Boas a todos, especialmente aos que me conhecem pessoalmente e aos que terei certamente o prazer de conhecer.
Ansiava por ter um “clássico” e encontrei um que fez 25 anos o mês passado!
Antes de mais faço uma declaração de intenções que é que considero pessoalmente este carro um clássico (para as seguradoras é), pois já tem 25 anos; mesmo que as entidades oficiais nunca o considerem ou venham a considerar, nem sequer atribuir-lhe valor histórico.
O seu valor para mim é enorme apesar de ser um modelo extremamente popular já com ~10 Milhões de unidades produzidas.
Mas em Portugal a versão 55 Super é rara e tem várias curiosidades, podendo dar desde já três:
- Para além do Uno Turbo i.e. foi o único Uno de 3 Portas equipado com conta-rotações.
- Também para além dos primeiros Turbo i.e. foi o único Uno de 3 Portas equipado com relógio digital vermelho com cronómetro.
- Teve duas séries: 55 Super MY83 e 55 Super MY85 com o pormenor de uns tampões de jantes que supostamente reduziam ainda mais o excelente coeficiente de aerodinâmica do Uno de 0,34 para 0,33.
Depois tem todo um conjunto de inovações e revoluções apresentadas pelo FIAT Uno ao mundo em 1983, que hoje em dia todos os carros trazem.
É desconcertante um modelo carregado de modernismo e sempre actual, ter sido lançado à 27 anos!!!
Como o meu primeiro carro foi um Uno 55 Super, está à vista de todos o quão marcante foi.
Então, após 18 anos de separação desta versão muito especial, cá está um;
desta vez um MY85 de Abril de 1985 Cinzento em vez de um MY83 de Julho de 1984 Branco.
Desde que me conheço que sou um profundo apaixonado por automóveis.
Sempre tive também uma especial predilecção pelas máquinas Italianas.
A adolescência não foi fácil porque demorou a passar até ter carta; pelo que de vez em quando lá cometia umas diabruras sem habilitação.
Desde por volta dos 12 anos até aos dias de hoje, fui sempre eu a indicar / escolher os carros para a família e amigos mais chegados.
Em 1983 apareceu o Uno, um modelo inovador e revolucionário, que introduziu muitas coisas que hoje todos os carros têm.
Tinha ainda um espaço muito bom, com a particularidade de pessoas a encostar aos 2 metros caberem lá; o que até ai era tarefa quase impossível em carros pequenos, sendo o 2CV uma boa excepção.
Aos menos atentos recordo que quando apareceu, o Uno teve um pouco o fenómeno a que hoje assistimos com o FIAT 500: carro da moda.
Muita gente comprou Unos por moda, por ser um objecto extremamente moderno na época. Foi em muitas casas 3º ou 4º carro!
Aconteceu um pouco como recentemente:
- “Já tens um Smart?”
- “Já tens um 500?”
Os Unos chegaram a ser montados em Portugal na SOMAVE; e a mecânica era a conhecida e valorosa 903 OHV dos FIAT’s 127.
Mas eis que em 1984 se comercializa a versão SUPER, muito equipada para a época com uma série de mimos que deixavam de boca aberta toda a gente.
O motor vinha do 128, ou melhor, já dos mais recentes Ritmos: o famoso 1116 SOHC “Lampredi”.
Coisa rara também era o facto de terem 5 velocidades.
Anos depois, em 1991, finalmente com carta fui procurar um carro.
Nesta altura o Uno já era o carro que mais se via nas ruas Portuguesas, destronando (andando para trás): Renault 5, FIAT 127, Mini, VW Carocha.
Porquê o 55 Super?
Procurei carro usado, uma vez que continuo a pensar que todos devemos ter como 1º carro um usado, não velho, mas usado.
Isto porque tinha lá em casa um Uno Turbo, mas entendeu-se que não era indicado… mas mal, pois andava com ele na mesma ás escondidas com requintes de livro policial, e até dava bastante lume.
Queria pois um Uno, por gostar da marca e do modelo e uma vez que tenho 1,98 metros, era dos poucos carros pequenos (e baratos claro) onde cabia.
Estava completamente limitado a 700 contos, pois era uma promissória que tinha; não tinha, nem queria começar por um carro mais caro; até porque por 1200 contos comprava um carro novo.
Um 45 S FIRE não chegava a 1400 contos.
