Nissan Nissan Bluebird 1.6 SLX (T72) [1989]

Diários de Bordo

Nissan Nissan Bluebird 1.6 SLX (T72) [1989]

Pedro Gil

Clássico
Apresento aqui este Nissan Bluebird 1.6 SLX, matriculado em Julho de 1989 e adquirido por mim em Abril de 2022 com 97.000 kms. Os kms serão reais, a julgar pelo estado das partes normalmente gastas em viaturas com muitos kms, mas acima de tudo pela investigação feita no histórico de inspeções.

A viatura teve pelo menos 2 donos anteriores. O mais recente (a quem comprei) deu-lhe pouquíssimo uso mas cuidou dele dentro do possível. O proprietário antes desse é que terá negligenciado um pouco a carroceria, com a agravante de viver em Ferrel, perto de Peniche e do mar. Os 3 ou 4 autocolantes relacionados com Surf que tinha colados, a quantidade enorme de areia da praia que tinha dentro e o estado de oxidação considerável que tinha na frente e na parte inferior, levam-me a crer que terá sido usado por surfistas e passado muito tempo à beira-mar. Mais tarde, também percebi pelo tejadilho que terão usado barras não originais (para transporte de pranchas) e sem qualquer tipo de proteção entre as mesmas e a chapa :mad:. Isto originou 4 pontos de ferrugem, que apesar de serem de fácil resolução, eram obviamente escusados.

O carro vinha completo de interiores, exteriores e mecânica, apenas com algumas faltas nos acessórios. Felizmente não foi alvo de grandes invenções/alterações, com excepção da substituição do rádio original (já adquirido). Tinha o para-brisas partido e alguns pontos mais críticos de ferrugem, como por exemplo a mala e a aba inferior do para-brisas, ambos já substituidos por outros que adquiri na sucata. Em falta apenas o manual do utilizador (já tenho um oferecido), a bolsa Nissan para os documentos (já adquirida no eBay), o macaco, chave de rodas e bolsa de ferramenta originais (já adquiridas na sucata), o parafuso de aperto da roda suplente (já adquirido na sucata) e o espelho esquerdo que não era original do carro (já adquirido na sucata).

Para além deste material referido acima, comecei já a criar um stock de peças, pois estes carros são cada vez mais raros, e como pretendo ficar com ele na família, quero assim salvaguardar quaisquer eventualidades futuras.

Tenho grande ligação à Nissan desde que nasci, principalmente por motivos familiares, uma vez que a minha mãe trabalhou no Entreposto durante as décadas de 70 e 80 e o meu pai teve vários modelos da marca. Desde o Sunny B11, ao N13 e mais tarde um Bluebird T72, sendo que infelizmente nenhum ficou na família.

Por esse motivo, e após muitos anos de procura, muitas viaturas e negócios analisados, eis que em Abril deste ano adquiri finalmente este Bluebird, que não sendo da cor exterior do que o meu Pai tinha, é o mesmo modelo 1.6 SLX, tem exactamente os mesmos interiores azuis, os mesmos extras e as mesmas jantes Ronal / Nissan.

Todo o processo de recuperação está a ser feito por mim e pelo meu pai, com excepção da pintura geral que será obviamente feita em oficina especializada. Contudo nesta primeira fase do projecto vamos apenas tratar da ferrugem, dos riscos e das mossas e pintar nós mesmos essas partes do carro. A ideia é desfrutar um pouco da viatura ainda durante este ano e para o ano efectuar uma pintura geral com a chapa já toda reparada.

Não somos profissionais mas tanto eu como o meu Pai já mexemos muito em mecânica e pintura ao longo dos anos, principalmente nas décadas de 80 e 90. Nenhum dos dois é profissional no sector :).
Vou publicando os avanços neste Diário de Bordo e fico a aguardar os vossos comentários, feedback e aprendizagem ao ler os mesmos.

Deixo-vos com as primeiras fotos, da operação de limpeza extrema, uns dias após a aquisição.
Após todos estes anos, continuo a seguir o mesmo mote. Antes de qualquer reparação, tem que haver uma boa limpeza!

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Pedro Gil

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A 15 de Abril de 2022 começámos a desmontar a restante traseira, com o objectivo de limpar e tratar eventuais ferrugens ou podres ocultos. Felizmente não tivemos qualquer surpresa após a desmontagem das partes que deixam tudo a descoberto.

