Frascofilia & Garrafas

João A.B.Brito

Clássico
boa tarde
caro senhor Daury das magnificas garrafas que nos apresenta a unica em que de momento lhe posso
fornecer alguma informação util é a da Ramos Pinto e sobre a companhia que sobre a garrafa sabe tanto quanto eu
Adriano Ramos Pinto pintor discipulo do escultor Soares dos Reis em finais do século XIX pelas dificuldades normais em viver da arte dividia o seu tempo entre a academia de belas artes do Porto e um emprego como guarda livros na firma exportadora de vinho do Porto Sandman e terá sido esse mesmo emprego que o terá levado a perceber as grandes oportunidades económicas existentes no sector o que o levou a fundar a sua própria companhia em 1890 tendo começado por adquirir algumas quintas o que lhe permitia controlar a qualidade dos seus vinhos desde as uvas ao engarrafamento mas aquilo em que mais se destacou foi na inovação das técnicas de marketing em que elevou a publicidade à qualidade de arte ao contratar alguns dos melhores pintores da época para elaborarem os cartazes usados nas campanhas publicitarias e rótulos das garrafas a cuja a apresentação dava grande importancia em 1896
deu sociedade a seu irmão António Ramos Pinto que ficou encarregue da parte administrativa ficando a seu cargo a comercialização dos vinhos que sendo exportados um pouco para todo o mundo tiveram no Brasil o seu maior mercado de exportação onde ao fim de poucos anos dominava o mercado a ponto de cerca de metade do vinho do porto vendido no Brasil ser da marca Ramos Pinto
deixo-vos uma foto do senhor Adriano uma dos armazéns da firma e dois magnificos cartazes publicitários
Ver anexo 329353 Ver anexo 329357 Ver anexo 329355 Ver anexo 329354



cumprimentos
Antonio Arruda






Boa tarde

Deixo mais estas imagens retiradas do livro "Portugal Século XX".

Cumprimentos
João Barroca DSC07742.JPG DSC07747.JPG DSC07746.JPG DSC07743.JPG DSC07742.JPG DSC07747.JPG DSC07746.JPG DSC07743.JPG
 

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Amaro Pereira

Clássico
Boa noite.

As garrafas a seguir são muito semelhantes, seja quanto ao formato, a capacidade e a técnica de fabricação.

Todas elas foram fabricadas em molde de três partes e possuem gargalos aplicados. E, como já disse, foram encontradas em um antigo depósito de lixo, cujos artefatos ali encontrados podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910.

A primeira, trata-se da garrafa de vinho do porto das que mais encontramos neste e em outros depósitos aqui no Brasil. Foi fabricada em vidro verde amarronzado escuro (black glass) e tem 29,5 cm de altura e 7,0 cm de diâmetro na base. Esta garrafa apresenta, na base, as seguintes inscrições em alto relevo circundando a figura heráldica, também em alto relevo, de um leão guardante (lion guardant): “ANTONIO DA ROCHA LEÃO PORTO”.

Ver anexo 329316

Ver anexo 329317

Ver anexo 329318

A segunda , em vidro verde, tem 30,0 cm, de altura e 7,0 cm de diâmetro na base. Apresenta as seguintes inscrições em alto revelo: a) circundando o ombro: “ADRIANO RAMOS PINTO PORTO”; b) circundando a base: “ADRIANO RAMOS PINTO”.

Ver anexo 329319

Ver anexo 329320

Ver anexo 329321

A última, em vidro verde bastante escuro (black glass), tem 30,3 cm de altura e 7,3 cm de diâmetro na base. Não apresenta inscrições relativas ao produto envasado mas traz na base a letra maiúscula “P”, indicando, pelo que aprendi neste tópico, a fabrica de vidros de Pataias. Aliás, esta garrafa, como mostram as imagens abaixo, é muito semelhante a uma outra mostrada pelo senhor Amaro Pereira na página 77 (primeira da esquerda para a direita).

Ver anexo 329322

Ver anexo 329323

Ver anexo 329324

Alguém tem alguma informação adicional sobre essas garrafas?

Um fraterno abraço a todos.

Daury de Paula Júnior

Muito boa noite caro Daury Júnior

Gosto muito particularmente da garrafa de vinho do Porto da Empresa " António da Rocha Leão "

Saudações
Amaro Pereira
 
Boa noite a todos.

Muito obrigado pelos comentários e imagens. Até hoje os vinhos do Porto de Adriano Ramos Pinto são os mais vendidos aqui no Brasil.

A informação do senhor Antonio Arruda no sentido de que Adriano Ramos Pinto fundou a sua própria companhia apenas em 1890, talvez justifique porque no depósito de lixo que escavei as garrafas do vinho do Porto de Antonio da Rocha Leão sejam mais abundantes. É que a casa Antonio da Rocha Leão foi fundada em 1870, em Vila Nova de Gaia.

Em 1894, revelam os jornais brasileiros, o senhor Antonio da Rocha Leão já se preocupava com a falsificação dos seus produtos, como mostra o anúncio em anexo, publicado na edição de 13 de junho de 1896 do jornal paraibano "A União" (ano IV, n. 830, p. 4). Certamente pela mesma razão, em 1895 Antonio da Rocha Leão requereu e obteve o registro de suas marcas no Brasil (Diário Oficial da União de 16 de julho de 1895, Seção 1, p. 5723).

