uma foto de despedida, apontei o capot da 124 à estrada novamente.
Estradas movimentadíssimas, como sempre...
... e paisagens cheias de gente.
Minutos antes desta foto, fui mandado parar numa operação stop, onde o agente foi bastante simpático e quis saber porque andava uma relíquia destas por ali. Ainda estivemos dois minutos na conversa antes de ter retomado o caminho, mas deu para apanhar um susto... a bateria estava também com pouca saúde.
Depois de ter chegado a casa, falhou totalmente. O alternador também estava algo irregular, mas durante o fim-de-semana compreendi qual era o problema. Interpretei mal um detalhe da ligação no canhão de ignição, e o circuito precisava de ser ligeiramente diferente, da maneira que o montei estava a confundir o regulador. Aproveitei para arrumar melhor a fiarada e simplificar algumas soluções feitas à pressa, e ficou tudo resolvido. Uma bateria nova arrumou de vez os problemas, e daí para cá tem sido irrepreensível.
Entretanto, na segunda seguinte, o sol continuou a fazer companhia em nova viagem a Elvas na fiel montada...
A paisagem é sempre inspiradora, pena que o tempo está sempre contado e não dá para muitas paragens fotográficas...
Mais umas travessias de povoações pacatas...
... e mais cenários de inverno banhados de sol.
A multidão mais frequente no cenário é esta...
... e o trânsito raramente é mais grave que isto:
A chegada é sempre alegre...
... e a partida ao final do dia tem o peso do cansaço, mas com a boa disposição de um dia bem disputado.
E a estrada faz-se na serenidade e conforto da 124 enquanto a paisagem se despede da luz do sol...
No dia seguinte, ao regressar das school runs ultrapassou-se outra marca significativa na história desta Familiare... cumprem-se mais de 10,000 km desde que entrou ao serviço no final de Março do ano passado. Dá mais de 1000 km ao mês... nada mal para um mono velho!
Para celebrar, fomos tomar o cafézinho da manhã e buscar literatura da boa...
Nesse dia tirei também novamente o quadrante para fora, porque as minhas visitas deixaram-no com vontade de se queixar, e começou a trabalhar de forma ruidosa. Nada que um cheirinho de óleo na bicha e na tomada correspondente não resolva...
... e vai de volta ao sítio. Finalmente, depois de vários dias com as "tripas" eléctricas de fora, está tudo arrumado e a funcionar como deve ser.
Optei por seguir a minha ideia relativamente ao circuito do intermitente das escovas. Assim, o interruptor do meio passou a ser o intermitente (um dia destes arranjo-lhe um botão condizente), o da direita é o contínuo, e o da esquerda passou a acender as luzes e o quadrante em simultâneo. Nunca percebi muito bem a pancada de ligar a iluminação do quadrante em separado (a não ser que seja para evitar sustos dos passageiros com a velocidade indicada), assim é menos um botão que tenho de ligar à noite. Um dia destes posso esconder um interruptor à parte para permitir este "blackout" novamente, mas francamente não me preocupa.
E com a chuva dos últimos dias, já deu imenso jeito... uso mais o intermitente que o contínuo. Foi uma excelente modificação.
De resto, o trabalho da 124 continua sem pausas. Todos os dias trabalha, e já se prepara para virar os 138,000 amanhã de manhã.
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