Frascofilia & Garrafas

Amaro Pereira

Clássico



" Mais um marcado à nascença "



Apresento hoje mais um garrafão marcado, gravado em alto relevo no ombro com a capacidade de 20 litros.

Este garrafão é já o segundo marcado com 20 litros da minha colecção, mas o mais relevante é que este é redondo ( ao contrário do outro que é oval ), mas o mais relevante ainda é que dos vários garrafões marcados da minha colecção, que já atingiu algumas dezenas, este é apenas o segundo garrafão redondo marcado da minha colecção. Não deixa de ser um dado muito relevante, que cada vez mais me surpreende.

Brevemente vou voltar a falar sobre garrafões, sobre a sua importância e raridade, bem como o tipo de adeptos, e ainda as várias utilidades que actualmente as pessoas lhe dão. Só preciso de tempo pois acessórios eu já tenho.

Uma grande saudação para todos os amigos dos garrafões.
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E assim acontece
Amaro Pereira​
 

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Última edição:

antonio arruda

Veterano
boa tarde
sendo este o ultimo da série de pósts que dediquei as garrafas estrangeiras penso ser conveniente dar
uma pequena explicação do porque dos mesmos mesmo sendo óbvio o principal objectivo de demonstrar
que tanto a pequena como a grande historia do nosso pais está ligada à historia da Europa como do resto do mundo houve tambem outra menos óbvia a de tentar demonstrar que uma garrafa quer tenha cem duzentos ou mais anos quer seja lisa ou pirogravada e independentemente da sua estética não passa de
um objecto inanimado se não sobermos pelo menos um pouco da sua historia
para ilustrar o que pretendo demonstrar poderia usar umas quantas garrafas de vários paises encontradas por mim nesta pequena ilha paises que vão desde a França Estados Unidos Alemanha Inglaterra Itália
Holanda e até Nova Zelandia mas escolhi três garrafas feitas na Inglaterra para companhias Portuguesas
( as garrafas de que falo já são conhecidas de todos aqui no portal e só estão na minha pequena colecção
graças à enorme generosidade do senhor Amaro Pereira que me as ofereceu de forma totalmente desinteressada e são aqui apresentadas com conhecimento e consentimento do mesmo ) como já dito estas garrafas mesmo sendo de todos conhecidas ilustram perfeitamente o que pretendo demonstrar
pois estando entre os exemplares que mais estimo sei muito pouco sobre elas em particular o pirulito
Narciso Gonsalves de Sousa que por ser açoreano muito me perturba não conseguir nenhuma informação sobre ele ( a unica coisa que consegui descobrir até agora foi o ter existido em Angra uma fabrica de refrigerantes cerca de 1910 e a noticia do casamento de um senhor Narciso Gonsalves de Sousa em Camara de lobos na Madeira )sendo este pirulito uma das melhores peças da minha colecção é ao mesmo tempo um objecto inanimado pois nada sei sobre ele
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cumprimentos
Antonio Arruda
 

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João A.B.Brito

Clássico
boa tarde
sendo este o ultimo da série de pósts que dediquei as garrafas estrangeiras penso ser conveniente dar
uma pequena explicação do porque dos mesmos mesmo sendo óbvio o principal objectivo de demonstrar
que tanto a pequena como a grande historia do nosso pais está ligada à historia da Europa como do resto do mundo houve tambem outra menos óbvia a de tentar demonstrar que uma garrafa quer tenha cem duzentos ou mais anos quer seja lisa ou pirogravada e independentemente da sua estética não passa de
um objecto inanimado se não sobermos pelo menos um pouco da sua historia
para ilustrar o que pretendo demonstrar poderia usar umas quantas garrafas de vários paises encontradas por mim nesta pequena ilha paises que vão desde a França Estados Unidos Alemanha Inglaterra Itália
Holanda e até Nova Zelandia mas escolhi três garrafas feitas na Inglaterra para companhias Portuguesas
( as garrafas de que falo já são conhecidas de todos aqui no portal e só estão na minha pequena colecção
graças à enorme generosidade do senhor Amaro Pereira que me as ofereceu de forma totalmente desinteressada e são aqui apresentadas com conhecimento e consentimento do mesmo ) como já dito estas garrafas mesmo sendo de todos conhecidas ilustram perfeitamente o que pretendo demonstrar
pois estando entre os exemplares que mais estimo sei muito pouco sobre elas em particular o pirulito
Narciso Gonsalves de Sousa que por ser açoreano muito me perturba não conseguir nenhuma informação sobre ele ( a unica coisa que consegui descobrir até agora foi o ter existido em Angra uma fabrica de refrigerantes cerca de 1910 e a noticia do casamento de um senhor Narciso Gonsalves de Sousa em Camara de lobos na Madeira )sendo este pirulito uma das melhores peças da minha colecção é ao mesmo tempo um objecto inanimado pois nada sei sobre ele
Ver anexo 328963 Ver anexo 328964 Ver anexo 328965


cumprimentos
Antonio Arruda






Boa noite

Caro António Arruda

Vou verificar nos Anuários de Portugal dos anos de 1908/1909 se encontro alguma referência a Narciso Gonçalves de Sousa.
Depois digo algo se encontrei ou não?

Cumprimentos
João Barroca
 
Boa noite a todos.

