Das coisas que mais me fascinam no fabrico dos automóveis são as artimanhas que os construtores usam para evitar a maquinação de novos moldes quando querem atualizar uma carroçaria.
Às vezes como resposta à má recetividade de um modelo ousado, como o Fiat Múltipla:
É espantoso o contraste entre a frente reta e a carroçaria excecionalmente curvilínia.
Outras vezes para fazer uma atualização sem gastar muito dinheiro:
A falta de harmonização neste Dacia 1310 deve-se também por o Renault 12 ter partilhado com outros Renaults da época uma inflexão na linha de cintura para vidros laterais verticais. Outros carros contemporâneos, como o Volvo 140, o Saab 99 e o Peugeot 504, tinham linhas mais neutras, por isso a sua evolução fez-se sem tanto impacto.
Um exemplo levado ao extremo foi quando a Volkswagen do Brasil decidiu meter um motor arrefecido a água na pão de forma:
Não houve o mínimo esforço em disfarçar ou integrar a grelha na emblemática carroçaria.
Mesmo fora de mercados emergentes houve marcas como a Lotus que foram obrigadas a rentabilizar os seus moldes:
O Lotus Excel apresenta com completo desplante a junção da lateral com a capota da forma mais inusitada possível, graças ao uso de um painel com um remate curvo do início dos anos 70 num carro reto dos anos 80.
Um modelo muito mais comum é o Ford Escort, que sofreu um restyling (nunca o verbo foi tão bem aplicado) em 1995 para se aproximar das linhas mais arredondadas da altura.
As alterações concretizaram-se num pára-choques que não tem nada a ver com o resto do carro (e deixa os frisos laterais sem nenhuma continuidade) e faróis que nada têm a ver com os piscas. A comunidade tuning não faria melhor.
Outras vezes não é uma questão de tempo, mas de espaço. Em 1968 as station wagon eram vistas como carros de trabalho, e as marcas premium não as faziam. Por isso a Volvo não terá querido arriscar demais num produto que não era tão convencional como hoje e aproveitou as portas do sedan para a carrinha:
Bastante irritante o preenchimento da folga entre as portas e a carroçaria (ou será que até dá mais encanto à carrinha?)
Estes são os exemplos que me lembrei de quando as coisas correram mal. Também já houve muitos restylings exemplares, que com pouco investimento deram nova vida a modelos antigos. No entanto as opiniões raramente são consensuais, por isso depende do gosto de cada um. Conhecem mais casos de carroçarias com painéis metidos a martelo?
Às vezes como resposta à má recetividade de um modelo ousado, como o Fiat Múltipla:
É espantoso o contraste entre a frente reta e a carroçaria excecionalmente curvilínia.
Outras vezes para fazer uma atualização sem gastar muito dinheiro:
A falta de harmonização neste Dacia 1310 deve-se também por o Renault 12 ter partilhado com outros Renaults da época uma inflexão na linha de cintura para vidros laterais verticais. Outros carros contemporâneos, como o Volvo 140, o Saab 99 e o Peugeot 504, tinham linhas mais neutras, por isso a sua evolução fez-se sem tanto impacto.
Um exemplo levado ao extremo foi quando a Volkswagen do Brasil decidiu meter um motor arrefecido a água na pão de forma:
Não houve o mínimo esforço em disfarçar ou integrar a grelha na emblemática carroçaria.
Mesmo fora de mercados emergentes houve marcas como a Lotus que foram obrigadas a rentabilizar os seus moldes:
O Lotus Excel apresenta com completo desplante a junção da lateral com a capota da forma mais inusitada possível, graças ao uso de um painel com um remate curvo do início dos anos 70 num carro reto dos anos 80.
Um modelo muito mais comum é o Ford Escort, que sofreu um restyling (nunca o verbo foi tão bem aplicado) em 1995 para se aproximar das linhas mais arredondadas da altura.
As alterações concretizaram-se num pára-choques que não tem nada a ver com o resto do carro (e deixa os frisos laterais sem nenhuma continuidade) e faróis que nada têm a ver com os piscas. A comunidade tuning não faria melhor.
Outras vezes não é uma questão de tempo, mas de espaço. Em 1968 as station wagon eram vistas como carros de trabalho, e as marcas premium não as faziam. Por isso a Volvo não terá querido arriscar demais num produto que não era tão convencional como hoje e aproveitou as portas do sedan para a carrinha:
Bastante irritante o preenchimento da folga entre as portas e a carroçaria (ou será que até dá mais encanto à carrinha?)
Estes são os exemplos que me lembrei de quando as coisas correram mal. Também já houve muitos restylings exemplares, que com pouco investimento deram nova vida a modelos antigos. No entanto as opiniões raramente são consensuais, por isso depende do gosto de cada um. Conhecem mais casos de carroçarias com painéis metidos a martelo?
Anexos
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5-fiat-multipla-2004-8.jpg173.6 KB · Vistos: 288
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1971-1976_Renault_12_TL_sedan_(27026711250).jpg108.9 KB · Vistos: 288
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dacia-1410-seriess-20214.jpg303.6 KB · Vistos: 287
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800px-Lotus_Eclat_London.jpg88.1 KB · Vistos: 286
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1984 Lotus Excel - yellow -sVl-.jpg90.2 KB · Vistos: 287
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Ford Escort Ghia (1).jpg47.3 KB · Vistos: 285
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$_86.JPG106.3 KB · Vistos: 285
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Fiat-Multipla-186.jpg68 KB · Vistos: 288
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photos_volvo_140-series_1973_1.jpg374.1 KB · Vistos: 286
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legends-and-legacies-volvo-144-3.jpg234.4 KB · Vistos: 285
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84105080_1.jpg94.4 KB · Vistos: 288
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82705637_1.jpg74.1 KB · Vistos: 286
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