A União [Parahiba], ano IV, n. 830, 13.6.1896, p. 4 (recorte).JPG

Cumprimentos,

Daury de Paula Júnior
 

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    A União [Parahiba], ano IV, n. 830, 13.6.1896, p. 4 (recorte).JPG
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Prezado frascófilos.

Gostaria a aproveitar o painel para trocar algumas ideias, ainda que meramente empíricas, sobre o fabrico de certas garrafas bastante populares ou icônicas.

Trata-se da garrafa com a inscrição “PATENT” mostrada na página 134 pelo senhor Ricardo Bruno.

A princípio me parece que seja uma garrafa inglesa, pois a inscrição “PATENT” em alto relevo junto ao ombro indica que se trata de garrafa fabricada em um molde de três partes patenteado em 1821 por Henry Ricketts, um vidreiro de Bristol.

Conforme o “Historic Glass Bottle Identification & Information Website”, o molde patenteado por Henry Ricketts consistia em, pelo menos, cinco partes - duas partes opostas para fabricação do ombro, um molde de imersão para fabricação do corpo e uma placa de base removível (com duas partes - uma parte central fixa e uma arruela semelhante a um anel em torno dela), que poderia ser trocada para obter diferentes configurações de base e/ou diferentes gravações em relevo.

Esta placa, conhecida como slug plate, teria sido utilizada entre 1821 e 1853 (http://www.sha.org/bottle/bases.htm) ou até 1860 (http://dangilbert.tripod.com/index-2.html) por Henry Ricketts para gravar o nome de sua empresa: H. RICKETTS & CO. GLASS WORKS BRISTOL.

A dúvida que tenho é se todas as garrafas posteriores a 1860, onde o nome da empresa do senhor Ricketts não foi gravado na base, são de fabrico britânico; dos fornos da H. Ricketts & Co. Glass Works ou se outras fábricas fizeram uso do patente.

Chamo a atenção não só para a diversidade dos gargalos das garrafas mostradas abaixo, todas recolhidas no depósito de lixo que, como já lhes disse, contém garrafas produzidas entre 1885 e 1910, mas, também, para a pequenas diferença no formato dos ombro, pescoços e bases. A diferença nos gargalos poderia ser justificada pelo uso de alicates ou ferros de marisar diferentes e a diferença no formato?

Garrafa 1: 18,2 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

IMG_7459A.jpg

IMG_7461A.jpg

IMG_7475A.jpg

Garrafa 2: 18,7 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

IMG_7422A.jpg

IMG_7412A.JPG

IMG_7425A.jpg

Garrafa 3: 19,0 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

IMG_7434A.jpg

IMG_7437.JPG

IMG_7445A.jpg

Não sei as dimensões e o contexto histórico em que a garrafa mostrada pelo senhor Ricardo Bruno foi encontrada.

O que acham?

Abraços a todos,

Daury de Paula Júnior
 

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antonio arruda

Veterano
Prezado frascófilos.

Gostaria a aproveitar o painel para trocar algumas ideias, ainda que meramente empíricas, sobre o fabrico de certas garrafas bastante populares ou icônicas.

Trata-se da garrafa com a inscrição “PATENT” mostrada na página 134 pelo senhor Ricardo Bruno.

A princípio me parece que seja uma garrafa inglesa, pois a inscrição “PATENT” em alto relevo junto ao ombro indica que se trata de garrafa fabricada em um molde de três partes patenteado em 1821 por Henry Ricketts, um vidreiro de Bristol.

Conforme o “Historic Glass Bottle Identification & Information Website”, o molde patenteado por Henry Ricketts consistia em, pelo menos, cinco partes - duas partes opostas para fabricação do ombro, um molde de imersão para fabricação do corpo e uma placa de base removível (com duas partes - uma parte central fixa e uma arruela semelhante a um anel em torno dela), que poderia ser trocada para obter diferentes configurações de base e/ou diferentes gravações em relevo.

Esta placa, conhecida como slug plate, teria sido utilizada entre 1821 e 1853 (http://www.sha.org/bottle/bases.htm) ou até 1860 (http://dangilbert.tripod.com/index-2.html) por Henry Ricketts para gravar o nome de sua empresa: H. RICKETTS & CO. GLASS WORKS BRISTOL.

A dúvida que tenho é se todas as garrafas posteriores a 1860, onde o nome da empresa do senhor Ricketts não foi gravado na base, são de fabrico britânico; dos fornos da H. Ricketts & Co. Glass Works ou se outras fábricas fizeram uso do patente.

Chamo a atenção não só para a diversidade dos gargalos das garrafas mostradas abaixo, todas recolhidas no depósito de lixo que, como já lhes disse, contém garrafas produzidas entre 1885 e 1910, mas, também, para a pequenas diferença no formato dos ombro, pescoços e bases. A diferença nos gargalos poderia ser justificada pelo uso de alicates ou ferros de marisar diferentes e a diferença no formato?

Garrafa 1: 18,2 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329439

Ver anexo 329440

Ver anexo 329441

Garrafa 2: 18,7 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329442

Ver anexo 329443

Ver anexo 329444

Garrafa 3: 19,0 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329445

Ver anexo 329446

Ver anexo 329447

Não sei as dimensões e o contexto histórico em que a garrafa mostrada pelo senhor Ricardo Bruno foi encontrada.

O que acham?