Como havia prometido, hoje lhes mostro outra garrafa portuguesa da minha coleção. Trata-se de um frasco em vidro incolor com 15,5 cm de altura, fabricado em molde duplo, com gargalo moldado (tooled lip) e base plana. Ele foi encontrado em um antigo depósito de lixo, que contém garrafas e outros artefatos que, na sua grande maioria, podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910. Apresenta, em um dos lados do corpo, as seguintes inscrições gravadas em alto relevo: PHARMACIA ULTRAMARINA LISBOA (figura 1)

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Figura 2: Base plana corrugada, com vestígios de provável marca de ponteio (sand point).

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A Farmácia Ultramarina (figura 3), instalada originalmente na Rua de São Paulo, nº 27, funciona, pelo menos, desde 1856, ano em que o médico José Tomás de Sousa Martins ali começou a sua prestigiosa carreira como “praticante de botica”. A farmácia nesta época pertencia a um tio do Dr. Sousa Martins, o farmacêutico Lázaro Joaquim de Sousa Pereira.

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Alguém tem mais informações sobre esta farmácia?
Grande e fraterno abraço,

Daury de Paula Júnior
 

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boa tarde
para felicidade daqueles que como eu gostam das garrafas mais antigas o sector do vinho do porto é uma autentica mina ainda por explorar com uma enorme quantidade de pequenos produtores engarrafadores
pouco conhecidos como por exemplo Antonio Ferreira Menéres (filho) que não devemos confundir com o conterraneo Clemente Menéres tambem natural de Ovar mas de familias diferentes e que foi o fundador da
real vinicola do norte de Portugal
Antonio Ferreira Menéres ( 1830 - 1888 ) para alem da sua companhia de vinhos do porto fundada em 1845 foi tambem o fundador da sociedade Menéres Madeira vinhos da Madeira
deixo-vos as imagens da garrafa da minha colecção e as de uma ainda cheia e com rotulo e tambem uma fotografia do senhor Antonio Menéres Ver anexo 326116 Ver anexo 326117 Ver anexo 326118 Ver anexo 326119 Ver anexo 326120

cumprimentos
Antonio Arruda

Boa noite Sr. Antonio Arruda.

Muito obrigado pelos comentários e a lição, que me foram muito úteis para melhor compreensão das técnicas de fabrico com o uso do molde de fundo.

Aproveito a oportunidade para mostrar outra garrafa portuguesa da minha coleção, pois relacionada com Clemente Menéres.

Segundo apurei, Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães fundou, em 1874, a firma “Clemente Menéres & Cia.”, destinada inicialmente à produção de rolhas de cortiça e, posteriormente, à comercialização de vinhos, vinhos do Porto, malvasia e licores, que produzia ou representava.

Em 1895 a empresa mudou seu nome para “Menéres & Cia.” e, sob esta denominação funcionou até 1905, quando esta sociedade foi extinta, dando origem à “Companhia Vinícola do Porto” e, em 1908, à “Companhia Vinícola Portuguesa” depois, “Real Vinícola do Norte de Portugal”.

Trata-se de uma garrafa em grés em formato de botija e queima do tipo salt-glazed, com 17,5 cm de altura e 6,0 cm de diâmetro na base, que foi encontrada em um antigo depósito de lixo que contém garrafas e outros artefatos que, na sua grande maioria, podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910. A botija, para ½ litro, traz gravado em baixo relevo no corpo junto ao ombro VINHO VERDE DO LAVRADOR e, abaixo, junto à base pequeno circulo em alto relevo destinado à rotulagem (figura 1).

IMG_7237.jpg
(figura 1)

Pesquisas em jornais e revistas da época, mostra que a garrafa era utilizada envase do vinho verde da marca “Lagosta”, produzido pela firma “Menéres & Cia.” a qual, inclusive teria obtido “privilegio exclusivo para o uso e goso em todo o territorio do Brazil do feitio e formato d’estas botijas de grés”, como mostram os anúncios abaixo reproduzidos, publicados, respectivamente (figuras 2 e 3), na revista lisboeta “A Paródia”, edição de 14 de janeiro de 1903 (ano I, n. 1, p. 10) e no jornal recifense “A Província”, edição de 12 de agosto de 1902 (ano XXV, n. 182, p. 2)

A Paródia [Lisboa], ano I, n. 1, 14.1.1903, p. 10 (recorte).jpg
(figura 2)

A Provincia [Recife], ano XXV, n. 182, 12.8.1902, p. 2 (recorte).JPG
(figura 3)

Mais uma vez muito obrigado,

Daury de Paula Junior
 

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    A Paródia [Lisboa], ano I, n. 1, 14.1.1903, p. 10 (recorte).jpg
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    A Provincia [Recife], ano XXV, n. 182, 12.8.1902, p. 2 (recorte).JPG
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João A.B.Brito

Clássico
Boa noite a todos.

Como havia prometido, hoje lhes mostro outra garrafa portuguesa da minha coleção. Trata-se de um frasco em vidro incolor com 15,5 cm de altura, fabricado em molde duplo, com gargalo moldado (tooled lip) e base plana. Ele foi encontrado em um antigo depósito de lixo, que contém garrafas e outros artefatos que, na sua grande maioria, podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910. Apresenta, em um dos lados do corpo, as seguintes inscrições gravadas em alto relevo: PHARMACIA ULTRAMARINA LISBOA (figura 1)

Ver anexo 328998

Figura 2: Base plana corrugada, com vestígios de provável marca de ponteio (sand point).

Ver anexo 328999

A Farmácia Ultramarina (figura 3), instalada originalmente na Rua de São Paulo, nº 27, funciona, pelo menos, desde 1856, ano em que o médico José Tomás de Sousa Martins ali começou a sua prestigiosa carreira como “praticante de botica”. A farmácia nesta época pertencia a um tio do Dr. Sousa Martins, o farmacêutico Lázaro Joaquim de Sousa Pereira.

