Cá vai mais um... e este é grande!
Cadillac DeVille Covertible de 1970 do Sr. José Teixeira, conduzido em Setembro de 2011.
Ver anexo 1085267
O dono deste carro é o pai do portalista Ricardo Teixeira e aluga vários clássicos para eventos.
Normalmente ele conduz. Se forem alugados vários, pede ajuda a amigos. Neste caso precisava de mais gente e pediu ao Nuno Andrade. Como o Nuno não podia, encaminhou-o para mim. E eu tive a sorte de poder.
Primeiro, uns dias antes, fui experimentar o carro para me habituar e depois, no dia do evento, deixei o Fiat Ritmo na Póvoa e vim numa caravana até ao Porto. Este Cadillac era o mais novo dos 5 carros do grupo.
Para quem normalmente conduzia um Fiat Ritmo e sobretudo um Fiat Panda, conduzir este carro implica uma reaprendizagem de quase tudo.
Comparando o incomparável.
O Panda tem 3,38 m de comprimento. Essa é praticamente a distância entre eixos deste Cadillac.
O Panda tem 770 centímetros cúbicos. O Cadillac tem 7700. 10 vezes mais.
O Panda tem 34 cv. O Cadillac anuncia 375. 11 vezes mais
O Panda tem 57 Nm de binário. O Cadillac cerca de 700. 12 vezes mais.
Ah! A caixa do filtro de ar quase que dava para guardar o pneu suplente do Panda lá dentro.
Ver anexo 1085265
Apesar de tudo, é um carro fácil de conduzir no seu habitat natural: a estrada aberta.
Mas o "evento" era transportar uns franciús entre o Palácio da Bolsa e as caves de Vinho do Porto, do outro lado do Rio.
Conduzir este monstro na Ribeira e nas ruelas da zona das caves é como manobrar uma caixa gigante de esferovite no meio de uma loja de cristais atulhada. Fica sempre a sensação que não há espaço. Felizmente à minha frente ia outro Cadillac - um Fleetwood de 1959 - que tem o mesmo comprimento e mais 1 cm de largura. Se esse passava, o que eu conduzia também passava.
A condução em cidade não tem história, tirando a facilidade que é conduzir um carro de caixa automática, com direcção assistida um binário sempre pronto e um longo etc.
Giro foi que o evento acabou perto das 16h15 e eu trabalhava das 17h às 19h. Ou seja, não tinha tempo de ir à Póvoa trocar de carro, como já tinha previsto. Incrivelmente, o Sr. Teixeira disse para eu levar o carro.
Ainda fui a casa trocar de roupa e, à saída, o meu irmão mais novo fez este vídeo.
Ao chegar ao local, estaciono calmamente, fecho a capota eléctrica e quando me ia a encaminhar para trabalhar, ao passar atrás do carro reparo que estou a meio da faixa de rodagem. Tinha mais de 1 metro de Cadillac na estrada. O lugar tem cerca de 4,5 m e este menino crescido mede 5,7 m. Lá entrei e ajustei a coisa. Ocupou 3 lugares, mas teve de ser.
A melhor parte foi o regresso à Póvoa.
É para este tipo de viagens que este carro foi feito. Estradas largas e com pouco trânsito.
É uma delícia ir a 55 Mph na A28 de capota aberta quase sem sentir o vento nem ouvir o motor. (Calma, continuo a preferir ir a 50 ou 60 km/h numa estrada de montanha num 124 Spider a ouvir todo um cagaçal de motor e vento...)
O episódio mais "giro" foi quando ia calmamente a 60 mph (96 km/h) a meio da ultrapassagem a um camião e um palhaço com um 320D se cola na traseira a dar sinais de luzes.
Usando uma das lições de Sr. Teixeira, provoco o
kick down da caixa e o resultado é estonteante. Não é o pontapé de um turbo ou a força repentina de um
bialbero italiano... é uma espécie de mão gigante que empurra todo o carro para a frente com um vigor impressionante. Em menos do que demora a contar, já o Cadillac estava a passar para lá das 80 Mph (façam as contas, excepto se forem agentes da autoridade). Nessa altura o BMW encolheu de repente no retrovisor, não sei porquê. Tadinho...
Destaque negativo: não é meu; e transmite poucas sensações da estrada para o meu gosto. Se fosse o destaque negativo eram os consumos e o facto de precisar de um armazém para o estacionar.
Destaque positivo: a imponência do carro, o nível incrível de equipamento para um carro de 1970, o conforto e o V8 colossal que está debaixo do capot.
Ver anexo 1085266
P.S. Desculpem ter escrito tanto, mas esta foi uma experiência de condução bastante diferente de todas as outras que tive antes e depois.