Abraços a todos,

Daury de Paula Júnior
bom dia
senhor Daury o molde rickets foi pelo menos usado nos E. U. A e não é impossivel ter sido usado
em Portugal pese embora o facto do nosso conhecimento nesta matéria ser deplorável temos informação que indica que os moldes usados em Portugal até aos anos vinte do século vinte eram importados da Inglaterra
quanto as garrafas com a inscrição PATENT penso poder afirmar que são de origem Inglesa e contiveram um tipo de cerveja muito pouco popular fora da Inglaterra a ALE não sei onde o senhor Ricardo Bruno adquiriu a garrafa mas penso que provavelmente foi no Porto devido à forte presença
Inglesa na região
o senhor Daury fala no uso de pratos de inserção ( slug plate ) como sendo usadas no fundo das garrafas e pedindo que aceite as minhas humildes desculpas por estar a corrigi- lo as placas de inserção eram usadas em moldes de duas partes e sempre no corpo do molde nunca no ombro ou no fundo
slugplate.jpg deixo a imagem de uma placa de inserção imagem recolhida no Historic Glass Website
já mencionado pelo senhor Daury que sendo excelente em matéria de informação é por vezes um pouco confuso e requer confirmação em outras fontes
se estou neste momento a editar este comentário ao post do senhor Daury é porque ao rele-lo
tive uma epifania na qual realizei que a correcção que faço pode facilmente ser confundida com uma critica que de maneira nenhuma pretende ser até porque eu como qualquer outro membro do forum estou sujeito a postar informação menos correcta inadvertidamente em particular em questões do foro técnico relativas a moldes e garrafas antigas pois a informação é pouca e não será demais voltar dizer que muitas das vezes é confusa e de dificil interpretação alem disso muito aprecio a participação do senhor Daury pois através dela como da de outros membros do forum tenho tomado conhecimento de muitas garrafas que de outra maneira dificilmente viria a conhecer
mas o que me levou a corrigir aquilo que o senhor Daury disse é o pensar que aos colecionadores mais experientes cumpre o dever de mesmo sabendo que a informação técnica e histórica não tem o minimo interesse para a maioria dos membros deste forum postar a informação mais acurada que é possivel
mais uma vez peço desculpa ao senhor Daury e a todos mas continuarei a fazer intervenções
do género sempre que necessário e dentro do meu limitado conhecimento pelo menos até que quem de direito me faça saber que sou persona non grata no portal


cumprimentos
Antonio Arruda
 

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bom dia
senhor Daury o molde rickets foi pelo menos usado nos E. U. A e não é impossivel ter sido usado
em Portugal pese embora o facto do nosso conhecimento nesta matéria ser deplorável temos informação que indica que os moldes usados em Portugal até aos anos vinte do século vinte eram importados da Inglaterra
quanto as garrafas com a inscrição PATENT penso poder afirmar que são de origem Inglesa e contiveram um tipo de cerveja muito pouco popular fora da Inglaterra a ALE não sei onde o senhor Ricardo Bruno adquiriu a garrafa mas penso que provavelmente foi no Porto devido à forte presença
Inglesa na região
o senhor Daury fala no uso de pratos de inserção ( slug plate ) como sendo usadas no fundo das garrafas e pedindo que aceite as minhas humildes desculpas por estar a corrigi- lo as placas de inserção eram usadas em moldes de duas partes e sempre no corpo do molde nunca no ombro ou no fundo
Ver anexo 329448 deixo a imagem de uma placa de inserção imagem recolhida no Historic Glass Website
já mencionado pelo senhor Daury que sendo excelente em matéria de informação é por vezes um pouco confuso e requer confirmação em outras fontes

cumprimentos
Antonio Arruda

Boa tarde senhor Antonio Arruda,

As garrafas são de fato para o envase de cervejas do tipo Ale, embora o patente do senhor Henry Ricketts tenha sido usado também para fabricar garrafas para outros usos, como mostram as imagens abaixo extraídas da Internet (http://www.peachridgeglass.com/2012/09/civil-ewar-era-dyottville-embossed-cylinder-bottles/).

DyottvilleQts3.jpg

Por outro lado a descrição da patente do senhor Henry Ricketts fala exatamente do uso de pratos de inserção (slug plates) na base e não no corpo da garrafa como normalmente ocorre.

A descrição foi tradução minha do que consta do “Historic Glass Bottle Identification & Information Website” (http://www.sha.org/bottle/bases.htm) e desde logo me desculpo por algum erro, pois sou péssimo no inglês.

Dan Gilbert (http://dangilbert.tripod.com/index-2.html) explica o funcionamento do molde de outra forma:

It was in 1821 that the most important development in bottle making took place. It was in this year that Henry Ricketts patented the Ricketts 3 piece mold. This allowed the bottle to be blown in a consistent shape and size, something that is not possible with freeblown bottles. The bottle on the right was blown in a Ricketts mold. Note the symetrical shape of the bottle, this result would be consistent. This mold also allowed a slug plate to be added to the bottom of the mold, which was often used to emboss a company name. The picture on the left shows the bottom of the Ricketts bottle. Clearly embossed are the words "RICKETTS" and "BRISTOL". The name Ricketts continued to be on the bottom of his bottles until 1860. The advent of molds and the ability to emboss led to a wonderful period of bottle crafting during the 1800's.