Ver anexo 329000

Alguém tem mais informações sobre esta farmácia?
Grande e fraterno abraço,

Daury de Paula Júnior






Boa noite

Ao pesquisar a Farmácia Ultramarina nos Anuários de Portugal, verifiquei que os números de porta não correspondem ao nº 27 da Rua de São.Paulo que indicou.
No Anuário de Portugal de 1943 vem Farmácia Ultramarina, Rua de São Paulo Nºs. 99 e 101.
No Anuário Deligant para Médicos e Farmacêuticos de 1911 vem Farmacêutico Amado Luiz Dias, Rua de São Paulo Nº 101.
O Nº 101 corresponde há Farmácia Ultramarina em 1943 e penso que há mesma Farmácia com o nome do Farmacêutico em 1911, portanto o número de porta e na mesmaRua de São Paulo.
 

Amaro Pereira

Clássico
Boa noite Sr. Antonio Arruda.

Muito obrigado pelos comentários e a lição, que me foram muito úteis para melhor compreensão das técnicas de fabrico com o uso do molde de fundo.

Aproveito a oportunidade para mostrar outra garrafa portuguesa da minha coleção, pois relacionada com Clemente Menéres.

Segundo apurei, Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães fundou, em 1874, a firma “Clemente Menéres & Cia.”, destinada inicialmente à produção de rolhas de cortiça e, posteriormente, à comercialização de vinhos, vinhos do Porto, malvasia e licores, que produzia ou representava.

Em 1895 a empresa mudou seu nome para “Menéres & Cia.” e, sob esta denominação funcionou até 1905, quando esta sociedade foi extinta, dando origem à “Companhia Vinícola do Porto” e, em 1908, à “Companhia Vinícola Portuguesa” depois, “Real Vinícola do Norte de Portugal”.

Trata-se de uma garrafa em grés em formato de botija e queima do tipo salt-glazed, com 17,5 cm de altura e 6,0 cm de diâmetro na base, que foi encontrada em um antigo depósito de lixo que contém garrafas e outros artefatos que, na sua grande maioria, podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910. A botija, para ½ litro, traz gravado em baixo relevo no corpo junto ao ombro VINHO VERDE DO LAVRADOR e, abaixo, junto à base pequeno circulo em alto relevo destinado à rotulagem (figura 1).

Ver anexo 329003
(figura 1)

Pesquisas em jornais e revistas da época, mostra que a garrafa era utilizada envase do vinho verde da marca “Lagosta”, produzido pela firma “Menéres & Cia.” a qual, inclusive teria obtido “privilegio exclusivo para o uso e goso em todo o territorio do Brazil do feitio e formato d’estas botijas de grés”, como mostram os anúncios abaixo reproduzidos, publicados, respectivamente (figuras 2 e 3), na revista lisboeta “A Paródia”, edição de 14 de janeiro de 1903 (ano I, n. 1, p. 10) e no jornal recifense “A Província”, edição de 12 de agosto de 1902 (ano XXV, n. 182, p. 2)

Ver anexo 329002
(figura 2)

Ver anexo 329004
(figura 3)

Mais uma vez muito obrigado,

Daury de Paula Junior

Muito boa noite caro Daury Junior

Pessoalmente agradeço mais este seu apontamento.

Amaro Pereira
 

Raul Reis

YoungTimer
Olá a todos. Boa noite.

Embora seja seguidor deste tópico há mais de um ano, é a primeira vez que aqui deixo um post pelo qual, peço desde já desculpa pela sua extensão! :)

Apenas umas notas:

A primeira para dar os meus parabéns a todos pelo entusiasmo e pela partilha de tão raras e bonitas garrafas.

A segunda para referir que ao pé de vocês sou um mero aprendiz e um coleccionador “iniciado”, mas desde que sigo o fórum tenho aprendido imenso, feito algumas trocas e tornando-me cada vez mais interessado pelas garrafas.

A minha paixão pelas garrafas (umas especificas que mais à frente explicarei) tem apenas dois anos, mas a minha paixão por marcas (nacionais ou internacionais) já é muito antiga. Desde muito cedo que gostei de coleccionar, mas sempre por causa dos logotipos e das marcas, a minha “alma de designer” (minha profissão) provavelmente vem dessa altura. Primeiro foram os maços de tabaco, depois as latas de cerveja e refrigerantes (cheguei a ter algumas centenas). Mas destas colecções nem uma peça tenho para recordação. :(
Hoje colecciono duas coisas, artigos contemporâneos (bonecos de vinyl personalizados por ilustradores) e Garrafas de Refrigerantes Pirogravadas. Claro que esta última é que me trouxe aqui ao fórum.

Fiquei perplexo e completamente apaixonado pela diversidade de marcas de refrigerantes que descobri nos últimos 2 anos, sinceramente conhecia menos de uma dúzia de marcas apenas porque em tempos as via em tabernas, mercearias e cafés da minha cidade, Setúbal. Foi com espanto e alegria que me apercebi de tão grande diversidade e dispersão de marcas pelo país.

Há dois anos numa viagem a Óbidos no hotel onde fiquei tinham como elemento decorativo alguns caixotes de madeira antigos com umas quantas garrafas lá dentro, fiquei muito curioso porque vi marcas das quais nunca tinha ouvido falar ou visto. Foi uma reacção instantânea, nunca mais parei de tentar encontrar garrafas e marcas diferentes. Depressa passou de uma curiosidade a um vicio, uma paixão.

