Quem celebra?
A comemoração não é para mim. Eu parei de envelhecer aos 25, vai fazer 3 anos em Outubro. Segundo, o meu grau de narcisismo não chegou ao ponto de escrever uma história sobre o meu próprio aniversário. Na verdade, há 39 anos atrás, faltavam ainda 11 para eu nascer.
Felizmente, a internet diz-me que aconteceu muita coisa em 1979:
No Mundo:
-Os Pink Floyd lançam um dos melhores álbuns da história, o The Wall.
-Curiosamente, o Mickael Jackson lança o quase homónimo Off the Wall
-Os ABBA lançam o Voulez-Vous, despoletando o segundo Baby boom.
-Pela primeira vez que há registo, neva no deserto do Sahara.
-O Papa João Paulo II é o primeiro a visitar um país comunista, a Polónia, sua terra natal.
-O Trivial Pursuit é lançado, e é inventada a desavença familiar.
-Estreia o Regresso do Super Homem.
-É lançado o Walkman, emergindo os primeiros hipsters da era moderna.
-Margaret Thatcher, a “Dama de Ferro”, é eleita primeira ministra no Reino Unido.
-O McDonald’s lança o Happy Meal, e consigo cria o conceito de obesidade infantil.
Entretanto, em Portugal:
-Manuela Bravo leva “Sobe sobe, balão sobe” ao festival da Eurovisão, ficando atrás de uma canção Israelita quase tão má como a de 2018.
-Estreia o filme “Amor de perdição” (Não vi, foi a minha mãe que me contou).
-O Futebol Clube do Porto ganha o campeonato nacional por 1 golo (Costa)
frente ao Benfica no Estádio das Antas.
-Nasce o Correio da Manhã.
-Logo de seguida, é criado o SNS, Serviço Nacional de Saúde.
-Primeira emissão da Rádio Comercial, provavelmente apresentada em brasileiro.
*-Nasce Carlos Teixeira, ilustre cidadão e pautado fotógrafo português.
-A 8 de Agosto o meu Corolla KE20 é produzido na linha de montagem da Salvador Caetano em Ovar, por um senhor de bigode, ali depois do almoço, naquela hora da morrinha.
Pano de fundo
Estas fotos foram tiradas no passado feriado do 25 de Abril, numa viagem pelo Gerês com os meus bons amigos Tiago Lima, Francisco Frutuoso e Miguel Freitas. Foi o primeiro verdadeiro passeio de lazer com amigos que o Corolla fez, e apesar da 2ª panela de escape não ter sobrevivido aos declives da serra, prova que uma viagem dá sempre melhores fotos quando vais de Clássico.
Amigos, para quem não está a par, passei estes dois últimos meses na índia em trabalho, e achei boa ideia escrever sobre esta história no meu blog, respeitando o tema do mesmo.
A batalha
Conduzir em Nova Delhi é uma batalha que só se vence por atrito.
Recentemente a Índia ultrapassou a França e é neste momento a 6ª maior potência económica do mundo.
Sem querer elaborar, imagino que a abundância de vias de comunicação, a qualidade das infraestruturas rodoviárias e a velocidade a que elas permitem a circulação de pessoas, mercadorias e ideias sejam determinantes nestes rankings.
Não na Índia.
Na Índia não se chega rápido a lado nenhum. O pára-arranca ainda é a regra e não a excepção reservada às horas de ponta. Exemplifiquemos: O hotel onde me encontro, situa-se a sensivelmente 2 km dos escritórios para onde tenho que me deslocar diariamente. Apesar de ser norma partir do hotel pelas 9h15 da manhã, fazer os 2000 metros até ao destino já demorou entre 15min a 2h. Esta janela de tempo é influenciada por seis factores diferentes, alguns deles de natureza humana, outros não.
Sinceramente ainda não sei. Estou a levar o restauro do KE20 de forma bastante calma e espaçada. Provavelmente antes de voltar a fazer a EN2 gostava de fazer uma diferente. Quando sentir que o carro está pronto, quando houver orçamento, e quando a Classe 738 coordenar os dias de férias
Amigos, para quem não está a par, passei estes dois últimos meses na índia em trabalho, e achei boa ideia escrever sobre esta história no meu blog, respeitando o tema do mesmo.
A batalha
Conduzir em Nova Delhi é uma batalha que só se vence por atrito.
Recentemente a Índia ultrapassou a França e é neste momento a 6ª maior potência económica do mundo.