Parece que a grande novidade do patente de Henry Ricketts era exatamente a possibilidade do uso de uma slug plate na base e não no corpo, como usual.

Grande abraço,

Daury de Paula Júnior
 

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Boa tarde a todos.

A partir deste post vou mostrar algumas garrafas “brasileiras” que se prestam como registro de um fato histórico.

Um dos critérios que utilizei para datar as garrafas oriundas do depósito de lixo sobre o qual já lhes falei é o fato de ele conter garrafas ou frascos de farmácia fabricados antes e depois da proclamação da república aqui no Brasil, que ocorreu em 15 de novembro de 1889.

Os vidros de remédio são marcadores interessantes porque, diferente de outras garrafas, como as de vinho ou as de genebra em grés, muito raramente eram reutilizados. Por outro lado o sítio que pesquisei, não permite a datação de artefatos pela profundidade do depósito (estratigrafia), pois se trata do lixo da cidade de Santos acumulado desde cerca de 1885, que foi removido do seu depósito de origem e utilizado para “aterrar” um alagadiço na cidade de Guarujá por volta de 1910.

A garrafa que lhes apresento é a mais interessante neste sentido, pois, com certeza, foi fabricada em dada muito próxima à da proclamação da república no Brasil.

Trata-se de uma garrafa para o envase exclusivo de “Água Inglesa Modificada” (um tipo de água de Inglaterra fabricada com vegetais da flora brasileira) com 20,2 cm de altura e 8,6 cm de diâmetro na base. Foi fabricada em molde duplo do tipo cup-bottom mold (molde de caneca), como mostram as cicatrizes do molde e seu gargalo é do tipo marisado (tooled finish). A base do tipo push-up ou kick-up base, com o “empurrão” feito pelo fundo do próprio molde, como já anotou o senhor Antonio Arruda. A base apresenta em alto relevo os números 5696, o que não me permitiu identificar o fabricante da garrafa.

IMG_7496A.jpg

IMG_7500A.jpg

A curiosidade está no fato de que o molde deve ter sido encomendado quando o Brasil ainda era uma monarquia, mas a garrafa fabricada logo após a proclamação da república, em 15 de novembro de 1889. É que, como é visível nas inscrições em alto relevo existentes no corpo da garrafa, a coroa imperial situada acima do brasão do Império do Brasil foi substituída por uma tosca e mal desenhada estrela, símbolo da República recém proclamada.

Vale notar que a estratégia de substituir a coroa imperial por uma estrela - melhor seria o barrete frígio -, foi utilizada inclusive em monumentos públicos, como mostra a fotografia abaixo, do frontispício do Forte de São Marcelo - ou Forte do Mar -, em Salvador, Bahia.

Forte de São Marcelo ou Forte do Mar, Salvador, BA.jpg

Saudações,

Daury de Paula Júnior
 

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Amaro Pereira

Clássico
Prezado frascófilos.

Gostaria a aproveitar o painel para trocar algumas ideias, ainda que meramente empíricas, sobre o fabrico de certas garrafas bastante populares ou icônicas.

Trata-se da garrafa com a inscrição “PATENT” mostrada na página 134 pelo senhor Ricardo Bruno.

A princípio me parece que seja uma garrafa inglesa, pois a inscrição “PATENT” em alto relevo junto ao ombro indica que se trata de garrafa fabricada em um molde de três partes patenteado em 1821 por Henry Ricketts, um vidreiro de Bristol.

Conforme o “Historic Glass Bottle Identification & Information Website”, o molde patenteado por Henry Ricketts consistia em, pelo menos, cinco partes - duas partes opostas para fabricação do ombro, um molde de imersão para fabricação do corpo e uma placa de base removível (com duas partes - uma parte central fixa e uma arruela semelhante a um anel em torno dela), que poderia ser trocada para obter diferentes configurações de base e/ou diferentes gravações em relevo.

Esta placa, conhecida como slug plate, teria sido utilizada entre 1821 e 1853 (http://www.sha.org/bottle/bases.htm) ou até 1860 (http://dangilbert.tripod.com/index-2.html) por Henry Ricketts para gravar o nome de sua empresa: H. RICKETTS & CO. GLASS WORKS BRISTOL.

A dúvida que tenho é se todas as garrafas posteriores a 1860, onde o nome da empresa do senhor Ricketts não foi gravado na base, são de fabrico britânico; dos fornos da H. Ricketts & Co. Glass Works ou se outras fábricas fizeram uso do patente.

Chamo a atenção não só para a diversidade dos gargalos das garrafas mostradas abaixo, todas recolhidas no depósito de lixo que, como já lhes disse, contém garrafas produzidas entre 1885 e 1910, mas, também, para a pequenas diferença no formato dos ombro, pescoços e bases. A diferença nos gargalos poderia ser justificada pelo uso de alicates ou ferros de marisar diferentes e a diferença no formato?

Garrafa 1: 18,2 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329439

Ver anexo 329440

Ver anexo 329441

Garrafa 2: 18,7 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329442

Ver anexo 329443

Ver anexo 329444

Garrafa 3: 19,0 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329445

Ver anexo 329446

Ver anexo 329447

Não sei as dimensões e o contexto histórico em que a garrafa mostrada pelo senhor Ricardo Bruno foi encontrada.

O que acham?

