Existem muitos Unos, mas cada vez mais nas aldeias e nos bairros pobres, devido a serem baratos e principalmente existirem milhões de peças de sucata e mesmo novas e de concorrência muito baratas.
55 Claro que não, pois não se venderam mais de 4000 unidades em Portugal.
45 S devem ter vendido mais de 150.000.
(Gentilmente oferecido hoje pelo amigo Nuno Jorge de Mafra)
Antes de lermos o teste convém situar e enquadrar o carro na época.
Começamos pela política porca de contingentação (excepto Renault) que no caso da FIAT a obrigou a poder vender apenas 10.000 carros em 1984:
E a FIAT rapidamente os esgotou, tendo escolhido vender:
- 7000 Unos 45
- 2000 Unos 55 S
- 1000 Carros restantes: Ritmo, Regata, etc
Percebem agora porque havia tão poucas versões?
Percebem porque nem as cores se podiam escolher?
O Panda nem vendia cá, porque optavam por vender antes os Unos 45.
Quanto ao carro, o que hoje nos parece ridículo, na altura era bem diferente.
Não esquecer que as pessoas estavam habituadas a achar que um 127 ou um R5 andavam bem.
Tinham aparecido os carros da nova vaga: Uno, Corsa, 205.
Mas na altura ainda não se dividiam os carros como agora, em que o Panda, Twingo são “A”; Punto, Clio, 208, Fiesta são "B"; o Bravo, Mégane, Golf, Astra são "C".
Na época os jornalistas punham o Uno 45 e o 55 S em segmentos diferentes.
Um nos citadinos 900/1000 e outro nos citadinos/estradístas 1100/1200.
Não esquecer de situar os preços!
No início de 1985 o 45 custava 700 e o 55 S 800 contos. 100 contos de diferença.
Algo como hoje: 14000 € e 16000 €.
Quanto ao teste,
Hoje até nos rimos de um Uno, que nem barra estabilizadora tem ser uma referência em comportamento, mas a verdade é que em meados dos anos 80 o Uno era o carro pequeno com:
- Espaço recorde.
- Mais aerodinâmico de todos;
- Com mais visibilidade de todos.
- Melhor Instrumentação.
Depois era do melhor que se fazia em quase tudo (hoje é de rir):
- Elevada qualidade do produto final
- Conforto
- Silêncio e suavidade de rolamento
- Grande aptidão estradísta
- Travagem excelente
- Excelente trabalho da suspensão
- Estabilidade e comportamento em curva
- Motricidade magnífica
- Muito seguro
- Direcção muito boa
- Equipamento do mais completo que existia
Hoje onde um Uno normal perde é nas curvas.
O carro pode andar o mesmo que um utilitário actual quer em acelerações, recuperações e mesmo ponta porque é muito aerodinâmico ainda hoje, mas é nas curvas que vai perder bastante.
Anos depois, em meados dos anos 90, um Punto MK1 normal ou um Clio já não dava hipótese a curvar ao Uno normal.
Onde discordo do Jornalista: CAIXA.
Na parte do manuseamento concordo e nunca foi boa… ao pé de um Toyota então!
Na parte que “interessa”, o escalonamento; aceito que tenha gostado do escalonamento dela na época e para andar em condução normal.
Mas para dar lume a caixa está mal escalonada ponto final.
Sempre o disse.
A 1ª e a 2ª são muito boas e conseguem dar acelerações (arranques) ao 55 S que come muito carro.
Sendo leve aquilo é uma alegria.
Lado a lado até 80 (altura que se deve trocar para 3ª) um Uno 55 S é um carro ainda hoje muito rápido e chateia os 1400 na boa.
Ao meter a 3ª o fosso é grande e começa a perder terreno.
A caixa para mim tem 3 divisões:
- 1ª e 2ª
- 3ª e 4ª
- Depois a 5ª que na altura sim senhor, mas hoje não passa de uma 5ª falsa, “overdrive”, tipo 4+1 só para os consumos.
Claro que se pode meter a 5ª a 60, mas credo.
Mesmo a 80 se começar a subir é um drama!
É uma 5ª só para plano e descidas, ou então para centos e muitos, mas mesmo assim em AE se começar a subir temos que cravar a 4ª.
Depois as palavras finais na comparação com o 45 são o que me fartei de dizer já: para uso citadino o 45 chegava perfeitamente.
Quem fazia mais estrada, pagava mais 100 contos e comprava o 55 S.
Não concordo com o jornalista ao criticar as recuperações da 4ª do Uno 45.
Na verdade as relações de caixa do 45 e 55 S são iguais, o diferencial é que é mais longo no 45.
Mas o 45 leva a 3ª muito longe… tinha a famosa “3ª dos 127”
Claro que a força do 45 é menor do que do 55.
Não esquecer que o 55 já é um carro de “75 cv / tonelada”
Os 45 em cidade tinham que usar a 1ª e bem.
O 55 S com caixa final mais curta, acaba por poder até arrancar em 2ª, desde que a rua não suba muito.
A 4ª do 45 pode meter-se só aos 120/130 e depois é valente.
Claro que com o carro cheio, mesmo em Autoestrada, pode aparecer uma subida onde temos que meter 3ª, mas em princípio aguenta-a bem e vai a 100-120 em 3ª.
Conclusão:
Como o jornalista escreve, quando apareceu, o 55 S era o melhor carro da categoria (difícil de bater).
