Para Os Amantes Alfa

Carlos Vaz

Pre-War
Já agora quanto ao papel da Fiat na Alfa... se pensarmos bem, inicialmente a coisa até nem foi tão grave quanto isso.
O uso da paltaforma "TIPO" que pode parecer uma heresia não foi tão descabido quanto isso.
Quando a Fiat chegou á Alfa, encontrou uma empresa descapitalizada e com produto completamente desactualizado (a exepção era o 164 que tinha outros problemas).
Senão vejamos o que havia:
- Um 33 de má memória que por sua vêz sucedia a um AlfaSud de igual má memória. Quem teve um 1ª série (rarissimos por cá) ou um 2ª série e depois comprou um 3ª série pode facilmente comprovar que a melhoria da qualidade (ou o atenuar da má qualidade) foi "brutal".
- Um 75 que como já expliquei anteriormente já tinha nascido desactualizado, sendo um projecto, não de 85 (altura do seu lançamento), mas de 72.
- Um Spider que já vinha dos anos 60 e que francamente por interessante que fosse não tinha a mais pálida hipótese num mercado em que o MX5 veio abrir caminho.

O que é que eles poderiam fazer? Afundar-se completamente para lançar produtos novos? Ou usar a "prata da casa" da forma mais racional possivel? O 33 foi muito melhorado e a 3ª série ainda conseguiu fazer (pelo menos em Portugal) uma carreira honrosa tendo em conta a má imagem que trazia do passado.
O 155 sucedeu ao 75 com uma imagem que francamente na época era claramente interessante e com motorizações muito acoma dos standarts da altura, lembro que o 1.8 tinha bloco e cabeça em aluminio (sim eu sei que para a marca era comum há muito), dupla arvore de cames, variador de fase, injeção multiponto (motronic) e 129 cv... (compare-se com um Laguna 1.8 por ex). O chasss do Tipo não sendo a melhor coisa do mundo, estava perfeitamente ao nivel do que se fazia de bom e tinha a vantagem de proporcionar uma habitabilidade muito boa.
O Spider levou uma "lavagem de cara" no S4 que lhe permitiu aguentar quase miraculosamente durante mais uns anos.

(continua)
 
Concordo...mas excepto na afirmação de usar a "prata da casa"???

.. o problema e que não havia "prata mas sim..chapa mal amanhada de 0,004mm que aguentava somente 4 semanas de molho até começar a ficar castanha..e de tal forma que os proprietários eram os melhores connoiseurs dos chapeiros! Até iam almoçar a casa deles tamanha a relação que havia nos anos 80 entre os itálicos e as chaparias / electricistas ...lol

Aquilo matou e afugentou muita gente que se fartou de ter problemas em cada viagem que o carros faziam. A evolução da marca ficou derreada a partir dos Alfasud..feitos no Sul com capital mafioso que apostava mais em obter fundos para proveitos próprios dos dirigentes do que para fazer produtos de qualidade.

Quando digo FIAT digo perda de personalidade pois o 75 ate tinha uma certa piada com transaxle, RDW e motores potentes como o América, o Turbo e ate um simples 1.6 que se mostrava bastante nervoso. Bêbados como tudo...apodreciam mais rápido que os dentes do macaco e as luzinhas eram porreiras no primeiro ano de vida..mesmo assim respeito os RDW e ignoro os Alfa FWD posteriores, autênticos FIAT mais caros e com falta de carisma. Hoje olhamos para o 75 com mais respeito e sobretudo porque quem os conduz bem precisa da barba rija..que hoje em dia também não faz falta para praticamente todos os carros, excepto desportivos muito especiais de algumas marcas. Os carros hoje em dia são para fugir de frente, para que a D. emilia conduza sem se assustar e o marido nao protestar...fáceis e cheios de paneleirices, poucas chatices ate aos 200000 km e deitar fora depois disso. E um gajo paga!

Carisma e apanágio da antiga Alfa-Romeo pre-Fiat.
 

