Hoje voltei a chegar a uma conclusão: Afinal, qual é a principal qualidade de um autocarro clássico, a sua principal finalidade?
Simples: Conforme apanhamos o 46 ou o 2 para nos levar a um destino, apanhamos um autocarro clássico para nos deslocarmos no tempo. Conforme o 46 e o 2 chegam ao destino, conforme a nossa viagem nostálgica é bem sucedida no final. Nenhum veículo faz uma regressão no tempo tão violenta e tão eficaz como um autocarro.
Os bancos usados e gastos lá estarão, os varões com as campaínhas lá estarão, e as memórias lá estarão. Como se nunca nos tivessem deixado. A cidade voltará a circular ao mesmo passo vagaroso, e chegaremos á conclusão que afinal, pouca coisa mudou: Apenas a nossa ansiedade aumentou, e a nossa disponibilidade e intolerância diminuiram. Não o resto.
O que apela num autocarro, é que é um veículo unânime em termos de memória colectiva. Um Mini apelará as memórias de quem teve um Mini. Um Carocha as memórias de quem teve um Carocha. Um Autocarro, ás memórias de um bairro inteiro , de uma cidade e mesmo de um País. É esse o legado de um autocarro antigo.
( Para os drogados com o tema, mais doses de fumo espesso e Leylands e AECs de motor deitado, e motores de arranque a pesar tanto como uma máquina de lavar em
www.autocarrospt.ning.com)