Os para-choques deram alguma luta a desmontar, pois nesta fase ainda não tinha descoberto o EPC online da Nissan, nem tinha recebido os manuais de serviço oficiais da Nissan que comprei em UK. Por isso foi um pouco às cegas, mas lá consegui perceber que bastava desapertar os apoios e que sai tudo em conjunto. Eu tinha ideia que primeiro se desmontava o para choques e depois o reforço metálico no seu interior, mas não. Para quê complicar? :)

Atrás do para-choques traseiro, nada de grave. Apenas sujidade com décadas e um podre mais crítico, nada que não se reparasse facilmente. Toda a desoxidação e conversão de ferrugem foi feita com o magnífico Xylazel da Oxirite. Primeiro limpámos tudo com catrabucha num berbequim e depois foi tudo desengordurado. De seguida aplicamos o produto e deixamos actuar 6 horas. Todo o óxido será convertido numa capa preta que fica habilitada a receber pintura, tal como podem ver na imagem dentro da bagageira.

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Quero aqui referir que não sou bate-chapa, o meu pai também não mas lidámos com carros e camiões durante muitos anos, quer a nível de mecânica, de chapa e pintura. Mas estamos a fazer este trabalho em casa e por isso não temos ferramenta especializada nem máquina de soldar, etc. Por isso não se admirem de ver aqui algumas reparações "simplificadas", pois as mesmas devem-se ao facto de não termos as condições e ferramentas desejadas e não por sermos leigos na matéria. Este podre na traseira é um bom exemplo disso, pois tratámos com betume (após desoxidação e limpeza) em vez de reconstruir a aba, ainda que a mesma não se veja quando o para-choques estiver montado. Neste caso, e tal como em tudo o que está ser feito neste carro, escolhemos sempre a melhor solução, face às condições de que dispomos.

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Depois foi chegada a hora da lavagem pressurizada, que durou practicamente uma manhã. Tal como já referi anteriormente, este carro deve ter andado em ambientes de surf, muitas praias e algumas delas eventualmente sem acesso alcatroado. Era incrível a quantidade de lama por baixo do carro, nas cavas da rodas, nas suspensões, etc. E creio que vocês sabem da dificuldade de lavar um carro por baixo, sem um elevador ou fossa. O cofre do motor também não devia ver água há muitos anos e ficou logo com outro aspecto. Isolei as partes eléctricas e após esta lavagem profunda, o CA16S pegou à primeira!

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Pedro Gil

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Clássico
A 23 de Abril iniciei a desmontagem da frente, claramente a parte em pior estado neste Bluebird.
Eu já tinha identificado toda a oxidação na frente e no cofre do motor, quando vi o carro pela primeira vez antes de o comprar. Nessa altura pude verificar que apesar a imensa ferrugem, a mesma era maioritariamente superficial e sem podres. Foi claramente um dos fatores decisivos para adquirir este Nissan.

Após desmontar os faróis e grelha, passei para o para-choques da frente, muito mais fácil de desmontar do que o traseiro. De seguida pude reforçar a minha teoria de que este carro terá passado muito tempo em praias, uma vez que a frente e a parte inferior do cofre do motor estavam completamente oxidadas. Fiquei com a clara ideia de que por muito tempo a maresia "entrou pelo carro adentro", e valha-me a fama da qualidade da chapa Japonesa da década de 80, caso contrário este carro estaria em muito pior estado.

Os faróis deste carro estavam um pouco mal tratados, com apoios partidos e um deles com infiltração e consequente mau estado do óculo cromado. De qualquer forma eu já tinha adquirido mais dois na sucata, um esquerdo e um direito, de forma a ter material de reserva para eventualidades futuras. Uma coisa boa dos faróis desta época, é que permitem desmontagem completa, sendo possível a sua recuperação através da conjugação de várias peças. Por isso um farol destes na sucata, mesmo que partido, é sempre bem comprado. O mesmo para os piscas do para-choques da frente, uma vez que encontrei dois impecáveis e em melhor estado, também na sucata. A grelha do carro estava ligeiramente partida de um dos lados, algo também reparável mais tarde com tempo, mas para já também adquiri uma em bom estado na sucata, necessitando apenas de pintura.

O bigode (em chapa) que se situa por baixo dos faróis e grelha, estava amolgado, resultado de um ligeiro toque que o carro terá dado do lado direito e ligeiramente oxidado. Esta peça fixa em ambos lados com umas peças plásticas que possuem um picolete, que por sua vez irá encaixar numas molas que se colocam na frente dos guarda lamas. Estas 4 peças plásticas não estavam más e são recuperáveis através de um bom revitalizador de plásticos, no entanto eu mandei vir 4 novas de UK e mais tarde irei recuperar estas para ficarem de reserva.