Sem querer elaborar, imagino que a abundância de vias de comunicação, a qualidade das infraestruturas rodoviárias e a velocidade a que elas permitem a circulação de pessoas, mercadorias e ideias sejam determinantes nestes rankings.
Não na Índia.
Na Índia não se chega rápido a lado nenhum. O pára-arranca ainda é a regra e não a excepção reservada às horas de ponta. Exemplifiquemos: O hotel onde me encontro, situa-se a sensivelmente 2 km dos escritórios para onde tenho que me deslocar diariamente. Apesar de ser norma partir do hotel pelas 9h15 da manhã, fazer os 2000 metros até ao destino já demorou entre 15min a 2h. Esta janela de tempo é influenciada por seis factores diferentes, alguns deles de natureza humana, outros não.
(Este texto tem continuação no blog)
Este e outros episódios, assim como todas as fotos podem ser vistas no local do costume, o Tu Precisas de um Clássico.
Está delicioso. Fez-me recuar uns anos e avançar várias milhas para Oriente.
A Índia foi o país de maiores contrastes que já conheci e apesar de tudo o que se possa ver, cheirar e sentir, creio que poucas experiências nos marcam tanto quanto percorrer os seus quilómetros.
É realmente imprevisível o que se pode encontrar nas ruas e estradas, no meio de tanta gente, veículos e animais. E quando parece que nada mais nos conseguirá surpreender... eis que nos enganamos novamente. É o verdadeiro sentido da expressão "caos" que, curiosamente, não impede que a vida siga o seu curso normal.
Não conheço outro país no mundo que tenha uma fotografia em cada esquina.
Deixo aqui algumas que julgo ilustrarem bem o que está dito no blog (tiradas na estrada entre Agra e Jaipur). E para que não seja totalmente off-topic, fica aqui um dos vários Hindustan Ambassador ainda ao serviço.
Pensei que iria ver bem mais Hindustan. Em 2 meses, vi no máximo uns 3 ou 4. Atualmente os táxis e Uber foram todos substituidos por Suzukis, Toyotas ou Hondas. Pode ter sido um factor...
Está delicioso. Fez-me recuar uns anos e avançar várias milhas para Oriente.
A Índia foi o país de maiores contrastes que já conheci e apesar de tudo o que se possa ver, cheirar e sentir, creio que poucas experiências nos marcam tanto quanto percorrer os seus quilómetros.
É realmente imprevisível o que se pode encontrar nas ruas e estradas, no meio de tanta gente, veículos e animais. E quando parece que nada mais nos conseguirá surpreender... eis que nos enganamos novamente. É o verdadeiro sentido da expressão "caos" que, curiosamente, não impede que a vida siga o seu curso normal.
Não conheço outro país no mundo que tenha uma fotografia em cada esquina.
Deixo aqui algumas que julgo ilustrarem bem o que está dito no blog (tiradas na estrada entre Agra e Jaipur). E para que não seja totalmente off-topic, fica aqui um dos vários Hindustan Ambassador ainda ao serviço. Ver anexo 1121785
Partilhamos da mesma impressão Concordo com tudo o que disseste.
Como já afirmei no meu emprego, voltaria à India com todo o gosto no futuro.
Eu estava a "morar" em Delhi, portanto pude fazer a estrada que liga a capital a Jaipur, e a que liga a Agra. Até Agra fui pela Expressway, semelhante a uma das nossas autoestradas, mas com o limite de 100km/h. Até Jaipur foi bem mais doloroso. 4h30 para fazer 240km é obra.
Nos próximos dias vou libertar a 4ª parte da história, e quero fazer um especial sobre Goa, um dos melhores episódios da minha visita à Índia.
Partilhamos da mesma impressão Concordo com tudo o que disseste.
Como já afirmei no meu emprego, voltaria à India com todo o gosto no futuro.
Eu estava a "morar" em Delhi, portanto pude fazer a estrada que liga a capital a Jaipur, e a que liga a Agra. Até Agra fui pela Expressway, semelhante a uma das nossas autoestradas, mas com o limite de 100km/h. Até Jaipur foi bem mais doloroso. 4h30 para fazer 240km é obra.
Nos próximos dias vou libertar a 4ª parte da história, e quero fazer um especial sobre Goa, um dos melhores episódios da minha visita à Índia.
Excelente, fico a aguardar o relato de Goa. Não tive a oportunidade de conhecer pois tinha só duas semanas de viagem e resolvi seguir mais para norte e atravessar o Nepal.