Carlos Vaz

Pre-War
Os carros hoje em dia são para fugir de frente, para que a D. emilia conduza sem se assustar e o marido nao protestar...fáceis e cheios de paneleirices, poucas chatices ate aos 200000 km e deitar fora depois disso.

Pois... parece-me que há aqui uma qualquer mistificação!

É que um 75 TS se não for provocado também foge de frente!
Garanto que é mais fácil o meu XSI (fwd) fugir de trazeira que um 75 TS!
A malta esquece-se que há muito tempo que o fugir seja de que lado for, é uma quastão de provocar e da afinação que as suspensões têm... A forma de corrigir ou até de manter a deriva é que já varia muito se é FWD ou RWD.
 
Hugo, deduzo que esta afirmação seja referente ao 75, certo?

Referente a muitos alfas da era plástica e sobretudo dos Alfasud..ou produzidos por lá. O 75 também não era um primor.. Mas, o pior nem era isso, mas sim os problemas eléctricos.
Certo que a resistência de chapa era apanágio dos alemães que conseguiram adquirir métodos que faziam com que a carroceria resistisse bem mais do que os itálicos, japs ou franceses. Sobretudo nas épocas a partir de 70/80
 

João Luís Soares

Pre-War
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Delegado Regional
Portalista
(...)

Certo que a resistência de chapa era apanágio dos alemães que conseguiram adquirir métodos que faziam com que a carroceria resistisse bem mais do que os itálicos, japs ou franceses. Sobretudo nas épocas a partir de 70/80

Ou não... http://portugal.portalclassicos.com/topic/28802-bmw-afinal-ainda-ha-carros-novos-que-enferrujam/
 
Pois... parece-me que há aqui uma qualquer mistificação!

É que um 75 TS se não for provocado também foge de frente!
Garanto que é mais fácil o meu XSI (fwd) fugir de trazeira que um 75 TS!
A malta esquece-se que há muito tempo que o fugir seja de que lado for, é uma quastão de provocar e da afinação que as suspensões têm... A forma de corrigir ou até de manter a deriva é que já varia muito se é FWD ou RWD.

Se fosse um 75 turbo ou um 3.0V6 não sei... Acho que o problema de understeer acabava já! E claro que o peso era muito mais bem distribuído do que por exemplo um GTV de 96... Apesar deste ultimo ser muito mais curto mas esse sim foge de frente de forma patológica!. O E30 também manda-se de frente se não fizermos a deriva com a dose certa de travagem na entrada no momento certo e um 911 nem se fala..empurra se o acelerarmos na entrada em vez de ser na saída.. Pois com velocidade a mais no ponto de entrada garanto que aquilo vai de frente...mas com a dose certa de coragem vai ao sítio..em drift claro! :)

Com potência nas rodinhas traseiras tudo se resolve para o bem ou para o mal..
 

Carlos Vaz

Pre-War
(continuação)

Ora bem... como vinha dissertando uns posts atrás... quando a Fiat ficou com a Alfa, deparou-se com uma empresa descapitalizada e com uma gama já perfeitamente desactualizada, de tal forma que o investimento teria que ser brutal.
Assim, melhoraram drasticamente o 33, sustituíram o 75 pelo 155 da forma mais "economica" que lhes foi possivel...


o problema e que não havia "prata mas sim..chapa mal amanhada de 0,004mm que aguentava somente 4 semanas de molho até começar a ficar castanha..e de tal forma que os proprietários eram os melhores connoiseurs dos chapeiros! Até iam almoçar a casa deles tamanha a relação que havia nos anos 80 entre os itálicos e as chaparias / electricistas ...lol

Ora aqui está um verdadeiro exemplo da mistificação, desconhecimento e até "palas" de que eu como alfista sempre fui acusado!
1º estava-se a falar da fase em que a Fiat ficou com a marca e dos produtos que foram lançados nessa altura... posso-lhe garantir que tal como a generalidade da produção automóvel da época os problemas de corrosão eram verdadeiramente zero. Corroboro isso porque tive um 33 de 91 e um 155 de 92... qualquer deles chegaram-me ás mãos quase com 20 anos de uso e os 2 ultimos foram passados na rua em Vila Nova de Milfonte (ar do mar, portanto), exibindo pinturas que eram de origem e que sim, tinham o verniz descascado (como aliás a grande maioria dos carros com a mesma idade por aqui), mas sem ponta de ferrugem em lado nenhum.