O para-choques em si também não estava mau, com algumas molas e micro-apoios plásticos partidos, mas nada que não se recupere. O reforço metálico também não estava mau, apenas com alguma ferrugem superficial e de fácil tratamento.

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Na parte inferior do para-brisas (partido), tínhamos uma aba completamente podre, mas creio que recuperável por algum bate-chapa da velha guarda. Seja como for, eu já tinha comprado uma impecável na sucata, mesmo antes fechar negócio com este carro. Aliás, tive a sorte de encontrar um carro rigorosamente igual, incluindo as cores exteriores e interiores, do qual retirei muito material, como por exemplo esta aba, o para-brisas, a tampa da mala e diverso material de reserva para eventualidades futuras.

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Por baixo desta aba havia imenso lixo, terra e folhas. Claramente um sinal da falta de limpeza e lavagem periódica, valendo uma vez mais a qualidade da chapa já aqui referida. Nos cantos junto ao para-brisas a ferrugem atacou bem e foi necessário intervencionar com mais rigor e detalhe. No poço de entrada de ar para a chauffage das águas residuais, também nada de grave, apenas ferrugem superficial mas uma vez que este local é de difícil acesso, não foi fácil limpar devidamente.

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Ao desmontar o motor e o mecanismo do limpa para-brisas, percebi o porquê da lentidão do mesmo no dia em que levantei o carro e o trouxe para o local de reparação. As rótulas e partes móveis do mesmo estavam completamente secas, sem qualquer lubrificação e obstruídas. Nesse dia como apanhei chuva no caminho, acabei por ter alguma dificuldade com a lentidão das escovas. Para além disso, o corpo do motor do limpa para-brisas (em aluminio) está estalado numa das partes onde se situa o parafuso de aperto. Creio que é possível soldar a alumínio, mas ainda assim já adquiri outro na sucata para montar no carro e guardo este como reserva.
Para já limpei tudo com catrabucha e depois lubrifico quando montar.

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Pedro Gil

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Alguns de vocês ficaram curiosos com a aplicação do Oxirite, por isso deixo aqui algumas fotos do antes e do depois do tratamento.
Neste caso tratam-se de partes do carro que não ficam visíveis, não sendo necessário um acabamento tão perfeito e por isso nem sequer foi necessário lixar após o processo, bastou desengordurar.
Não esquecer que as peças a tratar têm que estar devidamente limpas de óxido solto ou pó de ferrugem e bem desengorduradas. Depois é aplicar o produto com trincha, deixar actuar 6 horas e pintar por cima, não sendo necessário qualquer primário.

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Pedro Gil

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A 23 de Abril ainda sobrou tempo para lavar os para-choques e começar a respectiva reparação.

No inicio deste projecto, ainda considerei fazer este trabalho fora, ou seja, entregar a alguma oficina que o fizesse. Mas os orçamentos mais baratos que me deram rondavam os 250-300 euros e com esse dinheiro faz-se muita coisa, para além da satisfação óbvia de sermos desafiados a fazer nós mesmos o trabalho.

Primeiro lavei-os com champô normal e máquina de pressão, pois gosto sempre de iniciar todas as reparações com as peças devidamente limpas.

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Depois o meu pai agarrou-se às betumadeiras e iniciou a reparação. Na sua maioria eram riscos não muito profundos, não havendo nada estalado. Contudo no traseiro foi necessário dar calor e tentar remoldar uma determinada zona, uma vez que estava ofendida, provavelmente resultante de algum encosto ou pancada mais forte. Depois foi necessário betumar novamente e corrigir.

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Pedro Gil

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Clássico
:xD: Só tenho uma coisa a dizer: fazem trabalhos para fora?
Por enquanto não está nos nossos planos :lol:
Tomaria eu ter mais tempo para este projecto. Infelizmente só trabalhamos no carro aos sábados, por vezes sábados e domingos.
Belos trabalhos, vocês estão de parabéns!
Muito obrigado Pedro
Usas o Xylazel liquido ou em gel? Não tive bons resultados com gel
Neste caso em gel, mas também já usei o liquido, por exemplo para limpar o interior de tubagens do circuito de refrigeração em ferro.
Neste caso usei este: Removedor de ferrugem - Tintas e drogaria | Leroy Merlin
 
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Pedro Gil

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Os apoios dos pára-choques são em ferro e acusavam o peso dos 34 anos de idade. Ainda assim, e uma vez mais, a qualidade da chapa Japonesa dessa época permitiu que não se degradassem assim tanto, principalmente quando vemos o resto da oxidação que o carro tinha na frente e parte inferior.

