Eduardo Tomas
Veterano
Boas, portalistas.
Como alguns viram no DB recente - e concentrado - que abri há cerca de 2 meses, infelizmente despistei-me com o meu 33 1.3 VL. No entanto, tristezas não pagam dívidas, magoei-me pouco e rapidamente pensei que o meu tempo com estes carros ainda não tinha acabado.
Como nos últimos tempos me andava a queixar dos consumos, queria um IE, mas não queria um carro que andasse menos do que o meu, logo teria de ser o 1.5. O AC era outra coisa que me fazia falta e fazia questão que o carro a comprar tivesse. Pelo meio, tive dúvidas; ponderei diferentes carros que nada tinham a ver uns com os outros, até ao dia em que apareceu o anúncio do meu carro.
Tratava-se de um Alfa Romeo 33 1.5 IE com 187900 kms, de 1993. Por fora, chamou-me a atenção o facto de estar direito e com a pintura em aparente bom estado. Preferia que tivesse aileron, mas por outro lado gostei da cor. Por dentro a pele mostrava precisar de cuidados a médio prazo. Face ao meu, tinha tecto de abrir, faróis de nevoeiro, AC, pára-choques pintados, luzes para os pés e as jantes de 14" de origem (averbadas no livrete).
Quando o fui ver, claro que o exterior não estava imaculado como aparentava nas fotos, mas ainda assim os defeitos são aceitáveis para a idade e preço.
No interior, foi o cheiro da pele a cativar-me de imediato. A nível de problemas, saltaram à vista o conta-rpm estragado (a contar muito mal), o vidro do condutor inoperacional, a prateleira do tablier algo solta do lado do passageiro e a cobertura do travão de mão guardada no porta-luvas (desencaixada ou partida).
Antes de ligar, verifiquei os fluidos - em vez de anticongelante tinha só água da toneira (ou destilada), mas menos ferrugem do que o outro quando comprei. O óleo havia sido trocado 1000 kms antes, estava cor de mel...e ligeiramente acima do máximo.
Dei à chave, com o ponteiro da temperatura cá em baixo, e o carro pegou ao fim de 2 ou 3 voltas de motor de arranque. O trabalhar estava certinho, sem se ver movimento sequer no compartimento do motor. Chamou-me logo a atenção um ligeiro silvo da correia do alternador (que entretanto já não noto) e algum barulho da bomba da DA, cujo óleo se viu estar a nível mas absolutamente preto.
Depois de um bocado a analisar o fumo de escape e o compartimento do motor em busca de alguma coisa fora do normal, arranquei para o test-drive. Boas impressões: o motor mostrava ser notoriamente mais forte em regimes baixos face ao meu antigo 1.3 VL. O escape estava no limite do bom gosto, para mim, com o catalisador solto a ajudar a um ronco nada discreto.
A caixa mostrou estar pelo menos ao nível da outra, com menos 110 000 kms e a embraiagem, apesar de algo mais pesada e a pegar ainda mais em cima, estava OK. Os travões pareceram logo piores e o carro pareceu-me significativamente mais saltitão.
Não havia muito mais a ver e eu, a menos que alguma grande surpresa estivesse à espreita, já me tinha decidido a ficar com o carro. Isto condicionou logo a negociação, mas o valor proposto já era perfeitamente justo.
Fez mais de 300 kms até casa, sem ameaçar deixar-me a pé, apesar de alguns problemas que foram-se tornando cada vez mais óbvios. Ficam duas fotos em andamento:
Face ao meu ex 33, os 110 000 kms a mais notam-se numa batida que sinto na direcção em desaceleração, a velocidades mais altas, vinda da roda do condutor, na travagem fraca e a puxar para o meio da estrada e nos amortecedores da frente, que parecem estar mortos. Há já uma longa lista de peças, cuidados e euros para aos poucos ir pondo este carro completamente operacional e com o melhor aspecto possível.
Resta-me agradecer à minha namorada pela paciência, pelo entusiasmo, pela companhia e pelas fotos, e também a dois amigos de Lisboa que facilitaram muito a logística da compra, apoiaram a decisão e, não sendo especiais entusiastas de clássicos, gostam de carros em geral. Ah, claro, e às vossas palavras no outro diário de bordo.
Bem hajam.