Aliás... se recuarmos uns anos valentes, parece-me que esse assunto era recorrente em basicamente todas as marcas... tive um BMW 1600 de 68 e um Alfa Gtv 1750 do mesmo ano e garanto que o Bm "batia" o Alfa nessa matéria e por larga margem... claro que não sei em que condições viveu, um e outro!

Nos anos 70, por exemplo as marcas japonesas (verdadeiros icones da fiabilidade) simplesmente eram tão ou mais rapidos a enferrujar que qualquer outro que eu conhecesse... aliás, tenho um Mazda de 98 (final de seculo 20) e tem imensos pontos de ferrugem, muitos mais do que tinha o 33 e o 155 juntos.

Claro que o Alfasud, foi mesmo um caso muito critico, bem como os Lancias da mesma época... mas sinceramente não me consta que os Fiat fossem claramente piores que o restante panorama automobilistico. É verdade que a grande evolução nesta materia se deu nos anos 80 e aí houve efectivamente marcas que foram mais rapidas que outras, mas no principio dos anos 90 ´já estava tudo perfeitamente nivelado.

Retomando o assunto Fiat/Alfa... com a geração 155 a Fiat ainda participou nos vários campeonatos de turismos por essa Europa, dilatando consideravelmente o já extenso palmarés da Alfa.
Por tudo isto, e pensando que esse foi o caminho percorrido para o lançamento do 156, não vejo nada de marcantemente errado nesse percurso. O grande erro foi não se ter aproveitado o sucesso comercial que este carro trouxe á marca... sucesso comercial, de design, de qualidade, de comportamento, enfim... de tudo! O erro foi em não ter capitalizado essa mais valia que inclusivamente houve momentos que a Alfa era a unica marca lucrativa do grupo... tudo isso para agora haver uma gama basicamente composta por 2 Fiats!
 

Camacho Cêrcas

Pre-War
Autor
Hugo, já tive várias dezenas de carros. De todo o genero e feitio. Rápidos, lentos, ultra-rápidos, ultra-lentos. Sejam carros do continente americano, europeu, asiático...

Só para dizer que por vezes quando afirmamos algo temos de saber argumentar com base na nossa experiencia, acima de tudo, da nossa vivencia, seja ela qual for.
Por ter alguma experiencia vivida e concretizada neste mundo dos automoveis, tenho de dar razão a quem afirma que um carro alemão será melhor que um Italiano. Sim, concordo. Mas apenas muito ligeiramente. Os muito amados BMW 02 apodrecem tanto como um Alfa 105/Bertone/ GT.

O Alfa 75 para apodrecer tem de estar em ambientes hostis com muita humidade. Os problema electricos estão identificados e relacionados com apenas 1 ou 2 peças, pois tudo o resto, trabalha tão bem como um carro alemão. E em relação aos consumos... Apenas posso afirmar que quando pretendo levar um carro de ferias/viagem longa e os custos com combustiveis são um peso a ter em conta, levo um 75 TS. ;)

Já agora, tive um Corrado G60 em excelente estado e não me pareceu muito melhor que um 155 ou 164, Thema, etc.
 

Carlos Vaz

Pre-War
Se fosse um 75 turbo ou um 3.0V6 não sei... Acho que o problema de understeer acabava já! E claro que o peso era muito mais bem distribuído do que por exemplo um GTV de 96... Apesar deste ultimo ser muito mais curto mas esse sim foge de frente de forma patológica!. O E30 também manda-se de frente se não fizermos a deriva com a dose certa de travagem na entrada no momento certo e um 911 nem se fala..empurra se o acelerarmos na entrada em vez de ser na saída.. Pois com velocidade a mais no ponto de entrada garanto que aquilo vai de frente...mas com a dose certa de coragem vai ao sítio..em drift claro!

Lá está... são estas coisas a que eu acho uma enorme piada!