O que eu “queria” mesmo era um 45 S FIRE 1000, pois tinha o fantástico motor FIRE, o mais evoluído do mercado, resistente, económico e muito despachado (umas baixas de elite).
Era o campeão de consumos e isso era muito importante para um jovem estudante.
Os diesel ainda eram quase exclusivos de banheiras e muito lentos, para além desses diesel enormes gastarem bastante.
Mas os colegas devem lembra-se que em 1991 os usados valiam muito, e a verdade é que não consegui encontrar nenhum 45 S por esse preço.
O 45 S foi lançado em Dezembro de 1985; existindo portanto modelos de:
1985 - muito poucos
1986
1987
1988
1989
Mas o mais barato que apareceu foi um de 1987 Preto, mas a precisar de pequenos arranjos de chapa; tudo o resto eram 800 ou mais contos.
Existiam muitos 45 de 903cc e 4 velocidades dos anos:
1983
1984
1985
Estes já apareciam por 700 ou menos contos, mas era mais gastador e tinha apenas 4 velocidades, o que em 1991 já era um problema com as auto-estradas a aparecerem cada vez mais em Portugal.
Também me apareceu um Citröen Visa 10E, mas não gostava tanto, assim como dos Renault 5.
E como é 5 portas num carro pequeno, para mim não dão. Vivo com o ombro a bater no pilar B dos carros de 5 portas.
Peugeot 205, nada... os outros, como o Corsa, não cabia lá; para além de Corsas só haverem até 700 contos os 1000; nada de 1200.
Depois de já ter cerca de uma dezena de Unos 45 em vista, ia então comprar um deles até uma 6ª Feira; mas na 5ª Feira de manhã ao ler o jornal JN, apareceu lá um "Uno 55 Super" Branco por 750 contos.
Foi o único 55 Super que vi a vender.
Eram mais raros, pois só se venderam de Junho de 1984 a Novembro de 1985.
Fui lá ver o carro (estava num Stand Renault a 4 km de minha casa).
O senhor lá da Renault não queria baixar o preço dos 750 contos, dizendo que ia perder dinheiro; mas depois do Almoço fui ao banco levantar 140 notas de 5 contos e assim com as NOTAS batidas, lá fiz o negócio por 700 contos.
Foi um achado, pois foi o único 55 Super que encontrei.
Se é verdade que perdia bastante para o 45 S FIRE em consumos, quando comparado com o 45 903cc já na altura fiz um raciocínio lógico:
O que gasta a mais, compensa em estrada por ter 5ª velocidade.
E acho que pensei bem, pois eu lembro-me que em 1984 e 1985, quem comprava Unos optava pelo 45 para a cidade; e só quem andava mais em estrada é que escolhia o 55 Super de 5 velocidades; aliás as pessoas diziam que nem conseguiam meter a 5ª.
A verdade é que em 84 e 85, por exemplo na cidade do Porto, 5ª só na Av. da Boavista, Circunvalação e Ponte Arrábida até aos Carvalhos.
Mas em 1991, já a história era outra; aliás logo em Dezembro de 1985, os Unos vieram todos com 5 velocidades.
Depois, com o 55 Super em relação ao 45, ganhei:
Estética mais requintada
Faróis de Halogéneo
Piscas brancos
Abertura da mala pelo interior
Buzina de 2 tons
Ventilação mais potente
Isqueiro
Vidros atérmicos coloridos
Conta rotações (MUITO IMPORTANTE PARA MIM)
Chek-Panel com 6 diferentes informações
Cronómetro digital
Servo-Freio
Performances
Terei perdido:
Consumos em cidade
Facilidade e custos de manutenção, uma vez que o 903 é mais simples no geral, tem distribuição por corrente e não por correia, leva menos fluidos, usa pneus mais baratos, etc.
FIAT Uno 55 Super de 1984
Características Técnicas:
Marca: FIAT
Modelo: Uno
Versão: 55s
Cor: Branco
Ano de Fabrico: 1984
Peso: 730 kg
Cilindrada: 1116 cc
Potência: 55 cv / 5600 rpm
Binário: 95 Nm / 2400 rpm
Velocidade: 155 km/h
Aceleração (0-100): 13,0 seg.