Abraços a todos,

Daury de Paula Júnior

Muito boa noite caro Daury de Paula Júnior

Em relação às garrafas " Patent " sugiro que visite este tópico na pagina 124, post nº 2461, onde apresento fotos detalhadas de uma garrafa desta referencia " Patent " garrafa supostamente de fabrico Inglês e adquirida no Porto.

Abraço
Amaro Pereira
 

antonio arruda

Veterano
Boa tarde senhor Antonio Arruda,

As garrafas são de fato para o envase de cervejas do tipo Ale, embora o patente do senhor Henry Ricketts tenha sido usado também para fabricar garrafas para outros usos, como mostram as imagens abaixo extraídas da Internet (http://www.peachridgeglass.com/2012/09/civil-ewar-era-dyottville-embossed-cylinder-bottles/).

Ver anexo 329455

Por outro lado a descrição da patente do senhor Henry Ricketts fala exatamente do uso de pratos de inserção (slug plates) na base e não no corpo da garrafa como normalmente ocorre.

A descrição foi tradução minha do que consta do “Historic Glass Bottle Identification & Information Website” (http://www.sha.org/bottle/bases.htm) e desde logo me desculpo por algum erro, pois sou péssimo no inglês.

Dan Gilbert (http://dangilbert.tripod.com/index-2.html) explica o funcionamento do molde de outra forma:

It was in 1821 that the most important development in bottle making took place. It was in this year that Henry Ricketts patented the Ricketts 3 piece mold. This allowed the bottle to be blown in a consistent shape and size, something that is not possible with freeblown bottles. The bottle on the right was blown in a Ricketts mold. Note the symetrical shape of the bottle, this result would be consistent. This mold also allowed a slug plate to be added to the bottom of the mold, which was often used to emboss a company name. The picture on the left shows the bottom of the Ricketts bottle. Clearly embossed are the words "RICKETTS" and "BRISTOL". The name Ricketts continued to be on the bottom of his bottles until 1860. The advent of molds and the ability to emboss led to a wonderful period of bottle crafting during the 1800's.

Parece que a grande novidade do patente de Henry Ricketts era exatamente a possibilidade do uso de uma slug plate na base e não no corpo, como usual.

Grande abraço,

Daury de Paula Júnior
boa noite
caro senhor Daury o trecho em Ingles que apresenta ilustra na perfeição aquilo que tenho pretendido dizer relativamente a informação confusa pois se o molde Ricketes foi de facto o primeiro a permitir a
a gravação nos fundos e o intercambio dos mesmos isso segundo a maioria dos especialistas na matéria não transforma os fundos em pratos de inserção por exemplo os fundos rotativos usados nos moldes de pasta (turn mold ) muito usados na Europa e que de certa forma cumpriam a mesma função
que os pratos de inserção que era permitir aos clientes ter uma garrafa com o nome da firma a um preço
mais baixo pois não tinham de pagar um molde completo mas apenas o fundo servindo um mesmo molde para vários nomes distintos não são segundo o senhor Bill Lindsey para citar apenas um de vários especialistas não são de modo nenhum pratos de inserção e este é apenas um dos muitos casos em que não existe consenso entre as várias fontes disponiveis fontes que muitas vezes são colecionadores como nós que sendo bem intencionados nos podem induzir em erro pelo que prefiro dar crédito a fontes mais seguras como o senhor Bill Lindsey e outras que não tendo problemas em revelar seria muito maçador enumerar aqui

cumprimentos
Antonio Arruda
 
boa noite
caro senhor Daury o trecho em Ingles que apresenta ilustra na perfeição aquilo que tenho pretendido dizer relativamente a informação confusa pois se o molde Ricketes foi de facto o primeiro a permitir a
a gravação nos fundos e o intercambio dos mesmos isso segundo a maioria dos especialistas na matéria não transforma os fundos em pratos de inserção por exemplo os fundos rotativos usados nos moldes de pasta (turn mold ) muito usados na Europa e que de certa forma cumpriam a mesma função
que os pratos de inserção que era permitir aos clientes ter uma garrafa com o nome da firma a um preço
mais baixo pois não tinham de pagar um molde completo mas apenas o fundo servindo um mesmo molde para vários nomes distintos não são segundo o senhor Bill Lindsey para citar apenas um de vários especialistas não são de modo nenhum pratos de inserção e este é apenas um dos muitos casos em que não existe consenso entre as várias fontes disponiveis fontes que muitas vezes são colecionadores como nós que sendo bem intencionados nos podem induzir em erro pelo que prefiro dar crédito a fontes mais seguras como o senhor Bill Lindsey e outras que não tendo problemas em revelar seria muito maçador enumerar aqui

cumprimentos
Antonio Arruda

Caro senhor Antonio,

Perdoe a minha ignorância e insistência. Pelo que pude entender, o molde patenteado pelo senhor Ricketts permitia inserir no fundo do molde de imersão utilizado para fazer o corpo da garrafa duas placas, uma necessariamente fixa, para conter o vidro ali soprado e que daria formato à base - daí, por exemplo, a diferença entre as bases das garrafas por mim exibidas -, e outra móvel, em forma de arruela, colocada sobre a primeira, que permitiria, a exemplo das placas de inserção usadas em moldes de duas partes, estampar, na base da garrafa, informações sobre o seu fabricante. Esta última placa, não se confundiria com um prato de inserção (slug plate), como, por exemplo, os fundos rotativos utilizados nos moldes de pasta (turn mold ).