Como alguns viram no DB recente - e concentrado - que abri há cerca de 2 meses, infelizmente despistei-me com o meu 33 1.3 VL. No entanto, tristezas não pagam dívidas, magoei-me pouco e rapidamente pensei que o meu tempo com estes carros ainda não tinha acabado.
Como nos últimos tempos me andava a queixar dos consumos, queria um IE, mas não queria um carro que andasse menos do que o meu, logo teria de ser o 1.5. O AC era outra coisa que me fazia falta e fazia questão que o carro a comprar tivesse. Pelo meio, tive dúvidas; ponderei diferentes carros que nada tinham a ver uns com os outros, até ao dia em que apareceu o anúncio do meu carro.
Tratava-se de um Alfa Romeo 33 1.5 IE com 187900 kms, de 1993. Por fora, chamou-me a atenção o facto de estar direito e com a pintura em aparente bom estado. Preferia que tivesse aileron, mas por outro lado gostei da cor. Por dentro a pele mostrava precisar de cuidados a médio prazo. Face ao meu, tinha tecto de abrir, faróis de nevoeiro, AC, pára-choques pintados, luzes para os pés e as jantes de 14" de origem (averbadas no livrete).
Quando o fui ver, claro que o exterior não estava imaculado como aparentava nas fotos, mas ainda assim os defeitos são aceitáveis para a idade e preço.
No interior, foi o cheiro da pele a cativar-me de imediato. A nível de problemas, saltaram à vista o conta-rpm estragado (a contar muito mal), o vidro do condutor inoperacional, a prateleira do tablier algo solta do lado do passageiro e a cobertura do travão de mão guardada no porta-luvas (desencaixada ou partida).
Antes de ligar, verifiquei os fluidos - em vez de anticongelante tinha só água da toneira (ou destilada), mas menos ferrugem do que o outro quando comprei. O óleo havia sido trocado 1000 kms antes, estava cor de mel...e ligeiramente acima do máximo.
Dei à chave, com o ponteiro da temperatura cá em baixo, e o carro pegou ao fim de 2 ou 3 voltas de motor de arranque. O trabalhar estava certinho, sem se ver movimento sequer no compartimento do motor. Chamou-me logo a atenção um ligeiro silvo da correia do alternador (que entretanto já não noto) e algum barulho da bomba da DA, cujo óleo se viu estar a nível mas absolutamente preto.
Depois de um bocado a analisar o fumo de escape e o compartimento do motor em busca de alguma coisa fora do normal, arranquei para o test-drive. Boas impressões: o motor mostrava ser notoriamente mais forte em regimes baixos face ao meu antigo 1.3 VL. O escape estava no limite do bom gosto, para mim, com o catalisador solto a ajudar a um ronco nada discreto.
A caixa mostrou estar pelo menos ao nível da outra, com menos 110 000 kms e a embraiagem, apesar de algo mais pesada e a pegar ainda mais em cima, estava OK. Os travões pareceram logo piores e o carro pareceu-me significativamente mais saltitão.
Não havia muito mais a ver e eu, a menos que alguma grande surpresa estivesse à espreita, já me tinha decidido a ficar com o carro. Isto condicionou logo a negociação, mas o valor proposto já era perfeitamente justo.
Fez mais de 300 kms até casa, sem ameaçar deixar-me a pé, apesar de alguns problemas que foram-se tornando cada vez mais óbvios. Ficam duas fotos em andamento:
Face ao meu ex 33, os 110 000 kms a mais notam-se numa batida que sinto na direcção em desaceleração, a velocidades mais altas, vinda da roda do condutor, na travagem fraca e a puxar para o meio da estrada e nos amortecedores da frente, que parecem estar mortos. Há já uma longa lista de peças, cuidados e euros para aos poucos ir pondo este carro completamente operacional e com o melhor aspecto possível.
Resta-me agradecer à minha namorada pela paciência, pelo entusiasmo, pela companhia e pelas fotos, e também a dois amigos de Lisboa que facilitaram muito a logística da compra, apoiaram a decisão e, não sendo especiais entusiastas de clássicos, gostam de carros em geral. Ah, claro, e às vossas palavras no outro diário de bordo.
Bem hajam.
Anexos
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DSC_0171_zpsmyajlalz.jpg180.1 KB · Vistos: 386
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foto%20interior_zps3e6nqcmc.jpg26.4 KB · Vistos: 386
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