Potência Especifica: 50 cv/l
Rel. Peso/Potência: 13,27 kg/cv
Potência por tonelada: 75cv
Pneumáticos: 155/70-13 Michelin MXL
Equipamento de série inovador para a época:
5 velocidades
Abertura da mala pelo interior
Faróis de Halogéneo
Buzina de 2 tons
Vidros atérmicos coloridos
Encostos de cabeça reguláveis
Conta rotações
Chek-Panel com 6 diferentes informações
Cronómetro digital
História:
Foi o meu 1º automóvel, comprei-o em 1991. Era um usado com 7 anos de 1984.
Tive este carro cerca de um ano, e ainda hoje tenho saudades dele.
Para além de todas as inovações automóveis do modelo Uno, esta versão 55s tinha um charme muito especial, pois possui-a algum equipamento inédito para a época, como a abertura da mala pelo interior, os vidros atérmicos coloridos, uns potentes faróis halogéneos ( de Iodo), uma instrumentação muito completa que incluí-a conta rotações e um Chek-Panel com 6 diferentes informações. Mas o melhor de tudo era um relógio de dígitos vermelhos com cronómetro, coisa que nunca vi em nenhum outro automóvel.
Em estrada era bastante valente, curvava bem para a sua categoria e a travagem com servo-freio era das melhores que podíamos encontrar no mercado.
A andar era um espectáculo, pois embora fosse um 1100 batia-se com os 1300 e 1400.
O grande problema residia no escalonamento da caixa, pois tinha a 1ª e 2ª fabulosas, mas fazia uma grande quebra para a 3ª. O arranque era fantástico até 80 (1ª e 2ª) onde batia muitos carros muito mais potentes; de qualquer modo conseguia bater-se em cidade e em estradas muito sinuosas (estradas de 2ª) com os corsa 1300 GT.
O arranque era de cerca de 7,0 seg. a 80 km/h , mas já de 13,0 seg. a 100, o tal problema de engrenar a 3ª. Mesmo assim 13 seg. era um arranque muito bom.
Quanto a velocidade máxima, a 4ª ás 7000 rpm marcava 180.
Depois, metendo a 5ª a descer o ponteiro chegou a andar mais um bom pedaço, e não conseguia esgotar!
Acabei por trocar o carro já na Universidade 1 ano menos 2 dias após o comprar, fazendo cerca de 37000km.
- Tampões das rodas integrais (Mais Bonitos e diferentes do Uno 45), baixando o coeficiente aerodinâmico (CX) de 0,34 para 0,33.
- Encostos de cabeça passaram de almofada reguláveis em altura a borracha fixa (embora diferentes do Uno 45, perderam “conforto” e regulação).
Diferenças de equipamento entre Uno 55 (Super) e o 45 (Base):
- Pneus 155/70 versus 135/80
- Piscas Brancos
- Lâmpadas de iodo
- Mais 10 Cavalos e mais 20 Nm
- Mais 30 kg
- 5 velocidades
- Servo-Freio
- Vidros Coloridos atérmicos verdes
- Luz leitura de mapas e relógio digital vermelho com cronómetro
- Conta-Rotações
- Check-Panel com 6 informações
- Abertura da mala pelo interior
Mas reconheço ser hilariante olharem para mim dentro de um Uno.
Também já se sabe que nos carros pequenos de 5 portas não vou bem, pois o pilar B andaria sempre a levar com o meu braço e ombro.
Meti os cintos na posição mais alta e mesmo assim não é demais (o Uno tem possibilidade de regular o cinto em altura pela existência de 2 pontos de aperto no pilar .
O carro teve 10 anos quase parado.
Vá lá que esteve fechado, mas dai o cheiro a mofo.
O cheiro a "gasolina" é capaz de vir da saufage.
Não me é fácil meter o carro aberto ao sol.
Só posso andar em manobra (1ª e R) mas percebo que a travagem não está muito fixe.
A manete está solta, precisa de uma borracha selectora.
A chapinha com os números das velocidades teria sido colada e não estava perfeitamente alinhada (é um círculo).
Tirei-a e colei-a direitinha.
Nota: isto não é um carro em estado de concurso.
Está muito direitinho de chapa, mas tem que fazer. Afinal é um carro a bem menos de 100 contos... quase metade.Mas realmente é raro apanhar um Uno com este bom aspecto de pintura e sem qualquer mossa ou marca de estacionamento.
A mola da porta da mala está fraquinha. Só muito a custo fica aberta.
O melhor será meter outra do lado esquerdo (os Unos MK1 só tinham uma mola).