Eu digo que ainda hoje tem algumas características muito actuais.
Em termos de motor e prestações (que é o factor mais importante para a malta amante de automóveis):
Nessa época só um carro se equiparava: o Corsa 1200, mas saia prejudicado em aerodinâmica e ausência de 5ª; ou seja, em velocidades elevadas e ponta perdia.
No resto a diferença era grande, em espaço bastante, conforto e tecnicamente em travagem, fraca no Corsa.
3 anos depois surgiu o único “1100” mais performante que o Uno, o AX, o campeão do peso, sendo claro um carro mais pequeno, com pouco espaço (onde eu não caibo) e sem dúvida que o AX teria muitas dificuldades de fazer de carro familiar como o Uno ou o 205 conseguiam.
Ora o 1116 da FIAT não fica nada a dever ao 1124 da PSA; aliás em carros de tamanho e peso idêntico o 1116 é superior, mas de facto no AX (no 205 já nem pensar) consegue ser o 1100 mais rápido de sempre.
Recordo a quem não sabe que durante os anos 80 o Peugeot 205 em Portugal não era considerado segmento B… nem C, pois chegava a preço elevado.
Em certas versões competia com os B e noutras com os C.
Só nos anos 90 o mercado ficou bem definido com modelos A – B – C, etc.
No conjunto, o Uno 55 S foi pois o utilitário referencial durante a década de 80.
Por algum motivo as pessoas que aqui escreveram e que tiveram ou conheceram um destes carros, dizem sempre algo como “ocupa um lugar muito especial no meu coração” ou “nunca me esquecerei desse carro” ou “foi um carro marcante”.
Mau era que não fosse depois ultrapassado, mas ainda assim permanece actual em muitas coisas e farto-me de me questionar a mim mesmo como é que este carro já é “clássico”, tendo aparecido à 27 anos.
É que a gente olha para ele e não parece nada, bem como o utiliza e fica a pensar como é que isto tem 27 anos?
Não é fácil de entranhar que possa já ser um clássico.
Espero que os colegas leitores estejam a gostar deste DB.
Acima de tudo está a dar-me um grande prazer escrevê-lo, principalmente porque gira à volta do mais simples dos carros; e vem provar que tudo nesta vida é relativo: com tanta máquina maravilhosa que existe é possível retirar prazer e disfrutar de uma máquina vista como básica, pois na verdade acaba mesmo por dar prazer aos seus proprietários / utilizadores.
Quem anda nas comunidades de clássicos entende perfeitamente.
Aqui não há guerrinhas de marcas ou modelos.
É perfeitamente lógico e aceite por todos que existam fãs de carros que vão do mais básico e carro de trabalho como a R4 L até Ferraris, passando por Escorts RS dos anos 60 e 70 ou Porsches 911 ou os normais para a época Corolla e Datsun 1200.
Eu sempre gostei dos Unos e sempre gostei em todos os carros das versões raras e especiais.
Gosto muito por exemplo de um Sierra Cosworth dos anos 80, mas tenho um fascínio muito grande pela versão quase desconhecida Sierra XR4i com um 2800 V6.
Assim como de versões raras de carros, como os NSU TTS ou os A112 Abarth.
Já nem entro em coisas "artesanais" como os Morettis, Viottis, Gianninis e assim.
Espero que os colegas leitores estejam a gostar deste DB.
Acima de tudo está a dar-me um grande prazer escrevê-lo, principalmente porque gira à volta do mais simples dos carros; e vem provar que tudo nesta vida é relativo: com tanta máquina maravilhosa que existe é possível retirar prazer e disfrutar de uma máquina vista com básica, pois na verdade acaba mesmo por dar prazer aos seus proprietários / utilizadores.
Quem anda nas comunidades de clássicos entende perfeitamente.
Aqui não há guerrinhas de marcas ou modelos.
É perfeitamente lógico e aceite por todos que existam fãs de carros que vão do mais básico e carro de trabalho como a R4 L até Ferraris, passando por Escorts RS dos anos 60 e 70 ou Porsches 911 ou os normais para a época Corolla e Datsun 1200.
Eu sempre gostei dos Unos e sempre gostei em todos os carros das versões raras e especiais.
Gosto muito por exemplo de um Sierra Cosworth dos anos 80, mas tenho um fascínio muito grande pela versão quase desconhecida Sierra XR4i com um 2800V6.
Assim como de versões raras de carros, como os NSU TTS ou os A112 Abarth.
Já nem entro em coisas "artesanais" como os Morettis, Viottis, Gianninis e assim.
O sucesso em França foi assinalável, mesmo com todos os R5, Peugeot 205, Talbot Samba, Citröen Visa e AX; bem como por toda a Europa onde foi durante anos o carro mais vendido.
Belíssimo carro sem dúvida, havia fiat´s unos de brincar com fabrico português(numa escala abaixo de 1/43), eu lembro me bem pois tive alguns, a ver se vejo um para lhe mostrar aqui
Belíssimo carro sem dúvida, havia fiat´s unos de brincar com fabrico português(numa escala abaixo de 1/43), eu lembro me bem pois tive alguns, a ver se vejo um para lhe mostrar aqui
Esta miniatura do 55 Super já tinha postado,
mas atentem agora à qualidade dos detalhes e dos pormenores muito perto da realidade,
até no conta rotações, botões dos faróis, bateria, depósito do óleo dos travões ou do saco da água limpa vidros, por exemplo:
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