Abílio Teixeira Gomes
Veterano
Acompanhar este DB é um anti-stress natural.
Eu já pintei algumas coisas com o spray "cromado" da MOTIP, que se encontra na norauto, roady, aki, e alguns grandes supermercados. O truque do spray é dar várias camadas finas, com 3-4h de intervalo, e depois deixar a secar bem durante 24-48h. Quanto mais camadas (3,4,5), melhor fica. Mas... nunca fica bem igual ao cromado. Fica um prateado algo brilhante, mas não é cromado. Mas também é melhor do que amarelo...
Estes diários continuam a ser tão bons quanto uma bela sandes de presunto… Eu sei, que raio de analogia! Mas adoro presunto! Quase tanto, como gosto de carros clássicos... Eh Eh Eh
Relativamente aos aros, existe uma página no Facebook que se dedica à recuperação de manómetros, sobretudo de Vespas, penso eu! E acredite caro amigo, já lá vi bem piores… Poderia ser interessante contactá-los para saber se poderiam ajudar de alguma forma
O link que eu falo…:
Conta km Antigos - Reparações e restauros
Óh @Santos António, nem parece teu!
Então como é que os mecânicos do século XXI trabalham? YouTube.
De certeza que tem lá um tutorial.
Para quem mandou vir uma bicha da Índia e a consegui contorcer no chassis dum jipe, retirar umas "argolitas" é como quem limpa o rabinho a meninos
Não te preocupes, ontem em Fafe muitos beberam por ti, é provável que até tenham antecipado o centenárioO Elefante Branco completou as suas 52 primaveras (...) esqueci de beber 52 minis...
Ah, peripécias há muitas. Tenho é que me sentar a contá-las, e isso é que está difícil. Até já me esqueci de algumas, o que contraria completamente o espírito do DB...Parabéns pelos 52 aninhos. Então e essas peripécias contadas na 3a pessoa?
Peço desculpa pelo "panegírico". A palavra que eu queria era "eulogy", mas não fui capaz de me lembrar de uma tradução melhor.Se eu soubesse que isto era apenas um diário de bordo de um cortina, atualizado uma vez por ano, provavelmente nem chegava a clicar no título, mas só pelo facto de saber que tenho aqui a oportunidade de aprender o significado de "panegírico" já me deixa em pulgas cada vez que me aparece na lista de tópicos atualizados.
Por momentos, a manhã de segunda feira até foi agradável, enquanto andei a passear pelos anos 80 a ouvir buzinas a ar a tocar "La Cucaracha"
Volte mais vezes
Spin-off
Acabei de ver um episódio de uma série de que gosto muito. Chama-se The Grand Tour e é a continuação de outra série de que gosto muito que se chama Top Gear. É, supostamente, um programa sobre carros, só que nem por isso. Há carros, claro, mas é um programa de entretenimento.
Acontece que hoje, sem que eu o suspeitasse, o programa começou com um panegírico ao Ford Mondeo. Parece que vão acabar com ele. Fiquei curioso, até porque tenho um Ford Mondeo, e nem é o primeiro, portanto foi com redobrado interesse que me entretive, durante o jantar, a ver o programa.
Quando eu pensava que iam falar do Ford Mondeo, eis que o programa começa com um Ford Cortina. O MK1. Daí para a frente sucederam-se o MK2 (que me toca especialmente) o Mk3, o Sierra e finalmente o Mondeo.
Já algumas pessoas mencionaram neste Diário de Bordo (uso a palavra “diário” no sentido lato) que os meus pobres relatos lhes transmitiram as sensações que tiveram no seu percurso de utilizadores/proprietários de carros clássicos. Foi isso exactamente que eu senti ao ver este programa: as memórias e sensações relatadas foram semelhantes ao que eu me recordo de ter sentido ao longo da vida, no que respeita a Fords, e particularmente Fords Cortina. Se me é permitido, vou relembrá-las.
O primeiro Cortina de que me lembro foi um MK1. Eu devia ter por volta de 5 anos e quando visitava os meus avós, sucedia por vezes que um conhecido do meu avô aparecia no seu Ford Cortina MK1 bordeaux. Era uma ocasião notável quando o Sr. Amílcar parava o seu bólide, deixava que eu me sentasse atrás do volante e admirasse o longo capot e usasse a sua característica mais marcante e que até hoje me deixa saudades: tocar a buzina. Atenção, que esta buzina nada tinha de ordinário! Por essa altura o meu avô tinha um Mercedes 180, tipo “fogareiro” cuja buzina, eléctrica, sobreviveu o carro por diversos veículos e ainda esteve instalada no meu 205, 20 e tal anos mais tarde (e que saudades tenho dela, também) pelo que de buzinas estávamos bem servidos. Contudo a buzina do Sr. Amílcar era especial: uma buzina a ar que tocava “La Cucaracha”, alto e bom som, e que passava ainda menos despercebida que a do Mercedes. E era ponto alto das minhas visitas a casa dos avós tocar a buzina do Cortina, quando o Sr. Amílcar visitava, ainda que isso sucedesse raramente.