A minha colecção e busca por marcas centra-se apenas em refrigerantes (sumos, laranjadas, limonadas, etc) de marcas portuguesas que tenham garrafas em vidro com logos/marcas impressas com técnica de pirogravura.

O meu objectivo é arranjar o máximo possível de marcas diferentes e não de garrafas diferentes, já vi que dificilmente aumentarei muito a minha colecção! A pouca quantidade de garrafas existentes e o preço que algumas pessoas pedem por certas garrafas é um grande entrave ao aumento da minha colecção. E como não tenho muitas para troca fico limitado...na aquisição.

De qualquer forma irei colocar por aqui algumas fotos da minha modesta colecção.
Tenho cerca de 250 garrafas mas, com muita tristeza minha, apenas 108 marcas diferentes.

Colecciono por entusiasmo pessoal mas também para tentar reunir informação para um estudo sobre este tema. Marcas de refrigerantes portuguesas, com garrafas de vidro pirogravadas.
Nesse sentido venho apelar a todos os que queiram, evidentemente, ajudar-me a recolher informação de pelo menos duas coisas simples: Nomes de Marcas e Local de Fabrico.

Para não estar a chatear todos os intervenientes do Forum, quem quiser trocar informação comigo pode fazer por msg aqui no forum, que enviarei lista através do meu mail pessoal.

Obrigado. Bem hajam! :)
Raul Reis

Aqui fica uma imagem de duas das minhas garrafas de uma marca muito conhecida, mas uma delas com um pormenor interessante.
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Amaro Pereira

Clássico
Olá a todos. Boa noite.

Embora seja seguidor deste tópico há mais de um ano, é a primeira vez que aqui deixo um post pelo qual, peço desde já desculpa pela sua extensão! :)

Apenas umas notas:

A primeira para dar os meus parabéns a todos pelo entusiasmo e pela partilha de tão raras e bonitas garrafas.

A segunda para referir que ao pé de vocês sou um mero aprendiz e um coleccionador “iniciado”, mas desde que sigo o fórum tenho aprendido imenso, feito algumas trocas e tornando-me cada vez mais interessado pelas garrafas.

A minha paixão pelas garrafas (umas especificas que mais à frente explicarei) tem apenas dois anos, mas a minha paixão por marcas (nacionais ou internacionais) já é muito antiga. Desde muito cedo que gostei de coleccionar, mas sempre por causa dos logotipos e das marcas, a minha “alma de designer” (minha profissão) provavelmente vem dessa altura. Primeiro foram os maços de tabaco, depois as latas de cerveja e refrigerantes (cheguei a ter algumas centenas). Mas destas colecções nem uma peça tenho para recordação. :(
Hoje colecciono duas coisas, artigos contemporâneos (bonecos de vinyl personalizados por ilustradores) e Garrafas de Refrigerantes Pirogravadas. Claro que esta última é que me trouxe aqui ao fórum.

Fiquei perplexo e completamente apaixonado pela diversidade de marcas de refrigerantes que descobri nos últimos 2 anos, sinceramente conhecia menos de uma dúzia de marcas apenas porque em tempos as via em tabernas, mercearias e cafés da minha cidade, Setúbal. Foi com espanto e alegria que me apercebi de tão grande diversidade e dispersão de marcas pelo país.

Há dois anos numa viagem a Óbidos no hotel onde fiquei tinham como elemento decorativo alguns caixotes de madeira antigos com umas quantas garrafas lá dentro, fiquei muito curioso porque vi marcas das quais nunca tinha ouvido falar ou visto. Foi uma reacção instantânea, nunca mais parei de tentar encontrar garrafas e marcas diferentes. Depressa passou de uma curiosidade a um vicio, uma paixão.

A minha colecção e busca por marcas centra-se apenas em refrigerantes (sumos, laranjadas, limonadas, etc) de marcas portuguesas que tenham garrafas em vidro com logos/marcas impressas com técnica de pirogravura.

O meu objectivo é arranjar o máximo possível de marcas diferentes e não de garrafas diferentes, já vi que dificilmente aumentarei muito a minha colecção! A pouca quantidade de garrafas existentes e o preço que algumas pessoas pedem por certas garrafas é um grande entrave ao aumento da minha colecção. E como não tenho muitas para troca fico limitado...na aquisição.

De qualquer forma irei colocar por aqui algumas fotos da minha modesta colecção.
Tenho cerca de 250 garrafas mas, com muita tristeza minha, apenas 108 marcas diferentes.

Colecciono por entusiasmo pessoal mas também para tentar reunir informação para um estudo sobre este tema. Marcas de refrigerantes portuguesas, com garrafas de vidro pirogravadas.
Nesse sentido venho apelar a todos os que queiram, evidentemente, ajudar-me a recolher informação de pelo menos duas coisas simples: Nomes de Marcas e Local de Fabrico.

Para não estar a chatear todos os intervenientes do Forum, quem quiser trocar informação comigo pode fazer por msg aqui no forum, que enviarei lista através do meu mail pessoal.

Obrigado. Bem hajam! :)
Raul Reis

Aqui fica uma imagem de duas das minhas garrafas de uma marca muito conhecida, mas uma delas com um pormenor interessante.
Ver anexo 329092

Muito boa noite caro Raul Reis

Agradecemos a sua participação, acho que encontrou o forum mais adequado e completo, para dar seguimento à sua colecção, faça também parte integrante do mesmo, e cresça connosco.