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O processo foi novamente o de lavagem e desoxidação antes da pintura. Neste caso optei uma vez mais por usar a magnífica tinta da Luxens (marca própria do Leroy Merlin), que se pode comprar em spray e que pode ser dada em cima da ferrugem. Apesar das instruções referirem que a mesma pode ser aplicada em cima da ferrugem, eu não recomendo e tento limpar sempre as peças ao máximo. Não só nos livramos de eventual óxido solto (ou prestes a soltar-se) como também do pó de ferrugem e claro, o acabamento visual acaba por ser bastante superior (mais liso). Por isso recomendo que se limpem sempre as peças com catrabucha (no meu caso de berbequim) e que se desengordurem muito bem antes de pintar.

Esta tinta tem outra particularidade muito importante no que toca a isolar óxidos. A ferrugem resulta da oxidação do material ferroso e surge sempre de dentro para fora. É por isso muito importante que se isolem bem os pontos oxidados (depois de bem limpos), pois é este isolamento que impedirá o oxigénio de entrar novamente em contacto com o metal e que se gere a consequente (re)oxidação. O facto desta tinta ser grossa, acaba por deixar uma camada bastante resistente e que faz esta função muito bem. O ideal é dar pelo menos duas camadas neste tipo de peças.

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MATERIAL USADO NESTA REPARAÇÃO:
Catrabucha Wolfcraft (Leroy Merlin): Escova para berbequim - Ferramentas | Leroy Merlin
Desoxidante Oxirite Xylazel (Leroy Merlin): Removedor de ferrugem - Tintas e drogaria | Leroy Merlin
Tinta Luxens Spray (Leroy Merlin): Spray anti-ferrugem - Tintas e drogaria | Leroy Merlin
 
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Clássico
Ainda na senda de um restauro total dos pára-choques. Os apoios das corrediças laterais encontravam-se em péssimo estado, mas recuperáveis.
Estes apoios ainda existem à venda por exemplo em UK e não são caros. Mas eu preferi meter mãos à obra, restaurá-los eu mesmo e mesmo assim ainda ficaram mais baratos do que os novos.
Quanto à satisfação pessoal de sermos nós a restaurar, creio que não preciso de falar nisso aos membros deste fórum, certo? :)

Comecei por desmontar todos os apoios e de seguida perfurar os rebites que fixavam as corrediças plásticas, aos apoios de chapa. Alguns rebites deram luta a furar, mas vocês sabem como são as brocas da treta.
De seguida a operação dividiu-se em duas partes: Primeiro a lavagem e revitalização das corrediças plásticas e depois a desoxidação e pintura dos apoios em chapa.

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De seguida iniciámos o processo de lavagem e revitalização dos plásticos. Começo sempre por deixar os plásticos de molho em água com oxiaction em pó durante 24 horas. Não se iludam com lavagens rápidas debaixo de água corrente e esfregadelas com detergente. O plástico é composto por poros microscópios, e quando se tratam de peças com sujidade de 3 décadas como estas, é preciso ficarem de molho para que água amoleça a sujidade nestes poros. Se querem um resultado eficaz, deixem de molho 24H e esfreguem (com escova de dentes dura ou média) apenas quando esse prazo terminar.

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A segunda fase no restauro destes plásticos é a revitalização dos mesmos. Podíamos rebitá-los assim como estão, já limpos e secos. No entanto para um trabalho bem feito e duradouro, há que revitalizar os plásticos com um bom produto. E aqui meus amigos não sejam forretas. O melhor produto para esta função é o Perl da CarPro. É caro, mas imbatível e incomparável! Para além disso pode ser diluído (embora neste caso tenha aplicado a 1:1) e ser usado em todo o carro, principalmente nos interiores, tablier, borrachas, etc. Outra vantagem deste produto é que tem alto rendimento, pois uma pequena quantidade num pano micro-fibras, dá para revitalizar muitas peças.

O Perl é composto por nano polímeros de silicone, que vão penetrar nos poros microscópios do plástico e com isso hidratar o mesmo. O resultado não é apenas no aspecto mas também na elasticidade ganha pelo plástico velho ou ressequido e consequentemente a durabilidade do mesmo. Em peças muito ressequidas convém aplicar duas de mão.

