Hugo, concordo com muita coisa do que escreveste.
Quando disse que prefiro não falar da técnica dos 911, é mesmo isso. Prefiro não falar. É que estar a "botar faladura" sobre o que não conheço é perigoso... Por isso prefiro ficar calado.
É certo que na essência, considero o conceito do motor atrás do eixo traseiro um erro. Num Fiat 850 Coupé aguenta-se porque são 47cv e pouco peso. Num 911, também se aguenta, pelos vistos. E aí a Porsche tem todo o mérito pelo brilhante trabalho técnico. Mas como não conheço, limito-me a constatar o facto.
Quando falei do design, obviamente que era para "atirar a pedra". Eu não gosto e acho que evoluiu pouco. Tu gostas e eu acho isso muito bem. Eu deixo-te os Porsche e tu deixas-me os Fiat. Ficamos ambos contentes e realizados!
E para começar a acabar o assunto Porsche (já incorremos em muito off-topic) apenas deixo uma pergunta: Porque raio é que o brilhante chassis do Cayman ou do Boxster nunca teve a potência do 911?
Não me respondas aqui. Abra-se um tópico idêntico sobre a Porsche. Apesar de não gostar muito do 911, terei todo o gosto em ler para ficar a conhecer mais.
Em relação à Fiat e às idas a oficina e chapeiro, a diferença era mesmo assim tão grande? Eu acho que não era quase nenhuma. Infelizmente os Fiat, por exemplo, eram carros pouco estimados pelos donos e em que qualquer palerma mexia. O problema foi que houve muitos palermas... E a má manutenção ajudou muitas vezes a dar-lhes uma fama injusta.
É apenas um exemplo, mas conheço um Fiat 1500 aqui perto que ainda é carro de dia-a-dia. Veio de Moçambique, anda à chuva e ao sol, serve para tudo, nunca foi restaurado e está bem jeitoso. A diferença é que o dono não o entrega a um palerma qualquer...
E, apesar de eu ser um adepto incondicional dos Fiat, não sou de todos. Referes o 500 como um golpe de inteligência. Em termos de
marketing concordo. O carro vende e vende bem. Mas acho o Panda actual mais ao estilo da Fiat nos tempos de glória - um carro simples, pequeno, fiável e com todas as capacidades para ser líder de segmento. Não o é porque o
marketing hoje é que manda. E é exactamente isso que faz com que eu não goste dos carros de hoje. É que já não são carros. São produtos para vender.
Voltando ao assunto do tópico. (Finalmente, dirão alguns.) Concordo que seria doloroso ver a Alfa fazer uma coisa tipo Cayenne, mas não me ia afectar muito. Para mim o entusiasmo morreu com o 75 e a Alfa morreu no dia em que vi pela primeira vez um Brera. E quando o ligaram, tinha um tractor debaixo do capot...
Não creio que um Alfa Romeo revivalista e com muito potencial, como por exemplo o 4C, seja suficiente para retomar a aura dos velhos tempos. Oxalá me engane, mas não me cheira que o treta do
marketing o permita. Quem me dera estar enganado...
Por causa desta palavra horrível que já escrevi em itálico 3 vezes, os modernos escolhem-se por melhor financiamento, por ter um anúncio fixe, porque tem cavalos como tudo, porque tem montes de
gadgets, porque é
premium ou porque a gaja do salão era boa. Ou pelas 3 coisas juntas.
Por causa disto tudo é que gostamos tanto de Clássicos. Um Clássico escolhe-se ou mantém-se porque nos diz algo, porque nos desperta uma paixão, porque nos mexe com os pirolitos.
E fazem com que gajos como eu escrevam testamentos deste tamanho sem ganharem nada com isso.
Siga a dança e a conversa sobre os Alfa Romeo. E abra-se um tópico sobre a Porsche!
Eu ia acabar com "Um abraço a todos", mas prefiro doutra maneira.
Um brinde a todos e boas curvas. Mas curvem antes do brinde...