Com os melhores cumprimentos
Amaro Pereira
 

Amaro Pereira

Clássico
Bom dia a todos,

Apresento-vos hoje uma marca de refrigerantes de Estarreja: Fábrica "A Serrana" de S. Lopes & Alves, Limitada.
Tem a curiosidade de fazer menção ao facto da laranjada ser produzida com "água filtrada pelo aparelho Electrolux",conhecida marca sueca de electrodomésticos (em particular os aspiradores), fundada com esta denominação em Estocolmo (1910) pela combinação dos produtos Luxlamp e Elektromekaniska.

Seguidamente, uma garrafa de vinho do Porto: A DEMOCRÁTICA de Silva, Carneiro e Companhia - Gaya.

Trago-vos, também, uma garrafa marcada em alto relevo: PATENT, da segunda metade do século XIX, achada no Porto, molde três partes + gargalo.
Sem querer especular, creio ser de origem inglesa, não só pelo alto relevo, mas por ter visto exemplar idêntico num vendedor inglês do Ebay especializado em vidro antigo.

Por último, um torpedo que coloco a par de um pote SB dos Refrigerantes Josicol (Cartaxo) para comparação da volumetria.

Abraço e votos de um bom fim de semana,
Ricardo Bruno
Ver anexo 329100 Ver anexo 329101 Ver anexo 329102 Ver anexo 329103 Ver anexo 329104 Ver anexo 329105 Ver anexo 329107 Ver anexo 329106 Ver anexo 329108

Muito bom dia

Quero dar os parabéns ao Ricardo pelo excelente exemplar com que nos presenteia. A garrafa de vinho do Porto " A Democrática " de Silva,Carneiro e Companhia, é na minha humilde opinião uma peça digna de destaque e de registo.

Saudações
Amaro Pereira
 

antonio arruda

Veterano
Boa noite Sr. Antonio Arruda.

Muito obrigado pelos comentários e a lição, que me foram muito úteis para melhor compreensão das técnicas de fabrico com o uso do molde de fundo.

Aproveito a oportunidade para mostrar outra garrafa portuguesa da minha coleção, pois relacionada com Clemente Menéres.

Segundo apurei, Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães fundou, em 1874, a firma “Clemente Menéres & Cia.”, destinada inicialmente à produção de rolhas de cortiça e, posteriormente, à comercialização de vinhos, vinhos do Porto, malvasia e licores, que produzia ou representava.

Em 1895 a empresa mudou seu nome para “Menéres & Cia.” e, sob esta denominação funcionou até 1905, quando esta sociedade foi extinta, dando origem à “Companhia Vinícola do Porto” e, em 1908, à “Companhia Vinícola Portuguesa” depois, “Real Vinícola do Norte de Portugal”.

Trata-se de uma garrafa em grés em formato de botija e queima do tipo salt-glazed, com 17,5 cm de altura e 6,0 cm de diâmetro na base, que foi encontrada em um antigo depósito de lixo que contém garrafas e outros artefatos que, na sua grande maioria, podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910. A botija, para ½ litro, traz gravado em baixo relevo no corpo junto ao ombro VINHO VERDE DO LAVRADOR e, abaixo, junto à base pequeno circulo em alto relevo destinado à rotulagem (figura 1).

Ver anexo 329003
(figura 1)

Pesquisas em jornais e revistas da época, mostra que a garrafa era utilizada envase do vinho verde da marca “Lagosta”, produzido pela firma “Menéres & Cia.” a qual, inclusive teria obtido “privilegio exclusivo para o uso e goso em todo o territorio do Brazil do feitio e formato d’estas botijas de grés”, como mostram os anúncios abaixo reproduzidos, publicados, respectivamente (figuras 2 e 3), na revista lisboeta “A Paródia”, edição de 14 de janeiro de 1903 (ano I, n. 1, p. 10) e no jornal recifense “A Província”, edição de 12 de agosto de 1902 (ano XXV, n. 182, p. 2)

Ver anexo 329002
(figura 2)

Ver anexo 329004
(figur


Aproveito a oportunidade para mostrar outra garrafa portuguesa da minha coleção, pois relacionada com Clemente Menéres.

Segundo apurei, Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães fundou, em 1874, a firma “Clemente Menéres & Cia.”, destinada inicialmente à produção de rolhas de cortiça e, posteriormente, à comercialização de vinhos, vinhos do Porto, malvasia e licores, que produzia ou representava.

Em 1895 a empresa mudou seu nome para “Menéres & Cia.” e, sob esta denominação funcionou até 1905, quando esta sociedade foi extinta, dando origem à “Companhia Vinícola do Porto” e, em 1908, à “Companhia Vinícola Portuguesa” depois, “Real Vinícola do Norte de Portugal”.

Trata-se de uma garrafa em grés em formato de botija e queima do tipo salt-glazed, com 17,5 cm de altura e 6,0 cm de diâmetro na base, que foi encontrada em um antigo depósito de lixo que contém garrafas e outros artefatos que, na sua grande maioria, podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910. A botija, para ½ litro, traz gravado em baixo relevo no corpo junto ao ombro VINHO VERDE DO LAVRADOR e, abaixo, junto à base pequeno circulo em alto relevo destinado à rotulagem (figura 1).