A chapeleira está direitinha mas tem duas colunas adaptadas... o que odeio. Ainda por cima com sedes próprias do carro ao lado.
As alcatifas estão muito jeitosas.
Apenas um ou outro rasgo pequenino junto ás calhas dos bancos e na mala nota-se o formato do suplente.
O cabo que abre a mala não estará afinado. Partido ou solto não está, mas não abre desde o lugar do condutor.
Puxando dentro da mala abre.
Falta-lhe uma ou outra carapuça plástica dos parafusos 17 que apertam algumas coisas, como aqueles dois que apertam o arco de ferro onde o cinto anda em baixo.
Os Vidros em si estão muito bons.
As manivelas abrem bem; e quando lubrificar o mecanismo vão abrir 5 estrelas.
O vidro de compasso traseiro direito não está com força no compasso, pelo que em andamento deve eventualmente fechar-se.
Os esguichos funcionam FR e TR
O limpa vidros FR está bom, o traseiro não trabalha (deve ser dos 4 contactos da porta da mala, ou então está algo desligado).
O isqueiro está estragado.
Os cinzeiros estão bons.
O tablier não está estalado, mas um ou outro plástico do resto do carro está por vezes estalado. Assim a faltar ou partido de plásticos não detectei nada.
O forro do tecto está escurinho mas não está descolado digamos.
As capas dos pedais estão velhotas, mas ainda razoáveis.
Aceito perfeitamente que muita gente veja um Uno como um chasso; afinal à muito tempo que vemos milhares maltratados pelas ruas e estradas e à muito tempo que é o usado dos "100 contos".
Mas como isto é uma coisa pessoal, eu não me esqueço que o meu 1º carro (meu mesmo) foi um Uno 55 Super; pelo que como calculam foi um ano em que andei com ele em que muitas aventuras, histórias e acontecimentos se passaram dentro daquele carro.
Foi também na verdade sinónimo de liberdade e capacidade de fazer "o que queria", "quando queria", "onde queria" pela qual ansiei toda a adolescência.
Andar nos carros dos outros nunca é a mesma coisa.
Como sempre gostei das versões raras dos automóveis, nada como esta versão 55 Super, montada ainda pela SOMAVE.
Mais raro só mesmo a meia dúzia de Unos 70 SX Digitais vendidos apenas em 5 portas durante 1988 (foi uma remessa) e nunca mais vieram... pois o preço era quase igual ao do Uno Turbo.
Sei que existe algures na zona de Guimarães um bom 70SX, mas é caro e como são só em 5 portas, nem penso nele.
Gosto muito do 128 mas não tenho neste momento possibilidade de ter um, uma vez que como é sabido não é um carro acessível e as unidades para recuperar a fundo (mau estado) não são possíveis para mim uma vez que não tenho competências mecânicas ou eléctricas e muito menos ferramentas e material.
Já para não falar do pouco que pudesse fazer não ter sítio para tal.
Já "tive" um 128 em 93 e 94 uma vez que era um dos carros de uma rapariga com quem vivi 3 anos e como é óbvio quase sempre era eu a "pegar na regueifa".
Era um 128 1100 SF 2 portas azul claro metalizado.
Gosto muito do 128 mas não tenho neste momento possibilidade de ter um, uma vez que como é sabido não é um carro acessível e as unidades para recuperar a fundo (mau estado) não são possíveis para mim uma vez que não tenho competências mecânicas ou eléctricas e muito menos ferramentas e material.
Já para não falar do pouco que pudesse fazer não ter sítio para tal.
Já "tive" um 128 em 93 e 94 uma vez que era um dos carros de uma rapariga com quem vivi 3 anos e como é óbvio quase sempre era eu a "pegar na regueifa".
Era um 128 1100 SF 2 portas azul claro metalizado.
Boas é um bom exemplar dos Fiats unos já tive muitos unos desde do 45s, 65s, 70sxie, turbo ie mkI, mkII, 75 sx 1.500cc esse é que era canhão como fui empregado do grupo FIAT durante uns anos comprei muitos a colegas de trabalho do escritório completamente novos e a bons preços aliás o FIAT UNO é uma grade máquina eu ainta tenho um para o dia a dia que é 1.700 Diesel VAN de 1991 acerca de 12 anos e já fiz cerca de 180,000KM têm agora 270,000Km e nunca me deu grandes problemas só revisões bom restauro abraços.
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