Gostava de partilhar convosco alguns carrinhos da minha coleção, que, não sendo nada de especial, tem de ser valorizada de outra forma. Deixo por isso algumas notas sobre os fabricantes de miniaturas que existiam no mundo pré-globalização, onde havia espaço para todos. Eu gosto da globalização, é a ela que devemos as excelentes miniaturas da Altaya a 10 euros, mas pelo meio perdemos muito fabricantes locais (a fazer carros muito sofríveis).
Os franceses Majorette têm características específicas para serem brincados como uma suspensão à custa de um arame contra o qual as rodas são pressionadas (o que os torna mais elevados) e alguma peça móvel (no caso deste Peugeot 604 é o capot).
Os Hot Wheels, representados aqui por um Ford Escort, têm outra abordagem para se constituirem como um bom brinquedo: a robustez das peças, sem partes móveis, que permite rolarem maiores distâncias que os outros carrinhos. O público alvo são as crianças mas muitas vezes os modelos em vez dos mais óbvios e mais reproduzidos são automóveis alvos de culto e portanto uma piscadela de olho aos pais...
Criada nos anos 70 a Bburago começou por ter uma linha de miniaturas 1:24 mais virada para os adolescentes, representando a gama presente no mercado europeu da altura, com algumas versões mais apimentadas, como este Opel Ascona. Hoje são quase impossíveis de encontrar, mas eu se tivesse oportunidade eram estes carrinhos a prioridade da minha coleção.
Houve várias marcas de miniaturas espanholas, que fizeram sobretudo Seats de todas as formas e feitios, e são hoje impossíveis de encontrar fora de Espanha. Tenho este Ronda, da Guisval, porque é meu desde pequeno.
Em Portugal houve a Poliguri, que fez uma meia-dúzia de modelos (com várias versões), sendo um deles este Mercedes W124 Taxi. A miniatura está muito bem conseguida, mas a tinta é uma porcaria, ainda há pouco tempo abri este e já está cheio de falhas, os eixos não conseguem manter as rodas na posição correta e a peça de plástico translúcida não parece encaixar bem. Um problema do departamento de qualidade. Aliás, da falta de departamento de qualidade.
Do Reino Unido veio a Corgi, que já não é do meu tempo, e fez miniaturas sem grande qualidade, mas representativas do mercado britânico da altura, como este Range Rover, aqui numa versão usada pela polícia local:
Já a Matchbox distingue-se pela qualidade das suas miniaturas que, sendo para ser usadas como brinquedos, têm um muito bom acabamento, como prova este Rover Sterling (que as torna mais caras que os Hot Wheels, razão pela qual desapareceram do território nacional).
Tendo percebido que não conseguiam competir pelo preço mais baixo, vários fabricantes, como a francesa Solido, que fez este ZX, ao longo dos anos 90 passaram a direcionar as suas miniaturas mais para os adultos, ao adicionarem mais detalhes (muitas vezes a moldes já existentes).
Este Classe G, da Realtoy, é do tempo em que na China estavam a começar as hostilidades que culminariam no absoluto domínio do mercados das miniaturas (e do resto) na atualidade, e fim de quase todos os outros fabricantes de miniaturas.
Já este BMW E36 à escala 1:18, da Maisto, é muito mais convincente a mostrar que os chineses conseguem ser muito bons e muito baratos.
Também tenho Altayas, e é aí que vou meter o meu dinheiro de futuro. Considero que a vertente museológica já foi suficientemente explorada (a exceção são os primeiros 1:24 da BBurago...).
Os franceses Majorette têm características específicas para serem brincados como uma suspensão à custa de um arame contra o qual as rodas são pressionadas (o que os torna mais elevados) e alguma peça móvel (no caso deste Peugeot 604 é o capot).
Os Hot Wheels, representados aqui por um Ford Escort, têm outra abordagem para se constituirem como um bom brinquedo: a robustez das peças, sem partes móveis, que permite rolarem maiores distâncias que os outros carrinhos. O público alvo são as crianças mas muitas vezes os modelos em vez dos mais óbvios e mais reproduzidos são automóveis alvos de culto e portanto uma piscadela de olho aos pais...
Criada nos anos 70 a Bburago começou por ter uma linha de miniaturas 1:24 mais virada para os adolescentes, representando a gama presente no mercado europeu da altura, com algumas versões mais apimentadas, como este Opel Ascona. Hoje são quase impossíveis de encontrar, mas eu se tivesse oportunidade eram estes carrinhos a prioridade da minha coleção.
Houve várias marcas de miniaturas espanholas, que fizeram sobretudo Seats de todas as formas e feitios, e são hoje impossíveis de encontrar fora de Espanha. Tenho este Ronda, da Guisval, porque é meu desde pequeno.
Em Portugal houve a Poliguri, que fez uma meia-dúzia de modelos (com várias versões), sendo um deles este Mercedes W124 Taxi. A miniatura está muito bem conseguida, mas a tinta é uma porcaria, ainda há pouco tempo abri este e já está cheio de falhas, os eixos não conseguem manter as rodas na posição correta e a peça de plástico translúcida não parece encaixar bem. Um problema do departamento de qualidade. Aliás, da falta de departamento de qualidade.
Do Reino Unido veio a Corgi, que já não é do meu tempo, e fez miniaturas sem grande qualidade, mas representativas do mercado britânico da altura, como este Range Rover, aqui numa versão usada pela polícia local:
Já a Matchbox distingue-se pela qualidade das suas miniaturas que, sendo para ser usadas como brinquedos, têm um muito bom acabamento, como prova este Rover Sterling (que as torna mais caras que os Hot Wheels, razão pela qual desapareceram do território nacional).
Tendo percebido que não conseguiam competir pelo preço mais baixo, vários fabricantes, como a francesa Solido, que fez este ZX, ao longo dos anos 90 passaram a direcionar as suas miniaturas mais para os adultos, ao adicionarem mais detalhes (muitas vezes a moldes já existentes).
Este Classe G, da Realtoy, é do tempo em que na China estavam a começar as hostilidades que culminariam no absoluto domínio do mercados das miniaturas (e do resto) na atualidade, e fim de quase todos os outros fabricantes de miniaturas.
Já este BMW E36 à escala 1:18, da Maisto, é muito mais convincente a mostrar que os chineses conseguem ser muito bons e muito baratos.
Também tenho Altayas, e é aí que vou meter o meu dinheiro de futuro. Considero que a vertente museológica já foi suficientemente explorada (a exceção são os primeiros 1:24 da BBurago...).