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Nos apoios de chapa, o processo passou por limpeza com catrabucha, desoxidação com o Xylazel e pintura com tinta antiferrugem da Luxens.
Aqui também não precisamos de um acabamento liso na pintura, pelo que são visíveis as marcas da trincha na aplicação do Xylazel. Mas é preferível assim, pois apliquei uma boa camada de forma a que as peças se aguentem sem oxidação por mais 3 décadas (no mínimo :p).
No final foi tudo novamente rebitado com rebites de alumínio.

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MATERIAL USADO NESTA REPARAÇÃO:
Catrabucha Wolfcraft (Leroy Merlin): Escova para berbequim - Ferramentas | Leroy Merlin
Desoxidante Oxirite Xylazel (Leroy Merlin): Removedor de ferrugem - Tintas e drogaria | Leroy Merlin
Tinta Luxens Spray (Leroy Merlin): https://www.leroymerlin.pt/Produtos/Tintas-e-drogaria/Sprays/WPR_REF_82992589
CarPro Perl (Loja do Detalhe): CarPro Perl concentrado 500ml | Ao melhor preço - a loja do detalhe
Rebites alumínio 4 mm: 100 rebites - Ferramentas | Leroy Merlin
 
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Parabens pela dedicaçao, jà tive um Bluebird dourado , neste caso um 2.0D SLX o ano não me recorda mas penso que deveria ser de 89 carro espartano e grande para a família , com uma mala enorme.
 
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Miguel L. Catarino

Veterano
Premium
Que atenção ao detalhe!
Uma sugestão: Usar um primário anti corrosivo e conversor apenas para remover a ferrugem. depois remover tudo. A tectane tem um primário (chama-se primário zarcão). Adotei este método agora e estou satisfeito (fiz também o estudo de compatibilidades com tintas)
Ainda na senda de um restauro total dos pára-choques. Os apoios das corrediças laterais encontravam-se em péssimo estado, mas recuperáveis.
Estes apoios ainda existem à venda por exemplo em UK e não são caros. Mas eu preferi meter mãos à obra, restaurá-los eu mesmo e mesmo assim ainda ficaram mais baratos do que os novos.
Quanto à satisfação pessoal de sermos nós a restaurar, creio que não preciso de falar nisso aos membros deste fórum, certo? :)

Comecei por desmontar todos os apoios e de seguida perfurar os rebites que fixavam as corrediças plásticas, aos apoios de chapa. Alguns rebites deram luta a furar, mas vocês sabem como são as brocas da treta.
De seguida a operação dividiu-se em duas partes: Primeiro a lavagem e revitalização das corrediças plásticas e depois a desoxidação e pintura dos apoios em chapa.

Ver anexo 1250619
Ver anexo 1250620
Ver anexo 1250621
Ver anexo 1250622
Ver anexo 1250623
Ver anexo 1250624
Ver anexo 1250625
Ver anexo 1250626

De seguida iniciámos o processo de lavagem e revitalização dos plásticos. Começo sempre por deixar os plásticos de molho em água com oxiaction em pó durante 24 horas. Não se iludam com lavagens rápidas debaixo de água corrente e esfregadelas com detergente. O plástico é composto por poros microscópios, e quando se tratam de peças com sujidade de 3 décadas como estas, é preciso ficarem de molho para que água amoleça a sujidade nestes poros. Se querem um resultado eficaz, deixem de molho 24H e esfreguem (com escova de dentes dura ou média) apenas quando esse prazo terminar.

Ver anexo 1250627
Ver anexo 1250628
Ver anexo 1250629
Ver anexo 1250630
Ver anexo 1250631
Ver anexo 1250632

A segunda fase no restauro destes plásticos é a revitalização dos mesmos. Podíamos rebitá-los assim como estão, já limpos e secos. No entanto para um trabalho bem feito e duradouro, há que revitalizar os plásticos com um bom produto. E aqui meus amigos não sejam forretas. O melhor produto para esta função é o Perl da CarPro. É caro, mas imbatível e incomparável! Para além disso pode ser diluído (embora neste caso tenha aplicado a 1:1) e ser usado em todo o carro, principalmente nos interiores, tablier, borrachas, etc. Outra vantagem deste produto é que tem alto rendimento, pois uma pequena quantidade num pano micro-fibras, dá para revitalizar muitas peças.