Se um e30 foge de frente, se um 911 foge de frente, como são RWD é porque o condutor não sabe...

Se um GTV de 96 foge de frente (ainda não percebi se é por ser Alfa/Fiat ou por ser FWD) é porque é de plastico e não presta!
Pois eu garanto que é (tal como nos outros) porque o condutor não sabe muito bem o que lhe há-de fazer!
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
(...)
Será que a relativa falta de fiabilidade dos FIAT e os problemas conhecidos dos seus modelos (sobretudo os de maior envergadura e complexidade...tipo croma..) não ajudaram a acabar com o fervor de possuir um Alfa-Romeo?

Os responsáveis de MARKETING da Fiat esses sim deviam ser mais palermas do que os mecânicos da esquina que reparavam os FIAT..e iludiram o pessoal colocando a sua técnica e tecnologia nos Alfas...só deu raia!
(...)
Falando de técnica...
Os motores FIAT que conheço que deram algum fervor ao mercado dos anos posteriores a aquisição da Alfa são praticamente evoluções do know-how da Lancia, Ferrari e Alfa...veja-se o caso do FIAT Coupe 20V turbo com bloco integrale, croma, thema, etc salvo- erro. Pujança sim mas de resto..desgraça de comportamento..e avarias eléctricas..ou seja. pouco rigor de construção. Uma dor de cabeça no nosso mundo dos pre-classicos que não e de cavalos(hp) que se fazem os carros...
(...)

Vamos lá ver uma coisa... tá toda a gente a atacar a Fiat, e a questão da fiabilidade, e assim e assado. A Fiat não tem culpa de tudo! Não que eu seja fanático da Fiat ao ponto de a defender cegamente, mas também não é a desgraça que se anuncia.

O motor que atribuis ao Integrale... nasceu em 1966, no Fiat 124 Spider. É um motor FIAT. E essa "reles" tecnologia foi depois passada aos Lancias, e Alfas, e "só" foi responsável por algo como 10 títulos mundiais de rallyes, entre outros... todos eles em carros que são, para o bem e para o mal, de origem Fiat! É uma das mecânicas com maior palmarés da história do automóvel, e manteve-se practicamente inalterada no fundamental durante 40 anos, sem perder o lugar cimeiro em termos de performance! O departamento de competição da Lancia, onde se desenvolveu o 037, o S4, e os Integrales, era da Fiat antes de ter sido feita a opção de passar a competição para a Lancia. O 037 é um projecto da Abarth, já depois de ter sido comprada pelo "bicho papão" da Fiat.

A fiabilidade ou a falta dela... volto a dizer, como o João já disse e bem, que se deve em muito (mas muito mesmo) ao diversificado público que teve e tem estes carros. A Fiat é a responsável por um dos maiores historiais de best-sellers da história do automobilismo. Claro que isso tem as suas consequências, boas e más. Nem todos têm a inteligência de perceber a excelente tecnologia que têm nas mãos, e tratam-na como tratariam outra treta qualquer com motores de tirar água. Mas um motor italiano é tudo menos um motor de tirar água. E são tão bons ou tão maus, que ainda hoje vemos milhões de 124, 127, 128, Unos e afins, que passaram décadas no purgatório, e ainda trabalham... serão mesmo assim tão pouco fiáveis?

Se a Porsche fizesse carros nesta escala, invariavelmente ias ver o mesmo... tecnologia de ponta em mãos de macacos nunca pode durar. E a tecnologia é mesmo do melhor... atrevo-me a dizer que fazer carros como os italianos, poucos conseguiram igualar. E atenção que eu disse igualar, porque superar ainda não vi. E sei do que digo, porque desde sempre tenho feito questão de ser um entusiasta que põe as mãos na massa. Na massa, no óleo, na valvulina, e tudo o mais. Conheço os carros por dentro e por fora, e sei o que vejo lá dentro, e é por isso que posso afirmar o que afirmei.