Este meu entendimento está correto?

Obrigado,

Daury de Paula Júnior
 
Última edição:

antonio arruda

Veterano
Caro senhor Antonio,

Perdoe a minha ignorância e insistência. Pelo que pude entender, o molde patenteado pelo senhor Ricketts permitia inserir no fundo do molde de imersão utilizado para fazer o corpo da garrafa duas placas, uma necessariamente fixa, para conter o vidro ali soprado e que daria formato à base - daí, por exemplo, a diferença entre as bases das garrafas por mim exibidas -, e outra móvel, em forma de arruela, colocada sobre a primeira, que permitiria, a exemplo das placas de inserção usadas em moldes de duas partes, estampar, na base da garrafa, informações sobre o seu fabricante. Esta última placa, não se confundiria com um prato de inserção (slug plate), como, por exemplo, os fundos rotativos utilizados nos moldes de pasta (turn mold ).

Este meu entendimento está correto?

Obrigado,

Daury de Paula Júnior
boa tarde
senhor Daury duvido muito que seja ignorante em matéria de garrafas e o que eu estava a tentar demonstrar é que possivelmente se deixou levar por informação pouco correcta relativamente às arruélas usadas nos moldes ricketts que muito dificilmente podem ser consideradas como sendo placas de inserção que como bem sabe se apresentam em várias formas desde o rectangular redondo oval
e em forma de pedra tumular como a que apresentei no meu primeiro comentário ao seu pòst
o cometário que fiz ontem foi de facto um pouco confuso e pouco contribui -o para esclarecer a questão
que estamos a discutir de forma saudável e correcta pelo menos em minha opinião
o que pretendia demonstrar com o exemplo dos fundos intercambiaveis usados nos moldes de pasta
era que a despeito de estes cumprirem uma função identica aos pratos de inserção não são por isso eles próprios pratos de inserção
outra questão é que salvo erro meu o senhor apresenta as garrafas de ALE como tendo sido feitas em moldes ricketts não sendo impossivel que algumas o tenham sido não é com certeza o caso das que tem sido apresentadas aqui no portal que tendo sido feitas entre 1870 e 1890 ou até bastante mais tarde inicios do século XX o que as coloca fora do periodo em que os moldes ricketts foram usados 1814 - 1853 ( Jones 1983 - Boow 1991 ) acresce ainda o facto que se não todas a grande maioria das garrafas feitas em molde rikcetts apresentam uma marca de pontel de areia no fundo o que não acontece com as garrafas de ALE
para terminar resta esclarecer um pequeno pormenor relativo ao molde ricketts qu é o facto de este ser operado por um pedal que comandava a abertura e fecho do molde sendo esta a caracteristica mais inovadora que introduziu para alem do fundo amôvivel
deixo a imagem de um molde de três partes não ricketts que foi usado depois do desaparecimento do mesmo e é pelo menos muito semelhante ao que foi usado para soprar as garrafas de ALE entre muitos outros tipos de garrafas threepiecemold_small.jpg

cumprimentos
Antonio Arruda
 

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antonio arruda

Veterano
boa noite
apresento-vos uma garrafa que à primeira vista nada tem de especial e que pelo seu formato diria
que é uma garrafa de anis soprada à mão com um top nitidamente torneado não é muito antiga inicios do século XX mas tem a particularidade de ter sido feita num tipo de molde pouco comum ou seja um molde de três partes vertical isto é o corpo da garrafa apresenta três juntas distintas que se estendem na vertical
desde o fundo até meio do gargalo penso que só o padrão intrincado que cobre a maioria do corpo da garrafa deixando no que seria a frente um espaço oval para colocação do rotulo justificaria a criação de
um molde deste género Imagem 007.jpg Imagem 008.jpg
como não acredito que seja exemplar unico deixo o pedido a quem tiver garrafas do género ou de outros
modelos com três juntas verticais que faça o favor de nos dar conhecimento delas faço o mesmo pedido a quem tenha alguma informação sobre este tipo de moldes pois até agora não consegui encontrar nada sobre eles

cumprimentos
Antonio Arruda
 

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Amaro Pereira

Clássico
Prezado frascófilos.

Gostaria a aproveitar o painel para trocar algumas ideias, ainda que meramente empíricas, sobre o fabrico de certas garrafas bastante populares ou icônicas.

Trata-se da garrafa com a inscrição “PATENT” mostrada na página 134 pelo senhor Ricardo Bruno.

A princípio me parece que seja uma garrafa inglesa, pois a inscrição “PATENT” em alto relevo junto ao ombro indica que se trata de garrafa fabricada em um molde de três partes patenteado em 1821 por Henry Ricketts, um vidreiro de Bristol.

Conforme o “Historic Glass Bottle Identification & Information Website”, o molde patenteado por Henry Ricketts consistia em, pelo menos, cinco partes - duas partes opostas para fabricação do ombro, um molde de imersão para fabricação do corpo e uma placa de base removível (com duas partes - uma parte central fixa e uma arruela semelhante a um anel em torno dela), que poderia ser trocada para obter diferentes configurações de base e/ou diferentes gravações em relevo.

Esta placa, conhecida como slug plate, teria sido utilizada entre 1821 e 1853 (http://www.sha.org/bottle/bases.htm) ou até 1860 (http://dangilbert.tripod.com/index-2.html) por Henry Ricketts para gravar o nome de sua empresa: H. RICKETTS & CO. GLASS WORKS BRISTOL.