Ver anexo 329003
(figura 1)

Pesquisas em jornais e revistas da época, mostra que a garrafa era utilizada envase do vinho verde da marca “Lagosta”, produzido pela firma “Menéres & Cia.” a qual, inclusive teria obtido “privilegio exclusivo para o uso e goso em todo o territorio do Brazil do feitio e formato d’estas botijas de grés”, como mostram os anúncios abaixo reproduzidos, publicados, respectivamente (figuras 2 e 3), na revista lisboeta “A Paródia”, edição de 14 de janeiro de 1903 (ano I, n. 1, p. 10) e no jornal recifense “A Província”, edição de 12 de agosto de 1902 (ano XXV, n. 182, p. 2)

Ver anexo 329002
(figura 2)

Ver anexo 329004
(figura 3)

Mais uma vez muito obrigado,

Daury de Paula Junior
Boa noite Sr. Antonio Arruda.

Muito obrigado pelos comentários e a lição, que me foram muito úteis para melhor compreensão das técnicas de fabrico com o uso do molde de fundo.

Aproveito a oportunidade para mostrar outra garrafa portuguesa da minha coleção, pois relacionada com Clemente Menéres.

Segundo apurei, Clemente Joaquim da Fonseca Guimarães fundou, em 1874, a firma “Clemente Menéres & Cia.”, destinada inicialmente à produção de rolhas de cortiça e, posteriormente, à comercialização de vinhos, vinhos do Porto, malvasia e licores, que produzia ou representava.

Em 1895 a empresa mudou seu nome para “Menéres & Cia.” e, sob esta denominação funcionou até 1905, quando esta sociedade foi extinta, dando origem à “Companhia Vinícola do Porto” e, em 1908, à “Companhia Vinícola Portuguesa” depois, “Real Vinícola do Norte de Portugal”.

Trata-se de uma garrafa em grés em formato de botija e queima do tipo salt-glazed, com 17,5 cm de altura e 6,0 cm de diâmetro na base, que foi encontrada em um antigo depósito de lixo que contém garrafas e outros artefatos que, na sua grande maioria, podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910. A botija, para ½ litro, traz gravado em baixo relevo no corpo junto ao ombro VINHO VERDE DO LAVRADOR e, abaixo, junto à base pequeno circulo em alto relevo destinado à rotulagem (figura 1).

Ver anexo 329003
(figura 1)

Pesquisas em jornais e revistas da época, mostra que a garrafa era utilizada envase do vinho verde da marca “Lagosta”, produzido pela firma “Menéres & Cia.” a qual, inclusive teria obtido “privilegio exclusivo para o uso e goso em todo o territorio do Brazil do feitio e formato d’estas botijas de grés”, como mostram os anúncios abaixo reproduzidos, publicados, respectivamente (figuras 2 e 3), na revista lisboeta “A Paródia”, edição de 14 de janeiro de 1903 (ano I, n. 1, p. 10) e no jornal recifense “A Província”, edição de 12 de agosto de 1902 (ano XXV, n. 182, p. 2)

Ver anexo 329002
(figura 2)

Ver anexo 329004
(figura 3)

Mais uma vez muito obrigado,

Daury de Paula Junior
boa tarde
caro senhor Daury agradeço as suas palavras mas gostava de esclarecer que nunca foi e continua a não ser minha intenção dar lições a ninguem aqui no portal ou em qualquer outro lugar pois não passo de um auto didacta e penso que o seu nivel de conhecimento será muito semelhante ao meu e as fontes onde buscamos informação serão mais ou menos as mesmas normalmente em lingua Inglesa e por vezes um tanto confusas o que nada ajuda quem tenta estudar os métodos de fabrico sobretudo das garrafas mais antigas posto este pequeno mas quanto a mim importante esclarecimento fico muito satisfeito por constatar que tambem coleciona frascos de medicamentos e farmácia categoria muito monesprezada pela maioria dos coleccionadores pelo menos em Portugal
permito-me acrescentar mais alguma informação sobre o senhor Clemente Menres 1843-1916 que começou a sua carreira aos 16 anos quando imigrou para o Brasil ( Rio Janeiro ) tendo regressado a Portugal em 1863 estabeleceu -se no Porto com um negócio de exportação pouco depois tomou parte como sócio na fundação da primeira grande fabrica de conservas do norte a Varina situada em Ovar
em 1874 adquiriu em Mirandela no lugar do Romeo vastas extensões de terrenos onde desenvolveu o
cultivo de sobreiros e vinha entre outros criando a quinta do romeo em 1897 deu inicio em Matosinhos à construção de um edificio destinado ao tratamento e engarrafamento dos vinhos da real vinicola edificio que ficou concluido em 1903 (ainda hoje existe ) em 1905 retiro-se dos negócios vendendo a empresa
Clemente Meneres e companhia aos seus filhos que já eram seus sócios conservando para si a quinta do romeo que ainda hoje pertence à familia em 1905 os filhos do senhor Clemente mudaram, o nome para companhia vinicola do Porto voltando a alterar o nome em 1908 para companhia vinicola Portuguesa companhia que veio a falir em 1930 tendo sido posteriormente comprada pela companhia da agricultura e das vinhas do alto douro mais conhecida por real companhia velha
apresento a foto de uma garrafa da real vinicola soprada em molde de três partes que terá sido feita entre 1885 e 1890 a garrafa tem no fundo a marca H que terá sido a marca do fabricante e me é totalmente desconhecida deixo tambem a imagem do edificio da real vinicola hoje pertença da camara municioal de Matosinhos e dois postais da fabrica a varina
en um deles aparece um dos filhos do senhor Clemente meneres


cumprimentos
Antonio Arruda
 

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Boa noite

Ao pesquisar a Farmácia Ultramarina nos Anuários de Portugal, verifiquei que os números de porta não correspondem ao nº 27 da Rua de São.Paulo que indicou.
No Anuário de Portugal de 1943 vem Farmácia Ultramarina, Rua de São Paulo Nºs. 99 e 101.
No Anuário Deligant para Médicos e Farmacêuticos de 1911 vem Farmacêutico Amado Luiz Dias, Rua de São Paulo Nº 101.
O Nº 101 corresponde há Farmácia Ultramarina em 1943 e penso que há mesma Farmácia com o nome do Farmacêutico em 1911, portanto o número de porta e na mesmaRua de São Paulo.