Se achava que o trânsito na Índia era mau... mudei de ideias quando cheguei ao Nepal.
Apesar de ser um país fabuloso a rede de infra-estruturas é muitíssimo deficitária. Julgo que a rede ferroviária não tem sequer 100km de extensão e não existem auto-estradas, pelo que qualquer travessia do país se faz através de sinuosas, congestionadas e danificadas estradas nacionais que serpenteiam a cauda dos Himalaias.
A estrada que liga as duas principais cidades - Kathmandu e Pokhara - um desafio de cerca de 6h para fazer menos de 200km...
Precisamente há um ano atrás, troquei os trinta graus de um Portugal soalheiro pelo frio e chuva das Terras de sua majestade. O motivo teria que ser muito bom: Ser voluntário no The Goodwood Revival, o maior festival de carros clássicos e históricos do mundo.
Dia 0 - Quinta-Feira
Este texto começa pela sua conclusão: Se te consideras um fã de automóveis clássicos, vais ter que ir a Goodwood. Se abdicarias facimente das torradas e galão por um prato de salsichas e bacon, vais ter que ir a Goodwood. Se a tua pele é impermeável e não tens medo do frio, vais ter que ir a Goodwood. Mais importante que tudo, se o formato da tua cabeça é compatível com uma boina, vais ter que ir a Goodwood.
O Prólogo
Quinta-feira, 7 de Setembro de 2017, Porto, Aeroporto Sá Carneiro, temperatura agradável e sol convidativo a um passeio. Eu, limpo e seco, de boa saúde, bem alimentado e confortável. Que bem que começou este dia. Mas nem tudo correria bem, a começar pelos dois ataques epiléticos a bordo do voo que me levou até ao Reino Unido. Quando finalmente o avião desceu das nuvens, olhei para o céu e pensei para mim mesmo: "Troquei 30º de sol em Portugal por isto?" Ao que consta, voltaria a repetir esta frase várias vezes durante o fim de semana, num tom cada vez mais degradado e furioso.
O aeroporto eleito para a aterragem foi Gatwick. À data da viagem, não era a opção mais barata para aterrar na ilha, mas foi uma aposta mais segura. Dali a Chichester (leia-se “tshi-tshes-ter”) era apenas uma hora-e-meia de comboio direto, o que é bom quando o viajante tem tendência para se perder com facilidade. Ainda a 3km da herdade de Lord March, já era possível sentir uma azáfama invulgar para aquela pequena vila, mais tarde explicada por um dos taxistas: “Goodwood is in town, and everybody here benefits from it”, disse-me ele. Não duvidei. Afinal de contas, ano após ano, todos os quartos de hotel nas redondezas esgotam meses antes do evento.
Com os pés em Goodwood
Ao fim de quatro parágrafos de texto, enfim que meto os pés no (por enquanto) relvado do recinto de Goodwood. Sensação estranha, confesso, principalmente depois de incontáveis horas a ver os vídeos e a acompanhar os diretos das provas. A mesma sensação de ver uma temporada inteira de Shark Tank Portugal na televisão, e ao estar em frente ao júri, aceitar que a nossa percepção do espaço varia consoante a experiência que vivemos num dado lugar. No caso de Goodwood, foi boa. Não posso dizer o mesmo dos estúdios da SIC.
“Is that a satellite dish? Do you plan on watching Goodwood from TV?”
Perguntou-me um senhor muito bem-disposto quando me dirigi ao check-in de voluntários, reparando na tenda gigante em forma de antena de satélite que trazia às costas. O sentido de humor britânico é reconhecido mundialmente, e este foi só um de muitos exemplos durante o fim de semana. Ao contrário da minha recente viagem à Índia, no Reino Unido faço-me passar facilmente por um local, como se o meu nome verdadeiro fosse James e a minha naturalidade fosse britânica. Quando contava a alguém que na mesma manhã estivera a 2000 quilómetros de distância a apanhar sol e calor, uma de duas reações era garantida: A de entusiasmo, por verem alguém de “tão longe” a voluntariar-se. A segunda, uma expressão de profunda tristeza, como quem antecipa um “Pobre coitado, onde te foste meter”.
O Museu do Caramulo é um lugar mágico.
Todos os anos, nos últimos dias de um verão que está de saida, milhares de pessoas trocam as praias por uma peregrinação à serra para prestar homenagem e participar no festival de clássicos, que é sem sombra de dúvidas, o melhor e mais bonito de Portugal. O Caramulo Motorfestival.
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