Um dos melhores utilitários da história. Ágil, barato, fiável, pequeno por fora e enorme por dentro.
Foi a minha cobaia para apreender mecânica básica. E tornou-se uma paixão.
Pois eu comprei as minhas na Grande Prémio. Foi lá o meu pai comprar e ele comprou sem me avisar que eram tão caras... agora sempre que lá vai ver de peças peço sempre para nunca comprar sem me avisar.
Duas novidades rápidas:
1- O herdeiro a quem o carro tinha sido atribuído, depois de lhe pedir para procurar, encontrou o comando do fecho central! É uma raridade, nos dias que correm. Muito poucos Unos ainda o têm a funcionar.
Como dá para programar outros a partir de um funcionante, se alguém souber de um, por favor avise-me!
2- Chegaram as matrículas pretas!!! Logo à noite espero colocá-las!
Entretanto, vou quebrar a minha tentativa de não levar o bicho a um mecânico.
A meio da semana, resolvi fazer uma inspecção visual às pastilhas. Ainda bem que o fiz, pois a propósito disso descobri o fole da transmissão (da junta homocinética) neste lindo estado.
Ora, sem conhecer nenhum mecânico e querendo pôr material de origem, fui em busca de uma oficina que me desse alguns confiança e que aceitasse que eu levasse as peças.
Descobri, encomendei tudo (ainda consegui na Fiat, não foi preciso ebay):
Segunda-feira, vai ser montado. Até lá, o Uno fica paradinho, não vá gripar a junta...
Já que estava parado, aproveitei para colocar as matrículas!
Antes...
Depois:
E pronto, já vai com outra pinta para a oficina...
Obrigado, Mário! Também adorei ler o teu. Tenho uma predilecção pelos 205 de primeira série (até 1986, acho). A minha mãe teve um GR desses, com motor deitado. Já há muito poucos desses...
Um abraço!
Novidades do bicho:
Não me atrevi a mudar o fole da transmissão. Achei que podia ficar mal feito e não valia o risco. Lá violei a minha regra de não levar o Uno ao mecânico e pedi para lhe substituírem o fole.
Voltou depressa às curvas e ontem até foi meu daily driver!
Actividade do dia: limpar carburador.
O Uno andava com o ralenti um pouco instável e a fazer consumos acima dos 8l. Suspeito que aqueles 4 anos parado devem ter deixado muito gigler entupido e muita carbonização espalhada pelo sistema de alimentação.
Vai dai, resolvi comprar estes produtos:
Fotos do carburador antes da limpeza:
Estava mesmo a precisar. Tanta porcaria que nem se percebia que já tinha sido cinzento...
Depois da limpeza:
Depois da limpeza, notei logo duas coisas:
1- Ralenti completamente regular!! Impressionante. Agora se engatar a primeira e não tocar no acelerador, o carro anda suave, sem nenhum solavanco.
2- O ralenti ficou acelerado: ou seja, penso eu, está a passar mais gasolina pelo canal do ralenti.
De seguida, introduzi o aditivo de limpeza num depósito cheio de gasolina 98. A ver vamos se é verdade o que eles dizem quanto à limpeza!
Agora vou tratar de brincar com o antigo e tentar recuperá-lo. Está todo esbranquiçado...
Se correr bem a recuperação do antigo, avanço para os emblemas laterais e da grelha, que são impossíveis de encontrar novos...
Ora, um mês depois venho dar novidades.
Na verdade, este mês foi ocupado com grandes trabalhos no Uno. Não, nada de muito profundo. Na verdade, uma coisa que qualquer oficina faria em menos de uma hora ocupou-me... Um mês.
Pensemos positivo, para a próxima que precisar, será de certeza mais rápido, pois aprendi muito.
Qual o problema? Uma rela, agora da parte de trás do bloco. Pingava líquido de refrigeração com alguma quantidade.
Além disso, mesmo depois de ter limpo o carburador, sentia um sintoma estranho: quando desacelerava, as rotações não desciam logo; ou desciam primeiro para as 1750rpm e só passado um bocado para o ralenti. Por isso, comecei a suspeitar de uma fuga (entrada) na junta do colector de admissão, que deixasse entrar ar mesmo depois de a borboleta do acelerador fechar.
Por último, suspeitei que o termostato estivesse moribundo (ou a vedar mal), já que o carro andava nos 80º e não nos 90º.