E foi esse o primeiro Cortina de que lembro. Depois desse veio o Bem Feitinho de que já falei aqui (vide preâmbulo, se tiverdes curiosidade e paciência), e mais tarde o Cortina MK3 do meu pai, no qual conduzi pela primeira vez depois de encartado. Era um XL, castanho com tejadilho de vinil, e um capot loooongo que lhe dava ar de carro americano. Lembro-me que um dia o meu pai foi à escola tratar de algum assunto (nada que tivesse a ver comigo, que fui sempre um menino exemplar e nunca me meti em confusões) e eu que estava numa sala de aula do 1º andar ouvia os meus colegas comentar: “ena ca ganda carro”. E eu, claro, a aproveitar o ensejo para chamar o meu pai cá de cima e dizer-lhe adeus, para que todos soubessem a quem pertencia o “ganda carro”. Nada que não faça hoje com o Elefante Branco… No programa o James May explica bem a importância de ser um XL, embora o que contasse naquela altura era olhar para dentro do carro e ver até que número ia o velocímetro. 220, no Cortina Mk3! Ena pá, anda tanto como um Porsche! Descobri muitos anos mais tarde que o do meu pai era até algo especial, porque tinha apenas dois faróis à frente, rectangulares, quando o normal era serem redondos. Como este, mas mais castanho.
Depois veio o Sierra (de acordo com o programa. Os Cortina MK4 e 5 também não me dizem muito). Sierras nunca tive nenhum, mas lembro-me bem que na altura os achava espectaculares. Aquelas linhas arredondadas, sem arestas, pareciam-me, na altura, futuristas. As minhas memórias de Sierra resumem-se a dois episódios avulsos que se contam num ápice.
O primeiro foi numa daquelas autobahns sem limite de velocidade, pelos anos 80, quando eu, ao volante de um potente Peugeot 305 ultrapassava vigorosamente um camião e atingia a velocidade quase supersónica de 140Km/h quase fui atropelado por um Ford Sierra que teve que travar muito forte atrás de mim enquanto eu terminava a minha supersónica ultrapassagem. Mal retomei a faixa da direita, passou com tal velocidade que até o 305 abanou (o que, convenhamos, não era difícil). Mas atrás desse Sierra veio outro Sierra, que mal o primeiro acabou de me abanar e retomou a faixa da direita, passou por ele com tal velocidade que até o pobre abanou. Eu não dei por nada porque ainda estava a oscilar da primeira ultrapassagem.
A outra memória é mais recente. Um amigo meu, que gostava de automóveis, tinha um filho que era apreciador e entusiasta. Entre os carros desse entusiasta contavam-se um Jaguar XJ220, um Ferrari F40 e um McLaren F1. Até aqui nada de especial, mas o seu carro do dia-a-dia era um Ford Sierra Cosworth, o que sempre me deixou a pensar que, se podia escolher praticamente qualquer carro, o Sierra deve ser também especial. Um dia talvez troque o Cortina por um.
Depois vem o Mondeo, motivo de todo este desperdício de tempo. Comprei o Mondeo, não pelos seus predicados ou por ser entusiasta da Ford (a não ser que seja um Mustang ou um GT40), mas porque não podia (ou queria) pagar muito mais por um BMW ou Audi, como o comum dos mortais. A verdade é que nunca me arrependi. Serviu-me fielmente ao longo de 300000 Km, confortável qb e económico para um carro daquele tamanho. Sobretudo nunca me deu grandes despesas, a não ser pastilhas de travão, uma embraiagem e vários tubos do intercooler. E isso foi motivo para, com 340000 km o vender antes que começasse a avariar. Estou morto de curiosidade para saber se alguma vez avariou, depois disso, mas nunca seberei. Em todo o caso, foi a fiabilidade e economia que me levaram a trocá-lo por outro Mondeo, o qual espero que não me venha a desiludir.
Os srs do Grand Tour são grandes entusiastas do Mondeo, o que é estranho porque geralmente não são grandes entusiastas de nada com menos de 600cv. Tão entusiastas que disseram quanto ao fim da sua produção:
“The Mondeo was never fancy, or spectacular. It never won Le Mans, it was never awarded a Nobel Prize, it didn’t write “The Grapes of Wrath”. It was just your mate, someone you enjoyed going to the pub with. But when someone fancy or spectacular, like, say, Mick Jagger dies, it will be sad. But when your mate dies, that, is heartbreaking.”
Um dia perceberei se é o Mondeo ou Elefante Branco o Mick Jagger.
PS: A parte dos Cortinas, se alguém quiser ver: