Um dos melhores utilitários da história. Ágil, barato, fiável, pequeno por fora e enorme por dentro.
Foi a minha cobaia para apreender mecânica básica. E tornou-se uma paixão.
Uma semana depois, vamos então a novidades do Uno:
Chegado o kit de sangramento de travoes com válvula antiretorno, fui tratar de sangrar roda a roda, para tentar perceber porque é que, de vez em quando, em travagens a fundo, o carro foge para a direita. Isto, recorde-se, apesar de na máquina não se detectar desequilíbrio de maior.
Sangrar travoes: muito fácil de fazer! Não tinha ideia! Saíram algumas bolhas da roda traseira esquerda, o que me deixou a achar que tinha descoberto a causa!
Fui testar mas tudo está na mesma: na generalidade das travagens não foge; só nas travagens a fundo é normalmente só na primeira vez...
Passo seguinte: fui ver se teria o disco esquerdo contaminado com qualquer coisa que pudesse afectar a eficiência de travagem desse lado. Tirei a roda. O disco está limpo, mas tem desgaste...
Já os tubos flexíveis estão com bom aspecto, sem rachas nem fissuras.
Agora as pastilhas é que me pareceram no fim. Estranhamente, as pastilhas que lá estão são de origem e com sensor de desgaste, mas o fio está cortado dos dois lados!! (os Unos SX traziam sensores de desgaste nas duas rodas). Aliás, a pastilha visível até me parece ter um desgaste desigual, estando com menos piso na parte mais abaixo.
Bom, as minhas suspeitas agora estarão, das duas uma:
- ou é do desgaste excessivo desta roda que está a afectar a eficiência da travagem do lado esquerdo;
- ou tenho um problema no pistão deste lado.
Para despistar, resolvi trocar discos e pastilhas e vou tentar fazê-lo sozinho. Depois de as novas pastilhas acamarem, volto a testar e vejo de resolveu.
Wish me Luck!
Quanto ao material: já algum de vós experimentou peças da linha Fiat ClassicLine? Eles apresentam aquilo como material certificado pela Fiat para modelos descontinuados e mais barato que o material stock... Algum feedback?
Entretanto hoje resolvi ir perceber porque é que o tecto de abrir faz ruído quando aberto, dando a entender que a ligação do suporte do vidro à calha estará mal presa.
Comecei por tirar o vidro, que é a única ajuda que o Haynes da.
(Tiram-se as capas dos parafusos com uma chave de fendas fininha e depois separa-se o vidro dos suportes)
Tirando o vidro, lá descobri o primeiro problema. Os suportes em plástico estão partidos dos dois lados. E há umas partes coladas, mostrando que já alguém tinha mexido nisto algures nos últimos 25 anos...
Chegado aqui não sei muito bem como progredir. Não sei se este suporte de plástico se separa da parte em metal ou se é uma peça só; não sei como tirar todo o tecto, se for mais simples substituí-lo integralmente por um em bom estado que encontre por aí; sei que em Itália se arranja ainda novo o suporte do lado direito mas já não o esquerdo...
Deixei o vidro desmontado enquanto busco resposta a estas questões todas...
Esta semana encomendei discos e pastilhas. Comprei na origem: discos Fiat ClassicLine (a 16€ cada) e pastilhas de origem com sensores de desgaste (42€). Se calhar tinha feito melhor em comprar de outras marcas, mas pronto, sempre vou mantendo o Uno mais próximo do original. Agora é esperar que cheguem e que eu me atreva a montar tudo sem fazer asneira. Vai ser um desafio...
Enquanto espero pelas peças, fui ver se percebia como eliminar o ruído no tecto de abrir.
Antes de mais, acho que já consigo reconstituir o que se terá passado. Acho estranho eu não ter o mais leve vestígio de ferrugem numa área onde a maioria dos Unos sofre. Cá para mim, ele já deve ter tido uma intervenção no tejadilho junto ao tecto e o chapeiro que fez isso tratou de partir umas peças e enche-las de super-cola.
Quanto à causa do ruído, está no suporte do lado direito. A peça que suporta o vidro liga-se à calha onde desliza através de uma peça de metal; esta peça tem uma folga. Pelo que percebo do ePER, essa peça não se separa do suporte do vidro. Ou seja, tenho aqui duas alternativas:
- Ou mantenho tudo como está e vou procurando a peça (pode aparecer em NOS no ebay ou em coisa parecida);
- Ou vou a uma sucata e troco todo o tecto de abrir por um que aí haja.