O Perl é composto por nano polímeros de silicone, que vão penetrar nos poros microscópios do plástico e com isso hidratar o mesmo. O resultado não é apenas no aspecto mas também na elasticidade ganha pelo plástico velho ou ressequido e consequentemente a durabilidade do mesmo. Em peças muito ressequidas convém aplicar duas de mão.

Ver anexo 1250633
Ver anexo 1250634
Ver anexo 1250635

Nos apoios de chapa, o processo passou por limpeza com catrabucha, desoxidação com o Xylazel e pintura com tinta antiferrugem da Luxens.
Aqui também não precisamos de um acabamento liso na pintura, pelo que são visíveis as marcas da trincha na aplicação do Xylazel. Mas é preferível assim, pois apliquei uma boa camada de forma a que as peças se aguentem sem oxidação por mais 3 décadas (no mínimo :p).
No final foi tudo novamente rebitado com rebites de alumínio.

Ver anexo 1250636
Ver anexo 1250637
Ver anexo 1250638
Ver anexo 1250639
Ver anexo 1250641
Ver anexo 1250640
Ver anexo 1250642
Ver anexo 1250643

MATERIAL USADO NESTA REPARAÇÃO:
Catrabucha Wolfcraft (Leroy Merlin): Escova para berbequim - Ferramentas | Leroy Merlin
Desoxidante Oxirite Xylazel (Leroy Merlin): Removedor de ferrugem - Tintas e drogaria | Leroy Merlin
Tinta Luxens Spray (Leroy Merlin): https://www.leroymerlin.pt/Produtos/Tintas-e-drogaria/Sprays/WPR_REF_82992589
CarPro Perl (Loja do Detalhe): CarPro Perl concentrado 500ml | Ao melhor preço - a loja do detalhe
Rebites alumínio 4 mm: 100 rebites - Ferramentas | Leroy Merlin
 
OP
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Pedro Gil

Pedro Gil

Clássico
Parabens pela dedicaçao, jà tive um Bluebird dourado , neste caso um 2.0D SLX o ano não me recorda mas penso que deveria ser de 89 carro espartano e grande para a família , com uma mala enorme.
Muito bom. Sabe a matrícula e o paradeiro? Eu tenho compilado todas as matriculas de Bluebird em PT que chegam ao meu conhecimento, assim seria mais uma. :)
Que atenção ao detalhe!
Uma sugestão: Usar um primário anti corrosivo e conversor apenas para remover a ferrugem. depois remover tudo. A tectane tem um primário (chama-se primário zarcão). Adotei este método agora e estou satisfeito (fiz também o estudo de compatibilidades com tintas)
Obrigado pela recomendação, vou investigar esse produto.
Excelente trabalho!! Estou a adorar!
Obrigado Jorge, é um prazer poder detalhar aqui todos os passos deste projecto.
 
OP
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Pedro Gil

Pedro Gil

Clássico
A 25 de Abril começámos a reparar os guarda lamas.
Os guardas lamas tinham ambos algumas mossas e um deles uma raspadela significativa. Mas alguns de vocês já sabem como é, aquilo que achamos que vai ser simples, acaba por tornar-se em várias horas ou dias de trabalho!

Uma peripécia deste dia foi não termos levado martelos indicados para este tipo de trabalho. Não somos chapeiros, mas o meu pai tem alguns martelos mais apropriados do que aqueles que existiam no local onde temos o carro (longe de casa). Por isso não se admirem de verem alguns martelos de pedreiro nas fotos. :lol:

Outra novidade, face à primeira metade dos anos 90 em que mexíamos mais em reparações deste tipo, foi o facto de agora haver primário branco. Obviamente faz mais sentido em cores claras, uma vez que implica maior facilidade de cobrimento de tinta na pintura final.

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Mais tarde, o desafio de pintar um carro fora de estufa!
Sem pressão negativa, sem temperatura ambiente adequada, com um compressor de 8 litros e uma pistola de 15€, foi claramente exigir muito do pintor (o meu pai) mas o resultado final foi bastante satisfatório. Apenas uma casca de laranja ligeira, mas nada que lixa 2000 ou 1000 e uma boa massa de polir de corte não resolvam.

Para aqueles que necessitem de pintar nestas condições e que não saibam, deixo algumas dicas. Neste caso tentámos molhar o chão o máximo possível, no sentido de não levantar eventuais partículas, pós, etc. E aquecemos a chapa com uma pistola de calor que depois também serviu para dar uma primeira secagem mais rápida.

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