A dúvida que tenho é se todas as garrafas posteriores a 1860, onde o nome da empresa do senhor Ricketts não foi gravado na base, são de fabrico britânico; dos fornos da H. Ricketts & Co. Glass Works ou se outras fábricas fizeram uso do patente.

Chamo a atenção não só para a diversidade dos gargalos das garrafas mostradas abaixo, todas recolhidas no depósito de lixo que, como já lhes disse, contém garrafas produzidas entre 1885 e 1910, mas, também, para a pequenas diferença no formato dos ombro, pescoços e bases. A diferença nos gargalos poderia ser justificada pelo uso de alicates ou ferros de marisar diferentes e a diferença no formato?

Garrafa 1: 18,2 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329439

Ver anexo 329440

Ver anexo 329441

Garrafa 2: 18,7 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329442

Ver anexo 329443

Ver anexo 329444

Garrafa 3: 19,0 cm de altura e 7,5 cm de diâmetro na base.

Ver anexo 329445

Ver anexo 329446

Ver anexo 329447

Não sei as dimensões e o contexto histórico em que a garrafa mostrada pelo senhor Ricardo Bruno foi encontrada.

O que acham?

Abraços a todos,

Daury de Paula Júnior

Muito boa noite Caro Daury de Paula Júnior

Venho louvar a sã partilha das partes mais directamente envolvidas neste tema " Patent " isto traz-nos dados novos e uma forma salutar diferente de abordagem ao tema garrafas propriamente ditas. Confesso que estou muito particularmente agradado pela participação frequente e activa dos intervenientes, e estou a aprender mais e melhor, sou parte interessada no resultado da troca de informação e assisto com entusiasmo à sequência de informação dada pelas partes que eu acho estarem mais bem preparadas e fundamentadas neste tipo de matéria. Pessoalmente agradeço a vossa partilha neste tópico onde eu procuro aprender e ensinar.

Constato que as 3 garrafas " Patent " que o senhor Daury coloca neste post para além de serem diferentes entre si, são igualmente diferentes da garrafa do Ricardo, que é igual à minha, e que apesar de aparentemente as suas serem idênticas no corpo, são no entanto todas diferentes na base, que por sua vez são diferentes das nossas, no que às bases diz respeito, e ainda em relação ao top.

Brevemente vou postar algumas garrafas que pese embora sejam muito iguais a nível do corpo, são no entanto diferentes na sua base com um tipo de empurrões ligeiramente diferentes uns dos outros.

Saudações
Amaro Pereira
 
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Amaro Pereira

Clássico


" Aparentemente iguais "
Porto


Apresento hoje 4 garrafas da " Companhia Geral vinícola do Alto Douro " que pese embora aparentarem ser iguais, tem no entanto algumas diferenças, que noutro contexto eu acho que não havia necessidade de referir, mas atendendo ao poste do senhor Daury sobre as garrafas " Patent " achei oportuno falar sobre estas garrafas que adquiri umas por intenção e outra por mero acaso.

Estas garrafas quando vistas de forma normal, notamos apenas uma diferença na cor de uma delas, mas quando analisadas ao pormenor, pelo menos para quem tem as garrafas na mão, nota algumas diferenças ao nível da sua base ( fundo ), sendo notório empurrões de profundidade diferentes bem como inclinações diferentes ao nível da zona gravada em alto relevo e variações no alto relevo do motivo central, e ainda uma das garrafas tem aquilo que me parece ser a letra " L ".

Tenho muita pena que apesar de eu caprichar, as imagens não sejam muito esclarecedoras e convincentes, mas eu sei do que estou a falar.

A dedução que eu faço para este caso é que estas garrafas podiam ter sido feitas em moldes diferentes, ou na pior das hipóteses feitas em alturas diferentes quando os moldes já apresentavam algum desgaste.
DSC06837.JPG DSC06838.JPG DSC06839.JPG DSC06840.JPG DSC06841.JPG DSC06842.JPG DSC06843.JPG DSC06844.JPG DSC06845.JPG DSC06846.JPG DSC06847.JPG DSC06848.JPG DSC06849.JPG






E assim acontece
Amaro Pereira​
 

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antonio arruda

Veterano

" Aparentemente iguais "
Porto


Apresento hoje 4 garrafas da " Companhia geral vinícola do Alto Douro " que pese embora aparentarem ser iguais, tem no entanto algumas diferenças, que noutro contexto eu acho que não havia necessidade de referir, mas atendendo ao poste do senhor Daury sobre as garrafas " Patent " achei oportuno falar sobre estas garrafas que adquiri umas por intenção e outra por mero acaso.

Estas garrafas quando vistas de forma normal, notamos apenas uma diferença na cor de uma delas, mas quando analisadas ao pormenor, pelo menos para quem tem as garrafas na mão, nota algumas diferenças ao nível da sua base ( fundo ), sendo notório empurrões de profundidade diferentes bem como inclinações diferentes ao nível da zona gravada em alto relevo e variações no alto relevo do motivo central, e ainda uma das garrafas tem aquilo que me parece ser a letra " L ".

Tenho muita pena que apesar de eu caprichar, as imagens não sejam muito esclarecedoras e convincentes, mas eu sei do que estou a falar.

