boa tarde
neste quarto e penultimo episódio da série dedicada à importancia das garrafas estrangeiras vamos falar mais sobre os inicios da industria vidreira no nosso pais do que de garrafas
embora se encontrem no nosso pais vestigios de vidro que remontam à proto-historia e seja conhecida a
existencia de pequenas oficinas que produziriam todo o tipo de artigos de vidro pelo menos desde a idade média os artigos dessas oficinas seriam bastante rudimentares e de fraca qualidade o que obrigava à importação em larga escala datando as primeiras tentativas de corrigir esta situação do reinado de D. João V o magnanimo 1689-1750 que numa primeira fase cerca de 1714 encarregou um tal de João Palada da construção
de uma fabrica de vidros no forte da Junqueira ( para mais informação sobre este e outros episódios
consultar José Pedro Barosa apontamentos I maio de 2000 ) fabrica que não chegaria a ser construida
pelo que a primeira verdadeira fabrica de vidros em Portugal viria a ser a real fabrica de vidros de Coina
estabelecida em 1719 na região sul de Lisboa fabrica que conheceu varias fases até que em 1741 teve como administrador o Irlandes John Beare que mais tarde a transferiria para a Marinha Grande
devido à maior facilidade em arranjar lenha para os fornos pela proximidade do pinhal real em Leiria
mas o que nos interessa de facto são os mestres vidreiros empregues por John Beare que eram na sua
maioria alemães provenientes da Baviera e muitos deles trouxeram as familias acabando por se estabelecer definitivamente em Portugal onde acabaram por aportuguesar os seus nomes e apelidos e aqui interessa-nos o caso muito particular de uma dessas familias cujo apelido Hahn ( galo em alemão ? ) ao fim de varias gerações nos conduz a um dos grandes nomes da industria vidreira nacional o senhor Ricardo Galo e por aqui mais uma vez se confirma que a historia do vidro em Portugal é indissociável da historia Europeia e mundial
uma das garrafas que apresento a de cor aqua corresponde ao periodo imediatamente posterior à administração de John Beare na real fabrica da marinha grande tendo sido feita já no tempo dos irmãos setphen que após a falencia de John Beare em 1769 e sob a proteção do marques de pombal reiniciaram a produção na real fabrica da Marinha grande e digo que a garrafa pertence a este periodo por
te visto uma identica num catalogo atribuido a esta fabrica e datando de do fim do século XVIII
Ver anexo 328466
Ver anexo 328467
Ver anexo 328468
a garrafa foi soprada em molde fundo e tem a marca de um pontel de disco
a segunda garrafa será bastante posterior e tambem foi soprada em molde fundo tem o empurrão no fundo bastante mais pronunciado e a marca de um pontel de areia
Ver anexo 328463
Ver anexo 328464
Ver anexo 328465
cumprimentos
Antonio Arruda