É injusta a comparação com os modelos actuais.
A electrónica veio para ficar a partir sobretudo dos finais de 80, inícios de 90.
As preocupações com a segurança são por demais..o que torna os carros muito mais dependentes das tecnologias, mecanismos XPTO...
O que é certo, é que com a quantidade de automóveis nas estradas, a melhoria (relativa) das mesmas e com determinadas necessidades (por exemplo fazer + de 1500KM por semana como eu...) só é possível conduzir com conforto e segurança num veículo novo e mesmo esse seria de um patamar médio para cima (de meganes ou 307 para cima...).
O risco de se conduzir de clássico era por demais...por razões de seguro, fiabilidade, segurança, disponibilidade de peças, conforto dos ocupantes, economia de combustível, etc.
Quanto ao tema...
Um Clássico é um automóvel que se admira, de forma intemporal, com provas dadas, com História para contar, que à partida não é dependente de créditos e de luxúria e novo.riquismo, que faz com que seja o motivo de uma boa conversa entre entusiastas, amigos conhecidos ou desconhecidos...é um conjunto de sensações do passado que nos transmitem através dos nossos sentidos algo que um carro actual nunca poderá transmitir.
O cheiro, os materiais, a linha, o ruído, o tacto, a sensação que se vive ao conduzir...e mil e uma coisas!
O facto de termos algo exclusivo (que poderá ter sido banal, desactualizado e agora retomado) faz com que as nossas hormonas de prazer disparem!
A mesma coisa quando aceleramos ou ouvimos um ronco que quebra com a generalidade dos outros carros...é a adrenalina a disparar no corpo!
O cheiro dos couros, napas...ahhh....isso é como um perfume raro que já não se arranja!
A mecânica visível, simplória e com recurso a muito cromado, ferro, chapa e mecanismos mecânicos...isso é um deleite para todos nós... os clássico-dependentes, um defeito para quem nada percebe de automóveis e nem tão pouco sabe o que faz uma embraiagem ou o que é uma cambota...quanto mais um diferencial LSD...
As linhas...nada como uma linha intemporal que não deixa ninguém indiferente, que não se corre o risco de se desgastar com o olhar (porque isso já aconteceu num qualquer momento da vida útil do modelo clássico) e temos a certeza que cada dia que passa nunca nos cansamos de olhar para eles (ao contrário de um carro novo que se actualiza de 4 em 4 anos)
O facto de valorizarem com os anos é sempre um ponto a favor ao contrários dos CARÍSSIMOS automóveis novos...Há ainda clássicos que destronam qualquer tipo de bem móvel em termos de valorização e investimento.
O facto de ainda se praticar a mecânica à moda antiga e a especialização, protecção de Clubes, Certificações, Fóruns, ect, são pontos que favorecem a manutenção do clássico, a sua sobrevivência e valorização no tempo!
Por último....ou se nasce com isto ou então não vale a pena...pois ter e gostar de clássicos não é seguramente para todos. Mantê-los e mimá-los é uma condição prioritária para que o enriquecimento da história automóvel perdure...sem modernices electrónicas pelo menos!
Abraços