Pus-me a estudar (a única maneira de eu me atrever a mexer e a aprender mecânica com este meu Uno-Professor) e devorei tudo o que havia sobre retirar colector de admissão. Li o Haynes, a Revista Técnica Automóvel e vários sites. E, mais uma vez, beneficiei da inexcedível ajuda do fórum fiatistas.
Primeiro passo, arranjar o material: junta do colector de admissão, termostato e respectiva junta. Cá estão eles, junto do símbolo da mala que consegui mandar vir de Itália.
Assim, no dia 27 de Março fui dar uma volta à noite, já que sabia por experiência anterior que quando me meto a mexer, por mais simples que seja, pode demorar eternidades.
Enfim, mas estou a aprender, é o que interessa.
Cá está ele a entrar para a garagem:
Dia 28 pus mãos à obra e iniciei o acesso às relas da parte de trás do motor, para as trocar. O acesso implica retirar o colector de admissão, acoplado ao carburador.
Comecei por esvaziar o circuito de refrigeração:
Depois retirar a caixa do filtro do ar:
E depois, desligar tudo o que era necessário para retirar o colector de admissão + carburador: tubo de gasolina que vem da bomba de água, fio electrico do solenóide de corte de gasolina, tubo de vácuo para o servofreio, tubos de anticongelante que regressam da chauffage para a cabeça, cabo do acelerador, cabo do ar (starter), tubo de vácuo para o respiro do óleo e tubo de vácuo para o avanço do distribuidor:
Depois desapertar as 6 porcas é um parafuso que sustêm o colector e, no fim... Saiu!
Numas 2 horas de dedicação, a rela doente estava à vista e o colector cá fora!!
Chegado aqui, estava muito bem disposto (não hoje imprevistos de maior até aqui) mas impunha-se uma conclusão: era necessário retirar também o motor de arranque para conseguir aceder à rela.
Ora, toda a preparação que tinha feito (Haynes, internet e fórum fiatistas) não abrangia a operação, pelo que resolvi interromper os trabalhos e ir estudar como se retirava o motor de arranque.
Ficou a dormir sem colector. A primeira de 30 noites...
Depois de estudar devidamente como retirar o motor de arranque, voltei à carga no dia seguinte (29 de Março). O motor de arranque está preso por 3 parafusos e só tem duas ligações eléctricas.
Pois bem, primeiro imprevisto: um dos 3 parafusos, depois de 25 anos no mesmo sítio, não quis mexer-se, por mais WD40 que lhe deitasse. Ficou imóvel.
Passei então para o colector. Pensei em retirar a junta e passar um pouco de diluente celuloso. Pois sim... A junta era de origem, feita de amianto e estava completamente grudada ao colector.
Neste primeiro dia, usei uma espátula de plástico, não fosse estragar o alumínio do colector, para retirar a junta. Mas as partes que contactaram com o anticongelante como que tinham fundido com o alumínio:
A partir daqui, todos os dias, de manhã e de noite, passava na garagem a colocar doses de WD40 no parafuso do motor de arranque e a tentar raspar mais um pouco de junta.
A primeira vitória só surgiu a 1 de Abril: motor de arranque fora!
Já o colector, esse... Sem alteração alguma. A junta não saía naqueles 3 pontos... Mudei de táctica e passei para a técnica da espátula de metal. Tive ténue sucesso:
Depois meteu-se a Páscoa é só consegui voltar ao carro a 7 de Abril.
Por um lado, dediquei-me à rela doente: nada. Não se mexia, completamente calcinada... Ele foi marteladas com uma chave de fendas para a rodar, ele foi tentar furá-la com parafuso para puxar, ele foi tentar espetar uma chave em L para servir de alavanca. Nada. Rela imóvel.
O colector também avançava muito lentamente: a espátula não fazia milagres e a porcaria da junta insistia e, não sair do sítio.
Durante 3 noites seguidas me dedicava 2 horas a isto, encharcando a rela em WD40 e dando umas boas rasgadelas na junta do colector de admissão. Até que...
A rela podre saiu! Foi com a técnica mais comum: bater com uma chave de vendas numa extremidade para que ela rode sobre si própria e depois puxar com um alicate.
Rela nova colocada e passei para a tarefa seguinte: trocar o termostato, substituindo um que nem 8 meses lá esteve. Foi-me dado um novo em garantia, a ver se dura mais tempo...
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