Boa noite Sr. João.

A imagem do prédio da Farmácia Ultramarina que mostrei no meu post foi extraída da ficha do “Projecto Marcas das Ciências e Técnicas pelas ruas de Lisboa” da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e nesta ficha também constava o endereço como “Rua de São Paulo, nº 99”.

Como no meu frasco a palavra farmácia ainda aparece grafada como “pharmacia”, revelando o seu fabrico antes da reforma ortográfica de 1911 e no prédio fotografado a palavra farmácia aparece já escrita com “f”, optei pelo endereço constante em duas publicações de meados do século XIX, o “Archivo de Pharmacia”, publicado em Nova Goa, em 1869 (ano 6, p. 162) e na “Gazeta Medica de Lisboa”, edição de 16 de janeiro de 1856 (ano 4, n. 74, p. 320): “Rua de São Paulo, nº 27”. Não me foi possível descobrir se a farmácia mudou de prédio na mesma rua, ou se houve, em algum momento da história, renumeração dos prédios da Rua de São Paulo, fato infelizmente bastante comum aqui no Brasil.

Um abraço,

Daury de Paula Júnior
 
Boa tarde.

Aproveito o domingo para fotografas e lhes mostrar outras seis garrafas portuguesas da minha coleção; todas encontradas no mesmo depósito de lixo que já mencionei e, portanto, produzidas provavelmente entre 1885 e 1910. Uma delas é da água mineral “Pedras Salgadas” e as demais são de vinho.

A de água mineral tem 22 cm de altura e 5,5 de diâmetro na base. Seu gargalo é aplicado e não apresenta cicatrizes decorrentes do uso de moldes. Apresenta, todavia, círculos horizontais concêntricos em todo o corpo, ombro e pescoço, indicando ter sido fabricada por meio do processo conhecido com turn mold ou paste mold.

Interessante observar que segundo o “Historic Glass Bottle Identification & Information Website” em 1887 foi patenteado nos Estados Unidos da América um molde que permitia imprimir caracteres no fundo das garrafas fabricadas pelo método turn mold (http://www.sha.org/bottle/pdffiles/turnmoldpatent1887.pdf), pois esta garrafa traz impresso em alto relevo na base: “AG. PEDRAS SALGADAS”.

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A garrafa, como mostram as imagens acima, é muito semelhante àquelas mostradas pelo senhor Amaro Pereira na página 129 deste nosso tópico.

No próximo post falo sobre as de vinho!

Abraços a todos.

Daury de Paula Júnior
 

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Boa tarde.

As duas primeiras garrafas de vinho que eu lhes mostrarei são da Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal e apresentam a peculiaridade de se tratarem de meias garrafas. Distinguem-se, também, pela cor e formato compondo com a garrafa que nos foi mostrada pelo senhor Antonio Arruda, um bonito e representativo conjunto.

A primeira garrafa, em vidro verde, tem 25 cm de altura e 5,8 cm de diâmetro na base e foi fabricada em molde de três partes, conforme as cicatrizes junto ao ombro. O gargalo é aplicado e a base de tipo push-up ou kick-up., conforme a denominação norte-americana.

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A segunda, em vidro marrom avermelhado, tem 29 cm de altura e 6 cm de diâmetro na base. Também teve o gargalo aplicado, mas foi fabricada por meio de molde duplo, muito provavelmente do tipo cup-bottom mold, ou molde de caneca.

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Cumprimentos.

Daury de Paula Júnior
 

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Boa noite.

As garrafas a seguir são muito semelhantes, seja quanto ao formato, a capacidade e a técnica de fabricação.

Todas elas foram fabricadas em molde de três partes e possuem gargalos aplicados. E, como já disse, foram encontradas em um antigo depósito de lixo, cujos artefatos ali encontrados podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910.

A primeira, trata-se da garrafa de vinho do porto das que mais encontramos neste e em outros depósitos aqui no Brasil. Foi fabricada em vidro verde amarronzado escuro (black glass) e tem 29,5 cm de altura e 7,0 cm de diâmetro na base. Esta garrafa apresenta, na base, as seguintes inscrições em alto relevo circundando a figura heráldica, também em alto relevo, de um leão guardante (lion guardant): “ANTONIO DA ROCHA LEÃO PORTO”.

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A segunda , em vidro verde, tem 30,0 cm, de altura e 7,0 cm de diâmetro na base. Apresenta as seguintes inscrições em alto revelo: a) circundando o ombro: “ADRIANO RAMOS PINTO PORTO”; b) circundando a base: “ADRIANO RAMOS PINTO”.

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A última, em vidro verde bastante escuro (black glass), tem 30,3 cm de altura e 7,3 cm de diâmetro na base. Não apresenta inscrições relativas ao produto envasado mas traz na base a letra maiúscula “P”, indicando, pelo que aprendi neste tópico, a fabrica de vidros de Pataias. Aliás, esta garrafa, como mostram as imagens abaixo, é muito semelhante a uma outra mostrada pelo senhor Amaro Pereira na página 77 (primeira da esquerda para a direita).

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Alguém tem alguma informação adicional sobre essas garrafas?