A plataforma do Tipo também não percebi que mal tem... é certo que o Tipo em si não saíu grande coisa, mas o conceito da plataforma foi bem conseguido e foi um projecto de sucesso. É como o caso do Golf, que também dá a plataforma pra não-sei-quantos carros. E os carros que dela saíram (do Tipo) não eram maus de todo. Lá voltamos à questão da boa e má manutenção... eu conheço vários casos de quem tenha Lancias Dedra, por exemplo, com mais de 500,000 km... até 800,000 km. Claro que a maioria dos Dedras são mal vistos como tudo, porque será? Que idiotas que os tipos da Fiat são, que ainda não perceberam que não vale a pena dar carros de engenharia da melhor qualidade a um preço acessível, coitados... são mesmo lerdos!

Como em tudo, convém ver com atenção do que se está a falar, e não deixarmo-nos levar por clichés... porque esses, de preocupação com a verdade dos factos, às vezes têm pouco... ou nada.

Um abraço!
 
Relembro apenas que lá em casa, há alguns anos, moravam 2 unos, um panda e um corsa A no mesmo local (junto ao mar..) Viana do castelo, sem garagem e posso dizer que.. O corsa batia claramente a qualidade dos unos resistindo bem .que junto ao vidro e em cima das portas junto ao vidro lateral comiam portas de 2 em 2 anos. E era mais velho que todos os Fiat..e levava muito
O panda ficou podre em 6 anos...nas portas, na mala, nos fundos, nas junções dos guarda-lamas. Por isso, falamos em épocas da era da galvanização e não anteriores aos anos 80.
Confesso que vejo 33 das ultimas series com muito mais resistência do que os primeiros, ou do que comparados com os alfa inícios de 80. Concordo que o 155 ate não seja mau mas...já estamos nos 90!
Um Alfa Romeo do meu vizinho, um belo de um1750 GTV de 1969, vindo de Moçambique...ainda vive e de saude! pois bem...andava de pintura em pintura todos os santos anos..pois infelizmente não podia resistir aquele tempo, como praticamente qualquer carro dessa época sem garagem (debaixo de uma varanda com toldo para nao apanhar com chuva e com capa de exterior por vezes) a apanhar com o ar do mar a 200 metros.
Certo que os 02 da BMW também era uma bela porcaria..e ate os MB ate ao surgimento do w124 ou do 190. Tenho um w108 e também sei que o pior nesses carros e a falta de galvanização..que começou em peso nos anos 90, desde o simples utilitário ao topo de gama. Mas a qualidade do metal e o processo de montagem também conta e os germânicos, por norma sempre foram superiores aos italianos a partir de determinada fase. Ate os e30 da primeira serie são muito piores do que os da segunda ...como norma para todos os modelos!
 

Carlos Vaz

Pre-War
Já agora lembro que esta questão da suposta "qualidade" tem ainda muito que se lhe diga.

Antes de mais concordo inteiramente com o post do Eduardo Relvas e acrescento: em termos relativos os Mercedes, Bmw, Porsches estão longe de serem os melhores carros.

Esse epiteto está nas marcas generalistas, sejam elas quais forem... até há pouco tempo atrás o Porsche 911 turbo era o unico carro a gasolina que tinha um turbo de geometria variavel, pois aquilo que funciona com um diesel, num gasolina tem que lidar com temperaturas muito mais altas e já necessita de materiais muito mais "nobres" e evidentemente caros! A questão é que a este nivel, o carro ficar 10 ou 15mil euros mais caro é irrelevante... o cliente paga!
Quando a Mercedes lançou o 1º classe A, aquilo estava simplesmente abaixo do nivel do Bravo/Brava da altura. E não, não me refiro á famigerada história do teste do alce, mas sim ao nivel de ruidos parasitas que o carro tinha por exemplo. E sei do que falo, pois era vendedor da Fiat e passei para a Mercedes... e esses eram os carros de serviço que tinha!