Como tenho um tecto de abrir bem montado e sem entradas de água, resolvi apenas remontar tudo e conformar-me com o ruído parasita em mau piso. Paulatinamente, vou procurando a peça defeituosa e,mãe a encontrar, lá me dedico a substituí-la (já consegui apurar que preciso de tirar o forro interior).
Assim, limpei o vidro:
Re-colei as peças partidas com super cola 3 (repetindo a chanatice do chapeiro que o terá feito pela primeira vez)
E voltei a colocar o vidro. Apertei bem os parafusos.
Depois fui dar uma volta!! Oh que saudades! Está um espectáculo.
A parte mais engraçada é que os travoes estão curados. Não fugiu vez nenhuma nas travagens. Nada. Nem travagens fundas nem leves. Impecável. Ou seja, tudo indica que o desequilíbrio que eu senti seja mesmo discos e pastilhas no fim...
Hoje, feriado, foi dia de banhinho!
Brilha como novo!
Mas resolvi tirar as borrachas a ver se escondiam ferrugem. Pois bem. A maioria dos painéis são uma agradável surpresa: limpos, brilhantes e sem nenhum foco de ferrugem.
Nem tudo são rosas. O pior está no encaixe da porta de trás esquerda que tem um podre:
Além deste, há alguns focos de ferrugem que me parece superficial.
Estes superficiais posso tratar em casa, não posso? Como se faz?
Boa noite, aconselho-te a tratar disso o mais cedo possível.
Isso dá para resolver em casa, eu no meu Panda muito idêntico a este em termos de chapa com a idade aparece estes pequenos pontos.
Existem conversores de ferrugem à venda, mas para isso terias que raspar a chapa e aplicar o produto e depois pintar.
Em alternativa podes colocar gordura género massa consistente por exemplo, mas não vais resolver só vais atrasar o processo de oxidação da chapa.
No meu caso, o Fiat panda está exactamente a apodrecer (oxidar) por esses sítios e alguns estão a ficar feios. Tenho vindo a lutar contra eles em casa mas eles acabam por voltar a aparecer.
Para resolver de vez vou ter que recorrer aos profissionais,tratar e remendar alguns pontos para voltar a pintar o carro todo novamente.
Depois deste processo tenciono proteger todas as partes ocas do carro com gordura própria para esse efeito e tão cedo não terei problemas.
Este Uno teve a sorte da vida dele, a pouco e pouco fica um mimo, com calma, prudência, perseverança e uma coisa que tenho pouco paciência, estás a fazer um trabalho de manutenção do bólide exemplar. Parabéns!
Que continues a colocar os teus DYI, porque são super esclarecedores e motivadores.
Obrigado pelas dicas sobre a ferrugem. Depois dos travões, vai ser o próximo desafio. Queria mesmo matá-la de vez: lixo a ferrugem, coloco primário e depois tinta? É isso? Algum conselho sobre como fazer ou os material adequados?
Entretanto, lá me ligaram da Fiat a dizer que tinham chegado os discos e pastilhas encomendados.
Peguei no Uno e lá fomos nós, deu para fazer uma kilometragem engraçada.
Agora o material. As pastilhas são exactamente iguais às que estão montadas. Têm bom aspecto.
Quanto aos discos, comprei Fiat ClassicLine (quase a preços das marcas de concorrência — 16€ por disco). Aprendi ainda que a ClassicLine são discos Magneti Marelli:
Ontem à noite lá dei início aos trabalhos.
Infelizmente, na euforia do momento, tirei poucas fotos...
Bom, a primeira conclusão é que o procedimento é mesmo muito fácil. Não tem nada que saber. A única coisa que demora é, para quem nunca tinha visto uma pinça, perceber como tudo funciona. Isso ficou evidente pelo facto de eu ter demorado 2 horas na roda esquerda (enquanto tentava perceber como é que a coisa funcionava) e em 20 mins tratei de tudo na roda direita.
Por exemplo, para recolher o pistão, na primeira roda andei que tempos. Na segunda, quando já tinha técnica, foi 1 minuto...
Chega de conversa, vamos lá contar a minha noite de ontem. Oh para ele antes de começar a operação:
Material necessário preparado:
- Chave de 19mm para as rodas;
- Chave de 17mm para os suportes das pinças;
- Chave de 12mm para os parafusos dos discos;
- Chave de fendas comprida para servir de alavanca (serve quer para tirar os calços que amparam as pastilhas, quer para recolher o pistão);
- Lixa para os discos novos;
- Spray de limpeza de travões;
- Seringa para retirar óleo dos travões do reservatório;
- Alicate de pontas para retirar travamentos dos calços;
- Alicate de bico de papagaio, para ajudar a recolher o pistão;
- Atacador para depois pendurar a pinça (e não a deixar a fazer pressão no tubo flexível)
- Discos e pastilhas;
- Manual Haynes.