Um fraterno abraço a todos.

Daury de Paula Júnior
 

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antonio arruda

Veterano
Boa noite.

As garrafas a seguir são muito semelhantes, seja quanto ao formato, a capacidade e a técnica de fabricação.

Todas elas foram fabricadas em molde de três partes e possuem gargalos aplicados. E, como já disse, foram encontradas em um antigo depósito de lixo, cujos artefatos ali encontrados podem ser datados como fabricados entre 1885 e 1910.

A primeira, trata-se da garrafa de vinho do porto das que mais encontramos neste e em outros depósitos aqui no Brasil. Foi fabricada em vidro verde amarronzado escuro (black glass) e tem 29,5 cm de altura e 7,0 cm de diâmetro na base. Esta garrafa apresenta, na base, as seguintes inscrições em alto relevo circundando a figura heráldica, também em alto relevo, de um leão guardante (lion guardant): “ANTONIO DA ROCHA LEÃO PORTO”.

Ver anexo 329316

Ver anexo 329317

Ver anexo 329318

A segunda , em vidro verde, tem 30,0 cm, de altura e 7,0 cm de diâmetro na base. Apresenta as seguintes inscrições em alto revelo: a) circundando o ombro: “ADRIANO RAMOS PINTO PORTO”; b) circundando a base: “ADRIANO RAMOS PINTO”.

Ver anexo 329319

Ver anexo 329320

Ver anexo 329321

A última, em vidro verde bastante escuro (black glass), tem 30,3 cm de altura e 7,3 cm de diâmetro na base. Não apresenta inscrições relativas ao produto envasado mas traz na base a letra maiúscula “P”, indicando, pelo que aprendi neste tópico, a fabrica de vidros de Pataias. Aliás, esta garrafa, como mostram as imagens abaixo, é muito semelhante a uma outra mostrada pelo senhor Amaro Pereira na página 77 (primeira da esquerda para a direita).

Ver anexo 329322

Ver anexo 329323

Ver anexo 329324

Alguém tem alguma informação adicional sobre essas garrafas?

Um fraterno abraço a todos.

Daury de Paula Júnior
boa tarde
caro senhor Daury das magnificas garrafas que nos apresenta a unica em que de momento lhe posso
fornecer alguma informação util é a da Ramos Pinto e sobre a companhia que sobre a garrafa sabe tanto quanto eu
Adriano Ramos Pinto pintor discipulo do escultor Soares dos Reis em finais do século XIX pelas dificuldades normais em viver da arte dividia o seu tempo entre a academia de belas artes do Porto e um emprego como guarda livros na firma exportadora de vinho do Porto Sandman e terá sido esse mesmo emprego que o terá levado a perceber as grandes oportunidades económicas existentes no sector o que o levou a fundar a sua própria companhia em 1890 tendo começado por adquirir algumas quintas o que lhe permitia controlar a qualidade dos seus vinhos desde as uvas ao engarrafamento mas aquilo em que mais se destacou foi na inovação das técnicas de marketing em que elevou a publicidade à qualidade de arte ao contratar alguns dos melhores pintores da época para elaborarem os cartazes usados nas campanhas publicitarias e rótulos das garrafas a cuja a apresentação dava grande importancia em 1896
deu sociedade a seu irmão António Ramos Pinto que ficou encarregue da parte administrativa ficando a seu cargo a comercialização dos vinhos que sendo exportados um pouco para todo o mundo tiveram no Brasil o seu maior mercado de exportação onde ao fim de poucos anos dominava o mercado a ponto de cerca de metade do vinho do porto vendido no Brasil ser da marca Ramos Pinto
deixo-vos uma foto do senhor Adriano uma dos armazéns da firma e dois magnificos cartazes publicitários
Adriano Ramos Pinto.jpg 1899 Adriano Ramos Pinto.2[5].jpg VinhosRamosPinto.6[1].jpg VinhosPortoRamosPinto.21.jpg


cumprimentos
Antonio Arruda
 

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antonio arruda

Veterano
mais uma vez boa tarde a todos
tenho usado com alguma frequencia a palavra empurrão em relação a fundos de garrafas e por pensar
que isso possa gerar alguma confusão deixo aqui uma pequena explicação
a palavra empurrão quando aplicada aos fundos das garrafas remonta ao tempo em que estas eram formadas por sopro livre em que o dito empurrão feito com uma ferramenta em ferro com uma ponta terminada em cone se destinava a assegurar que a garrafa se aguentava de pé em algumas garrafas é possivel
encontrar uma marca de cor azul deixada pela ferramenta que era aquecida antes de fazer o empurrão
e digo algumas porque na maioria o pontel obliterava por completo a marca como não tenho nenhuma garrafa completa com a marca deixo a imagem de parte do fundo de uma em que a despeito da má qualidade da foto é possivel ver a marca azul Imagem.jpg
com o evoluir dos métodos de fabrico o empurrão passou a ser feito pelo fundo do próprio molde e até a
função do empurrão se alterou passando no caso das garrafas de vinho a ser usado para ajudar manter os resido-os no fundo enquanto se despeja a garrafa
em complemento deixo a imagem de uma garrafa de sopro livre em que é perfeitamente visivel o rebordo deixado no fundo pela tendencia que o vidro tinha para escorrer devido a não estar contido por um molde
098B.JPG na ultima imagem vemos uma garrafa soprada em molde fundo na qual o fundo não apresenta rebordo sendo portanto muito mais regular devido à parte inferior da garrafa ter sido contida pelo molde 071B.jpg

cumprimentos
Antonio Arruda
 

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