A dedução que eu faço para este caso é que estas garrafas podiam ter sido feitas em moldes diferentes, ou na pior das hipóteses feitas em alturas diferentes quando os moldes já apresentavam algum desgaste.
Ver anexo 329533 Ver anexo 329534 Ver anexo 329535 Ver anexo 329536 Ver anexo 329537 Ver anexo 329538 Ver anexo 329539 Ver anexo 329540 Ver anexo 329541 Ver anexo 329542 Ver anexo 329543 Ver anexo 329544 Ver anexo 329545






E assim acontece
Amaro Pereira​
boa noite
amigo amaro quando qualquer companhia encomendava garrafas personalizadas a um fabricante era obrigatório mandar fazer um minimo de dois moldes no caso dessas garrafas que terão sido com certeza usados mais do que dois moldes devido à grande quantidade que delas foi feita e é provavel que
tenham sido usadas por um periodo de tempo relativamente longo por isso não é de estranhar que apresentem variações entre si devido aos moldes serem feitos de forma artesanal pelo que da mesma forma que as garrafas neles sopradas não existem dois exactamente iguais

cumprimentos
Antonio Arruda
 
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Amaro Pereira

Clássico
boa noite
amigo amaro quando qualquer companhia encomendava garrafas personalizadas a um fabricante era obrigatório mandar fazer um minimo de dois moldes no caso dessas garrafas que terão sido com certeza usados mais do que dois moldes devido à grande quantidade que delas foi feita e é provavel que
tenham sido usadas por um periodo de tempo relativamente longo por isso não é de estranhar que apresentem variações entre si devido aos moldes serem feitos de forma artesanal pelo que da mesma forma que as garrafas neles sopradas não existem dois exactamente iguais

cumprimentos
Antonio Arruda

Pois é amigo António, isso explica as várias diferenças encontradas, agora aquele " L " no fundo de uma das garrafas, deixa-me sem saber o seu propósito, embora possa ter a ver com uma forma de referencia da vidreira em relação a esta garrafa, ou a marca de uma fabrica vidreira, ou ainda com uma finalidade ( destino ) de referencia do engarrafador, para determinado cliente ?

Abraço
Amaro Pereira
 
Prezado senhor Antonio.

Agradeço seus comentários, como sempre muito pertinentes. Não é com falsa modéstia que eu digo que sou ignorante - ou pelo menos ainda tenho muito a aprender - a respeito dos pormenores das técnicas de fabrico das garrafas sopradas manualmente.

Tenho utilizado como referência quase que exclusivamente o “Historic Glass Bottle Identification & Information Website”, já que quase todas as outras obras impressas que possuo são guias como o “Bottles Identification & Price Guide”, de Michael Polack. A exceção fica por conta do livro “Antique Glass Bottles, Their History and Evolution (1500-1850)”, de Willy Van den Bossche.

Publicações brasileiras são raríssimas. Além de alguns poucos trabalhos acadêmicos (dissertações de mestrado em arqueologia), o único livro publicado sobre o tema tem um título por si só bastante sugestivo: “Cacos e mais cacos de vidro: o que fazer com eles?”. É de autoria dos respeitabilíssimos arqueólogos Paulo Eduardo Zanettini e Paulo Fernando Bava de Camargo.

Foram as notas do senhor Willy Van den Bossche que me deixaram confuso e me estimularam a fazer os questionamentos que fiz no meu primeiro post a respeito do tema: Se todas as garrafas posteriores a 1860, onde o nome da empresa do senhor Ricketts não foi gravado na base, são de fabrico britânico; dos fornos da H. Ricketts & Co. Glass Works ou se outras fábricas fizeram uso do patente ou da palavra “Patent”?

Willy Van den Bossche diz que as garrafas fabricadas por Ricketts em seu molde de três partes (Patente britânico nº 4623, de 1821) usualmente tinham as palavras “Patent” ou “Imperial Patent” (até 1835) gravadas em alto relevo no ombro (p. 58). Quanto às marcas de ponteio o autor mostra garrafas tanto sem marcas de ponteiro (em razão do uso de “sabot, case or snap-case” na sua finalização (p. 41), como com marcas de ponteio do tipo “disc pontil scar” (p. 59) ou “sand scar” (p. 83 e 98).

O mesmo autor, entretanto, em outras passagens, faz referência ao molde “Ricketts” como sinônimo de molde de três partes a ele se referindo, por exemplo, ao tratar de garrafas quadradas de gin (Dutch case gin), fabricadas na Holanda e na Bélgica, esclarecendo, inclusive que nestas garrafas não existiam marcas de ponteio (p. 134).

Para “por mais lenha na fogueira” como se diz por aqui, observo que as garrafas que ilustram o meu segundo post a respeito do tema foram fabricadas nos Estados Unidos, pela Dyottville Glass Works e também trazem no ombro a inscrição “Patent”.

A importância da discussão para mim - além, é claro, de sempre aprender um pouco mais sobre as técnicas de fabrico das garrafas que tanto gosto - é possibilitar uma melhor análise a respeito da origem das garrafas encontradas aqui no Brasil, eis que até o final do século XIX nosso país importava quase todas as garrafas que utilizava. Aliás, em meados daquele século, garrafas de vidro preto eram bens de consumo tão preciosos aqui no Brasil que eram arroladas nos inventários dos seus proprietários, mesmo sendo eles grandes cafeicultores.

Abraços a todos,

Daury de Paula Júnior
 
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