Primeiro, coloquei o carro em preguiças:
Depois, retirei algum óleo de travões do reservatório: como as pastilhas novas são mais grossas, ao comprimir os pistões o nível sobe. É preciso prevenir que transborde, sob pena de ficar com a pintura decapada...
Apesar de ter retirado bastante, achei melhor prevenir transbordos e coloquei um pano junto ao reservatório
Retirei a primeira roda.
A primeira surpresa desagradável foi reparar que o resguardo do amortecedor morreu. Mas o amortecedor está bom! Devo trocar amortecedores ou não faz mal estar assim?
De seguida, fui dedicar-me ao fio eléctrico do sensor de desgaste, que estava cortado. Infelizmente, não sei muito bem como resolver isto correctamente e coloquei uma caixa de junção pequena. Acham que ficou muito achanatado? Qual é a forma correcta de ligar o fio?
Depois retirei os travamentos dos calços que prendem a pinça e fiz deslizar os calços para fora (primeiro que eu percebesse como é que isto funcionava foi um 31... No meio das tentativas lá descobri e... Nada de fotos).
Depois tirei a pinça (primeiro por baixo e depois, inclinando, sai o encaixe de cima, sem esforço).
Pousei-a em cima do resguardo do disco mas, para não correr riscos, atei um atacador a segurar a pinça à mola. Assim, se caísse do suporte, não faria pressão no tubo flexível.
Depois fiz a primeira tentativa de recolher o pistão. Não consegui, apesar de tentar durante 15 mins. Retirei as pastilhas para continuar os trabalhos e comparei com as novas.
Voltei a tentar o pistão, desta vez com sucesso. A técnica que resultou foi colocar a pinça no sítio, sem pastilhas, e fazer alavanca com a chave de fendas apoiada no suporte da pinça. Depois pareceu-me tão fácil...
De seguida, tirei o suporte da pinça. São dois parafusos 17mm atrás do resguardo do disco.
De seguida, retirei os dois parafusos de 12mm de suporte dos discos. Um deles é espigão (para ajudar a centrar a roda quando se coloca) mas ambos são de 12mm. Disco fora:
Depois passei lixa 500 no disco, para acamar mais depressa, e limpei o disco com spray de travões. Também limpei a área onde assenta o disco.
Disco novo colocado:
Depois voltar a colocar o suporte das pinças (esta foto é da outra roda, mas percebe-se...):
Depois pastilhas encaixadas. A pastilha de dentro, nos Uno SX, tem o sensor de desgaste em baixo. É assim nos dois lados:
Igual do outro lado:
Depois é colocar calços no sítio, a prender pinças e pastilhas. o de baixo entra bem. O de cima precisa da chave de fendas a fazer alavanca e depois de umas pancadinhas para ir ao sítio. (Fotos, nem vê-las. Sorry!)
Por fim, coloca-se o clip que prende os calços e volta a montar-se a roda.
Antes de passar para a segunda roda, deve carregar-se no pedal de travão para o pistão descer o que puder e, assim, evitar que o óleo transborde no reservatório quando se for para a segunda roda.
A segunda roda foi rapidíssima. Tendo a técnica toda, não custou nada.
E pronto, agora preciso é de ir dar uma volta para acamar. Ontem à noite ainda dei uma voltinha, mas muito curta, só para ver se estava tudo bem.
Depois conto as minhas aventuras com mais pormenor (tenho andado de volta da torneira da chauffage).
Hoje venho só partilhar convosco que, debaixo do tablier, encontrei este papel colado:
Parece-me ser uma verificação da instalação do tablier, que o identifica e certifica.
Por outro lado, posso ter aqui a data de fabrico do carro (21.09.1990), que coincide com a que está no ePER online.
Depois conto as minhas aventuras com mais pormenor (tenho andado de volta da torneira da chauffage).
Hoje venho só partilhar convosco que, debaixo do tablier, encontrei este papel colado: Ver anexo 338777
Parece-me ser uma verificação da instalação do tablier, que o identifica e certifica.
Por outro lado, posso ter aqui a data de fabrico do carro (21.09.1990), que coincide com a que está no ePER online.
Este site utiliza cookies para ajudar a personalizar os conteúdos, melhorar a sua experiência e manter a sua sessão activa.
Ao continuar a utilizar este site estará a concordar com a nossa utilização dos cookies.