Pode, e neste caso diz também sobre o valor do carro. Não faz regra para carros em geral, Alfa Romeo em particular. Precisei há pouco tempo de substituir os farolins interiores do lado da tampa da mala do meu 166 porque era das poucas coisas que visualmente me aborreciam num carro absolutamente imaculado. A lente das luzes de marcha atrás tende com o tempo a ficar branca. Encontrei usado igual à novo em Espanha ambos os farolins a um valor absurdamente obsceno para um carro que não tem valor comercial.
Dou-te outro exemplo que reflecte o mesmo, de forma ainda mais expressiva e para um carro que já tem valor comercial. Os farolins para um Spider S4. Réplicas de original, porque original virtualmente já não existem. Uma obscenidade maior ainda. Tive a sorte à custa das mãos de um belíssimo artesão de recuperar a óptica que tinha com um pequeno canto quebrado, ficando com as duas originais de acordo com o que pretendia. Isto para dizer, que tanto para um caso como para o outro, e um mais do que outro, a política de produção de peças da Alfa Romeo é uma catástrofe que é tão má, que para um conjunto de tapetes de uma 159 sw, carro de...agora (!!), tive que os mandar fazer iguais aos originais fora porque já não se encontram na marca.
Ora, não encontrar uma haste de pisca de um Giulietta SS, é algo normal que se compreende. Não encontrar farolins de um carro de nicho cuja produção cessou em 1992 não é bom. Não encontrar peças para um "youngtimer", perdão pelo anglicanismo irritante, é mau. Não encontrar peças para um carro que deixou de ser produzido em 2005 é muito mau. Não encontrar peças para um carro actual... é péssimo.
Vou à BMW buscar peças novas na secção respectiva do revendedor aqui do lado quando quero para um banalíssimo E36 coupé. Tudo.
Dito isto, mal não está o preço de quem hoje tem material para vender e a marca não oferece. Está sobretudo na marca em não garantir uma franquia de peças capaz de responder ao parque que vendeu e a um ciclo pelo menos normal de produto. Mas como a marca funciona hoje, são outros quinhentos do problema genérico do sistema-paese italiano, e mais ainda do funcionamento operacional da marca há anos, ela própria ou em Portugal, cujo símbolo pelo menos ficou a soldo de um conjunto de incompetentes e ignorantes...