Fazer bem com um orçamento ilimitado ou quase é uma coisa, fazer bem, com um custo final que não pode ultrapassar um determinado montante é outra!
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Ferrugem: pegando no exemplo dos Alfa "Bertone" dos anos 60, posso confirmar que a chapa era tão boa como os outros. Cá em Portugal temos uma outra opinião, porque houve muitos Alfas que ficaram literalmente a apodrecer em Setúbal na Movauto mesmo junto ao mar. Esses Alfas foram montados e vendidos até 1982 e quando saiam do stand já estavam bem ferrugentos. O outro problema foram os Alfasud. Estes tinham chapa comprada à Russia de fraca qualidade e, para além disso, o banho anti-ferrugem dado na fábrica de Pomigliano del Arco acelerava o processo de corrosão! Aconteceu com todos os Alfasud até 1984/1985 (Arna, Sprint, 33, Etc). Por essa altura descobriu-se o defeito de fabrico e aprimoraram o processo, ficando os Alfas iguais aos outros. Tenho 3 75 Twin Spark, um deles acho que nem sabe o que é uma garagem e a ferrugem não é mais que um qualquer carro contemporâneo. Tenho um Alfa 90 e esse nem nos sítios mais críticos oxidou. Os Bmw, Porsche e outras marcas alemãs dos anos 80 têm a mesma protecção que os Alfas, o problema é a fama que os Alfas ganharam pelos primeiros anos de fabrico dos Alfasud e depois pelos Bertones da Movauto, mas aí é só uma fama portuguesa. A generalização é o problema da fama dos Alfas.

Em relação aos problemas eléctricos, não conheço. Nos mais antigos de sessenta para trás os problemas eléctricos são iguais aos demais, não havia electrónica e os sistemas eram em muito semelhantes... não vejo em que é que davam problemas, aliás nunca tive um problema eléctrico nos meus Alfas antigos com sistemas eléctricos simples. Quando a electrónica apareceu e pegando no exemplo dos 33, estes tinham dois tipos de electrónica: a Magnetti Marelli e a Bosch. O que dava problemas era o da Bosch! Aliás as centralinas dos 33 1.7 16V (Bosch Motronic) tiveram que ser substituídas 3 vezes pela marca. Os 75... à excepção de um sensor de nível de óleo, nunca tive um problema eléctrico. No meu Alfa 90... nada.

Cá em Portugal tivemos um outro problema. A Mocar sempre vendeu poucos Alfas até aos anos 80, quando as vendas quadruplicaram de repente com o aparecimento dos 33 e as oficinas nem espaço tinham para albergar os carros da revisão dos 1000 Kms. Conclusão: nem as cabeças de motor eram reapertadas. Mesmo assim estes 33 são carros já quase nos 30 anos e ainda se vêem muitos a andar por aí, apesar da sua má chapa, dos seus problemas eléctricos, da péssima manutenção da marca e de proprietários (e aqui não estou a ser irónico) nada zelosos.

É engraçado o Carlos Vaz falar da Spider, esta sobreviveu até 1994, com mecânicas de inícios dos anos sessenta só para não dizer de inícios dos anos 50, porque a Giulietta era em tudo semelhante. Era sem sombra de dúvida a "prata da casa", uma boa expressão com uma boa aplicação.
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Acho que vou ter que fazer outra vez mais de 5000 Kms de rajada com um Alfa para demonstrar isto mesmo. Já o fiz várias vezes com os meus Alfas antigos, mas mesmo assim ninguém acredita que é bom. Nunca nestas viagens tive um que parasse, nunca fiquei apeado. Acho que para a semana vou para Itália de Zagato, ainda não tenho a certeza se consigo, mas estou a trabalhar para isso. Problema: o Zagato é um carro que teve 6 anos parados e não sei que manutenção é que o carro teve com o anterior proprietário, comprei-o em Outubro, mas se estiver tudo aparentemente bem vou naquilo. Se não puder ir no Zagato, vou no 33 1300 de um amigo só para demonstrar que o 33 consegue.

:unsure: Eu e a minha boca grande... tá dito tá dito!
 
Pronto, os FIAT e os ALFA dos anos posteriores a gloriosa serie bertone, GTV e afins afinal são os melhores carros do mundo, e eu andava enganado. Os 33 afinal são grandes carros que so em Portugal deram chatices... Poupem-me. Os 75, não são propriamente bem construídos ou tidos como referência. Gosto do conceito rdw, caixa atras, motor a frente e equilíbrio de pesos numa berlina.
Se fosse escolher entre 75 e um singelo alemao chamado e30 da mesma época já sabem a resposta..

Pena que a particularização de uns não se demonstre nas massas colectivas quando se discute corrosão e problemas comuns. Será por isso que uns vendem e outros não?
Certo que nenhum carro e infalível mas, perdoem-me mas quem fala de FIAT brava/bravo como sendo supra-sumo da inexistência de barulhos e de construção já agora, particularizando como convem..talvez melhor que um w124! Será?

Eduardo, caro amigo...falei do bloco integrale e afins com total admiração da sua potência e nervo...e falei que a sua aplicação em carros mal nascidos era o problema. O croma para mim e MONO...mas que anda ..anda! O thema, maquina...mas as opções do mercado fugiam para outro lado da forma como ele foge quando se carrega no pedal.
So what?
Acho que percebeste mal o que disse sobre os motores...que aproveito para referir que são bizarmas alucinantes tal e qual um tal Fiat coupe 20 V turbo que tive oportunidade de deitar as patorras... Absolutamente rápido! Integrale...tem personalidade, história , carisma,,por isso calma...que ninguém fez ofensa.

Sempre falei de qualidade de fabrico e problemas da marca Alfa em assumir identidade e personalidade de uma grande marca que já teve melhores dias. Acho e ninguém me tira da ideia que perdeu fulgor, perdeu personalidade e isso e o que se trata aqui...a CAUSA de isso ter ocorrido pois, para mim ocorreu. Mas parece que serei o único a ver isso no meio dos tiffosi..talvez um ou outro que tenha na garagem algo mais do que "palas" para uma so marca.
Se quiserem particularizar...tipo...aí o meu carro italiano de x com este y de tratamento nunca deu chatices e uma maravilha e isso e so boatos e calunias daqueles que não sabem o que e um FIAT, ALFA, etc pois são os melhores carros e mais robustos do mundo!
Meus caros...peace.. estejam tranquilos pois, isso nada incomoda um ecletico dos carros, apenas me rio com o fervilhar para acentuar os humores e amores dos defensores número 1 dos carros italianos, sejam de que época forem...claro que não umas latas tipo reliant..ou coisas do género apocalípticas pelas piores razoes.

Gosto de deitar lenha para a fogueira..e adorava aquele 1750 berlina cinzentinho que cá morava e tantas viagens fez...a gastar 17 aos 100 por vezes mas...com alma! E o 1750 GTV do meu vizinho...desde pequeninito que sento lá o rabo...sempre com aquele trabalhar dos webers para meu gáudio..e as recordações das piascas que aquilo sempre fazia quando a estrada estava mais molhadinha..sem fugir de frente!

Caro amigo que tem colecção de Alfas...prezo os seus comentários de causa, prezo a sua particular garagem que não duvido ser magnifica, prezo a sua experiência, prezo os seus conhecimentos da Alfa-Romeo ( aprendo) mas permita-me apenas rectificar aquilo que disse sobre chapa da Porsche...ela e galvanizada desde 1974, salvo-erro. E são raras as ocorrências num carro com aquele semblante, excepto os muito mal tratados, como todos. Cronicamente como um Alfasud nunca. A chapa era minimamente boa para ninguem se queixar em demasia. Mesmo nos antiguinhos de 1963... Apesar de quem anda a chuva molha-se! E se quiser discutir isso...sobre Porsche podemos abrir um topicozinho, tal como disse o João e talvez..talvez, fique impressionado com a robustez dos chamados arcaicos carochas achatados que são sempre aborrecidos.
Electrónica não da chatices nos alfas e Fiats contemporâneos dos classicos? Os anos 80 foram uma época de luxo..nessa exploração.

Finalmente...adoro a Alfa-Romeo, adoro o GTV, giuliettas, spider, giuliettas, GTA, e outros tantos...as pecinhas como esse raro zagato, os anos 30 e 40... mas concerteza maquinaria de luxo italiana de tudo o que esta para trás de 80...os classicos concerteza!

Perdoem os erros mas não atino com modernizes como o iPad..estou a ver se me habituo.
 
Já agora lembro que esta questão da suposta "qualidade" tem ainda muito que se lhe diga.

Antes de mais concordo inteiramente com o post do Eduardo Relvas e acrescento: em termos relativos os Mercedes, Bmw, Porsches estão longe de serem os melhores carros.

Esse epiteto está nas marcas generalistas, sejam elas quais forem... até há pouco tempo atrás o Porsche 911 turbo era o unico carro a gasolina que tinha um turbo de geometria variavel, pois aquilo que funciona com um diesel, num gasolina tem que lidar com temperaturas muito mais altas e já necessita de materiais muito mais "nobres" e evidentemente caros! A questão é que a este nivel, o carro ficar 10 ou 15mil euros mais caro é irrelevante... o cliente paga!
Quando a Mercedes lançou o 1º classe A, aquilo estava simplesmente abaixo do nivel do Bravo/Brava da altura. E não, não me refiro á famigerada história do teste do alce, mas sim ao nivel de ruidos parasitas que o carro tinha por exemplo. E sei do que falo, pois era vendedor da Fiat e passei para a Mercedes... e esses eram os carros de serviço que tinha!

Fazer bem com um orçamento ilimitado ou quase é uma coisa, fazer bem, com um custo final que não pode ultrapassar um determinado montante é outra!

Para aqueles que sonham que um bom w124 será bem pior que um Lancia croma...talvez.


Orçamentos ?..
Dai a qualidade ser diferente, não ?
Vendes pouco..ganhas pouco...fazes pior...ciclo vicioso?
Em que termos, não relativos, e que serão melhores ou piores do que a armada alemã da bmw, porsche e Mercedes? Em que sentido?


 
Relembro apenas que lá em casa, há alguns anos, moravam 2 unos, um panda e um corsa A no mesmo local (junto ao mar..) Viana do castelo, sem garagem e posso dizer que.. O corsa batia claramente a qualidade dos unos resistindo bem .que junto ao vidro e em cima das portas junto ao vidro lateral comiam portas de 2 em 2 anos. E era mais velho que todos os Fiat..e levava muito
O panda ficou podre em 6 anos...nas portas, na mala, nos fundos, nas junções dos guarda-lamas. Por isso, falamos em épocas da era da galvanização e não anteriores aos anos 80.
Confesso que vejo 33 das ultimas series com muito mais resistência do que os primeiros, ou do que comparados com os alfa inícios de 80. Concordo que o 155 ate não seja mau mas...já estamos nos 90!
Um Alfa Romeo do meu vizinho, um belo de um1750 GTV de 1969, vindo de Moçambique...ainda vive e de saude! pois bem...andava de pintura em pintura todos os santos anos..pois infelizmente não podia resistir aquele tempo, como praticamente qualquer carro dessa época sem garagem (debaixo de uma varanda com toldo para nao apanhar com chuva e com capa fde exterior por vezes) a apanhar com o ar do mar a 200 metros.
Certo que os 02 da BMW também era uma bela porcaria..e ate os MB ate ao surgimento do w124 ou do 190. Tenho um w108 e também sei que o pior nesses carros e a falta de galvanização..que começou em peso nos anos 90, desde o simples utilitário ao topo de gama. Mas a qualidade do metal e o processo de montagem também conta e os germânicos, por norma sempre foram superiores aos italianos a partir de determinada fase. Ate os e30 da primeira serie são muito piores do que os da segunda ...como norma para todos os modelos!

Ainda bem que citei a seguinte frase para os que parecem sofrer ataques ... sem haver guerra mas, vou repetir e esclarecer:

Nao poderiam resistir como QUALQUER carro daquela época ..." Falando de 1750gtv ano:1969
Portanto e bem possível que um 02 apodreça mais rápido que um coupe bertone.

Para que não haja duvidas que estou direccionado a dizer que a Alfa anda moribunda desde os anos 80.
 
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